Hinos que não tocaram, festas de parar o trânsito, invasão hermana, entre outros momentos ficarão marcados na história gaúcha
Lucas Oliveira - especial para O Estado de S. Paulo
PORTO ALEGRE - São muitas as memórias da Copa do Mundo que ficarão na mente dos gaúchos. Mesmo com os rumores do risco de perder a chance de sediar o Mundial a poucos meses do início, em função do atraso das obras, Porto Alegre viveu momentos que só um evento deste porte poderia proporcionar.
Caminho do Gol. Segundo a prefeitura de Porto Alegre, mais de 100 mil estrangeiros passaram pelo local. A medida consistiu em fechar uma das vias da Avenida Borges de Medeiros para que os torcedores pudessem ir a pé para o Beira-Rio, desde o centro da cidade. A iniciativa foi muito bem-sucedida e elogiada pela Fifa, que já estuda adotar em futuras edições do Mundial. O prefeito José Fortunati quer introduzir o "Caminho do Gol" também em jogos de Grêmio e Internacional.
Banda da Brigada Militar. Tocando "Show das Poderosas", "Lepo-Lepo", "Beijinho no Ombro", a banda da Brigada Militar atraiu a atenção de quem passou pelo "Caminho do Gol". Eles se juntaram à tradicional bandinha que sempre acompanha a seleção holandesa, Factor 12, e tocaram "Aquarela do Brasil".
Orange Fest e 'Oktoberfest' fora de época. Alemães e holandeses pintaram as ruas da capital gaúcha do Largo Glênio Peres, no centro, por 3,5 quilômetros até o Beira-Rio. A Orange Fest serviu de aquecimento para a vitória holandesa por 3 a 2 no jogo contra a seleção australiana, no dia 18 de junho. Uma passeata que começou com três mil torcedores, foi arrastando a todos que passavam pelo "Caminho do Gol". Já os germânicos fizeram uma Oktoberfest fora de época, com direito a bandinhas típicas e muito chopp.
Argentinos. Quarta-feira, 25 de junho, o dia em que Porto Alegre se transformou em Buenos Aires. Apesar do receio de que muitos 'barras bravas' - tradicional torcida argentina, mundialmente conhecida por causa dos atos de vandalismo e brigas -viessem, o que acabou não se confirmando, cerca de 100 mil argentinos invadiram a capital gaúcha, a maioria veio sem ingresso na esperança de arranjar entradas na última hora para assistir ao confronto contra a Nigéria. Até um "acampamento" improvisado no Parque Harmonia abrigou 2,5 mil hermanos.
Os hinos que não tocaram. Na primeira partida de Copa do Mundo na história do Beira-Rio, os hinos não foram tocados. Por causa de uma falha nos cabos de transmissão de dados, um silêncio constrangedor prevaleceu quebrando o protocolo da Fifa na partida entre França e Honduras, no dia 15 de junho.
'Tecnogol'. Pela primeira vez na história das Copas, um gol foi validado com a ajuda da tecnologia. Na partida entre França e Honduras, o árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci confirmou o gol contra do goleiro hondurenho Valladares, com a ajuda do Goal Control Tecnology (Tecnologia de Controle do Gol, traduzido) - um sistema de sete câmeras de alta resolução que ficam em cada gol fazendo um monitoramento em três dimensões da área atrás da linha do gol e que transmitem, em menos de um segundo, sinal para um relógio usado pelo árbitro.
Viamão. A cidade da região metropolitana de Porto Alegre foi a única do RS a hospedar uma das seleções que disputaram o Mundial. A delegação equatoriana foi aguardada por cerca de 10 mil pessoas e chegou em cima de um trio elétrico na Praça da Matriz. Não bastasse isso, o craque do time, Antônio Valencia, recebeu a chave da cidade e uma benção foi concedida em português e espanhol por um padre do município.