ATP Finals sem Djokovic confirma renovação no tênis masculino e decreta fim do Big 3


Torneio derradeiro do circuito ocorre sem um representante do trio de lendas pela primeira vez em 20 anos

Por Felipe Rosa Mendes

A temporada do tênis masculino chega ao fim nesta semana com a disputa do ATP Finals. O torneio que reúne os oito melhores do ano, em Turim, confirma duas tendências no esporte a partir deste domingo: a nova geração já se estabeleceu e o badalado “Big 3″ chegou ao fim após um domínio de 20 anos. Será a primeira vez desde 2001 que o Finals não terá a presença de nenhum membro deste seleto grupo, formado por Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic.

O Big 3 começou a se desintegrar em 2022, quando Federer se aposentou. Nadal oficializa sua despedida na semana que vem. E Djokovic já dá sinais de que o circuito não é mais sua prioridade. Ainda na ativa, o sérvio perdeu o domínio do circuito, não brilhou em nenhum dos quatro Grand Slams e encerrou seu ano com apenas um título, a medalha de ouro, que tem valor reconhecido no mundo esportivo, mas carrega peso menor no tênis.

O atual número cinco do ranking alegou um problema físico, sem nem mesmo especificar onde é a lesão, para não defender o título no Finals. Ele ainda tinha chances de obter a classificação para competir em Turim. A falta de disposição de Djokovic para encarar o circuito a cada semana ficou evidente nos últimos anos, a ponto de admitir que agora só tinha interesse nos Grand Slams.

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Italiano Jannik Sinner chega ao ATP Finals como grande estrela do tênis. Foto: Marco Bertorello/AFP

Mas nem mesmo neste quesito ele tem tido sucesso. A temporada 2024 marca a primeira desde 2002 sem um título sequer de Major do Big 3. Para se ter ideia desta hegemonia, entre 2004 e 2023, somente outros nove tenistas levantaram troféus de Grand Slam. Neste período, o trio levou 66 de 79 campeonatos deste nível, equivalente a 83% do total. No total, 12 atletas diferentes foram campeões de Major nestas duas décadas. Em comparação ao período de 20 anos anteriores, foram 28 vencedores distintos, um deles o próprio Federer.

Neste ano, nem Nadal e nem Djokovic alcançaram sequer uma final deste nível. O Aberto da Austrália, em janeiro, marcou a primeira vez desde 2005 sem um integrante do Big 3 numa decisão de Grand Slam. O sérvio esteve depois na final de Wimbledon, mas levou um histórico 3 a 0 do espanhol Carlos Alcaraz.

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“O Djokovic ainda pode conquistar algumas coisas, mas não vejo mais ele como número 1. Ele já não tem mais o mesmo físico para jogar todos os torneios, o Finals é um exemplo disso. Ele não luta mais para liderar o ranking, quer ganhar Grand Slams e aumentar os recordes. Ele sempre foi fisicamente melhor do que Federer e Nadal, por isso teve maior longevidade. Mas está no momento final da carreira”, analisa o ex-tenista Thomaz Bellucci.

Bellucci foi o único brasileiro a enfrentar os três tenistas no circuito. Apresentou boas performances contra eles e chegou a vencer Federer numa exibição no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, no fim de 2012.

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Em entrevista ao Estadão, ele diz guardar boas recordações deste período. “Para mim, foi um privilégio ter jogado contra eles. Eles marcaram uma era no tênis. Tiveram uma hegemonia que talvez nunca tenha existido no tênis antes, tanto pelo nível técnico quanto pela proximidade nas idades. Os três jogaram no auge na mesma época. É difícil que isso aconteça de novo: ter os três melhores de todos os tempos jogando no mesmo momento”, aponta o brasileiro, aposentado no ano passado.

Nova geração

O fim do Big 3 coincide com a ascensão de jovens tenistas, de potencial já comparado aos veteranos. Alcaraz, de 21 anos, e o italiano Jannik Sinner, de 23, dominaram a temporada. Cada um venceu dois Grand Slams. Alcaraz ficou com a medalha de prata na Olimpíada de Paris-2024, enquanto o italiano lidera o ranking e foi quem mais levantou troféus no ano: sete.

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Cada um deles lidera um dos dois grupos da competição, que tem formato diferente do tradicional. Os oito tenistas são divididos em duas chaves de quatro. Avançam às semifinais os dois melhores de cada lado.

“O Sinner e o Alcaraz estão um pouco acima dos demais. Vejo eles como um ‘Big 2′ da atualidade. Vão ter um número de títulos e conquistas mais relevantes que os demais”, projeta Bellucci, que já vê ambos conquistando a torcida no circuito.

Muitos temem que o fim do Big 3 pode reduzir a popularidade do tênis nos próximos anos. “Isso se discutia muito alguns anos atrás. Mas hoje não vejo isso como um problema. O que vemos hoje em dia é um esporte que se mantém muito popular. As quadras e as academias estão cheias. Não acho que o tênis está sendo afetado diretamente pela aposentadoria dos três. Até porque eles seguem no tênis, presente nos eventos, no meio esportivo.”

A temporada do tênis masculino chega ao fim nesta semana com a disputa do ATP Finals. O torneio que reúne os oito melhores do ano, em Turim, confirma duas tendências no esporte a partir deste domingo: a nova geração já se estabeleceu e o badalado “Big 3″ chegou ao fim após um domínio de 20 anos. Será a primeira vez desde 2001 que o Finals não terá a presença de nenhum membro deste seleto grupo, formado por Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic.

O Big 3 começou a se desintegrar em 2022, quando Federer se aposentou. Nadal oficializa sua despedida na semana que vem. E Djokovic já dá sinais de que o circuito não é mais sua prioridade. Ainda na ativa, o sérvio perdeu o domínio do circuito, não brilhou em nenhum dos quatro Grand Slams e encerrou seu ano com apenas um título, a medalha de ouro, que tem valor reconhecido no mundo esportivo, mas carrega peso menor no tênis.

O atual número cinco do ranking alegou um problema físico, sem nem mesmo especificar onde é a lesão, para não defender o título no Finals. Ele ainda tinha chances de obter a classificação para competir em Turim. A falta de disposição de Djokovic para encarar o circuito a cada semana ficou evidente nos últimos anos, a ponto de admitir que agora só tinha interesse nos Grand Slams.

Italiano Jannik Sinner chega ao ATP Finals como grande estrela do tênis. Foto: Marco Bertorello/AFP

Mas nem mesmo neste quesito ele tem tido sucesso. A temporada 2024 marca a primeira desde 2002 sem um título sequer de Major do Big 3. Para se ter ideia desta hegemonia, entre 2004 e 2023, somente outros nove tenistas levantaram troféus de Grand Slam. Neste período, o trio levou 66 de 79 campeonatos deste nível, equivalente a 83% do total. No total, 12 atletas diferentes foram campeões de Major nestas duas décadas. Em comparação ao período de 20 anos anteriores, foram 28 vencedores distintos, um deles o próprio Federer.

Neste ano, nem Nadal e nem Djokovic alcançaram sequer uma final deste nível. O Aberto da Austrália, em janeiro, marcou a primeira vez desde 2005 sem um integrante do Big 3 numa decisão de Grand Slam. O sérvio esteve depois na final de Wimbledon, mas levou um histórico 3 a 0 do espanhol Carlos Alcaraz.

“O Djokovic ainda pode conquistar algumas coisas, mas não vejo mais ele como número 1. Ele já não tem mais o mesmo físico para jogar todos os torneios, o Finals é um exemplo disso. Ele não luta mais para liderar o ranking, quer ganhar Grand Slams e aumentar os recordes. Ele sempre foi fisicamente melhor do que Federer e Nadal, por isso teve maior longevidade. Mas está no momento final da carreira”, analisa o ex-tenista Thomaz Bellucci.

Bellucci foi o único brasileiro a enfrentar os três tenistas no circuito. Apresentou boas performances contra eles e chegou a vencer Federer numa exibição no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, no fim de 2012.

Em entrevista ao Estadão, ele diz guardar boas recordações deste período. “Para mim, foi um privilégio ter jogado contra eles. Eles marcaram uma era no tênis. Tiveram uma hegemonia que talvez nunca tenha existido no tênis antes, tanto pelo nível técnico quanto pela proximidade nas idades. Os três jogaram no auge na mesma época. É difícil que isso aconteça de novo: ter os três melhores de todos os tempos jogando no mesmo momento”, aponta o brasileiro, aposentado no ano passado.

Nova geração

O fim do Big 3 coincide com a ascensão de jovens tenistas, de potencial já comparado aos veteranos. Alcaraz, de 21 anos, e o italiano Jannik Sinner, de 23, dominaram a temporada. Cada um venceu dois Grand Slams. Alcaraz ficou com a medalha de prata na Olimpíada de Paris-2024, enquanto o italiano lidera o ranking e foi quem mais levantou troféus no ano: sete.

Cada um deles lidera um dos dois grupos da competição, que tem formato diferente do tradicional. Os oito tenistas são divididos em duas chaves de quatro. Avançam às semifinais os dois melhores de cada lado.

“O Sinner e o Alcaraz estão um pouco acima dos demais. Vejo eles como um ‘Big 2′ da atualidade. Vão ter um número de títulos e conquistas mais relevantes que os demais”, projeta Bellucci, que já vê ambos conquistando a torcida no circuito.

Muitos temem que o fim do Big 3 pode reduzir a popularidade do tênis nos próximos anos. “Isso se discutia muito alguns anos atrás. Mas hoje não vejo isso como um problema. O que vemos hoje em dia é um esporte que se mantém muito popular. As quadras e as academias estão cheias. Não acho que o tênis está sendo afetado diretamente pela aposentadoria dos três. Até porque eles seguem no tênis, presente nos eventos, no meio esportivo.”

A temporada do tênis masculino chega ao fim nesta semana com a disputa do ATP Finals. O torneio que reúne os oito melhores do ano, em Turim, confirma duas tendências no esporte a partir deste domingo: a nova geração já se estabeleceu e o badalado “Big 3″ chegou ao fim após um domínio de 20 anos. Será a primeira vez desde 2001 que o Finals não terá a presença de nenhum membro deste seleto grupo, formado por Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic.

O Big 3 começou a se desintegrar em 2022, quando Federer se aposentou. Nadal oficializa sua despedida na semana que vem. E Djokovic já dá sinais de que o circuito não é mais sua prioridade. Ainda na ativa, o sérvio perdeu o domínio do circuito, não brilhou em nenhum dos quatro Grand Slams e encerrou seu ano com apenas um título, a medalha de ouro, que tem valor reconhecido no mundo esportivo, mas carrega peso menor no tênis.

O atual número cinco do ranking alegou um problema físico, sem nem mesmo especificar onde é a lesão, para não defender o título no Finals. Ele ainda tinha chances de obter a classificação para competir em Turim. A falta de disposição de Djokovic para encarar o circuito a cada semana ficou evidente nos últimos anos, a ponto de admitir que agora só tinha interesse nos Grand Slams.

Italiano Jannik Sinner chega ao ATP Finals como grande estrela do tênis. Foto: Marco Bertorello/AFP

Mas nem mesmo neste quesito ele tem tido sucesso. A temporada 2024 marca a primeira desde 2002 sem um título sequer de Major do Big 3. Para se ter ideia desta hegemonia, entre 2004 e 2023, somente outros nove tenistas levantaram troféus de Grand Slam. Neste período, o trio levou 66 de 79 campeonatos deste nível, equivalente a 83% do total. No total, 12 atletas diferentes foram campeões de Major nestas duas décadas. Em comparação ao período de 20 anos anteriores, foram 28 vencedores distintos, um deles o próprio Federer.

Neste ano, nem Nadal e nem Djokovic alcançaram sequer uma final deste nível. O Aberto da Austrália, em janeiro, marcou a primeira vez desde 2005 sem um integrante do Big 3 numa decisão de Grand Slam. O sérvio esteve depois na final de Wimbledon, mas levou um histórico 3 a 0 do espanhol Carlos Alcaraz.

“O Djokovic ainda pode conquistar algumas coisas, mas não vejo mais ele como número 1. Ele já não tem mais o mesmo físico para jogar todos os torneios, o Finals é um exemplo disso. Ele não luta mais para liderar o ranking, quer ganhar Grand Slams e aumentar os recordes. Ele sempre foi fisicamente melhor do que Federer e Nadal, por isso teve maior longevidade. Mas está no momento final da carreira”, analisa o ex-tenista Thomaz Bellucci.

Bellucci foi o único brasileiro a enfrentar os três tenistas no circuito. Apresentou boas performances contra eles e chegou a vencer Federer numa exibição no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, no fim de 2012.

Em entrevista ao Estadão, ele diz guardar boas recordações deste período. “Para mim, foi um privilégio ter jogado contra eles. Eles marcaram uma era no tênis. Tiveram uma hegemonia que talvez nunca tenha existido no tênis antes, tanto pelo nível técnico quanto pela proximidade nas idades. Os três jogaram no auge na mesma época. É difícil que isso aconteça de novo: ter os três melhores de todos os tempos jogando no mesmo momento”, aponta o brasileiro, aposentado no ano passado.

Nova geração

O fim do Big 3 coincide com a ascensão de jovens tenistas, de potencial já comparado aos veteranos. Alcaraz, de 21 anos, e o italiano Jannik Sinner, de 23, dominaram a temporada. Cada um venceu dois Grand Slams. Alcaraz ficou com a medalha de prata na Olimpíada de Paris-2024, enquanto o italiano lidera o ranking e foi quem mais levantou troféus no ano: sete.

Cada um deles lidera um dos dois grupos da competição, que tem formato diferente do tradicional. Os oito tenistas são divididos em duas chaves de quatro. Avançam às semifinais os dois melhores de cada lado.

“O Sinner e o Alcaraz estão um pouco acima dos demais. Vejo eles como um ‘Big 2′ da atualidade. Vão ter um número de títulos e conquistas mais relevantes que os demais”, projeta Bellucci, que já vê ambos conquistando a torcida no circuito.

Muitos temem que o fim do Big 3 pode reduzir a popularidade do tênis nos próximos anos. “Isso se discutia muito alguns anos atrás. Mas hoje não vejo isso como um problema. O que vemos hoje em dia é um esporte que se mantém muito popular. As quadras e as academias estão cheias. Não acho que o tênis está sendo afetado diretamente pela aposentadoria dos três. Até porque eles seguem no tênis, presente nos eventos, no meio esportivo.”

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