A questão do dérbi entre Palmeiras e Corinthians foram duas: o goleiro Weverton não tinha nada de ter tirado a mão da bola na falta de Rodrigo Garro no minuto final da disputa. Ele já vinha em fase duvidosa e, quando isso acontece na carreira de um jogador, é preciso jogar mais e não dar mole ao azar. O golpe de vista ou seja lá como isso se chama permitiu que um Corinthians esfacelado empatasse, depois de o Palmeiras dominar a partida e ter os melhores momentos. Foi um empate com goste derrota para o Palmeiras.
Weverton tem muito crédito com a torcida do Palmeiras, mas errou feio contra o maior rival do time. Não podia. Ele literalmente tirou a mão da bola ao achar que a falta iria para fora. O empate, depois de o Palmeiras estar vencendo por 2 a 0, tem a assinatura (negativa) do goleiro. Ele sabe disso.
A segunda questão do clássico é a qualidade dos atacantes do Palmeiras. Qualidade duvidosa, diga-se. O time fez dois gols de pelo menos cinco que poderia ter feito. Tirando Endrick, nenhum deles tem cacoete de ‘matador’.
O problema é o que fazer depois que Endrick subir no avião e ir embora para a Espanha no meio do ano. Faltam quatro meses. Abel Ferreira tem atacantes que jogam pelas pontas e alguns mais centralizados, mas nenhum deles tem a qualidade do garoto de 17 anos. Nem de longe. Não é uma questão de comparação. É de necessidade, como se viu no empate por 2 a 2 com o Corinthians pelo Paulistão neste domingo.
A equipe foi campeã sem Endrick, contando com as boas fases de Rony e a categoria de Dudu pela direita. Outros ajudaram nas conquistas, como Breno Lopes. Flaco López tem feitos seus gols. Está mais confiante e passou a ser titular. O fato, no entanto, é que, exceto por Dudu, todos eles são atacantes razoáveis apenas, sem técnica e de inteligência, por vezes, duvidosa. Rony demorou para ser “aceito” pela torcida. Breno nunca caiu nas graças, mesmo com o gol na Libertadores 2020. Ele é da mesma escola de Rony e Flaco: erra dez vezes para acertar uma. A torcida se acostumou com eles antes de cobrar com rigor a presidente Leila Pereira por reforços no ataque.
Ganhar do Corinthians era importante para o Palmeiras. Sempre é em clássico. Para que isso acontecesse, os atacantes palmeirenses tinham de ter funcionado. Endrick desistiu de tocar para Flaco e resolveu ele a parada, abrindo caminho para o gol no primeiro tempo. Flaco já tinha desperdiçado chances em passes do garoto antes de marcar de ombro na etapa final.
Abel sabe da qualidade de seus jogadores. Tem todos nas mãos. Em muitos casos, ele ganha partidas no esquema tático. Colocar cinco no meio de campo foi o jeito encontrado pelo treinador português para beneficiar seus melhores atletas do elenco. Ou seja, o Palmeiras tem mais bons volantes do que bons atacantes. E sabe que um desses atacantes vai embora em breve. É uma necessidade fortalecer a equipe na frente. A volta de Dudu vai ajudar. Mas Dudu não é um fazedor de gols. É um fazedor de jogadas. Não é centroavante nem nunca será.
COVARDIA
Ainda acho uma covardia fazer clássicos com apenas uma torcida. É bonito para apenas um dos lados. Não há com quem comemorar gols e jogadas do outro. É uma vergonha.