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Opinião|Palmeiras tem a 2ª maior receita dos últimos seis anos, mas depende de venda de jogador e TV


Dívida com Crefisa é a menor dos últimos tempos, há R$ 91 milhões gastos com pagamento de comissão e 200 atletas com contrato, sendo 94 deles com 100% dos direitos pertencentes ao clube; despesas batem recorde

Por Robson Morelli
Atualização:

O balanço financeiro do Palmeiras de 2023 foi publicado no Estadão nesta terça-feira, dia 12, com algumas novidades pouco divulgadas pelo clube. O departamento de futebol, amador e profissional, tem registrado 200 jogadores, entre as categorias sub-14, sub-15, sub-16, sub-17 e sub-20, passando pelo elenco de Abel Ferreira até chegar nos atletas emprestados, mas que mantém vínculo com o clube.

Desse total, o Palmeiras tem 100% dos direitos econômicos de 94 deles. Ou seja, em caso de negociação, o clube ficaria com todo o valor ofertado. Na temporada passada, o valor arrecadado com negociações de jogadores foi de R$ 187 milhões, 18% a mais em relação ao ano anterior. Isso representa 21% da receita anual do ano de R$ 908 milhões. É a segunda maior receita nas últimas seis temporadas, desde 2018.

Somente em 2021, o clube fez mais dinheiro: R$ 991 milhões, mas isso porque teve um aumento de R$ 162 milhões nas contas operacionais porque, devido à pandemia da covid-19, a Libertadores e o Brasileirão de 2020 terminaram em janeiro e fevereiro do ano seguinte. Isso explica também a receita de apenas R$ 558 milhões de 2020. Saiu de uma temporada para entrar em outra. Legalmente, isso é possível.

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Vista aérea do Allianz Parque, estádio do Palmeiras, na Pompeia. FOTO JF Diorio / Estadão Foto: JF Diorio / Estadão

O Palmeiras, portanto, tem conseguido aumentar suas receitas a cada ano, mantendo seu jogadores, renegociando seus contratos, vendendo jogadores e melhorando suas arrecadações de direitos de transmissão e bilheteria. Há alguns caminhos para conseguir isso. Um deles, como mencionado, é a venda de atletas. Outro é o direito de transmissão das partidas, que arrecadou em 2023 a quantia de R$ 203 milhões, um aumento de 9% em relação ao ano anterior. Isso representa 22% das receitas do clube na temporada, de acordo com o balanço.

A receita de R$ 97 milhões com a arrecadação dos jogos deve sofrer queda em 2024 porque algumas partidas deste ano no Paulistão estão sendo disputadas na Arena Barueri, onde a média de público é de 12 mil pessoas, muito aquém dos 40 mil liberados do Allianz Parque. A arrecadação dos jogos representou 11% das receitas do Palmeiras em 2023.

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Gastos recordes

Ocorre que o aumento do dinheiro que entra está diretamente ligado ao que sai. As despesas do ano passado bateram na casa dos R$ 847 milhões, a maior também dos últimos seis anos. Isso deixou o clube com “apenas” R$ 8,5 milhões de saldo entre ganhos e gastos.

O Palmeiras ainda melhorou no Balanço-2023 o valor arrecadado com o licenciamento da marca, de R$ 22 milhões (em 2022) para R$ 37 milhões (2023). Mas isso ainda representa pouco na somatória das receitas: 4%. O clube piorou, no entanto, no quesito “publicidade e patrocínio”, com queda de 11%, de R$ 142 milhões para R$ 127 milhões.

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O Palmeiras fez constar no seu balanço o imbróglio que vive com a WTorre sobre o repasse dos ganhos da empresa com o Allianz Parque. O clube alega ter direito a receber R$ 160 milhões. A empresa não concorda com esse valor. O caso está na Justiça. Sobre o estádio, no item “imóveis”, há um saldo de R$ 581 milhões referente ao valor de sua construção, cuja vida útil avaliada é de 60 anos. Há um saldo a receber do clube, não especificado, de R$ 83 milhões - referentes aos dois últimos anos. Em outra parte do documento, há um valor referente ao Allianz Parque de R$ 405 milhões. Esse é o valor real da arena (valor material) caso o Palmeiras queira comprá-lo e ele estivesse à venda.

O Palmeiras tem registrado como “contas a pagar” o valor de R$ 91 milhões a título de “comissão” com entidades nacionais. Não está claro, mas deve ser comissão para agentes de jogadores. Deve R$ 24 milhões para a Crefisa e tem uma “contingência classificada como perdas possíveis” no valor de R$ 380 milhões. São passivos de naturezas tributárias, cíveis e trabalhistas. Isso não quer dizer que o clube vai perder esse montante. São provisões.

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Para melhorar seus números financeiros, o Palmeiras aposta num aumento nos valores de transmissão de jogos com a nova venda para a Globo, sua participação em fases decisivas dos campeonatos (ele está nas quartas de final do Paulistão) e na possível venda de jogadores. O time se deu mal na Supercopa diante do São Paulo e terá de recuperar a premiação perdida. Se ganhar a Libertadores, terá mais uma vez o direito de disputar o Mundial de Clubes da Fifa. Para a edição de 2025, ele já está classificado. O clube, como mencinado, perde dinheiro de bilheteria jogando em Barueri.

O balanço financeiro do Palmeiras de 2023 foi publicado no Estadão nesta terça-feira, dia 12, com algumas novidades pouco divulgadas pelo clube. O departamento de futebol, amador e profissional, tem registrado 200 jogadores, entre as categorias sub-14, sub-15, sub-16, sub-17 e sub-20, passando pelo elenco de Abel Ferreira até chegar nos atletas emprestados, mas que mantém vínculo com o clube.

Desse total, o Palmeiras tem 100% dos direitos econômicos de 94 deles. Ou seja, em caso de negociação, o clube ficaria com todo o valor ofertado. Na temporada passada, o valor arrecadado com negociações de jogadores foi de R$ 187 milhões, 18% a mais em relação ao ano anterior. Isso representa 21% da receita anual do ano de R$ 908 milhões. É a segunda maior receita nas últimas seis temporadas, desde 2018.

Somente em 2021, o clube fez mais dinheiro: R$ 991 milhões, mas isso porque teve um aumento de R$ 162 milhões nas contas operacionais porque, devido à pandemia da covid-19, a Libertadores e o Brasileirão de 2020 terminaram em janeiro e fevereiro do ano seguinte. Isso explica também a receita de apenas R$ 558 milhões de 2020. Saiu de uma temporada para entrar em outra. Legalmente, isso é possível.

Vista aérea do Allianz Parque, estádio do Palmeiras, na Pompeia. FOTO JF Diorio / Estadão Foto: JF Diorio / Estadão

O Palmeiras, portanto, tem conseguido aumentar suas receitas a cada ano, mantendo seu jogadores, renegociando seus contratos, vendendo jogadores e melhorando suas arrecadações de direitos de transmissão e bilheteria. Há alguns caminhos para conseguir isso. Um deles, como mencionado, é a venda de atletas. Outro é o direito de transmissão das partidas, que arrecadou em 2023 a quantia de R$ 203 milhões, um aumento de 9% em relação ao ano anterior. Isso representa 22% das receitas do clube na temporada, de acordo com o balanço.

A receita de R$ 97 milhões com a arrecadação dos jogos deve sofrer queda em 2024 porque algumas partidas deste ano no Paulistão estão sendo disputadas na Arena Barueri, onde a média de público é de 12 mil pessoas, muito aquém dos 40 mil liberados do Allianz Parque. A arrecadação dos jogos representou 11% das receitas do Palmeiras em 2023.

Gastos recordes

Ocorre que o aumento do dinheiro que entra está diretamente ligado ao que sai. As despesas do ano passado bateram na casa dos R$ 847 milhões, a maior também dos últimos seis anos. Isso deixou o clube com “apenas” R$ 8,5 milhões de saldo entre ganhos e gastos.

O Palmeiras ainda melhorou no Balanço-2023 o valor arrecadado com o licenciamento da marca, de R$ 22 milhões (em 2022) para R$ 37 milhões (2023). Mas isso ainda representa pouco na somatória das receitas: 4%. O clube piorou, no entanto, no quesito “publicidade e patrocínio”, com queda de 11%, de R$ 142 milhões para R$ 127 milhões.

O Palmeiras fez constar no seu balanço o imbróglio que vive com a WTorre sobre o repasse dos ganhos da empresa com o Allianz Parque. O clube alega ter direito a receber R$ 160 milhões. A empresa não concorda com esse valor. O caso está na Justiça. Sobre o estádio, no item “imóveis”, há um saldo de R$ 581 milhões referente ao valor de sua construção, cuja vida útil avaliada é de 60 anos. Há um saldo a receber do clube, não especificado, de R$ 83 milhões - referentes aos dois últimos anos. Em outra parte do documento, há um valor referente ao Allianz Parque de R$ 405 milhões. Esse é o valor real da arena (valor material) caso o Palmeiras queira comprá-lo e ele estivesse à venda.

O Palmeiras tem registrado como “contas a pagar” o valor de R$ 91 milhões a título de “comissão” com entidades nacionais. Não está claro, mas deve ser comissão para agentes de jogadores. Deve R$ 24 milhões para a Crefisa e tem uma “contingência classificada como perdas possíveis” no valor de R$ 380 milhões. São passivos de naturezas tributárias, cíveis e trabalhistas. Isso não quer dizer que o clube vai perder esse montante. São provisões.

Para melhorar seus números financeiros, o Palmeiras aposta num aumento nos valores de transmissão de jogos com a nova venda para a Globo, sua participação em fases decisivas dos campeonatos (ele está nas quartas de final do Paulistão) e na possível venda de jogadores. O time se deu mal na Supercopa diante do São Paulo e terá de recuperar a premiação perdida. Se ganhar a Libertadores, terá mais uma vez o direito de disputar o Mundial de Clubes da Fifa. Para a edição de 2025, ele já está classificado. O clube, como mencinado, perde dinheiro de bilheteria jogando em Barueri.

O balanço financeiro do Palmeiras de 2023 foi publicado no Estadão nesta terça-feira, dia 12, com algumas novidades pouco divulgadas pelo clube. O departamento de futebol, amador e profissional, tem registrado 200 jogadores, entre as categorias sub-14, sub-15, sub-16, sub-17 e sub-20, passando pelo elenco de Abel Ferreira até chegar nos atletas emprestados, mas que mantém vínculo com o clube.

Desse total, o Palmeiras tem 100% dos direitos econômicos de 94 deles. Ou seja, em caso de negociação, o clube ficaria com todo o valor ofertado. Na temporada passada, o valor arrecadado com negociações de jogadores foi de R$ 187 milhões, 18% a mais em relação ao ano anterior. Isso representa 21% da receita anual do ano de R$ 908 milhões. É a segunda maior receita nas últimas seis temporadas, desde 2018.

Somente em 2021, o clube fez mais dinheiro: R$ 991 milhões, mas isso porque teve um aumento de R$ 162 milhões nas contas operacionais porque, devido à pandemia da covid-19, a Libertadores e o Brasileirão de 2020 terminaram em janeiro e fevereiro do ano seguinte. Isso explica também a receita de apenas R$ 558 milhões de 2020. Saiu de uma temporada para entrar em outra. Legalmente, isso é possível.

Vista aérea do Allianz Parque, estádio do Palmeiras, na Pompeia. FOTO JF Diorio / Estadão Foto: JF Diorio / Estadão

O Palmeiras, portanto, tem conseguido aumentar suas receitas a cada ano, mantendo seu jogadores, renegociando seus contratos, vendendo jogadores e melhorando suas arrecadações de direitos de transmissão e bilheteria. Há alguns caminhos para conseguir isso. Um deles, como mencionado, é a venda de atletas. Outro é o direito de transmissão das partidas, que arrecadou em 2023 a quantia de R$ 203 milhões, um aumento de 9% em relação ao ano anterior. Isso representa 22% das receitas do clube na temporada, de acordo com o balanço.

A receita de R$ 97 milhões com a arrecadação dos jogos deve sofrer queda em 2024 porque algumas partidas deste ano no Paulistão estão sendo disputadas na Arena Barueri, onde a média de público é de 12 mil pessoas, muito aquém dos 40 mil liberados do Allianz Parque. A arrecadação dos jogos representou 11% das receitas do Palmeiras em 2023.

Gastos recordes

Ocorre que o aumento do dinheiro que entra está diretamente ligado ao que sai. As despesas do ano passado bateram na casa dos R$ 847 milhões, a maior também dos últimos seis anos. Isso deixou o clube com “apenas” R$ 8,5 milhões de saldo entre ganhos e gastos.

O Palmeiras ainda melhorou no Balanço-2023 o valor arrecadado com o licenciamento da marca, de R$ 22 milhões (em 2022) para R$ 37 milhões (2023). Mas isso ainda representa pouco na somatória das receitas: 4%. O clube piorou, no entanto, no quesito “publicidade e patrocínio”, com queda de 11%, de R$ 142 milhões para R$ 127 milhões.

O Palmeiras fez constar no seu balanço o imbróglio que vive com a WTorre sobre o repasse dos ganhos da empresa com o Allianz Parque. O clube alega ter direito a receber R$ 160 milhões. A empresa não concorda com esse valor. O caso está na Justiça. Sobre o estádio, no item “imóveis”, há um saldo de R$ 581 milhões referente ao valor de sua construção, cuja vida útil avaliada é de 60 anos. Há um saldo a receber do clube, não especificado, de R$ 83 milhões - referentes aos dois últimos anos. Em outra parte do documento, há um valor referente ao Allianz Parque de R$ 405 milhões. Esse é o valor real da arena (valor material) caso o Palmeiras queira comprá-lo e ele estivesse à venda.

O Palmeiras tem registrado como “contas a pagar” o valor de R$ 91 milhões a título de “comissão” com entidades nacionais. Não está claro, mas deve ser comissão para agentes de jogadores. Deve R$ 24 milhões para a Crefisa e tem uma “contingência classificada como perdas possíveis” no valor de R$ 380 milhões. São passivos de naturezas tributárias, cíveis e trabalhistas. Isso não quer dizer que o clube vai perder esse montante. São provisões.

Para melhorar seus números financeiros, o Palmeiras aposta num aumento nos valores de transmissão de jogos com a nova venda para a Globo, sua participação em fases decisivas dos campeonatos (ele está nas quartas de final do Paulistão) e na possível venda de jogadores. O time se deu mal na Supercopa diante do São Paulo e terá de recuperar a premiação perdida. Se ganhar a Libertadores, terá mais uma vez o direito de disputar o Mundial de Clubes da Fifa. Para a edição de 2025, ele já está classificado. O clube, como mencinado, perde dinheiro de bilheteria jogando em Barueri.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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