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Opinião|PSG mira Abel: torcedor do Palmeiras se arrepia, mas técnico não tem motivos para sair; Entenda


Há uma série de amarras, intenções, desafios e compromissos que seguram o treinador português no Brasil, inclusive sua felicidade de trabalhar no clube paulista

Por Robson Morelli
Atualização:

Cada vez que uma informação vinda da Europa sobre a contratação do técnico Abel Ferreira chega ao Brasil, a comunidade palmeirense se arrepia. Tem sido comum o nome do treinador ser ventilado por equipes do lado de lá do Atlântico, de onde ele veio antes de desembarcar nestas terras em novembro de 2020. De lá para cá, Abel mudou muito. Ele chegou sem legado algum e agora é apontado como o melhor treinador do futebol brasileiro, ou um dos melhores.

Enquanto seu nome estava sendo associado a times de menor expressão da Europa, o torcedor do Palmeiras estava tranquilo. Ele ama o Palmeiras. Mas nesta quarta-feira, um gigante olhou para Abel Ferreira: o PSG. Segundo o conceituado jornal L’Equipe, o clube de Paris, cujo principal jogador é Mbappé, uma vez que Messi está de malas prontas para sair e Neymar tem o mesmo caminho, em possível tratativa com o Manchester United, tem o treinador português na mira.

Abel Ferreira festeja conquista do Palmeiras no Paulistão 2022 diante do rival São Paulo Foto: Felipe Rau / Estadão
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Ele não é o único, mas é um dos quatro nomes sondados. Há um outro português, o de José Mourinho, que está na Roma e faz bom trabalho na Itália. Marcelo Galhardo e Thiago Motta seriam os outros dois apontados pela reportagem. Pronto, pronto, somente Abel e Mourinho. O PSG não deve fazer mais apostas para o cargo. Então, isso daria 50% de chance de Abel ser seduzido com um caminhão de dinheiro, sua volta para a Europa e uma Liga dos Campeões para disputar a partir de agosto deste ano. Isso preocupa o palmeirense.

O que tem o Palmeiras para segurar Abel?

Até agora, Abel Ferreira não deu nenhuma indicação de que esteja aberto para novos relacionamentos. Nem mesmo com a seleção brasileira. A CBF também tem Abel em grande conta para assumir o lugar de Tite. Ele sempre se mostrou firme e com sua janela fechada. Isso é bom. O Palmeiras confia nele. Ele é feliz no Allianz Parque.

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Também tem contrato assinado até dezembro de 2024. No caso de Abel, o documento é uma garantia ao clube brasileiro. Ele sempre disse que é profissional de cumprir contratos. Dá para confiar? Penso que sim. Mas no Paok, da Grécia, onde o Palmeiras foi buscá-lo, ele tinha acordo até 2022. E preferiu romper o vínculo. A condição era diferente, é preciso deixar isso bem claro.

No futebol grego, ele enfrentava dificuldades, era cobrado pela torcida e pela mídia e também não tinha o elenco em suas mãos. Ele afastou, por exemplo, quatro brasileiros que atuavam na equipe. Não era nem de longe o treinador amado que é no Palmeiras.

Contrato de R$ 30 milhões

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Há um contrato na gaveta da presidente Leila Pereira pronto para ele assinar até dezembro de 2027, que seria o mesmo período de um segundo mandato da dirigente à frente do clube. Abel ajudaria Leila a se reeleger e Leila teria em Abel o técnico perfeito para seguir o caminho das vitórias e conquistas. Mas isso não depende apenas da vontade de Leila. A renovação daria a Abel um salário de R$ 30 milhões por temporada. Quando deixou o Paok, ele ganhava perto de R$ 7 milhões. O Palmeiras faria isso administrando suas contas.

Sua permanência também está diretamente ligada à vinda da família para São Paulo. Feliz no Brasil, com as filhas na escola e tendo um propósito de vida, elas podem ser determinantes na continuidade do treinador. A mulher também tem peso nisso. Morar em Paris é mais interessante do que morar em São Paulo? Sim, é. E isso certamente será discutido pelos Ferreira.

Outro ponto é que o PSG trabalha para ter um treinador no próximo mês ou o seguinte, e não vejo Abel largando o Palmeiras em meio à temporada. Então, qualquer negociação, se fosse acontecer, seria para o fim do ano. No PSG, ele ganharia mais dinheiro, mas o treinador já deixou claro que não é só isso que motiva sua carreira. Desse ponto de vista, então, o palmeirense também pode ficar tranquilo.

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Abel se identificou com tudo no Palmeiras, desde o ambiente de trabalho e as pessoas até com a torcida, que o carrega no colo desde a sua chegada. Nunca houve tamanha empatia assim. Nunca. Abel já passou por maus bocados no futebol e sabe valorizar tudo que tem no Brasil.

Mundial de Clubes

Há ainda a parte esportiva, um desafio gigantesco para o treinador português, sempre com uma temporada diferente da outra, com pelo menos dez times em condições de ganhar os torneios e um objetivo não declarado, mas que para mim está na mente e coração do treinador, que é o Mundial de Clubes da Fifa. Abel falhou duas vezes e sabe o peso do Mundial para o futebol brasileiro, principalmente para o Palmeiras, que tem a conquista de 1951 questionada.

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Ninguém me tira da cabeça que Abel tem esse “compromisso” com ele mesmo. Teria de ganhar a Libertadores para voltar ao Mundial. Ele prepara esse time para isso. Mas pode ser somente uma impressão.

Ele entendeu a sede de conquistas que o torcedor palmeirense tem. E ela compactua com a sua própria sede de ganhar partidas e títulos. Juntou então o que dizemos lá de onde vim “a fome com a vontade de comer”, e se tem um Palmeiras cheio de apetite, como foi diante do Cerro pela Libertadores nesta quarta. 

Não imagino Abel “para sempre” no Palmeiras. Mas não vejo a possibilidade de ele sair nesta temporada. Não vejo Abel deixando o time nas mãos em meio ao Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores. Não o vejo negociando salário para ficar. Não o vejo pedindo para sair. Isso iria contra tudo o que construiu e pregou no clube. Então, se tivesse de dizer alguma coisa para o torcedor do Palmeiras, diria para ele ficar tranquilo.

Cada vez que uma informação vinda da Europa sobre a contratação do técnico Abel Ferreira chega ao Brasil, a comunidade palmeirense se arrepia. Tem sido comum o nome do treinador ser ventilado por equipes do lado de lá do Atlântico, de onde ele veio antes de desembarcar nestas terras em novembro de 2020. De lá para cá, Abel mudou muito. Ele chegou sem legado algum e agora é apontado como o melhor treinador do futebol brasileiro, ou um dos melhores.

Enquanto seu nome estava sendo associado a times de menor expressão da Europa, o torcedor do Palmeiras estava tranquilo. Ele ama o Palmeiras. Mas nesta quarta-feira, um gigante olhou para Abel Ferreira: o PSG. Segundo o conceituado jornal L’Equipe, o clube de Paris, cujo principal jogador é Mbappé, uma vez que Messi está de malas prontas para sair e Neymar tem o mesmo caminho, em possível tratativa com o Manchester United, tem o treinador português na mira.

Abel Ferreira festeja conquista do Palmeiras no Paulistão 2022 diante do rival São Paulo Foto: Felipe Rau / Estadão

Ele não é o único, mas é um dos quatro nomes sondados. Há um outro português, o de José Mourinho, que está na Roma e faz bom trabalho na Itália. Marcelo Galhardo e Thiago Motta seriam os outros dois apontados pela reportagem. Pronto, pronto, somente Abel e Mourinho. O PSG não deve fazer mais apostas para o cargo. Então, isso daria 50% de chance de Abel ser seduzido com um caminhão de dinheiro, sua volta para a Europa e uma Liga dos Campeões para disputar a partir de agosto deste ano. Isso preocupa o palmeirense.

O que tem o Palmeiras para segurar Abel?

Até agora, Abel Ferreira não deu nenhuma indicação de que esteja aberto para novos relacionamentos. Nem mesmo com a seleção brasileira. A CBF também tem Abel em grande conta para assumir o lugar de Tite. Ele sempre se mostrou firme e com sua janela fechada. Isso é bom. O Palmeiras confia nele. Ele é feliz no Allianz Parque.

Também tem contrato assinado até dezembro de 2024. No caso de Abel, o documento é uma garantia ao clube brasileiro. Ele sempre disse que é profissional de cumprir contratos. Dá para confiar? Penso que sim. Mas no Paok, da Grécia, onde o Palmeiras foi buscá-lo, ele tinha acordo até 2022. E preferiu romper o vínculo. A condição era diferente, é preciso deixar isso bem claro.

No futebol grego, ele enfrentava dificuldades, era cobrado pela torcida e pela mídia e também não tinha o elenco em suas mãos. Ele afastou, por exemplo, quatro brasileiros que atuavam na equipe. Não era nem de longe o treinador amado que é no Palmeiras.

Contrato de R$ 30 milhões

Há um contrato na gaveta da presidente Leila Pereira pronto para ele assinar até dezembro de 2027, que seria o mesmo período de um segundo mandato da dirigente à frente do clube. Abel ajudaria Leila a se reeleger e Leila teria em Abel o técnico perfeito para seguir o caminho das vitórias e conquistas. Mas isso não depende apenas da vontade de Leila. A renovação daria a Abel um salário de R$ 30 milhões por temporada. Quando deixou o Paok, ele ganhava perto de R$ 7 milhões. O Palmeiras faria isso administrando suas contas.

Sua permanência também está diretamente ligada à vinda da família para São Paulo. Feliz no Brasil, com as filhas na escola e tendo um propósito de vida, elas podem ser determinantes na continuidade do treinador. A mulher também tem peso nisso. Morar em Paris é mais interessante do que morar em São Paulo? Sim, é. E isso certamente será discutido pelos Ferreira.

Outro ponto é que o PSG trabalha para ter um treinador no próximo mês ou o seguinte, e não vejo Abel largando o Palmeiras em meio à temporada. Então, qualquer negociação, se fosse acontecer, seria para o fim do ano. No PSG, ele ganharia mais dinheiro, mas o treinador já deixou claro que não é só isso que motiva sua carreira. Desse ponto de vista, então, o palmeirense também pode ficar tranquilo.

Abel se identificou com tudo no Palmeiras, desde o ambiente de trabalho e as pessoas até com a torcida, que o carrega no colo desde a sua chegada. Nunca houve tamanha empatia assim. Nunca. Abel já passou por maus bocados no futebol e sabe valorizar tudo que tem no Brasil.

Mundial de Clubes

Há ainda a parte esportiva, um desafio gigantesco para o treinador português, sempre com uma temporada diferente da outra, com pelo menos dez times em condições de ganhar os torneios e um objetivo não declarado, mas que para mim está na mente e coração do treinador, que é o Mundial de Clubes da Fifa. Abel falhou duas vezes e sabe o peso do Mundial para o futebol brasileiro, principalmente para o Palmeiras, que tem a conquista de 1951 questionada.

Ninguém me tira da cabeça que Abel tem esse “compromisso” com ele mesmo. Teria de ganhar a Libertadores para voltar ao Mundial. Ele prepara esse time para isso. Mas pode ser somente uma impressão.

Ele entendeu a sede de conquistas que o torcedor palmeirense tem. E ela compactua com a sua própria sede de ganhar partidas e títulos. Juntou então o que dizemos lá de onde vim “a fome com a vontade de comer”, e se tem um Palmeiras cheio de apetite, como foi diante do Cerro pela Libertadores nesta quarta. 

Não imagino Abel “para sempre” no Palmeiras. Mas não vejo a possibilidade de ele sair nesta temporada. Não vejo Abel deixando o time nas mãos em meio ao Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores. Não o vejo negociando salário para ficar. Não o vejo pedindo para sair. Isso iria contra tudo o que construiu e pregou no clube. Então, se tivesse de dizer alguma coisa para o torcedor do Palmeiras, diria para ele ficar tranquilo.

Cada vez que uma informação vinda da Europa sobre a contratação do técnico Abel Ferreira chega ao Brasil, a comunidade palmeirense se arrepia. Tem sido comum o nome do treinador ser ventilado por equipes do lado de lá do Atlântico, de onde ele veio antes de desembarcar nestas terras em novembro de 2020. De lá para cá, Abel mudou muito. Ele chegou sem legado algum e agora é apontado como o melhor treinador do futebol brasileiro, ou um dos melhores.

Enquanto seu nome estava sendo associado a times de menor expressão da Europa, o torcedor do Palmeiras estava tranquilo. Ele ama o Palmeiras. Mas nesta quarta-feira, um gigante olhou para Abel Ferreira: o PSG. Segundo o conceituado jornal L’Equipe, o clube de Paris, cujo principal jogador é Mbappé, uma vez que Messi está de malas prontas para sair e Neymar tem o mesmo caminho, em possível tratativa com o Manchester United, tem o treinador português na mira.

Abel Ferreira festeja conquista do Palmeiras no Paulistão 2022 diante do rival São Paulo Foto: Felipe Rau / Estadão

Ele não é o único, mas é um dos quatro nomes sondados. Há um outro português, o de José Mourinho, que está na Roma e faz bom trabalho na Itália. Marcelo Galhardo e Thiago Motta seriam os outros dois apontados pela reportagem. Pronto, pronto, somente Abel e Mourinho. O PSG não deve fazer mais apostas para o cargo. Então, isso daria 50% de chance de Abel ser seduzido com um caminhão de dinheiro, sua volta para a Europa e uma Liga dos Campeões para disputar a partir de agosto deste ano. Isso preocupa o palmeirense.

O que tem o Palmeiras para segurar Abel?

Até agora, Abel Ferreira não deu nenhuma indicação de que esteja aberto para novos relacionamentos. Nem mesmo com a seleção brasileira. A CBF também tem Abel em grande conta para assumir o lugar de Tite. Ele sempre se mostrou firme e com sua janela fechada. Isso é bom. O Palmeiras confia nele. Ele é feliz no Allianz Parque.

Também tem contrato assinado até dezembro de 2024. No caso de Abel, o documento é uma garantia ao clube brasileiro. Ele sempre disse que é profissional de cumprir contratos. Dá para confiar? Penso que sim. Mas no Paok, da Grécia, onde o Palmeiras foi buscá-lo, ele tinha acordo até 2022. E preferiu romper o vínculo. A condição era diferente, é preciso deixar isso bem claro.

No futebol grego, ele enfrentava dificuldades, era cobrado pela torcida e pela mídia e também não tinha o elenco em suas mãos. Ele afastou, por exemplo, quatro brasileiros que atuavam na equipe. Não era nem de longe o treinador amado que é no Palmeiras.

Contrato de R$ 30 milhões

Há um contrato na gaveta da presidente Leila Pereira pronto para ele assinar até dezembro de 2027, que seria o mesmo período de um segundo mandato da dirigente à frente do clube. Abel ajudaria Leila a se reeleger e Leila teria em Abel o técnico perfeito para seguir o caminho das vitórias e conquistas. Mas isso não depende apenas da vontade de Leila. A renovação daria a Abel um salário de R$ 30 milhões por temporada. Quando deixou o Paok, ele ganhava perto de R$ 7 milhões. O Palmeiras faria isso administrando suas contas.

Sua permanência também está diretamente ligada à vinda da família para São Paulo. Feliz no Brasil, com as filhas na escola e tendo um propósito de vida, elas podem ser determinantes na continuidade do treinador. A mulher também tem peso nisso. Morar em Paris é mais interessante do que morar em São Paulo? Sim, é. E isso certamente será discutido pelos Ferreira.

Outro ponto é que o PSG trabalha para ter um treinador no próximo mês ou o seguinte, e não vejo Abel largando o Palmeiras em meio à temporada. Então, qualquer negociação, se fosse acontecer, seria para o fim do ano. No PSG, ele ganharia mais dinheiro, mas o treinador já deixou claro que não é só isso que motiva sua carreira. Desse ponto de vista, então, o palmeirense também pode ficar tranquilo.

Abel se identificou com tudo no Palmeiras, desde o ambiente de trabalho e as pessoas até com a torcida, que o carrega no colo desde a sua chegada. Nunca houve tamanha empatia assim. Nunca. Abel já passou por maus bocados no futebol e sabe valorizar tudo que tem no Brasil.

Mundial de Clubes

Há ainda a parte esportiva, um desafio gigantesco para o treinador português, sempre com uma temporada diferente da outra, com pelo menos dez times em condições de ganhar os torneios e um objetivo não declarado, mas que para mim está na mente e coração do treinador, que é o Mundial de Clubes da Fifa. Abel falhou duas vezes e sabe o peso do Mundial para o futebol brasileiro, principalmente para o Palmeiras, que tem a conquista de 1951 questionada.

Ninguém me tira da cabeça que Abel tem esse “compromisso” com ele mesmo. Teria de ganhar a Libertadores para voltar ao Mundial. Ele prepara esse time para isso. Mas pode ser somente uma impressão.

Ele entendeu a sede de conquistas que o torcedor palmeirense tem. E ela compactua com a sua própria sede de ganhar partidas e títulos. Juntou então o que dizemos lá de onde vim “a fome com a vontade de comer”, e se tem um Palmeiras cheio de apetite, como foi diante do Cerro pela Libertadores nesta quarta. 

Não imagino Abel “para sempre” no Palmeiras. Mas não vejo a possibilidade de ele sair nesta temporada. Não vejo Abel deixando o time nas mãos em meio ao Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores. Não o vejo negociando salário para ficar. Não o vejo pedindo para sair. Isso iria contra tudo o que construiu e pregou no clube. Então, se tivesse de dizer alguma coisa para o torcedor do Palmeiras, diria para ele ficar tranquilo.

Cada vez que uma informação vinda da Europa sobre a contratação do técnico Abel Ferreira chega ao Brasil, a comunidade palmeirense se arrepia. Tem sido comum o nome do treinador ser ventilado por equipes do lado de lá do Atlântico, de onde ele veio antes de desembarcar nestas terras em novembro de 2020. De lá para cá, Abel mudou muito. Ele chegou sem legado algum e agora é apontado como o melhor treinador do futebol brasileiro, ou um dos melhores.

Enquanto seu nome estava sendo associado a times de menor expressão da Europa, o torcedor do Palmeiras estava tranquilo. Ele ama o Palmeiras. Mas nesta quarta-feira, um gigante olhou para Abel Ferreira: o PSG. Segundo o conceituado jornal L’Equipe, o clube de Paris, cujo principal jogador é Mbappé, uma vez que Messi está de malas prontas para sair e Neymar tem o mesmo caminho, em possível tratativa com o Manchester United, tem o treinador português na mira.

Abel Ferreira festeja conquista do Palmeiras no Paulistão 2022 diante do rival São Paulo Foto: Felipe Rau / Estadão

Ele não é o único, mas é um dos quatro nomes sondados. Há um outro português, o de José Mourinho, que está na Roma e faz bom trabalho na Itália. Marcelo Galhardo e Thiago Motta seriam os outros dois apontados pela reportagem. Pronto, pronto, somente Abel e Mourinho. O PSG não deve fazer mais apostas para o cargo. Então, isso daria 50% de chance de Abel ser seduzido com um caminhão de dinheiro, sua volta para a Europa e uma Liga dos Campeões para disputar a partir de agosto deste ano. Isso preocupa o palmeirense.

O que tem o Palmeiras para segurar Abel?

Até agora, Abel Ferreira não deu nenhuma indicação de que esteja aberto para novos relacionamentos. Nem mesmo com a seleção brasileira. A CBF também tem Abel em grande conta para assumir o lugar de Tite. Ele sempre se mostrou firme e com sua janela fechada. Isso é bom. O Palmeiras confia nele. Ele é feliz no Allianz Parque.

Também tem contrato assinado até dezembro de 2024. No caso de Abel, o documento é uma garantia ao clube brasileiro. Ele sempre disse que é profissional de cumprir contratos. Dá para confiar? Penso que sim. Mas no Paok, da Grécia, onde o Palmeiras foi buscá-lo, ele tinha acordo até 2022. E preferiu romper o vínculo. A condição era diferente, é preciso deixar isso bem claro.

No futebol grego, ele enfrentava dificuldades, era cobrado pela torcida e pela mídia e também não tinha o elenco em suas mãos. Ele afastou, por exemplo, quatro brasileiros que atuavam na equipe. Não era nem de longe o treinador amado que é no Palmeiras.

Contrato de R$ 30 milhões

Há um contrato na gaveta da presidente Leila Pereira pronto para ele assinar até dezembro de 2027, que seria o mesmo período de um segundo mandato da dirigente à frente do clube. Abel ajudaria Leila a se reeleger e Leila teria em Abel o técnico perfeito para seguir o caminho das vitórias e conquistas. Mas isso não depende apenas da vontade de Leila. A renovação daria a Abel um salário de R$ 30 milhões por temporada. Quando deixou o Paok, ele ganhava perto de R$ 7 milhões. O Palmeiras faria isso administrando suas contas.

Sua permanência também está diretamente ligada à vinda da família para São Paulo. Feliz no Brasil, com as filhas na escola e tendo um propósito de vida, elas podem ser determinantes na continuidade do treinador. A mulher também tem peso nisso. Morar em Paris é mais interessante do que morar em São Paulo? Sim, é. E isso certamente será discutido pelos Ferreira.

Outro ponto é que o PSG trabalha para ter um treinador no próximo mês ou o seguinte, e não vejo Abel largando o Palmeiras em meio à temporada. Então, qualquer negociação, se fosse acontecer, seria para o fim do ano. No PSG, ele ganharia mais dinheiro, mas o treinador já deixou claro que não é só isso que motiva sua carreira. Desse ponto de vista, então, o palmeirense também pode ficar tranquilo.

Abel se identificou com tudo no Palmeiras, desde o ambiente de trabalho e as pessoas até com a torcida, que o carrega no colo desde a sua chegada. Nunca houve tamanha empatia assim. Nunca. Abel já passou por maus bocados no futebol e sabe valorizar tudo que tem no Brasil.

Mundial de Clubes

Há ainda a parte esportiva, um desafio gigantesco para o treinador português, sempre com uma temporada diferente da outra, com pelo menos dez times em condições de ganhar os torneios e um objetivo não declarado, mas que para mim está na mente e coração do treinador, que é o Mundial de Clubes da Fifa. Abel falhou duas vezes e sabe o peso do Mundial para o futebol brasileiro, principalmente para o Palmeiras, que tem a conquista de 1951 questionada.

Ninguém me tira da cabeça que Abel tem esse “compromisso” com ele mesmo. Teria de ganhar a Libertadores para voltar ao Mundial. Ele prepara esse time para isso. Mas pode ser somente uma impressão.

Ele entendeu a sede de conquistas que o torcedor palmeirense tem. E ela compactua com a sua própria sede de ganhar partidas e títulos. Juntou então o que dizemos lá de onde vim “a fome com a vontade de comer”, e se tem um Palmeiras cheio de apetite, como foi diante do Cerro pela Libertadores nesta quarta. 

Não imagino Abel “para sempre” no Palmeiras. Mas não vejo a possibilidade de ele sair nesta temporada. Não vejo Abel deixando o time nas mãos em meio ao Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores. Não o vejo negociando salário para ficar. Não o vejo pedindo para sair. Isso iria contra tudo o que construiu e pregou no clube. Então, se tivesse de dizer alguma coisa para o torcedor do Palmeiras, diria para ele ficar tranquilo.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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