A humilhação imposta pelo Palmeiras ao São Paulo deixou o torcedor bastante aborrecido com o seu time. Nas redes, se de um lado as gozações eram tamanhas, do outro houve muitas críticas com a forma sonolenta e descompromissada que o Tricolor entrou em campo para enfrentar um de seus mais ferrenhos adversários. O torcedor é capaz de perdoar goleadas, mas não é capaz de passar o pano na falta de interesse em campo. O São Paulo, com todo respeito, parecia estar num casado contra solteiro, desses que ao fim da pelada todos vão juntos para o churrasco. Inadmissível, até mesmo para quem é campeão.
Mesmo com todas as explicações dos jogadores, como Lucas Moura, que saiu machucado, mas sem deixar de dizer que foi um atropelamento no Allianz Parque, e do técnico Dorival Junior, que tentou de todas as formas, ainda no primeiro tempo, mudar o time e dar mais competitividade ao duelo, o que se viu foi uma equipe campeã da Copa do Brasil entregue e perdida, sem disposição e errando tudo. Correndo errado em todos os setores do gramado.
As desculpas após a goleada por 5 a 0 também foram fora do tom. Dorival comentou sobre o gramado sintético do estádio do Palmeiras. Ele tem todo o direito de falar disso, mas soa choradeira quando aponta a condição após uma surra. E Rafinha, o capitão do time e de quem se esperava mais equilíbrio, como foi durante a campanha da Copa do Brasil, ganhou o título de ‘papelão do jogo’, ao comentar que o árbitro Claus era ‘palmeirense’.
Ora, ele deveria ter sido expulso antes muito antes pelo braço que deixou no rosto de Breno Lopes. Estava descontrolado. E deixou o campo atirando no juiz e questionando sua honestidade. É muito provável que ele seja punido pelo STJD. Os jogadores de futebol, de modo geral, perderam o respeito pelos profissionais de sua própria profissão.
É claro que todos sabem que esse São Paulo que tomou uma surra gigantesca não é o mesmo São Paulo que ganhou a Copa do Brasil do Flamengo. O torcedor só cobra mais empenho nessa reta final de temporada, mesmo que para o time não sirva para nada na tabela. O torcedor não quer ver seu time sendo um saco de pancadas de um rival da cidade. Nem fazendo corpo mole ou jogando sem inteligência. Foram cinco gols e poderia ter sido mais.
A festa da Copa do Brasil acabou. O futebol não permite comemorações longas. Há muito crédito, mas rivalidade deve ser encarada como rivalidade. O futebol é assim. O são-paulino está ‘p’ com o seu time com razão.