Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião|Vinicius Junior é ofendido há duas temporadas; Campeonato Espanhol é uma vergonha


Se alguma coisa tem sido feita pela La Liga para coibir os gritos racistas contra o atacante brasileiro do Real Madrid, não está dando certo

Por Robson Morelli
Atualização:

O futebol espanhol é uma vergonha. A La Liga, que organiza o futebol espanhol, é uma vergonha da mesma forma. Governo e entidade esportiva são incapazes de coibir a manifestação racista de um país contra um único jogador, Vinicius Junior, brasileiro, nascido em uma das tantas comunidades do Rio de Janeiro e preto. Mas que só foi trabalhar na Espanha porque recebeu um convite do Real Madrid para isso. Pagaram uma fortuna ao Flamengo para ter o jogador antes de ele completar 18 anos. Portanto, foi o próprio futebol espanhol que abriu as portas para o jogador negro bom de bola.

E agora, em seu melhor momento na carreira, ele é vítima de espanhóis racistas em quase todas as partidas. Já nem sei mais dizer quantas vezes Vini foi chamado de “macaco” por brancos racistas que se acham superiores aos demais, que julgam a cor da pele de um cidadão e tentam com isso rebaixá-lo dentro de campo. Esses espanhóis brancos e europeus se acham melhores do que os outros de peles mais escuras ou diferentes. Digo que não são.

Eles não atingem somente Vini. Atingem o Brasil todo, a África, os negros de todas as idades e cantos do planeta. Não são somente os torcedores os culpados por isso. Há jogadores brancos indiferentes. E, muito pior, negros também.

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O árbitro Ricardo De Burgos Bengoetxea conversa com Vinicius Junior após ele ser alvo de insultos racistas Foto: Alberto Saiz / AP

O governo da Espanha e as entidades esportivas e civis são incapazes de tomar uma atitude contra os seus. Preferem, como vêm fazendo, levar o caso em banho-maria, empurrando a sujeira de parte de um povo para debaixo do tapete. Erram pela omissão. Porque não é de hoje que o brasileiro é atacado por essa gente.

Também não é ‘invenção’ da cabeça de Vini porque o jogo deste fim de semana do Real Madrid contra o Valencia foi paralisado pelo árbitro após os insultos racistas dos rivais.

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Até agora, o brasileiro tem sido bravo, suportando com profissionalismo as agressões verbais sofridas quando está em campo. Tenho dúvidas se Vini vai continuar assim, principalmente porque ele já é um jogador consagrado. O futebol espanhol precisa mais de Vinícius Júnior do que ele da Espanha. O atacante pode atuar em qualquer lugar da Europa, onde talvez as regras sejam mais duras contra os racistas e onde haja mais vontade em solucionar o problema. Na Espanha, parece que não há.

A agressão a Vini Jr. precisa também ser encarada como uma agressão a todos os jogadores negros que atuam na Espanha. Essa gente certamente entende que há outros “macacos” no futebol do país.

Eles deveriam se unir e parar de jogar o restante da temporada, como sinal de protesto e união.

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Formalizar queixa em conjunto aos órgão (in)competentes e deixar avisado que a paralisação será retomada após as férias caso haja novas manifestações racistas nos estádios. Times como o Valencia deveriam ser punidos.

O futebol espanhol é uma vergonha. A La Liga, que organiza o futebol espanhol, é uma vergonha da mesma forma. Governo e entidade esportiva são incapazes de coibir a manifestação racista de um país contra um único jogador, Vinicius Junior, brasileiro, nascido em uma das tantas comunidades do Rio de Janeiro e preto. Mas que só foi trabalhar na Espanha porque recebeu um convite do Real Madrid para isso. Pagaram uma fortuna ao Flamengo para ter o jogador antes de ele completar 18 anos. Portanto, foi o próprio futebol espanhol que abriu as portas para o jogador negro bom de bola.

E agora, em seu melhor momento na carreira, ele é vítima de espanhóis racistas em quase todas as partidas. Já nem sei mais dizer quantas vezes Vini foi chamado de “macaco” por brancos racistas que se acham superiores aos demais, que julgam a cor da pele de um cidadão e tentam com isso rebaixá-lo dentro de campo. Esses espanhóis brancos e europeus se acham melhores do que os outros de peles mais escuras ou diferentes. Digo que não são.

Eles não atingem somente Vini. Atingem o Brasil todo, a África, os negros de todas as idades e cantos do planeta. Não são somente os torcedores os culpados por isso. Há jogadores brancos indiferentes. E, muito pior, negros também.

O árbitro Ricardo De Burgos Bengoetxea conversa com Vinicius Junior após ele ser alvo de insultos racistas Foto: Alberto Saiz / AP

O governo da Espanha e as entidades esportivas e civis são incapazes de tomar uma atitude contra os seus. Preferem, como vêm fazendo, levar o caso em banho-maria, empurrando a sujeira de parte de um povo para debaixo do tapete. Erram pela omissão. Porque não é de hoje que o brasileiro é atacado por essa gente.

Também não é ‘invenção’ da cabeça de Vini porque o jogo deste fim de semana do Real Madrid contra o Valencia foi paralisado pelo árbitro após os insultos racistas dos rivais.

Até agora, o brasileiro tem sido bravo, suportando com profissionalismo as agressões verbais sofridas quando está em campo. Tenho dúvidas se Vini vai continuar assim, principalmente porque ele já é um jogador consagrado. O futebol espanhol precisa mais de Vinícius Júnior do que ele da Espanha. O atacante pode atuar em qualquer lugar da Europa, onde talvez as regras sejam mais duras contra os racistas e onde haja mais vontade em solucionar o problema. Na Espanha, parece que não há.

A agressão a Vini Jr. precisa também ser encarada como uma agressão a todos os jogadores negros que atuam na Espanha. Essa gente certamente entende que há outros “macacos” no futebol do país.

Eles deveriam se unir e parar de jogar o restante da temporada, como sinal de protesto e união.

Formalizar queixa em conjunto aos órgão (in)competentes e deixar avisado que a paralisação será retomada após as férias caso haja novas manifestações racistas nos estádios. Times como o Valencia deveriam ser punidos.

O futebol espanhol é uma vergonha. A La Liga, que organiza o futebol espanhol, é uma vergonha da mesma forma. Governo e entidade esportiva são incapazes de coibir a manifestação racista de um país contra um único jogador, Vinicius Junior, brasileiro, nascido em uma das tantas comunidades do Rio de Janeiro e preto. Mas que só foi trabalhar na Espanha porque recebeu um convite do Real Madrid para isso. Pagaram uma fortuna ao Flamengo para ter o jogador antes de ele completar 18 anos. Portanto, foi o próprio futebol espanhol que abriu as portas para o jogador negro bom de bola.

E agora, em seu melhor momento na carreira, ele é vítima de espanhóis racistas em quase todas as partidas. Já nem sei mais dizer quantas vezes Vini foi chamado de “macaco” por brancos racistas que se acham superiores aos demais, que julgam a cor da pele de um cidadão e tentam com isso rebaixá-lo dentro de campo. Esses espanhóis brancos e europeus se acham melhores do que os outros de peles mais escuras ou diferentes. Digo que não são.

Eles não atingem somente Vini. Atingem o Brasil todo, a África, os negros de todas as idades e cantos do planeta. Não são somente os torcedores os culpados por isso. Há jogadores brancos indiferentes. E, muito pior, negros também.

O árbitro Ricardo De Burgos Bengoetxea conversa com Vinicius Junior após ele ser alvo de insultos racistas Foto: Alberto Saiz / AP

O governo da Espanha e as entidades esportivas e civis são incapazes de tomar uma atitude contra os seus. Preferem, como vêm fazendo, levar o caso em banho-maria, empurrando a sujeira de parte de um povo para debaixo do tapete. Erram pela omissão. Porque não é de hoje que o brasileiro é atacado por essa gente.

Também não é ‘invenção’ da cabeça de Vini porque o jogo deste fim de semana do Real Madrid contra o Valencia foi paralisado pelo árbitro após os insultos racistas dos rivais.

Até agora, o brasileiro tem sido bravo, suportando com profissionalismo as agressões verbais sofridas quando está em campo. Tenho dúvidas se Vini vai continuar assim, principalmente porque ele já é um jogador consagrado. O futebol espanhol precisa mais de Vinícius Júnior do que ele da Espanha. O atacante pode atuar em qualquer lugar da Europa, onde talvez as regras sejam mais duras contra os racistas e onde haja mais vontade em solucionar o problema. Na Espanha, parece que não há.

A agressão a Vini Jr. precisa também ser encarada como uma agressão a todos os jogadores negros que atuam na Espanha. Essa gente certamente entende que há outros “macacos” no futebol do país.

Eles deveriam se unir e parar de jogar o restante da temporada, como sinal de protesto e união.

Formalizar queixa em conjunto aos órgão (in)competentes e deixar avisado que a paralisação será retomada após as férias caso haja novas manifestações racistas nos estádios. Times como o Valencia deveriam ser punidos.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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