Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Há duas listas que enchem o torcedor brasileiro de orgulho: a de maior torcida e a de sócio torcedor


Elas são diferentes, quem lidera uma não necessariamente está na ponta de cima da outra; compare

Por Robson Morelli
Atualização:

Há muito interesse e boa dose de orgulho dos torcedores brasileiros em ter a torcida do seu time como a maior do País. Flamengo e Corinthians, nesta ordem, encabeçam essa lista desde que me conheço por gente. Ou seja, faz muito tempo. As duas bandeiras dominam a preferência em seus respectivos Estados, mas também se espalham pelo Brasil. Os flamenguistas lotam estádios em qualquer canto, de norte a sul do País. É bonito de ver.

Os corintianos fazem o mesmo, em menor número, mas trazem na história dois momentos de destaque: a invasão do Maracanã em 1976, diante do Fluminense, e o Mundial de Clubes no Japão, em 2012. O Estadão publicou recentemente uma pesquisa que apontou os times de maior torcida no Brasil (veja aqui). Foi muito visto pelos leitores, claro, com aquela dose de orgulho. Há ainda uma lista entre as torcedoras num outro recorte.

Torcida do Flamengo acompanha ônibus do clube com jogadores antes do embarque para uma partida em São Paulo Foto: Fábio Motta/Estadão Foto: Fábio Motta / Estadão
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O torcedor adora bater no peito e dizer que sua torcida é a maior de todas, de modo a “estar” sempre com o time. Nem sempre é assim, mas é assim na maioria das vezes, principalmente nos momentos mais difíceis esportivamente. Sim, o torcedor brasileiro aprendeu a apoiar o seu time na baixa e cobrá-lo depois. Veja o exemplo do Santos, que caiu para a Série B do Brasileiro. Outros grandes na segundona tiveram o mesmo apoio e tratamento das arquibancadas.

Mas há um fator financeiro que o torcedor precisa entender melhor e ele diz respeito ao tamanho das torcidas. São duas torcidas: uma em número absoluto e outra em número de sócio-torcedor. E elas são diferentes. O ranking delas não é o mesmo. Por exemplo, em registro de agosto do ano passado, o líder na relação dos sócios-torcedores do times do Brasil era o Palmeiras, com 185 mil seguidores filiados ao programa. Na lista das maiores torcidas do País, o Flamengo está no topo. O Palmeiras figura em quarto. Ou seja, são listas diferentes.

Ser filiado ao programa e sócio-torcedor equivale a pagar uma mensalidade ao clube para ter o direito de comprar ingressos para as partidas. Há uma distribuição de direito de compra por ordem e valor de acordo com o tipo de taxa que se paga (quem paga mais, tem mais facilidades e agrados). Mas é dinheiro direto na conta dos clubes. Por exemplo, o Palmeiras embolsou R$ 58 milhões em 2023 com seu programa, quase o mesmo valor que arrecada com o clube social (R$ 57 milhões).

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É importante ressaltar que esse dinheiro não existia nas receitas do times anos atrás, quando os ingressos eram comprados na boca do guichê dos estádios no dia da partida, formando aquelas filas quilômetricas. Quem na faixa dos seus 30 anos nunca enfrentou uma dessas? A venda online mudou esse cenário para melhor. Sem falar que o torcedor precisava chegar muito cedo aos locais dos jogos para ter seu ingresso ou passar no estádio dias antes da partida. Lembro de encarar algumas dessas filas com meu pai e meu avô.

Um outro exemplo da diferença de posição nas duas listas é o Internacional. O time gaúcho ocupa a 10ª posição das maiores torcidas do futebol brasileiro, mas está em segundo lugar na relação dos clubes com mais sócios-torcedores, com 120 mil inscritos. Todos mensalistas. A meta do clube é chegar aos 150 mil até o meio do ano, com previsão de arrecadar R$ 10 milhões por mês. Nesse quesito, o grande Flamengo tem espaço para melhorar. O time de maior torcida do Brasil ocupa apenas a 5ª colocação entre os sócios-torcedores do seu programa, com 103 mil assinantes.

“Desde que assumimos a gestão, deixamos claro a importância do sócio-torcedor para o Internacional, desde aqueles que pagam a menor mensalidade, de R$ 10, até quem tem as cadeiras locadas. Essas receitas são fundamentais para as nossas finanças, além de proporcionar investimentos em nosso elenco, que é o que o torcedor almeja. É importantíssimo manter essa sinergia entre as diferentes frentes: equipe, torcida, sócios e direção como um todo, pois desta maneira o sucesso em algum momento vai acontecer”, afirmou para a coluna o presidente do clube, Alessandro Barcellos.

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É cada vez mais raro sobrar ingresso para os torcedores comuns, que não pertencem aos programas dos clubes. Exceto para os clássicos paulistas, todos os jogos no Estado de São Paulo têm espaço para torcidas rivais, na faixa dos 10% da capacidade da arena do mandante.

Na engenharia da arrecadação dos clubes, o sócio-torcedor ajuda de forma dupla nas receitas. Sim, porque ele paga a mensalidade e depois também paga pelo valor do ingresso. Há alguns planos mais caros com gratuidades de entradas. Outros com descontos ótimos. Mas há também contratempos nessa relação que podem fazer o torcedor desistir momentaneamente do seu plano, como acontece atualmente com o Palmeiras, que joga na Arena Barueri porque o Allianz Parque está com o gramado detonado. A média de público em Barueri é de 11 mil.

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De qualquer forma, o torcedor brasileiro se orgulha quando sabe que o seu time está no top 10 dessas duas listas. Ele sabe que seu suado dinheiro é importante para que o time do seu coração contrate melhor e tenha equipes competitivas. Ele tem no futebol semanal um de seus maiores prazeres e não abre mão dele. Pesquisas recentes apontam que 9 de cada 10 brasileiros torcem por algum time no País, e que 68% dos brasileiros que estão conectados na internet, acima dos 18 anos, acompanham futebol.

Veja a lista das maiores torcidas do Brasil

1 - Flamengo

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2 - Corinthians

3 - São Paulo

4 - Palmeiras

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5 - Vasco

6 - Cruzeiro

7 - Grêmio

8 - Atlético-MG

9 - Bahia

10 - Internacional


Veja a lista dos programas de sócios-torcedores (agosto de 2023)

1 – Palmeiras – 185.338 mensalistas

2 – Internacional – 120.842

3 – Corinthians – 116 mil (dados de julho/2023)4 – Grêmio – 113.938

5 – Flamengo – 103 mil

6 – Atlético-MG – 85.481

7 – Fluminense – 66.651

8 – Botafogo – 61.555

9 – São Paulo – 60.377

10º – Vasco – 56 mil (dados de junho/2023)

Há muito interesse e boa dose de orgulho dos torcedores brasileiros em ter a torcida do seu time como a maior do País. Flamengo e Corinthians, nesta ordem, encabeçam essa lista desde que me conheço por gente. Ou seja, faz muito tempo. As duas bandeiras dominam a preferência em seus respectivos Estados, mas também se espalham pelo Brasil. Os flamenguistas lotam estádios em qualquer canto, de norte a sul do País. É bonito de ver.

Os corintianos fazem o mesmo, em menor número, mas trazem na história dois momentos de destaque: a invasão do Maracanã em 1976, diante do Fluminense, e o Mundial de Clubes no Japão, em 2012. O Estadão publicou recentemente uma pesquisa que apontou os times de maior torcida no Brasil (veja aqui). Foi muito visto pelos leitores, claro, com aquela dose de orgulho. Há ainda uma lista entre as torcedoras num outro recorte.

Torcida do Flamengo acompanha ônibus do clube com jogadores antes do embarque para uma partida em São Paulo Foto: Fábio Motta/Estadão Foto: Fábio Motta / Estadão

O torcedor adora bater no peito e dizer que sua torcida é a maior de todas, de modo a “estar” sempre com o time. Nem sempre é assim, mas é assim na maioria das vezes, principalmente nos momentos mais difíceis esportivamente. Sim, o torcedor brasileiro aprendeu a apoiar o seu time na baixa e cobrá-lo depois. Veja o exemplo do Santos, que caiu para a Série B do Brasileiro. Outros grandes na segundona tiveram o mesmo apoio e tratamento das arquibancadas.

Mas há um fator financeiro que o torcedor precisa entender melhor e ele diz respeito ao tamanho das torcidas. São duas torcidas: uma em número absoluto e outra em número de sócio-torcedor. E elas são diferentes. O ranking delas não é o mesmo. Por exemplo, em registro de agosto do ano passado, o líder na relação dos sócios-torcedores do times do Brasil era o Palmeiras, com 185 mil seguidores filiados ao programa. Na lista das maiores torcidas do País, o Flamengo está no topo. O Palmeiras figura em quarto. Ou seja, são listas diferentes.

Ser filiado ao programa e sócio-torcedor equivale a pagar uma mensalidade ao clube para ter o direito de comprar ingressos para as partidas. Há uma distribuição de direito de compra por ordem e valor de acordo com o tipo de taxa que se paga (quem paga mais, tem mais facilidades e agrados). Mas é dinheiro direto na conta dos clubes. Por exemplo, o Palmeiras embolsou R$ 58 milhões em 2023 com seu programa, quase o mesmo valor que arrecada com o clube social (R$ 57 milhões).

É importante ressaltar que esse dinheiro não existia nas receitas do times anos atrás, quando os ingressos eram comprados na boca do guichê dos estádios no dia da partida, formando aquelas filas quilômetricas. Quem na faixa dos seus 30 anos nunca enfrentou uma dessas? A venda online mudou esse cenário para melhor. Sem falar que o torcedor precisava chegar muito cedo aos locais dos jogos para ter seu ingresso ou passar no estádio dias antes da partida. Lembro de encarar algumas dessas filas com meu pai e meu avô.

Um outro exemplo da diferença de posição nas duas listas é o Internacional. O time gaúcho ocupa a 10ª posição das maiores torcidas do futebol brasileiro, mas está em segundo lugar na relação dos clubes com mais sócios-torcedores, com 120 mil inscritos. Todos mensalistas. A meta do clube é chegar aos 150 mil até o meio do ano, com previsão de arrecadar R$ 10 milhões por mês. Nesse quesito, o grande Flamengo tem espaço para melhorar. O time de maior torcida do Brasil ocupa apenas a 5ª colocação entre os sócios-torcedores do seu programa, com 103 mil assinantes.

“Desde que assumimos a gestão, deixamos claro a importância do sócio-torcedor para o Internacional, desde aqueles que pagam a menor mensalidade, de R$ 10, até quem tem as cadeiras locadas. Essas receitas são fundamentais para as nossas finanças, além de proporcionar investimentos em nosso elenco, que é o que o torcedor almeja. É importantíssimo manter essa sinergia entre as diferentes frentes: equipe, torcida, sócios e direção como um todo, pois desta maneira o sucesso em algum momento vai acontecer”, afirmou para a coluna o presidente do clube, Alessandro Barcellos.

É cada vez mais raro sobrar ingresso para os torcedores comuns, que não pertencem aos programas dos clubes. Exceto para os clássicos paulistas, todos os jogos no Estado de São Paulo têm espaço para torcidas rivais, na faixa dos 10% da capacidade da arena do mandante.

Na engenharia da arrecadação dos clubes, o sócio-torcedor ajuda de forma dupla nas receitas. Sim, porque ele paga a mensalidade e depois também paga pelo valor do ingresso. Há alguns planos mais caros com gratuidades de entradas. Outros com descontos ótimos. Mas há também contratempos nessa relação que podem fazer o torcedor desistir momentaneamente do seu plano, como acontece atualmente com o Palmeiras, que joga na Arena Barueri porque o Allianz Parque está com o gramado detonado. A média de público em Barueri é de 11 mil.

De qualquer forma, o torcedor brasileiro se orgulha quando sabe que o seu time está no top 10 dessas duas listas. Ele sabe que seu suado dinheiro é importante para que o time do seu coração contrate melhor e tenha equipes competitivas. Ele tem no futebol semanal um de seus maiores prazeres e não abre mão dele. Pesquisas recentes apontam que 9 de cada 10 brasileiros torcem por algum time no País, e que 68% dos brasileiros que estão conectados na internet, acima dos 18 anos, acompanham futebol.

Veja a lista das maiores torcidas do Brasil

1 - Flamengo

2 - Corinthians

3 - São Paulo

4 - Palmeiras

5 - Vasco

6 - Cruzeiro

7 - Grêmio

8 - Atlético-MG

9 - Bahia

10 - Internacional


Veja a lista dos programas de sócios-torcedores (agosto de 2023)

1 – Palmeiras – 185.338 mensalistas

2 – Internacional – 120.842

3 – Corinthians – 116 mil (dados de julho/2023)4 – Grêmio – 113.938

5 – Flamengo – 103 mil

6 – Atlético-MG – 85.481

7 – Fluminense – 66.651

8 – Botafogo – 61.555

9 – São Paulo – 60.377

10º – Vasco – 56 mil (dados de junho/2023)

Há muito interesse e boa dose de orgulho dos torcedores brasileiros em ter a torcida do seu time como a maior do País. Flamengo e Corinthians, nesta ordem, encabeçam essa lista desde que me conheço por gente. Ou seja, faz muito tempo. As duas bandeiras dominam a preferência em seus respectivos Estados, mas também se espalham pelo Brasil. Os flamenguistas lotam estádios em qualquer canto, de norte a sul do País. É bonito de ver.

Os corintianos fazem o mesmo, em menor número, mas trazem na história dois momentos de destaque: a invasão do Maracanã em 1976, diante do Fluminense, e o Mundial de Clubes no Japão, em 2012. O Estadão publicou recentemente uma pesquisa que apontou os times de maior torcida no Brasil (veja aqui). Foi muito visto pelos leitores, claro, com aquela dose de orgulho. Há ainda uma lista entre as torcedoras num outro recorte.

Torcida do Flamengo acompanha ônibus do clube com jogadores antes do embarque para uma partida em São Paulo Foto: Fábio Motta/Estadão Foto: Fábio Motta / Estadão

O torcedor adora bater no peito e dizer que sua torcida é a maior de todas, de modo a “estar” sempre com o time. Nem sempre é assim, mas é assim na maioria das vezes, principalmente nos momentos mais difíceis esportivamente. Sim, o torcedor brasileiro aprendeu a apoiar o seu time na baixa e cobrá-lo depois. Veja o exemplo do Santos, que caiu para a Série B do Brasileiro. Outros grandes na segundona tiveram o mesmo apoio e tratamento das arquibancadas.

Mas há um fator financeiro que o torcedor precisa entender melhor e ele diz respeito ao tamanho das torcidas. São duas torcidas: uma em número absoluto e outra em número de sócio-torcedor. E elas são diferentes. O ranking delas não é o mesmo. Por exemplo, em registro de agosto do ano passado, o líder na relação dos sócios-torcedores do times do Brasil era o Palmeiras, com 185 mil seguidores filiados ao programa. Na lista das maiores torcidas do País, o Flamengo está no topo. O Palmeiras figura em quarto. Ou seja, são listas diferentes.

Ser filiado ao programa e sócio-torcedor equivale a pagar uma mensalidade ao clube para ter o direito de comprar ingressos para as partidas. Há uma distribuição de direito de compra por ordem e valor de acordo com o tipo de taxa que se paga (quem paga mais, tem mais facilidades e agrados). Mas é dinheiro direto na conta dos clubes. Por exemplo, o Palmeiras embolsou R$ 58 milhões em 2023 com seu programa, quase o mesmo valor que arrecada com o clube social (R$ 57 milhões).

É importante ressaltar que esse dinheiro não existia nas receitas do times anos atrás, quando os ingressos eram comprados na boca do guichê dos estádios no dia da partida, formando aquelas filas quilômetricas. Quem na faixa dos seus 30 anos nunca enfrentou uma dessas? A venda online mudou esse cenário para melhor. Sem falar que o torcedor precisava chegar muito cedo aos locais dos jogos para ter seu ingresso ou passar no estádio dias antes da partida. Lembro de encarar algumas dessas filas com meu pai e meu avô.

Um outro exemplo da diferença de posição nas duas listas é o Internacional. O time gaúcho ocupa a 10ª posição das maiores torcidas do futebol brasileiro, mas está em segundo lugar na relação dos clubes com mais sócios-torcedores, com 120 mil inscritos. Todos mensalistas. A meta do clube é chegar aos 150 mil até o meio do ano, com previsão de arrecadar R$ 10 milhões por mês. Nesse quesito, o grande Flamengo tem espaço para melhorar. O time de maior torcida do Brasil ocupa apenas a 5ª colocação entre os sócios-torcedores do seu programa, com 103 mil assinantes.

“Desde que assumimos a gestão, deixamos claro a importância do sócio-torcedor para o Internacional, desde aqueles que pagam a menor mensalidade, de R$ 10, até quem tem as cadeiras locadas. Essas receitas são fundamentais para as nossas finanças, além de proporcionar investimentos em nosso elenco, que é o que o torcedor almeja. É importantíssimo manter essa sinergia entre as diferentes frentes: equipe, torcida, sócios e direção como um todo, pois desta maneira o sucesso em algum momento vai acontecer”, afirmou para a coluna o presidente do clube, Alessandro Barcellos.

É cada vez mais raro sobrar ingresso para os torcedores comuns, que não pertencem aos programas dos clubes. Exceto para os clássicos paulistas, todos os jogos no Estado de São Paulo têm espaço para torcidas rivais, na faixa dos 10% da capacidade da arena do mandante.

Na engenharia da arrecadação dos clubes, o sócio-torcedor ajuda de forma dupla nas receitas. Sim, porque ele paga a mensalidade e depois também paga pelo valor do ingresso. Há alguns planos mais caros com gratuidades de entradas. Outros com descontos ótimos. Mas há também contratempos nessa relação que podem fazer o torcedor desistir momentaneamente do seu plano, como acontece atualmente com o Palmeiras, que joga na Arena Barueri porque o Allianz Parque está com o gramado detonado. A média de público em Barueri é de 11 mil.

De qualquer forma, o torcedor brasileiro se orgulha quando sabe que o seu time está no top 10 dessas duas listas. Ele sabe que seu suado dinheiro é importante para que o time do seu coração contrate melhor e tenha equipes competitivas. Ele tem no futebol semanal um de seus maiores prazeres e não abre mão dele. Pesquisas recentes apontam que 9 de cada 10 brasileiros torcem por algum time no País, e que 68% dos brasileiros que estão conectados na internet, acima dos 18 anos, acompanham futebol.

Veja a lista das maiores torcidas do Brasil

1 - Flamengo

2 - Corinthians

3 - São Paulo

4 - Palmeiras

5 - Vasco

6 - Cruzeiro

7 - Grêmio

8 - Atlético-MG

9 - Bahia

10 - Internacional


Veja a lista dos programas de sócios-torcedores (agosto de 2023)

1 – Palmeiras – 185.338 mensalistas

2 – Internacional – 120.842

3 – Corinthians – 116 mil (dados de julho/2023)4 – Grêmio – 113.938

5 – Flamengo – 103 mil

6 – Atlético-MG – 85.481

7 – Fluminense – 66.651

8 – Botafogo – 61.555

9 – São Paulo – 60.377

10º – Vasco – 56 mil (dados de junho/2023)

Há muito interesse e boa dose de orgulho dos torcedores brasileiros em ter a torcida do seu time como a maior do País. Flamengo e Corinthians, nesta ordem, encabeçam essa lista desde que me conheço por gente. Ou seja, faz muito tempo. As duas bandeiras dominam a preferência em seus respectivos Estados, mas também se espalham pelo Brasil. Os flamenguistas lotam estádios em qualquer canto, de norte a sul do País. É bonito de ver.

Os corintianos fazem o mesmo, em menor número, mas trazem na história dois momentos de destaque: a invasão do Maracanã em 1976, diante do Fluminense, e o Mundial de Clubes no Japão, em 2012. O Estadão publicou recentemente uma pesquisa que apontou os times de maior torcida no Brasil (veja aqui). Foi muito visto pelos leitores, claro, com aquela dose de orgulho. Há ainda uma lista entre as torcedoras num outro recorte.

Torcida do Flamengo acompanha ônibus do clube com jogadores antes do embarque para uma partida em São Paulo Foto: Fábio Motta/Estadão Foto: Fábio Motta / Estadão

O torcedor adora bater no peito e dizer que sua torcida é a maior de todas, de modo a “estar” sempre com o time. Nem sempre é assim, mas é assim na maioria das vezes, principalmente nos momentos mais difíceis esportivamente. Sim, o torcedor brasileiro aprendeu a apoiar o seu time na baixa e cobrá-lo depois. Veja o exemplo do Santos, que caiu para a Série B do Brasileiro. Outros grandes na segundona tiveram o mesmo apoio e tratamento das arquibancadas.

Mas há um fator financeiro que o torcedor precisa entender melhor e ele diz respeito ao tamanho das torcidas. São duas torcidas: uma em número absoluto e outra em número de sócio-torcedor. E elas são diferentes. O ranking delas não é o mesmo. Por exemplo, em registro de agosto do ano passado, o líder na relação dos sócios-torcedores do times do Brasil era o Palmeiras, com 185 mil seguidores filiados ao programa. Na lista das maiores torcidas do País, o Flamengo está no topo. O Palmeiras figura em quarto. Ou seja, são listas diferentes.

Ser filiado ao programa e sócio-torcedor equivale a pagar uma mensalidade ao clube para ter o direito de comprar ingressos para as partidas. Há uma distribuição de direito de compra por ordem e valor de acordo com o tipo de taxa que se paga (quem paga mais, tem mais facilidades e agrados). Mas é dinheiro direto na conta dos clubes. Por exemplo, o Palmeiras embolsou R$ 58 milhões em 2023 com seu programa, quase o mesmo valor que arrecada com o clube social (R$ 57 milhões).

É importante ressaltar que esse dinheiro não existia nas receitas do times anos atrás, quando os ingressos eram comprados na boca do guichê dos estádios no dia da partida, formando aquelas filas quilômetricas. Quem na faixa dos seus 30 anos nunca enfrentou uma dessas? A venda online mudou esse cenário para melhor. Sem falar que o torcedor precisava chegar muito cedo aos locais dos jogos para ter seu ingresso ou passar no estádio dias antes da partida. Lembro de encarar algumas dessas filas com meu pai e meu avô.

Um outro exemplo da diferença de posição nas duas listas é o Internacional. O time gaúcho ocupa a 10ª posição das maiores torcidas do futebol brasileiro, mas está em segundo lugar na relação dos clubes com mais sócios-torcedores, com 120 mil inscritos. Todos mensalistas. A meta do clube é chegar aos 150 mil até o meio do ano, com previsão de arrecadar R$ 10 milhões por mês. Nesse quesito, o grande Flamengo tem espaço para melhorar. O time de maior torcida do Brasil ocupa apenas a 5ª colocação entre os sócios-torcedores do seu programa, com 103 mil assinantes.

“Desde que assumimos a gestão, deixamos claro a importância do sócio-torcedor para o Internacional, desde aqueles que pagam a menor mensalidade, de R$ 10, até quem tem as cadeiras locadas. Essas receitas são fundamentais para as nossas finanças, além de proporcionar investimentos em nosso elenco, que é o que o torcedor almeja. É importantíssimo manter essa sinergia entre as diferentes frentes: equipe, torcida, sócios e direção como um todo, pois desta maneira o sucesso em algum momento vai acontecer”, afirmou para a coluna o presidente do clube, Alessandro Barcellos.

É cada vez mais raro sobrar ingresso para os torcedores comuns, que não pertencem aos programas dos clubes. Exceto para os clássicos paulistas, todos os jogos no Estado de São Paulo têm espaço para torcidas rivais, na faixa dos 10% da capacidade da arena do mandante.

Na engenharia da arrecadação dos clubes, o sócio-torcedor ajuda de forma dupla nas receitas. Sim, porque ele paga a mensalidade e depois também paga pelo valor do ingresso. Há alguns planos mais caros com gratuidades de entradas. Outros com descontos ótimos. Mas há também contratempos nessa relação que podem fazer o torcedor desistir momentaneamente do seu plano, como acontece atualmente com o Palmeiras, que joga na Arena Barueri porque o Allianz Parque está com o gramado detonado. A média de público em Barueri é de 11 mil.

De qualquer forma, o torcedor brasileiro se orgulha quando sabe que o seu time está no top 10 dessas duas listas. Ele sabe que seu suado dinheiro é importante para que o time do seu coração contrate melhor e tenha equipes competitivas. Ele tem no futebol semanal um de seus maiores prazeres e não abre mão dele. Pesquisas recentes apontam que 9 de cada 10 brasileiros torcem por algum time no País, e que 68% dos brasileiros que estão conectados na internet, acima dos 18 anos, acompanham futebol.

Veja a lista das maiores torcidas do Brasil

1 - Flamengo

2 - Corinthians

3 - São Paulo

4 - Palmeiras

5 - Vasco

6 - Cruzeiro

7 - Grêmio

8 - Atlético-MG

9 - Bahia

10 - Internacional


Veja a lista dos programas de sócios-torcedores (agosto de 2023)

1 – Palmeiras – 185.338 mensalistas

2 – Internacional – 120.842

3 – Corinthians – 116 mil (dados de julho/2023)4 – Grêmio – 113.938

5 – Flamengo – 103 mil

6 – Atlético-MG – 85.481

7 – Fluminense – 66.651

8 – Botafogo – 61.555

9 – São Paulo – 60.377

10º – Vasco – 56 mil (dados de junho/2023)

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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