Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Santos na Série B: 7 lições para o time da Vila se refazer de temporada desastrosa e tentar subir


Tudo parece fora do lugar no clube que já teve Pelé com sua camisa 10: uma revisão se faz necessária para que o time não se afunde na Segundona por muito tempo

Por Robson Morelli

O Santos terá problemas para voltar para a primeira divisão, a exemplo do que aconteceu com o Cruzeiro, que ficou três temporadas longe dos holofotes até subir com a chegada de Ronaldo. A SAF no clube não é um caminho neste momento, mas há um estudo na gaveta sobre a possibilidade de negociar suas ações. O Brasileirão, no entanto, mostrou que mudar o sistema de governança de um time de futebol não é garantia de sucesso imediato. Bahia e Vasco mostraram isso, assim como o Botafogo, por exemplo. Há outros. O time foi rebaixado depois de perder em casa para po Fortaleza na rodada 38 do Nacional. É a sua primeira queda.

O Santos tem muitas lições de casa para fazer até encarar a dureza da Série B em 2024. Vai ser seu maior desafio. E não será fácil. Vou relacionar sete lições que o time terá de aprender para ter mais chances de voltar à elite em 2025, o que, neste momento, não tem certeza alguma de que vai conseguir. O Santos não tem nada a oferecer na Segundona. E, se bobear, ficará por lá por muitos anos. Tomará que não, mas esse é o sentimento que ele deixa após a campanha desta temporada.

Andres Rueda encerra seu mandato no Santos com o time rebaixado para a Série B: sábado o clube elege seu novo presidente Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos
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Lição 1

Eleger um novo presidente. As eleições no Santos acontecem neste sábado, com candidatos disputando palmo a palmo a presidência do clube. Há um nome mais forte nessa corrida, que é o de Marcelo Teixeira, cartola das antigas e que já comandou o clube anos atrás, assim como o seu pai. O Santos não pode eleger dirigentes sem competência, como fez nos últimos anos. Não há dinheiro, não há caixa, uma dívida existe e o elenco é pobre. Teixeira, se for eleito, tem a promessa de levar para a Vila um patrocinador com R$ 100 milhões anuais.

Lição 2

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Uma boa gestão começa pela... gestão. O Santos virou uma bagunça administrativa, terra sem mando e com muitos desmandos. O time, nos bastidores, não é mais levado com o devido respeito de sua história. Virou uma espécie de ‘’café com leite” dos nossos tempos de criança. Chega de comitê de gestão e de ilustres santistas no poder. Já se provou que não funciona. O clube não precisa de um colegiado para tomar decisões equivocadas. É assim há anos. O time precisa de bons profissionais e que saibam e entendam de futebol e investimentos.

Lição 3

É preciso mudar no futebol brasileiro a falsa ideia de que demitir treinador acaba com a fragilidade do elenco e de um trabalho. O próprio Santos aprendeu da pior maneira possível que esse não é o caminho melhor num calendário que não dá aos seus profissionais tempo para respirar. Não sou contrário à demissão, mas não pode dessa maneira. Os times que passaram sufoco no Brasileirão abusaram da troca de técnicos. E, assim, foram empurrando a sujeira para debaixo do tapete. Daí a necessidade de se escolher bem e dar mais prazo para o escolhido trabalhar. O treinador tampão é uma farsa. O cara trabalha pressionado demais.

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Lição 4

Não adianta gastar dinheiro com jogador que não rende. Os clubes precisam trabalhar elencos menores e com atletas mais versáteis. Comprar jogador nota 5 só para compor elenco não ajuda em nada. O Santos tem muitos nessa condição. É preciso, portanto, rever o grupo, todos eles, e recomeçar, mesmo que tenha de cortar da própria carne. Todo time precisa ter ao menos quatro jogadores mais confiáveis. O Santos não tem nenhum. Marcos Leonardo, que aprontou na reta final e, por isso, perdeu o respeito e deve ir embora, era o melhor deles. Não dá para cair no conto de empresários e permitir a permanência desses atletas por mais uma temporada. Na Série B, o estilo de jogo muda. O Santos terá de pensar nisso.

Lição 5

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Cadê o dinheiro? Não entendo como o dinheiro desaparece no futebol. O Santos tem receita anual na casa dos R$ 400 milhões e não consegue pagar suas dívidas mensais. É preciso levantar o tamanho do buraco financeiro do clube e começar a sair dele. E não gerir como se não existisse problemas. O clube fechou a construção de uma nova Vila Belmiro com a WTorre sem ter um tostão no bolso. Acha mesmo que vai ser um bom negócio para o clube se não entender como administrar tudo isso. É preciso trabalhar como na economia do lar, ou seja, gastar menos do que arrecada. E honrar seus compromissos.

Lição 6

O clube não pode parar ou abandonar suas bases. Revelar ‘meninos da Vila’ sempre foi um caminho, muito antes de Diego, Robinho, Neymar e Rodrygo. É preciso, nesse momento, vender garotos para fazer caixa e usar o dinheiro no próprio futebol. Todo clube se vale das suas crias ou no time ou no cofre. Até isso o Santos perdeu nesses anos, ou se não perdeu, trabalhou mal. Marcos Leonardo já deveria ter ido embora. Segurar jogador que não quer ficar é um grande erro. Nunca deu certo.

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Lição 7

O novo presidente do Santos, seja ele quem for, precisa se aproximar da torcida e jogar limpo com ela, de modo a recuperar sua confiança no novo trabalho que vai começar. Enterrar o passado e focar na Série B, com respeito mútuo. O torcedor, por sua vez, tem de parar de atrapalhar o futebol. Nesta temporada, suas ameaças e brigas dentro da Vila prejudicaram o time. As partes precisam se unir nesse momento. É preciso que as lideranças santistas entendam isso.

LEIA OUTRAS COLUNAS DE ROBSON MORELLI

O Santos terá problemas para voltar para a primeira divisão, a exemplo do que aconteceu com o Cruzeiro, que ficou três temporadas longe dos holofotes até subir com a chegada de Ronaldo. A SAF no clube não é um caminho neste momento, mas há um estudo na gaveta sobre a possibilidade de negociar suas ações. O Brasileirão, no entanto, mostrou que mudar o sistema de governança de um time de futebol não é garantia de sucesso imediato. Bahia e Vasco mostraram isso, assim como o Botafogo, por exemplo. Há outros. O time foi rebaixado depois de perder em casa para po Fortaleza na rodada 38 do Nacional. É a sua primeira queda.

O Santos tem muitas lições de casa para fazer até encarar a dureza da Série B em 2024. Vai ser seu maior desafio. E não será fácil. Vou relacionar sete lições que o time terá de aprender para ter mais chances de voltar à elite em 2025, o que, neste momento, não tem certeza alguma de que vai conseguir. O Santos não tem nada a oferecer na Segundona. E, se bobear, ficará por lá por muitos anos. Tomará que não, mas esse é o sentimento que ele deixa após a campanha desta temporada.

Andres Rueda encerra seu mandato no Santos com o time rebaixado para a Série B: sábado o clube elege seu novo presidente Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos

Lição 1

Eleger um novo presidente. As eleições no Santos acontecem neste sábado, com candidatos disputando palmo a palmo a presidência do clube. Há um nome mais forte nessa corrida, que é o de Marcelo Teixeira, cartola das antigas e que já comandou o clube anos atrás, assim como o seu pai. O Santos não pode eleger dirigentes sem competência, como fez nos últimos anos. Não há dinheiro, não há caixa, uma dívida existe e o elenco é pobre. Teixeira, se for eleito, tem a promessa de levar para a Vila um patrocinador com R$ 100 milhões anuais.

Lição 2

Uma boa gestão começa pela... gestão. O Santos virou uma bagunça administrativa, terra sem mando e com muitos desmandos. O time, nos bastidores, não é mais levado com o devido respeito de sua história. Virou uma espécie de ‘’café com leite” dos nossos tempos de criança. Chega de comitê de gestão e de ilustres santistas no poder. Já se provou que não funciona. O clube não precisa de um colegiado para tomar decisões equivocadas. É assim há anos. O time precisa de bons profissionais e que saibam e entendam de futebol e investimentos.

Lição 3

É preciso mudar no futebol brasileiro a falsa ideia de que demitir treinador acaba com a fragilidade do elenco e de um trabalho. O próprio Santos aprendeu da pior maneira possível que esse não é o caminho melhor num calendário que não dá aos seus profissionais tempo para respirar. Não sou contrário à demissão, mas não pode dessa maneira. Os times que passaram sufoco no Brasileirão abusaram da troca de técnicos. E, assim, foram empurrando a sujeira para debaixo do tapete. Daí a necessidade de se escolher bem e dar mais prazo para o escolhido trabalhar. O treinador tampão é uma farsa. O cara trabalha pressionado demais.

Lição 4

Não adianta gastar dinheiro com jogador que não rende. Os clubes precisam trabalhar elencos menores e com atletas mais versáteis. Comprar jogador nota 5 só para compor elenco não ajuda em nada. O Santos tem muitos nessa condição. É preciso, portanto, rever o grupo, todos eles, e recomeçar, mesmo que tenha de cortar da própria carne. Todo time precisa ter ao menos quatro jogadores mais confiáveis. O Santos não tem nenhum. Marcos Leonardo, que aprontou na reta final e, por isso, perdeu o respeito e deve ir embora, era o melhor deles. Não dá para cair no conto de empresários e permitir a permanência desses atletas por mais uma temporada. Na Série B, o estilo de jogo muda. O Santos terá de pensar nisso.

Lição 5

Cadê o dinheiro? Não entendo como o dinheiro desaparece no futebol. O Santos tem receita anual na casa dos R$ 400 milhões e não consegue pagar suas dívidas mensais. É preciso levantar o tamanho do buraco financeiro do clube e começar a sair dele. E não gerir como se não existisse problemas. O clube fechou a construção de uma nova Vila Belmiro com a WTorre sem ter um tostão no bolso. Acha mesmo que vai ser um bom negócio para o clube se não entender como administrar tudo isso. É preciso trabalhar como na economia do lar, ou seja, gastar menos do que arrecada. E honrar seus compromissos.

Lição 6

O clube não pode parar ou abandonar suas bases. Revelar ‘meninos da Vila’ sempre foi um caminho, muito antes de Diego, Robinho, Neymar e Rodrygo. É preciso, nesse momento, vender garotos para fazer caixa e usar o dinheiro no próprio futebol. Todo clube se vale das suas crias ou no time ou no cofre. Até isso o Santos perdeu nesses anos, ou se não perdeu, trabalhou mal. Marcos Leonardo já deveria ter ido embora. Segurar jogador que não quer ficar é um grande erro. Nunca deu certo.

Lição 7

O novo presidente do Santos, seja ele quem for, precisa se aproximar da torcida e jogar limpo com ela, de modo a recuperar sua confiança no novo trabalho que vai começar. Enterrar o passado e focar na Série B, com respeito mútuo. O torcedor, por sua vez, tem de parar de atrapalhar o futebol. Nesta temporada, suas ameaças e brigas dentro da Vila prejudicaram o time. As partes precisam se unir nesse momento. É preciso que as lideranças santistas entendam isso.

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O Santos terá problemas para voltar para a primeira divisão, a exemplo do que aconteceu com o Cruzeiro, que ficou três temporadas longe dos holofotes até subir com a chegada de Ronaldo. A SAF no clube não é um caminho neste momento, mas há um estudo na gaveta sobre a possibilidade de negociar suas ações. O Brasileirão, no entanto, mostrou que mudar o sistema de governança de um time de futebol não é garantia de sucesso imediato. Bahia e Vasco mostraram isso, assim como o Botafogo, por exemplo. Há outros. O time foi rebaixado depois de perder em casa para po Fortaleza na rodada 38 do Nacional. É a sua primeira queda.

O Santos tem muitas lições de casa para fazer até encarar a dureza da Série B em 2024. Vai ser seu maior desafio. E não será fácil. Vou relacionar sete lições que o time terá de aprender para ter mais chances de voltar à elite em 2025, o que, neste momento, não tem certeza alguma de que vai conseguir. O Santos não tem nada a oferecer na Segundona. E, se bobear, ficará por lá por muitos anos. Tomará que não, mas esse é o sentimento que ele deixa após a campanha desta temporada.

Andres Rueda encerra seu mandato no Santos com o time rebaixado para a Série B: sábado o clube elege seu novo presidente Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos

Lição 1

Eleger um novo presidente. As eleições no Santos acontecem neste sábado, com candidatos disputando palmo a palmo a presidência do clube. Há um nome mais forte nessa corrida, que é o de Marcelo Teixeira, cartola das antigas e que já comandou o clube anos atrás, assim como o seu pai. O Santos não pode eleger dirigentes sem competência, como fez nos últimos anos. Não há dinheiro, não há caixa, uma dívida existe e o elenco é pobre. Teixeira, se for eleito, tem a promessa de levar para a Vila um patrocinador com R$ 100 milhões anuais.

Lição 2

Uma boa gestão começa pela... gestão. O Santos virou uma bagunça administrativa, terra sem mando e com muitos desmandos. O time, nos bastidores, não é mais levado com o devido respeito de sua história. Virou uma espécie de ‘’café com leite” dos nossos tempos de criança. Chega de comitê de gestão e de ilustres santistas no poder. Já se provou que não funciona. O clube não precisa de um colegiado para tomar decisões equivocadas. É assim há anos. O time precisa de bons profissionais e que saibam e entendam de futebol e investimentos.

Lição 3

É preciso mudar no futebol brasileiro a falsa ideia de que demitir treinador acaba com a fragilidade do elenco e de um trabalho. O próprio Santos aprendeu da pior maneira possível que esse não é o caminho melhor num calendário que não dá aos seus profissionais tempo para respirar. Não sou contrário à demissão, mas não pode dessa maneira. Os times que passaram sufoco no Brasileirão abusaram da troca de técnicos. E, assim, foram empurrando a sujeira para debaixo do tapete. Daí a necessidade de se escolher bem e dar mais prazo para o escolhido trabalhar. O treinador tampão é uma farsa. O cara trabalha pressionado demais.

Lição 4

Não adianta gastar dinheiro com jogador que não rende. Os clubes precisam trabalhar elencos menores e com atletas mais versáteis. Comprar jogador nota 5 só para compor elenco não ajuda em nada. O Santos tem muitos nessa condição. É preciso, portanto, rever o grupo, todos eles, e recomeçar, mesmo que tenha de cortar da própria carne. Todo time precisa ter ao menos quatro jogadores mais confiáveis. O Santos não tem nenhum. Marcos Leonardo, que aprontou na reta final e, por isso, perdeu o respeito e deve ir embora, era o melhor deles. Não dá para cair no conto de empresários e permitir a permanência desses atletas por mais uma temporada. Na Série B, o estilo de jogo muda. O Santos terá de pensar nisso.

Lição 5

Cadê o dinheiro? Não entendo como o dinheiro desaparece no futebol. O Santos tem receita anual na casa dos R$ 400 milhões e não consegue pagar suas dívidas mensais. É preciso levantar o tamanho do buraco financeiro do clube e começar a sair dele. E não gerir como se não existisse problemas. O clube fechou a construção de uma nova Vila Belmiro com a WTorre sem ter um tostão no bolso. Acha mesmo que vai ser um bom negócio para o clube se não entender como administrar tudo isso. É preciso trabalhar como na economia do lar, ou seja, gastar menos do que arrecada. E honrar seus compromissos.

Lição 6

O clube não pode parar ou abandonar suas bases. Revelar ‘meninos da Vila’ sempre foi um caminho, muito antes de Diego, Robinho, Neymar e Rodrygo. É preciso, nesse momento, vender garotos para fazer caixa e usar o dinheiro no próprio futebol. Todo clube se vale das suas crias ou no time ou no cofre. Até isso o Santos perdeu nesses anos, ou se não perdeu, trabalhou mal. Marcos Leonardo já deveria ter ido embora. Segurar jogador que não quer ficar é um grande erro. Nunca deu certo.

Lição 7

O novo presidente do Santos, seja ele quem for, precisa se aproximar da torcida e jogar limpo com ela, de modo a recuperar sua confiança no novo trabalho que vai começar. Enterrar o passado e focar na Série B, com respeito mútuo. O torcedor, por sua vez, tem de parar de atrapalhar o futebol. Nesta temporada, suas ameaças e brigas dentro da Vila prejudicaram o time. As partes precisam se unir nesse momento. É preciso que as lideranças santistas entendam isso.

LEIA OUTRAS COLUNAS DE ROBSON MORELLI

O Santos terá problemas para voltar para a primeira divisão, a exemplo do que aconteceu com o Cruzeiro, que ficou três temporadas longe dos holofotes até subir com a chegada de Ronaldo. A SAF no clube não é um caminho neste momento, mas há um estudo na gaveta sobre a possibilidade de negociar suas ações. O Brasileirão, no entanto, mostrou que mudar o sistema de governança de um time de futebol não é garantia de sucesso imediato. Bahia e Vasco mostraram isso, assim como o Botafogo, por exemplo. Há outros. O time foi rebaixado depois de perder em casa para po Fortaleza na rodada 38 do Nacional. É a sua primeira queda.

O Santos tem muitas lições de casa para fazer até encarar a dureza da Série B em 2024. Vai ser seu maior desafio. E não será fácil. Vou relacionar sete lições que o time terá de aprender para ter mais chances de voltar à elite em 2025, o que, neste momento, não tem certeza alguma de que vai conseguir. O Santos não tem nada a oferecer na Segundona. E, se bobear, ficará por lá por muitos anos. Tomará que não, mas esse é o sentimento que ele deixa após a campanha desta temporada.

Andres Rueda encerra seu mandato no Santos com o time rebaixado para a Série B: sábado o clube elege seu novo presidente Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos

Lição 1

Eleger um novo presidente. As eleições no Santos acontecem neste sábado, com candidatos disputando palmo a palmo a presidência do clube. Há um nome mais forte nessa corrida, que é o de Marcelo Teixeira, cartola das antigas e que já comandou o clube anos atrás, assim como o seu pai. O Santos não pode eleger dirigentes sem competência, como fez nos últimos anos. Não há dinheiro, não há caixa, uma dívida existe e o elenco é pobre. Teixeira, se for eleito, tem a promessa de levar para a Vila um patrocinador com R$ 100 milhões anuais.

Lição 2

Uma boa gestão começa pela... gestão. O Santos virou uma bagunça administrativa, terra sem mando e com muitos desmandos. O time, nos bastidores, não é mais levado com o devido respeito de sua história. Virou uma espécie de ‘’café com leite” dos nossos tempos de criança. Chega de comitê de gestão e de ilustres santistas no poder. Já se provou que não funciona. O clube não precisa de um colegiado para tomar decisões equivocadas. É assim há anos. O time precisa de bons profissionais e que saibam e entendam de futebol e investimentos.

Lição 3

É preciso mudar no futebol brasileiro a falsa ideia de que demitir treinador acaba com a fragilidade do elenco e de um trabalho. O próprio Santos aprendeu da pior maneira possível que esse não é o caminho melhor num calendário que não dá aos seus profissionais tempo para respirar. Não sou contrário à demissão, mas não pode dessa maneira. Os times que passaram sufoco no Brasileirão abusaram da troca de técnicos. E, assim, foram empurrando a sujeira para debaixo do tapete. Daí a necessidade de se escolher bem e dar mais prazo para o escolhido trabalhar. O treinador tampão é uma farsa. O cara trabalha pressionado demais.

Lição 4

Não adianta gastar dinheiro com jogador que não rende. Os clubes precisam trabalhar elencos menores e com atletas mais versáteis. Comprar jogador nota 5 só para compor elenco não ajuda em nada. O Santos tem muitos nessa condição. É preciso, portanto, rever o grupo, todos eles, e recomeçar, mesmo que tenha de cortar da própria carne. Todo time precisa ter ao menos quatro jogadores mais confiáveis. O Santos não tem nenhum. Marcos Leonardo, que aprontou na reta final e, por isso, perdeu o respeito e deve ir embora, era o melhor deles. Não dá para cair no conto de empresários e permitir a permanência desses atletas por mais uma temporada. Na Série B, o estilo de jogo muda. O Santos terá de pensar nisso.

Lição 5

Cadê o dinheiro? Não entendo como o dinheiro desaparece no futebol. O Santos tem receita anual na casa dos R$ 400 milhões e não consegue pagar suas dívidas mensais. É preciso levantar o tamanho do buraco financeiro do clube e começar a sair dele. E não gerir como se não existisse problemas. O clube fechou a construção de uma nova Vila Belmiro com a WTorre sem ter um tostão no bolso. Acha mesmo que vai ser um bom negócio para o clube se não entender como administrar tudo isso. É preciso trabalhar como na economia do lar, ou seja, gastar menos do que arrecada. E honrar seus compromissos.

Lição 6

O clube não pode parar ou abandonar suas bases. Revelar ‘meninos da Vila’ sempre foi um caminho, muito antes de Diego, Robinho, Neymar e Rodrygo. É preciso, nesse momento, vender garotos para fazer caixa e usar o dinheiro no próprio futebol. Todo clube se vale das suas crias ou no time ou no cofre. Até isso o Santos perdeu nesses anos, ou se não perdeu, trabalhou mal. Marcos Leonardo já deveria ter ido embora. Segurar jogador que não quer ficar é um grande erro. Nunca deu certo.

Lição 7

O novo presidente do Santos, seja ele quem for, precisa se aproximar da torcida e jogar limpo com ela, de modo a recuperar sua confiança no novo trabalho que vai começar. Enterrar o passado e focar na Série B, com respeito mútuo. O torcedor, por sua vez, tem de parar de atrapalhar o futebol. Nesta temporada, suas ameaças e brigas dentro da Vila prejudicaram o time. As partes precisam se unir nesse momento. É preciso que as lideranças santistas entendam isso.

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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