Santos e WTorre acertaram parceria para a construção de um novo estádio na Vila Belmiro. O projeto estava em fase final de aprovação, já passou por todas as instâncias no clube e agora corre entre as partes para definir detalhes de tudo o que será feito. A construtora faz questão de colocar tudo no papel para que não haja discórdia ou ponta solta desde a utilização das cadeiras cativas até a construção dos camarotes. A papelada deve ser assinada em breve e anunciada ainda no primeiro semestre deste ano.
A nova arena do Santos será erguida onde é a Vila Belmiro. Alguns detalhes do lendário estádio praiano onde Pelé jogou deverão ser preservados, mas o projeto é derrubar o Urbano Caldeira a exemplo do que a WTorre fez com o Palestra Itália, do Palmeiras, para a construção do Allianz Parque. A arena, que seguirá o trâmite dos estádios modernos do Brasil, não tem prazo para ficar pronta.
Nesse período, o Santos terá de jogar em outro lugar. O começo da obra não será nesta temporada. Quando tiver de atuar fora da Vila, as opções do Santos são o Pacaembu e a Arena Barueri. Esses detalhes esportivos ainda não foram definidos. Mas eles não são de responsabilidade da construtora. A previsão de inauguração do Pacaembu é janeiro do ano que vem. O consórcio que cuida da obra já informou que tem acordo adiantado com um clube grande de São Paulo, mas não revelou ser o Santos.
O novo estádio da Vila Belmiro terá capacidade para 30 mil pessoas. Não se sabe se o nome será preservado. Portanto, ele será menor do que as tradicionais arenas brasileiras, que têm capacidade entre 42 mil e 45 mil pessoas. A Vila recebe atualmente até 15 mil pessoas, mesmo assim em condições não ideais, todos bem apertadinhos e sem segurança. O novo estádio teria o dobro dessa capacidade.
Qual será o valor do novo estádio do Santos
O investimento será da WTorre. O projeto estima custo de até R$ 400 milhões. Há um caminho de garantias financeiras para o começo da obra, um estudo para saber como seria a arrecadação da arena depois de erguida, com camarotes, por exemplo.
Existe a possibilidade de se gastar menos do que o valor proposto, mas isso vai depender do andamento das obras e de sua velocidade. É possível que se tire dos gastos R$$ 20 milhões. O acordo com o Santos sobre o uso do estádio deve ser nos moldes do que foi feito com o Allianz Parque. No caso do Palmeiras, o contrato foi de 30 anos, até 2044, com divisão dos lucros de todos os eventos - o futebol é do clube. Depois desse prazo, o estádio é 100% do Santos.
Nas avaliações e estudos da WTorre sobre o Santos, nada da fase atual do clube, esportiva e financeira, foi levado em consideração. O olhar da construtora está na tradição do time e tamanho de sua torcida, da base que pode sustentar a arena pelas próximas décadas.
Desse ponto de vista, a conclusão é boa: o Santos é um clube tradicional, que nunca foi rebaixado, que teve Pelé, mas também outros craques como Neymar (PSG) e Rodrygo (Real Madrid). Que tem uma torcida mista entre seguidores mais novos por causa desses garotos da Vila e também mais experientes, de moradores da cidade que acompanham o time há anos e com bom poder aquisitivo. E ainda de torcedores tanto da Baixada quanto da capital.
Em relação ao uso da arena para shows, como quer a WTorre, o olhar se restringe mais para espetáculos nacionais, diferentemente do que ocorre com o Allianz Parque, por exemplo. Os eventos serão focados para a região praiana, mas também para o Grande ABC por causa de sua proximidade, e tentando explorar os períodos de férias e o próprio verão.
O Santos gostaria de ter anunciado oficialmente o acordo no seu aniversário, dia 14 de abril, quando completou 111 anos. Mas não conseguiu. Toda a transação do acordo está sendo feita pelo presidente Andrés Rueda com seus pares da diretoria. Será seu grande último ato. O time está na zona de rebaixamento do Brasileirão, com chances reais de cair nesta temporada.