O sérvio Novak Djokovic afirmou nesta quarta-feira que se tornou vítima de processo de "caça às bruxas" em razão dos casos de covid-19 detectados em tenistas após as polêmicas exibições de tênis, realizadas em seu país e também na Croácia, no mês passado. O próprio número 1 do mundo foi diagnosticado com o novo coronavírus.
Na sua visão, foram exageradas as críticas ao Adria Tour, série de torneios que reuniu alguns dos principais tenistas do mundo em quadras sem controle de distanciamento social, tanto durante os jogos quanto nas arquibancadas. As exibições contaram também com eventos de patrocinadores, com crianças e adolescentes e até baladas em ambientes fechados, sem qualquer cuidado para evitar a contaminação por covid-19.
Como consequência, Djokovic e sua esposa foram infectados, assim como os tenistas Grigor Dimitrov, Borna Coric e Viktor Troicki - a esposa deste, grávida, também foi contaminada. Além deles, testaram positivo o técnico e o preparador físico de Djokovic, respectivamente Goran Ivanisevic e Marko Paniki, e Kristijan Groh, treinador de Dimitrov.
"Ultimamente, só vi críticas e muitas eram maldosas", declarou o número 1 do mundo, em entrevista ao jornal sérvio Sportski Zurnal. "Obviamente, foi mais do que críticas. Foi quase uma agenda, uma caça às bruxas. Alguém precisava ser derrubado, um grande nome", reclamou.
Djokovic voltou a se defender e lembrou que a série de exibições tinha cunho beneficente, para ajudar no combate à pandemia. "Minha intenção era pura. Eu estava totalmente comprometido a organizar um evento humanitário para ajudar jogadores e as federações de tênis na região (dos Bálcãs)."
Ele garantiu ter seguido todas as orientações sanitárias dos dois países envolvidos nos eventos. "Nós atendemos a todas as regras e leis. Mas aprendemos a lição e algumas coisas poderiam, provavelmente, ter sido feitas de forma diferente."
Na mesma entrevista, Djokovic deixou em dúvida sua participação no US Open, que terá início no dia 31 de agosto. E será o primeiro grande evento na retomada do tênis, no começo do mesmo mês.
"Eu ainda não decidi se vou jogar o US Open. O surto de novos casos de covid-19 nos Estados Unidos e em Nova York, em particular, não estão nas mãos dos organizadores da competição", disse o sérvio. No entanto, ele indicou que pretende jogar em Madri, Roma e Roland Garros, em setembro.