Bjorn Borg volta ao circuito do tênis onde brilhou agora para acompanhar seu filho Leo, de 19 anos


Aos 66, o ex-tenista, que tem 11 títulos de Grand Slam no currículo, quer que o garoto encontre seu próprio caminho nas quadras e teme que seu sobrenome o atrapalhe nos jogos

Por Felipe Rosa Mendes
Atualização:

Uma das maiores lendas do tênis mundial, Bjorn Borg vive uma nova fase em sua eterna relação com o esporte. O sueco de 66 anos agora viaja pelo circuito de olho no filho e com uma missão em mente: ajudar Leo Borg a obter sucesso nas quadras, mas com o cuidado de não ofuscar a trajetória inicial do jovem tenista. O ex-atleta teme que o sobrenome de peso no tênis mundial alimente expectativas demais e coloque pressão sobre o garoto.

A preocupação de Bjorn, o pai, tem fundamento. Ele dominou o tênis mundial na década de 70 e no início dos anos 80. Foram 11 títulos de Grand Slam em sete anos, seis troféus somente em Roland Garros. Mais assombrosa que sua carreira foi a sua aposentadoria precoce, aos 28 anos. Até a ascensão do trio formado por Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, Borg era considerado o maior da história por muitos especialistas.

Por tudo isso, o sueco já se acostumou com as comparações entre ele e o filho. E aqui vai um paralelo inevitável: aos 18 anos, Bjorn conquistou seu primeiro título de Grand Slam. Leo tem 19 e ainda busca seu primeiro troféu nos primeiros níveis da ATP. “Sei que é duro para ele como tenista ser ligado a mim o tempo todo. Compreendo isso, claro. Ele está encontrando o seu caminho e está indo muito bem”, disse o pai, em entrevista exclusiva ao Estadão.

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Num bate-papo leve e aberto, Borg se mostra um entrevistado falante e simpático, distante da folclórica imagem do “homem de gelo” que cultivou na época de tenista profissional. Hoje, o sueco continua viajando pelo circuito, com compromissos pela Laver Cup, competição criada por Federer, e pela Fila, patrocinador que divide também com o filho.

Bjorn Borg e Leo Borg: ex-tenista quer ajudar o filho a trilhar caminho de sucesso nas quadras. Foto: Ray Giubilo/Fila

Leo é filho de Borg com sua terceira mulher, Patricia Östfeld. Aos 19, ele ainda disputa torneios de menor expressão, às vezes contando com convites para chaves de competições maiores. É o atual 509º do mundo.

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Como pai de tenista, Borg vive certo dilema. Ele decidiu não fazer parte da equipe de Leo para que ele possa seguir o seu próprio caminho. Mas admite que gostaria de estar mais perto do filho. “Para mim e para minha mulher, seria legal vê-lo o tempo todo. Mas ele tem a sua própria equipe. Eu não tenho viajado muito com ele. Mas é claro que o acompanhamos”, contou. “Ele tem as coisas dele e eu tenho as minhas. Não quero que o nome dele fique muito ligado a mim. Acho que ele precisa encontrar a si mesmo no tênis.”

Borg evita até mesmo dar dicas mais técnicas ao filho. Mas não abre mão de orientar naquilo que avalia como um dos fundamentos mais importantes do tênis: o lado mental. “Algumas vezes jantamos juntos em casa e conversamos sobre tênis, claro, e falamos sobre a força mental. Ele tem uma equipe para cuidar de outras coisas, como backhand e forehand. Mas a parte mental é muito importante porque o tênis é um esporte muito mental. Há muitas decisões a tomar, quando você está na frente ou está atrás no placar. Devo bater a bola naquele lado ou no outro?”, enumera.

Acostumado a brilhar no saque e voleio, na grama de Wimbledon, Borg não hesita ao responder sobre as lacunas do jogo do filho. “Acho que precisa melhorar o jogo na rede, precisa subir mais. Não pode ter medo de fazer algumas coisas. Ele está melhorando e está aprendendo bastante nesta questão de tomada de decisões. Se conseguir dar esse grande passo, vai mostrar uma forte evolução em seu jogo. Hoje ele tem trabalhado muito nisso. Mas o mais importante é que ele adora o tênis e nós vamos dar todo o suporte possível a ele.”

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Para o ex-número 1 do mundo, é mais difícil se destacar no circuito atualmente, em comparação a sua época. E acredita que o esporte exige mais habilidades e recursos dos tenistas que sonham com o Top 10 do ranking e com os grandes títulos da modalidade.

“Hoje a competição entre os tenistas é mais dura. Claro que na minha época havia bons jogadores. Mas agora tem muito mais. Está cada vez mais difícil nos torneios, desde o qualifying (fase eliminatória, anterior à chave principal). Não dá para comparar com a minha época. Uma coisa que digo ao Leo: se você quer ser um grande jogador, precisa fazer mais coisas hoje em dia.”

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TÊNIS ATUAL

O nível elevado do tênis atual tem como protagonistas Djokovic, Nadal e Federer, o único já aposentado do trio. Nos últimos anos, eles concentraram as discussões sobre quem seria o melhor da história. Habituado a esta pergunta desde a época em que era personagem da própria questão, Borg foi diplomático.

“Esta é uma pergunta difícil. Temos Federer, Nadal e Djokovic. E mesmo Murray, antes de se machucar. O que eles fizeram pelo tênis é inacreditável. Eles levaram o tênis para um outro nível de popularidade. Mas dizer qual é o maior é muito difícil. Posso dizer que o maior tenista de saibro de todos os tempos é Nadal. O maior da grama é Federer e o maior da quadra dura é Djokovic. E o melhor jogador em quadra coberta é Federer e Djokovic”, declarou.

Uma das maiores lendas do tênis mundial, Bjorn Borg vive uma nova fase em sua eterna relação com o esporte. O sueco de 66 anos agora viaja pelo circuito de olho no filho e com uma missão em mente: ajudar Leo Borg a obter sucesso nas quadras, mas com o cuidado de não ofuscar a trajetória inicial do jovem tenista. O ex-atleta teme que o sobrenome de peso no tênis mundial alimente expectativas demais e coloque pressão sobre o garoto.

A preocupação de Bjorn, o pai, tem fundamento. Ele dominou o tênis mundial na década de 70 e no início dos anos 80. Foram 11 títulos de Grand Slam em sete anos, seis troféus somente em Roland Garros. Mais assombrosa que sua carreira foi a sua aposentadoria precoce, aos 28 anos. Até a ascensão do trio formado por Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, Borg era considerado o maior da história por muitos especialistas.

Por tudo isso, o sueco já se acostumou com as comparações entre ele e o filho. E aqui vai um paralelo inevitável: aos 18 anos, Bjorn conquistou seu primeiro título de Grand Slam. Leo tem 19 e ainda busca seu primeiro troféu nos primeiros níveis da ATP. “Sei que é duro para ele como tenista ser ligado a mim o tempo todo. Compreendo isso, claro. Ele está encontrando o seu caminho e está indo muito bem”, disse o pai, em entrevista exclusiva ao Estadão.

Num bate-papo leve e aberto, Borg se mostra um entrevistado falante e simpático, distante da folclórica imagem do “homem de gelo” que cultivou na época de tenista profissional. Hoje, o sueco continua viajando pelo circuito, com compromissos pela Laver Cup, competição criada por Federer, e pela Fila, patrocinador que divide também com o filho.

Bjorn Borg e Leo Borg: ex-tenista quer ajudar o filho a trilhar caminho de sucesso nas quadras. Foto: Ray Giubilo/Fila

Leo é filho de Borg com sua terceira mulher, Patricia Östfeld. Aos 19, ele ainda disputa torneios de menor expressão, às vezes contando com convites para chaves de competições maiores. É o atual 509º do mundo.

Como pai de tenista, Borg vive certo dilema. Ele decidiu não fazer parte da equipe de Leo para que ele possa seguir o seu próprio caminho. Mas admite que gostaria de estar mais perto do filho. “Para mim e para minha mulher, seria legal vê-lo o tempo todo. Mas ele tem a sua própria equipe. Eu não tenho viajado muito com ele. Mas é claro que o acompanhamos”, contou. “Ele tem as coisas dele e eu tenho as minhas. Não quero que o nome dele fique muito ligado a mim. Acho que ele precisa encontrar a si mesmo no tênis.”

Borg evita até mesmo dar dicas mais técnicas ao filho. Mas não abre mão de orientar naquilo que avalia como um dos fundamentos mais importantes do tênis: o lado mental. “Algumas vezes jantamos juntos em casa e conversamos sobre tênis, claro, e falamos sobre a força mental. Ele tem uma equipe para cuidar de outras coisas, como backhand e forehand. Mas a parte mental é muito importante porque o tênis é um esporte muito mental. Há muitas decisões a tomar, quando você está na frente ou está atrás no placar. Devo bater a bola naquele lado ou no outro?”, enumera.

Acostumado a brilhar no saque e voleio, na grama de Wimbledon, Borg não hesita ao responder sobre as lacunas do jogo do filho. “Acho que precisa melhorar o jogo na rede, precisa subir mais. Não pode ter medo de fazer algumas coisas. Ele está melhorando e está aprendendo bastante nesta questão de tomada de decisões. Se conseguir dar esse grande passo, vai mostrar uma forte evolução em seu jogo. Hoje ele tem trabalhado muito nisso. Mas o mais importante é que ele adora o tênis e nós vamos dar todo o suporte possível a ele.”

Para o ex-número 1 do mundo, é mais difícil se destacar no circuito atualmente, em comparação a sua época. E acredita que o esporte exige mais habilidades e recursos dos tenistas que sonham com o Top 10 do ranking e com os grandes títulos da modalidade.

“Hoje a competição entre os tenistas é mais dura. Claro que na minha época havia bons jogadores. Mas agora tem muito mais. Está cada vez mais difícil nos torneios, desde o qualifying (fase eliminatória, anterior à chave principal). Não dá para comparar com a minha época. Uma coisa que digo ao Leo: se você quer ser um grande jogador, precisa fazer mais coisas hoje em dia.”

TÊNIS ATUAL

O nível elevado do tênis atual tem como protagonistas Djokovic, Nadal e Federer, o único já aposentado do trio. Nos últimos anos, eles concentraram as discussões sobre quem seria o melhor da história. Habituado a esta pergunta desde a época em que era personagem da própria questão, Borg foi diplomático.

“Esta é uma pergunta difícil. Temos Federer, Nadal e Djokovic. E mesmo Murray, antes de se machucar. O que eles fizeram pelo tênis é inacreditável. Eles levaram o tênis para um outro nível de popularidade. Mas dizer qual é o maior é muito difícil. Posso dizer que o maior tenista de saibro de todos os tempos é Nadal. O maior da grama é Federer e o maior da quadra dura é Djokovic. E o melhor jogador em quadra coberta é Federer e Djokovic”, declarou.

Uma das maiores lendas do tênis mundial, Bjorn Borg vive uma nova fase em sua eterna relação com o esporte. O sueco de 66 anos agora viaja pelo circuito de olho no filho e com uma missão em mente: ajudar Leo Borg a obter sucesso nas quadras, mas com o cuidado de não ofuscar a trajetória inicial do jovem tenista. O ex-atleta teme que o sobrenome de peso no tênis mundial alimente expectativas demais e coloque pressão sobre o garoto.

A preocupação de Bjorn, o pai, tem fundamento. Ele dominou o tênis mundial na década de 70 e no início dos anos 80. Foram 11 títulos de Grand Slam em sete anos, seis troféus somente em Roland Garros. Mais assombrosa que sua carreira foi a sua aposentadoria precoce, aos 28 anos. Até a ascensão do trio formado por Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic, Borg era considerado o maior da história por muitos especialistas.

Por tudo isso, o sueco já se acostumou com as comparações entre ele e o filho. E aqui vai um paralelo inevitável: aos 18 anos, Bjorn conquistou seu primeiro título de Grand Slam. Leo tem 19 e ainda busca seu primeiro troféu nos primeiros níveis da ATP. “Sei que é duro para ele como tenista ser ligado a mim o tempo todo. Compreendo isso, claro. Ele está encontrando o seu caminho e está indo muito bem”, disse o pai, em entrevista exclusiva ao Estadão.

Num bate-papo leve e aberto, Borg se mostra um entrevistado falante e simpático, distante da folclórica imagem do “homem de gelo” que cultivou na época de tenista profissional. Hoje, o sueco continua viajando pelo circuito, com compromissos pela Laver Cup, competição criada por Federer, e pela Fila, patrocinador que divide também com o filho.

Bjorn Borg e Leo Borg: ex-tenista quer ajudar o filho a trilhar caminho de sucesso nas quadras. Foto: Ray Giubilo/Fila

Leo é filho de Borg com sua terceira mulher, Patricia Östfeld. Aos 19, ele ainda disputa torneios de menor expressão, às vezes contando com convites para chaves de competições maiores. É o atual 509º do mundo.

Como pai de tenista, Borg vive certo dilema. Ele decidiu não fazer parte da equipe de Leo para que ele possa seguir o seu próprio caminho. Mas admite que gostaria de estar mais perto do filho. “Para mim e para minha mulher, seria legal vê-lo o tempo todo. Mas ele tem a sua própria equipe. Eu não tenho viajado muito com ele. Mas é claro que o acompanhamos”, contou. “Ele tem as coisas dele e eu tenho as minhas. Não quero que o nome dele fique muito ligado a mim. Acho que ele precisa encontrar a si mesmo no tênis.”

Borg evita até mesmo dar dicas mais técnicas ao filho. Mas não abre mão de orientar naquilo que avalia como um dos fundamentos mais importantes do tênis: o lado mental. “Algumas vezes jantamos juntos em casa e conversamos sobre tênis, claro, e falamos sobre a força mental. Ele tem uma equipe para cuidar de outras coisas, como backhand e forehand. Mas a parte mental é muito importante porque o tênis é um esporte muito mental. Há muitas decisões a tomar, quando você está na frente ou está atrás no placar. Devo bater a bola naquele lado ou no outro?”, enumera.

Acostumado a brilhar no saque e voleio, na grama de Wimbledon, Borg não hesita ao responder sobre as lacunas do jogo do filho. “Acho que precisa melhorar o jogo na rede, precisa subir mais. Não pode ter medo de fazer algumas coisas. Ele está melhorando e está aprendendo bastante nesta questão de tomada de decisões. Se conseguir dar esse grande passo, vai mostrar uma forte evolução em seu jogo. Hoje ele tem trabalhado muito nisso. Mas o mais importante é que ele adora o tênis e nós vamos dar todo o suporte possível a ele.”

Para o ex-número 1 do mundo, é mais difícil se destacar no circuito atualmente, em comparação a sua época. E acredita que o esporte exige mais habilidades e recursos dos tenistas que sonham com o Top 10 do ranking e com os grandes títulos da modalidade.

“Hoje a competição entre os tenistas é mais dura. Claro que na minha época havia bons jogadores. Mas agora tem muito mais. Está cada vez mais difícil nos torneios, desde o qualifying (fase eliminatória, anterior à chave principal). Não dá para comparar com a minha época. Uma coisa que digo ao Leo: se você quer ser um grande jogador, precisa fazer mais coisas hoje em dia.”

TÊNIS ATUAL

O nível elevado do tênis atual tem como protagonistas Djokovic, Nadal e Federer, o único já aposentado do trio. Nos últimos anos, eles concentraram as discussões sobre quem seria o melhor da história. Habituado a esta pergunta desde a época em que era personagem da própria questão, Borg foi diplomático.

“Esta é uma pergunta difícil. Temos Federer, Nadal e Djokovic. E mesmo Murray, antes de se machucar. O que eles fizeram pelo tênis é inacreditável. Eles levaram o tênis para um outro nível de popularidade. Mas dizer qual é o maior é muito difícil. Posso dizer que o maior tenista de saibro de todos os tempos é Nadal. O maior da grama é Federer e o maior da quadra dura é Djokovic. E o melhor jogador em quadra coberta é Federer e Djokovic”, declarou.

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