Beatriz Haddad Maia se despediu do US Open nesta quarta-feira. A brasileira foi superada pela checa Karolina Muchová por 2 sets a 0, com parciais de 6/1 e 6/4, e deixou a chave na fase de quartas de final. Bia fez uma partida abaixo do que vinha exibindo em Nova York e ainda sofreu um mal-estar durante o segundo set.
Apesar da derrota, em partida com duração de 1h25min, a tenista número 1 do Brasil fez uma campanha histórica na quadra dura do US Open. O País não tinha uma representante nas quartas de final do Grand Slam americano desde 1968, quando a Maria Esther Bueno avançou até a semifinal - antes disso a lenda brasileira foi campeã em Nova York em 1966, 1964, 1963 e 1959.
O resultado de Bia no US Open surpreendeu porque a brasileira vinha fazendo uma temporada abaixo do esperado em comparação a 2023, quando exibiu o melhor tênis de sua carreira. Neste ano, ela vinha fazendo campanhas frustrantes nos Grand Slams e também na Olimpíada de Paris-2024.
“Acho que hoje eu não joguei o meu melhor tênis. A Muchova fez a parte dela e mereceu vencer. Da minha parte, não acho que joguei no mesmo nível das últimas partidas, então não estou satisfeita com isso”, lamentou Bia.
A tenista, contudo, avalia de forma positiva a trajetória no US Open. “Tenho muito orgulho do que eu e meu time fizemos aqui. Nós merecemos estar nessas quadras grandes e tenho certeza que vou criar mais oportunidades. Eu vou continuar martelando, só não sei quando a pedra vai quebrar. Quero ver tudo isso pelo lado positivo. Sei que fiz o meu melhor, eu deixei tudo em quadra e estou orgulhosa do trabalho feito aqui”, refletiu.
A trajetória até as quartas de final garante uma boa recuperação de Bia no ranking mundial. Atual 21ª na lista da WTA, ela deve aparecer no 17º posto na atualização da próxima segunda-feira.
Muchova, por sua vez, repete a campanha do ano passado, quando também alcançou a semifinal. Sua próxima adversária vai sair do duelo entre polonesa Iga Swiatek e a americana Jessica Pegula, que jogarão às 20 horas desta quarta, pelo horário de Brasília.
Abrindo a programação da Arthur Ashe Stadium, a maior quadra de tênis do mundo, Bia Haddad fez um início de jogo marcado pela agressividade, a estratégia que deu certo no saibro de Roland Garros no ano passado e vinha dando resultados também na quadra dura do US Open. Logo no primeiro game, a brasileira teve dois break points, não convertidos.
O cenário se inverteu no game seguinte, quando Bia salvou quatro break points, mas acabou sofrendo a primeira quebra de saque da partida. Muchová exibia mais solidez nos fundamentos, enquanto a brasileira penava com seu primeiro saque. A checa capitalizou a situação ao pressionar o segundo saque e impor nova quebra, abrindo 4/0 no placar. Na sequência, fez 5/0.
Bia elevou seu nível de jogo na reta final do set, venceu seu primeiro game na partida e gerou expectativas na torcida para a segunda parcial, o que se confirmou nos primeiros games. A brasileira iniciou o set mais concentrada e cometendo menos erros não forçados. Exigia, assim, que Muchova lutasse por cada ponto.
Neste esforço maior, a tenista da República Checa indicou que poderia estar com problema físico, algo recorrente em sua carreira. Ela foi duas vezes ao banheiro, uma delas ao fim do terceiro game. Mesmo assim, quebrou o saque de Bia e fez 3/2. Mas não sustentou a vantagem. A brasileira devolveu a quebra no game seguinte e empatou em 3/3.
Se Muchová demonstrava dificuldade em seus movimentos em quadra, Bia voltava a oscilar em seu saque. Como consequência, a checa obteve nova quebra e voltou a liderar o placar: 4/3. Para piorar, a brasileira sentiu um mal-estar. Em lágrimas, pediu atendimento médico em quadra. Mas conseguiu retornar para o jogo.
“Eu fiquei ansiosa. Me senti um pouco enjoada e me assustei com o mal-estar”, contou depois da derrota, já recuperada.
Longe de estar em sua melhor condição, Bia confirmou o seu game de saque. Porém, não conseguiu se impor no serviço da rival checa, que sacramentou a vitória no game mais tenso da partida.