Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Por que o Palmeiras não compra o Allianz Parque e vira o capitão de sua arena? Saiba quanto vale


Clube tem contrato para usar a arena da WTorre até 2044, mas tem condições de fazer uma oferta para a construtora; o assunto já chegou aos ouvidos da presidente Leila Pereira

Por Robson Morelli
Atualização:

Por que o Palmeiras não compra o Allianz Parque? A dúvida me ocorreu nesta semana após me debruçar no balanço do clube da temporada de 2022. O estádio valia R$ 444 milhões em 2021, segundo estimativa do clube. O custo apurado da arena, de 2010, quando as obras começaram, até 2014, quando foi inaugurado, foi de R$ 582 milhões, também de acordo com o Palmeiras. Nada do Palestra Itália, o antigo estádio, foi deixado de pé. O campo também era chamado de Jardim Suspenso por ficar mais alto do que o nível do chão. Havia toda uma estrutura embaixo do gramado, inclusive os vestiários.

A obra atual é totalmente diferente. É um orgulho também para o torcedor. O Palmeiras tem contrato com a construtora WTorre para o seu uso por 30 anos, até 2044.

O valor da arena é levantado anualmente por especialistas contratados pelo Palmeiras ou pela construtora. Critérios técnicos e vistorias em todas as suas dependências levam a um valor atual de mercado. Sabe-se, por exemplo, que a arena alviverde tem vida útil de 60 anos. Sua imagem atual é de uma ‘criança’ de oito anos, portanto, com mais 52 anos de utilização caso não tenha nenhuma fatalidade estrutural. Está na Balanço de 2022 do Palmeiras.

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Os jogos do Palmeiras levam, em média, 35 mil torcedores ao estádio. Aos R$ 444 milhões do valor de 2021, segundo demonstrativo financeiro deste ano, houve uma “baixa por reconhecimento da receita” de R$ 19 milhões, chegando ao preço atual de R$ 425 milhões. É isso que vale o Allianz Parque caso a presidente Leila Pereira queira comprá-lo. Aos menos, é o que vale aos olhos do clube.

Torcedores do Palmeiras tomam as ruas nas imediações do Allianz Parque em dias de jogo do time Foto: Sebastião Moreira / EFE

O assunto não está na pauta do Palmeiras nesse momento, mas também não é descartado. Leila sabe que todo bom gestor precisa deixar um legado para a eternidade. Essa história já chegou aos seus ouvidos. Comprar o estádio ao fim de sua administração tem o tamanho de sua ambição à frente do clube. Ela já disse que quer ficar por seis anos na presidência, os três a que tem direito nesta gestão e mais três que poderá conseguir nas próximas eleições.

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Todo mundo sabe que Leila prega austeridade. No ano passado, não sobrou muito entre receitas e gastos, apenas R$ 18 milhões de um total de R$ 856 milhões que o clube fez na temporada. Mas é inegável que há um caminho para levantar esses R$ 425 milhões nos próximos anos. O assunto já foi comentado por conselheiros.

Vale lembrar um ponto em comum entre o Palestra Itália e o Allianz Parque. O antigo estádio foi erguido com o dinheiro da venda de Chinesinho para o futebol da Itália. Agora, uma condição parecida já aconteceu: a negociação de Endrick para o Real Madrid por R$ 408 milhões. O Palmeiras tem 70% dos direitos econômicos do garoto. É o tamanho do dinheiro que o Palmeiras precisaria, segundo seu balanço, colocar na mesa da WTorre. Mas essa é uma questão que não me meto. Leila e seus pares são responsáveis pela parte financeira do clube. E a WTotte gere seu estádio. Somente eles têm uma visão completa do negócio. Mas que a ideia é tentadora, isso é.

Se acontecer, quando acontecer, Leila entrará para a história não somente por ser a primeira mulher a comandar o Palmeiras, mas por dar à sua torcida 100% do seu estádio, claro, sem tirar os méritos de outros presidentes, como Luiz Gonzaga Belluzzo e Paulo Nobre, que começaram e seguiram essa tratativa para a construção do Allianz.

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Mas o que o Palmeiras ganharia antecipando esse valor de um acordo que vai até 2044? Sua autonomia e mais receitas, hoje repartidas com a WTorre. Todas as decisões, quando muito, são discutidas entre as partes, ora com ganho, ora com perda. O futebol estaria ainda mais no centro das atenções. Todas as reformas dentro do estádio seriam tocadas sem a bênção da construtora, inclusive algumas envolvendo as torcidas organizadas. O setor da Mancha na entrada norte, por exemplo, está ficando pequeno.

Shows e eventos estariam nas mãos do clube, com ganho de 100% de suas bilheterias. Nesse tempo de gestão conjunta, a turma do futebol aprendeu a gerir uma arena multiúso, de modo a não sentir ou ter tantas dificuldades nesse sentido, assim como a manutenção de suas partes. O Palmeiras seria o capitão de sua arena.

Por que o Palmeiras não compra o Allianz Parque? A dúvida me ocorreu nesta semana após me debruçar no balanço do clube da temporada de 2022. O estádio valia R$ 444 milhões em 2021, segundo estimativa do clube. O custo apurado da arena, de 2010, quando as obras começaram, até 2014, quando foi inaugurado, foi de R$ 582 milhões, também de acordo com o Palmeiras. Nada do Palestra Itália, o antigo estádio, foi deixado de pé. O campo também era chamado de Jardim Suspenso por ficar mais alto do que o nível do chão. Havia toda uma estrutura embaixo do gramado, inclusive os vestiários.

A obra atual é totalmente diferente. É um orgulho também para o torcedor. O Palmeiras tem contrato com a construtora WTorre para o seu uso por 30 anos, até 2044.

O valor da arena é levantado anualmente por especialistas contratados pelo Palmeiras ou pela construtora. Critérios técnicos e vistorias em todas as suas dependências levam a um valor atual de mercado. Sabe-se, por exemplo, que a arena alviverde tem vida útil de 60 anos. Sua imagem atual é de uma ‘criança’ de oito anos, portanto, com mais 52 anos de utilização caso não tenha nenhuma fatalidade estrutural. Está na Balanço de 2022 do Palmeiras.

Os jogos do Palmeiras levam, em média, 35 mil torcedores ao estádio. Aos R$ 444 milhões do valor de 2021, segundo demonstrativo financeiro deste ano, houve uma “baixa por reconhecimento da receita” de R$ 19 milhões, chegando ao preço atual de R$ 425 milhões. É isso que vale o Allianz Parque caso a presidente Leila Pereira queira comprá-lo. Aos menos, é o que vale aos olhos do clube.

Torcedores do Palmeiras tomam as ruas nas imediações do Allianz Parque em dias de jogo do time Foto: Sebastião Moreira / EFE

O assunto não está na pauta do Palmeiras nesse momento, mas também não é descartado. Leila sabe que todo bom gestor precisa deixar um legado para a eternidade. Essa história já chegou aos seus ouvidos. Comprar o estádio ao fim de sua administração tem o tamanho de sua ambição à frente do clube. Ela já disse que quer ficar por seis anos na presidência, os três a que tem direito nesta gestão e mais três que poderá conseguir nas próximas eleições.

Todo mundo sabe que Leila prega austeridade. No ano passado, não sobrou muito entre receitas e gastos, apenas R$ 18 milhões de um total de R$ 856 milhões que o clube fez na temporada. Mas é inegável que há um caminho para levantar esses R$ 425 milhões nos próximos anos. O assunto já foi comentado por conselheiros.

Vale lembrar um ponto em comum entre o Palestra Itália e o Allianz Parque. O antigo estádio foi erguido com o dinheiro da venda de Chinesinho para o futebol da Itália. Agora, uma condição parecida já aconteceu: a negociação de Endrick para o Real Madrid por R$ 408 milhões. O Palmeiras tem 70% dos direitos econômicos do garoto. É o tamanho do dinheiro que o Palmeiras precisaria, segundo seu balanço, colocar na mesa da WTorre. Mas essa é uma questão que não me meto. Leila e seus pares são responsáveis pela parte financeira do clube. E a WTotte gere seu estádio. Somente eles têm uma visão completa do negócio. Mas que a ideia é tentadora, isso é.

Se acontecer, quando acontecer, Leila entrará para a história não somente por ser a primeira mulher a comandar o Palmeiras, mas por dar à sua torcida 100% do seu estádio, claro, sem tirar os méritos de outros presidentes, como Luiz Gonzaga Belluzzo e Paulo Nobre, que começaram e seguiram essa tratativa para a construção do Allianz.

Mas o que o Palmeiras ganharia antecipando esse valor de um acordo que vai até 2044? Sua autonomia e mais receitas, hoje repartidas com a WTorre. Todas as decisões, quando muito, são discutidas entre as partes, ora com ganho, ora com perda. O futebol estaria ainda mais no centro das atenções. Todas as reformas dentro do estádio seriam tocadas sem a bênção da construtora, inclusive algumas envolvendo as torcidas organizadas. O setor da Mancha na entrada norte, por exemplo, está ficando pequeno.

Shows e eventos estariam nas mãos do clube, com ganho de 100% de suas bilheterias. Nesse tempo de gestão conjunta, a turma do futebol aprendeu a gerir uma arena multiúso, de modo a não sentir ou ter tantas dificuldades nesse sentido, assim como a manutenção de suas partes. O Palmeiras seria o capitão de sua arena.

Por que o Palmeiras não compra o Allianz Parque? A dúvida me ocorreu nesta semana após me debruçar no balanço do clube da temporada de 2022. O estádio valia R$ 444 milhões em 2021, segundo estimativa do clube. O custo apurado da arena, de 2010, quando as obras começaram, até 2014, quando foi inaugurado, foi de R$ 582 milhões, também de acordo com o Palmeiras. Nada do Palestra Itália, o antigo estádio, foi deixado de pé. O campo também era chamado de Jardim Suspenso por ficar mais alto do que o nível do chão. Havia toda uma estrutura embaixo do gramado, inclusive os vestiários.

A obra atual é totalmente diferente. É um orgulho também para o torcedor. O Palmeiras tem contrato com a construtora WTorre para o seu uso por 30 anos, até 2044.

O valor da arena é levantado anualmente por especialistas contratados pelo Palmeiras ou pela construtora. Critérios técnicos e vistorias em todas as suas dependências levam a um valor atual de mercado. Sabe-se, por exemplo, que a arena alviverde tem vida útil de 60 anos. Sua imagem atual é de uma ‘criança’ de oito anos, portanto, com mais 52 anos de utilização caso não tenha nenhuma fatalidade estrutural. Está na Balanço de 2022 do Palmeiras.

Os jogos do Palmeiras levam, em média, 35 mil torcedores ao estádio. Aos R$ 444 milhões do valor de 2021, segundo demonstrativo financeiro deste ano, houve uma “baixa por reconhecimento da receita” de R$ 19 milhões, chegando ao preço atual de R$ 425 milhões. É isso que vale o Allianz Parque caso a presidente Leila Pereira queira comprá-lo. Aos menos, é o que vale aos olhos do clube.

Torcedores do Palmeiras tomam as ruas nas imediações do Allianz Parque em dias de jogo do time Foto: Sebastião Moreira / EFE

O assunto não está na pauta do Palmeiras nesse momento, mas também não é descartado. Leila sabe que todo bom gestor precisa deixar um legado para a eternidade. Essa história já chegou aos seus ouvidos. Comprar o estádio ao fim de sua administração tem o tamanho de sua ambição à frente do clube. Ela já disse que quer ficar por seis anos na presidência, os três a que tem direito nesta gestão e mais três que poderá conseguir nas próximas eleições.

Todo mundo sabe que Leila prega austeridade. No ano passado, não sobrou muito entre receitas e gastos, apenas R$ 18 milhões de um total de R$ 856 milhões que o clube fez na temporada. Mas é inegável que há um caminho para levantar esses R$ 425 milhões nos próximos anos. O assunto já foi comentado por conselheiros.

Vale lembrar um ponto em comum entre o Palestra Itália e o Allianz Parque. O antigo estádio foi erguido com o dinheiro da venda de Chinesinho para o futebol da Itália. Agora, uma condição parecida já aconteceu: a negociação de Endrick para o Real Madrid por R$ 408 milhões. O Palmeiras tem 70% dos direitos econômicos do garoto. É o tamanho do dinheiro que o Palmeiras precisaria, segundo seu balanço, colocar na mesa da WTorre. Mas essa é uma questão que não me meto. Leila e seus pares são responsáveis pela parte financeira do clube. E a WTotte gere seu estádio. Somente eles têm uma visão completa do negócio. Mas que a ideia é tentadora, isso é.

Se acontecer, quando acontecer, Leila entrará para a história não somente por ser a primeira mulher a comandar o Palmeiras, mas por dar à sua torcida 100% do seu estádio, claro, sem tirar os méritos de outros presidentes, como Luiz Gonzaga Belluzzo e Paulo Nobre, que começaram e seguiram essa tratativa para a construção do Allianz.

Mas o que o Palmeiras ganharia antecipando esse valor de um acordo que vai até 2044? Sua autonomia e mais receitas, hoje repartidas com a WTorre. Todas as decisões, quando muito, são discutidas entre as partes, ora com ganho, ora com perda. O futebol estaria ainda mais no centro das atenções. Todas as reformas dentro do estádio seriam tocadas sem a bênção da construtora, inclusive algumas envolvendo as torcidas organizadas. O setor da Mancha na entrada norte, por exemplo, está ficando pequeno.

Shows e eventos estariam nas mãos do clube, com ganho de 100% de suas bilheterias. Nesse tempo de gestão conjunta, a turma do futebol aprendeu a gerir uma arena multiúso, de modo a não sentir ou ter tantas dificuldades nesse sentido, assim como a manutenção de suas partes. O Palmeiras seria o capitão de sua arena.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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