Tenista cadeirante da seleção relata drama em Israel: ‘Caiu uma bomba aqui próximo do hotel’


Leandro Pena disse ao ‘Estadão’ que mal chegou ao Oriente Médio e já teve de agendar seu retorno para o Brasil em caráter de urgência por causa do ataque terrorista do Hamas, mas não conseguiu embarcar e foi, com os colegas, para um bunker

Por Felipe Rosa Mendes e Sergio Neto
Atualização:

O ataque terrorista do Hamas a Israel, que se intensificou neste sábado, dia 7, começa a mostrar seus primeiros reflexos também no esporte. Leandro Pena, tenista de cadeira de rodas da seleção, teve sua volta ao Brasil confirmada às pressas por causa das consequências do ataque região, mas não conseguiu embarcar de imediato. Ele desembarcou no país para participar do Israel Open. O aeroporto de Tel Aviv foi fechado, seu voo cancelado e o grupo de três tenistas brasileiros teve de ser levado para um bunker.

Em contato com a reportagem do Estadão neste sábado, o atleta contou que saiu do Brasil na quinta-feira à noite e chegou ao Oriente Médio por volta das 6 horas do dia do ataque, de acordo com o fuso horário local, que são seis horas a mais do que o horário de Brasília. Quando subiu para o quarto do hotel, em Tel Aviv, cerca de 40 minutos depois, soou a sirene que alertou a chegada de um míssil.

“Caiu uma bomba aqui próximo do hotel”, contou Pena ao Estadão. “Só que a gente não se ligou. A gente não fazia ideia do que era, do que estava acontecendo. Nem a sirene nem o estrondo. A gente não ligou o estrondo à bomba. Eu acredito que a bomba caiu em Tel Aviv, porque a gente estava num hotel bem ali no centro quando a gente ouviu o estrondo da bomba, muito alto. Mesmo com as janelas fechadas e à prova de som, elas chegaram a tremer.”

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Leandro Pena teve de voltar urgente para o Brasil devido ao conflito em Israel. Foto: Reprodução/Leandro Pena Instagram @leandro.pena

O tenista conta que, depois disso, optou por dormir um pouco. Mas logo um diretor do torneio de tênis ligou em caráter de urgência dizendo que o brasileiro e todos os outros tenistas teriam de sair imediatamente do hotel, pois Israel tinha sido bombardeado em um ataque terrorista do Hamas. Eram os primeiros sinais do ataque. “O lugar mais seguro era o aeroporto. Ele mandou a gente embora, de volta para casa. Estamos no aeroporto desde às 13 horas (horário de Israel). Agora já são 18 horas. Vamos embarcar num voo para o Brasil com urgência às 22 horas. Veio eu e mais dois colegas participar de um torneio muito importante e acontece isso aí”, disse Pena ainda sem saber que o voo seria cancelado e o aeroporto, fechado.

Enquanto esperava para retornar ao Brasil, ele revelava apoio da Confederação Brasileira de Tênis. O final do torneio estava previsto para o dia 14, mas toda a programação teve de ser revista por causa do ataque. Não haverá disputa. “A gente estava em Tel Aviv. Eu estava só no quarto (quando a bomba caiu).”

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O tenista estava acompanhado de outros dois colegas que também iriam participar da competição. Ambos estavam num andar acima de Pena no momento do estrondo. Segundo ele, todos ouviram o barulho da mesma forma, mas nenhum fez relação com terrorismo.

Tenistas não conseguem deixar Israel e são abrigados em bunker

Ymanitu Silva, Leandro Pena e Daniel Rodrigues, atletas brasileiros de tênis em cadeira de rodas, tiveram de se abrigar em um bunker no aeroporto de Tel Aviv, durante o ataque do grupo palestino Hamas a Israel, porque não conseguiram embarcar no voo que os levaria para Turquia, de onde partiriam de volta ao Brasil, conforme prometido. Eles entraram em contato com a Confederação Brasileira de Tênis (CBT), que emitiu passagens para uma viagem marcada para as 22 horas, no horário local, deste sábado, mas o voo foi cancelado, por isso foram levados para a área de proteção no subsolo. Eles estavam no aeroporto desde o começo da tarde.

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“Assim que eles chegaram ao hotel, escutaram os primeiros bombardeios e imediatamente entraram em contato conosco”, conta Rafael Westrupp, presidente da CBT, em vídeo publicado na página oficial da entidade no Instagram. “A gente solicitou que fossem ao aeroporto, emitimos três passagens aéreas para retornarem neste sábado. No momento do embarque, o aeroporto foi fechado. Estão todos, como os demais passageiros, em um bunker, ou seja, num subsolo do aeroporto, esperando os próximos passos.”

De acordo com Westrupp, a CBT está em contato direto com os tenistas e vem recebendo auxilio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que acionou a ajuda das autoridades competentes. “Estamos em contato direto, em um esforço a várias mãos. O presidente do CPB, Mizael Conrado, nos auxiliou no contato com a embaixada do Brasil em Israel e com o Itamaraty. O melhor dos esforços dentro da pior circunstância possível. Com solidariedade e assistência, estamos em contato direto. De alguma maneira, estamos tentando confortá-los.”

Nota oficial do Ministério do Esporte

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Em nota oficial, o Ministério do Esporte disse que também comunicou a embaixada brasileira em Israel sobre a necessidade de prestar auxilio aos três atletas. Segundo o texto, ministro André Fufuca (PP-MA) “solicitou todo o empenho da embaixada em providenciar a devida segurança aos três tenistas em cadeira de rodas: Daniel Rodrigues, Leandro Pena e Ymanitu Silva, além de apoio para o regresso desses atletas ao Brasil”.

QUEM SÃO OS TENISTAS

Os tenistas chegaram na madrugada deste sábado a Tel Aviv, onde disputariam o Israel Open. Ymanitu tem 40 anos e ficou tetraplégico depois de sofrer um acidente de carro em 2007, mas recuperou o movimento das mãos. Durante a reabilitação, conheceu o tênis em cadeira de rodas, se profissionalizou e agora acumula uma extensa lista de conquistas. Atual 10º colocado do ranking da Federação Internacional de Tênis, tem 56 títulos e é o único brasileiro a disputar todos os Grand Slams no tênis em cadeiras de roda. Soma dois vice-campeonatos de duplas em Roland Garros (2019) e no Australian Open (2023).

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Leandro Pena, que nasceu sem as duas pernas, é o 18º colocado do ranking da ITF e tem 20 títulos no currículo. Tanto ele quanto Yamnitu disputam a categoria quad, para tenistas com restrições em três ou mais extremidades do corpo. Já Daniel Rodrigues compete na categoria open, para atletas diagnosticados obrigatoriamente com alguma deficiência nos membros inferiores. Ele nasceu com má-formação na perna direita, 20 centímetros menor do que a esquerda, e decidiu amputar a perna e usar prótese. É o número 20 do Ranking ITF e tem 74 títulos.

CONFLITO

O ataque terrorista do Hamas a Israel deflagrado neste sábado, dia 7, surpreendeu o mundo com um bombardeio planejado do grupo terrorista palestino, deixando centenas de mortos e milhares de ferido, segundo as autoridades locais. Milhares de foguetes foram disparados por milícias palestinas em direção a Israel. Em resposta, o país atacou alvos em Gaza. “Estamos em guerra”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Não em uma ‘operação’, não em um ‘ataque’, mas em guerra”.

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O líder da ala militar do grupo terrorista Hamas, Mohammed Deif, anunciou o início do que ele chamou de “Operação Tempestade Al-Aqsa” - em referência à mesquita Al-Aqsa, localizada na Cidade Velha de Jerusalém, terceiro local mais sagrado do Islã e o primeiro para os judeus, que se referem a ele como o Monte do Templo.

Leandro Pena teve de voltar urgente para o Brasil devido ao conflito em Israel. Foto: Reprodução/Leandro Pena Instagram @leandro.pena

Leandro Pena teve de voltar urgente para o Brasil devido ao conflito em Israel. Foto: Reprodução/Leandro Pena Instagram @leandro.pena

O ataque terrorista do Hamas a Israel, que se intensificou neste sábado, dia 7, começa a mostrar seus primeiros reflexos também no esporte. Leandro Pena, tenista de cadeira de rodas da seleção, teve sua volta ao Brasil confirmada às pressas por causa das consequências do ataque região, mas não conseguiu embarcar de imediato. Ele desembarcou no país para participar do Israel Open. O aeroporto de Tel Aviv foi fechado, seu voo cancelado e o grupo de três tenistas brasileiros teve de ser levado para um bunker.

Em contato com a reportagem do Estadão neste sábado, o atleta contou que saiu do Brasil na quinta-feira à noite e chegou ao Oriente Médio por volta das 6 horas do dia do ataque, de acordo com o fuso horário local, que são seis horas a mais do que o horário de Brasília. Quando subiu para o quarto do hotel, em Tel Aviv, cerca de 40 minutos depois, soou a sirene que alertou a chegada de um míssil.

“Caiu uma bomba aqui próximo do hotel”, contou Pena ao Estadão. “Só que a gente não se ligou. A gente não fazia ideia do que era, do que estava acontecendo. Nem a sirene nem o estrondo. A gente não ligou o estrondo à bomba. Eu acredito que a bomba caiu em Tel Aviv, porque a gente estava num hotel bem ali no centro quando a gente ouviu o estrondo da bomba, muito alto. Mesmo com as janelas fechadas e à prova de som, elas chegaram a tremer.”

Leandro Pena teve de voltar urgente para o Brasil devido ao conflito em Israel. Foto: Reprodução/Leandro Pena Instagram @leandro.pena

O tenista conta que, depois disso, optou por dormir um pouco. Mas logo um diretor do torneio de tênis ligou em caráter de urgência dizendo que o brasileiro e todos os outros tenistas teriam de sair imediatamente do hotel, pois Israel tinha sido bombardeado em um ataque terrorista do Hamas. Eram os primeiros sinais do ataque. “O lugar mais seguro era o aeroporto. Ele mandou a gente embora, de volta para casa. Estamos no aeroporto desde às 13 horas (horário de Israel). Agora já são 18 horas. Vamos embarcar num voo para o Brasil com urgência às 22 horas. Veio eu e mais dois colegas participar de um torneio muito importante e acontece isso aí”, disse Pena ainda sem saber que o voo seria cancelado e o aeroporto, fechado.

Enquanto esperava para retornar ao Brasil, ele revelava apoio da Confederação Brasileira de Tênis. O final do torneio estava previsto para o dia 14, mas toda a programação teve de ser revista por causa do ataque. Não haverá disputa. “A gente estava em Tel Aviv. Eu estava só no quarto (quando a bomba caiu).”

O tenista estava acompanhado de outros dois colegas que também iriam participar da competição. Ambos estavam num andar acima de Pena no momento do estrondo. Segundo ele, todos ouviram o barulho da mesma forma, mas nenhum fez relação com terrorismo.

Tenistas não conseguem deixar Israel e são abrigados em bunker

Ymanitu Silva, Leandro Pena e Daniel Rodrigues, atletas brasileiros de tênis em cadeira de rodas, tiveram de se abrigar em um bunker no aeroporto de Tel Aviv, durante o ataque do grupo palestino Hamas a Israel, porque não conseguiram embarcar no voo que os levaria para Turquia, de onde partiriam de volta ao Brasil, conforme prometido. Eles entraram em contato com a Confederação Brasileira de Tênis (CBT), que emitiu passagens para uma viagem marcada para as 22 horas, no horário local, deste sábado, mas o voo foi cancelado, por isso foram levados para a área de proteção no subsolo. Eles estavam no aeroporto desde o começo da tarde.

“Assim que eles chegaram ao hotel, escutaram os primeiros bombardeios e imediatamente entraram em contato conosco”, conta Rafael Westrupp, presidente da CBT, em vídeo publicado na página oficial da entidade no Instagram. “A gente solicitou que fossem ao aeroporto, emitimos três passagens aéreas para retornarem neste sábado. No momento do embarque, o aeroporto foi fechado. Estão todos, como os demais passageiros, em um bunker, ou seja, num subsolo do aeroporto, esperando os próximos passos.”

De acordo com Westrupp, a CBT está em contato direto com os tenistas e vem recebendo auxilio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que acionou a ajuda das autoridades competentes. “Estamos em contato direto, em um esforço a várias mãos. O presidente do CPB, Mizael Conrado, nos auxiliou no contato com a embaixada do Brasil em Israel e com o Itamaraty. O melhor dos esforços dentro da pior circunstância possível. Com solidariedade e assistência, estamos em contato direto. De alguma maneira, estamos tentando confortá-los.”

Nota oficial do Ministério do Esporte

Em nota oficial, o Ministério do Esporte disse que também comunicou a embaixada brasileira em Israel sobre a necessidade de prestar auxilio aos três atletas. Segundo o texto, ministro André Fufuca (PP-MA) “solicitou todo o empenho da embaixada em providenciar a devida segurança aos três tenistas em cadeira de rodas: Daniel Rodrigues, Leandro Pena e Ymanitu Silva, além de apoio para o regresso desses atletas ao Brasil”.

QUEM SÃO OS TENISTAS

Os tenistas chegaram na madrugada deste sábado a Tel Aviv, onde disputariam o Israel Open. Ymanitu tem 40 anos e ficou tetraplégico depois de sofrer um acidente de carro em 2007, mas recuperou o movimento das mãos. Durante a reabilitação, conheceu o tênis em cadeira de rodas, se profissionalizou e agora acumula uma extensa lista de conquistas. Atual 10º colocado do ranking da Federação Internacional de Tênis, tem 56 títulos e é o único brasileiro a disputar todos os Grand Slams no tênis em cadeiras de roda. Soma dois vice-campeonatos de duplas em Roland Garros (2019) e no Australian Open (2023).

Leandro Pena, que nasceu sem as duas pernas, é o 18º colocado do ranking da ITF e tem 20 títulos no currículo. Tanto ele quanto Yamnitu disputam a categoria quad, para tenistas com restrições em três ou mais extremidades do corpo. Já Daniel Rodrigues compete na categoria open, para atletas diagnosticados obrigatoriamente com alguma deficiência nos membros inferiores. Ele nasceu com má-formação na perna direita, 20 centímetros menor do que a esquerda, e decidiu amputar a perna e usar prótese. É o número 20 do Ranking ITF e tem 74 títulos.

CONFLITO

O ataque terrorista do Hamas a Israel deflagrado neste sábado, dia 7, surpreendeu o mundo com um bombardeio planejado do grupo terrorista palestino, deixando centenas de mortos e milhares de ferido, segundo as autoridades locais. Milhares de foguetes foram disparados por milícias palestinas em direção a Israel. Em resposta, o país atacou alvos em Gaza. “Estamos em guerra”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Não em uma ‘operação’, não em um ‘ataque’, mas em guerra”.

O líder da ala militar do grupo terrorista Hamas, Mohammed Deif, anunciou o início do que ele chamou de “Operação Tempestade Al-Aqsa” - em referência à mesquita Al-Aqsa, localizada na Cidade Velha de Jerusalém, terceiro local mais sagrado do Islã e o primeiro para os judeus, que se referem a ele como o Monte do Templo.

Leandro Pena teve de voltar urgente para o Brasil devido ao conflito em Israel. Foto: Reprodução/Leandro Pena Instagram @leandro.pena

Leandro Pena teve de voltar urgente para o Brasil devido ao conflito em Israel. Foto: Reprodução/Leandro Pena Instagram @leandro.pena

O ataque terrorista do Hamas a Israel, que se intensificou neste sábado, dia 7, começa a mostrar seus primeiros reflexos também no esporte. Leandro Pena, tenista de cadeira de rodas da seleção, teve sua volta ao Brasil confirmada às pressas por causa das consequências do ataque região, mas não conseguiu embarcar de imediato. Ele desembarcou no país para participar do Israel Open. O aeroporto de Tel Aviv foi fechado, seu voo cancelado e o grupo de três tenistas brasileiros teve de ser levado para um bunker.

Em contato com a reportagem do Estadão neste sábado, o atleta contou que saiu do Brasil na quinta-feira à noite e chegou ao Oriente Médio por volta das 6 horas do dia do ataque, de acordo com o fuso horário local, que são seis horas a mais do que o horário de Brasília. Quando subiu para o quarto do hotel, em Tel Aviv, cerca de 40 minutos depois, soou a sirene que alertou a chegada de um míssil.

“Caiu uma bomba aqui próximo do hotel”, contou Pena ao Estadão. “Só que a gente não se ligou. A gente não fazia ideia do que era, do que estava acontecendo. Nem a sirene nem o estrondo. A gente não ligou o estrondo à bomba. Eu acredito que a bomba caiu em Tel Aviv, porque a gente estava num hotel bem ali no centro quando a gente ouviu o estrondo da bomba, muito alto. Mesmo com as janelas fechadas e à prova de som, elas chegaram a tremer.”

Leandro Pena teve de voltar urgente para o Brasil devido ao conflito em Israel. Foto: Reprodução/Leandro Pena Instagram @leandro.pena

O tenista conta que, depois disso, optou por dormir um pouco. Mas logo um diretor do torneio de tênis ligou em caráter de urgência dizendo que o brasileiro e todos os outros tenistas teriam de sair imediatamente do hotel, pois Israel tinha sido bombardeado em um ataque terrorista do Hamas. Eram os primeiros sinais do ataque. “O lugar mais seguro era o aeroporto. Ele mandou a gente embora, de volta para casa. Estamos no aeroporto desde às 13 horas (horário de Israel). Agora já são 18 horas. Vamos embarcar num voo para o Brasil com urgência às 22 horas. Veio eu e mais dois colegas participar de um torneio muito importante e acontece isso aí”, disse Pena ainda sem saber que o voo seria cancelado e o aeroporto, fechado.

Enquanto esperava para retornar ao Brasil, ele revelava apoio da Confederação Brasileira de Tênis. O final do torneio estava previsto para o dia 14, mas toda a programação teve de ser revista por causa do ataque. Não haverá disputa. “A gente estava em Tel Aviv. Eu estava só no quarto (quando a bomba caiu).”

O tenista estava acompanhado de outros dois colegas que também iriam participar da competição. Ambos estavam num andar acima de Pena no momento do estrondo. Segundo ele, todos ouviram o barulho da mesma forma, mas nenhum fez relação com terrorismo.

Tenistas não conseguem deixar Israel e são abrigados em bunker

Ymanitu Silva, Leandro Pena e Daniel Rodrigues, atletas brasileiros de tênis em cadeira de rodas, tiveram de se abrigar em um bunker no aeroporto de Tel Aviv, durante o ataque do grupo palestino Hamas a Israel, porque não conseguiram embarcar no voo que os levaria para Turquia, de onde partiriam de volta ao Brasil, conforme prometido. Eles entraram em contato com a Confederação Brasileira de Tênis (CBT), que emitiu passagens para uma viagem marcada para as 22 horas, no horário local, deste sábado, mas o voo foi cancelado, por isso foram levados para a área de proteção no subsolo. Eles estavam no aeroporto desde o começo da tarde.

“Assim que eles chegaram ao hotel, escutaram os primeiros bombardeios e imediatamente entraram em contato conosco”, conta Rafael Westrupp, presidente da CBT, em vídeo publicado na página oficial da entidade no Instagram. “A gente solicitou que fossem ao aeroporto, emitimos três passagens aéreas para retornarem neste sábado. No momento do embarque, o aeroporto foi fechado. Estão todos, como os demais passageiros, em um bunker, ou seja, num subsolo do aeroporto, esperando os próximos passos.”

De acordo com Westrupp, a CBT está em contato direto com os tenistas e vem recebendo auxilio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que acionou a ajuda das autoridades competentes. “Estamos em contato direto, em um esforço a várias mãos. O presidente do CPB, Mizael Conrado, nos auxiliou no contato com a embaixada do Brasil em Israel e com o Itamaraty. O melhor dos esforços dentro da pior circunstância possível. Com solidariedade e assistência, estamos em contato direto. De alguma maneira, estamos tentando confortá-los.”

Nota oficial do Ministério do Esporte

Em nota oficial, o Ministério do Esporte disse que também comunicou a embaixada brasileira em Israel sobre a necessidade de prestar auxilio aos três atletas. Segundo o texto, ministro André Fufuca (PP-MA) “solicitou todo o empenho da embaixada em providenciar a devida segurança aos três tenistas em cadeira de rodas: Daniel Rodrigues, Leandro Pena e Ymanitu Silva, além de apoio para o regresso desses atletas ao Brasil”.

QUEM SÃO OS TENISTAS

Os tenistas chegaram na madrugada deste sábado a Tel Aviv, onde disputariam o Israel Open. Ymanitu tem 40 anos e ficou tetraplégico depois de sofrer um acidente de carro em 2007, mas recuperou o movimento das mãos. Durante a reabilitação, conheceu o tênis em cadeira de rodas, se profissionalizou e agora acumula uma extensa lista de conquistas. Atual 10º colocado do ranking da Federação Internacional de Tênis, tem 56 títulos e é o único brasileiro a disputar todos os Grand Slams no tênis em cadeiras de roda. Soma dois vice-campeonatos de duplas em Roland Garros (2019) e no Australian Open (2023).

Leandro Pena, que nasceu sem as duas pernas, é o 18º colocado do ranking da ITF e tem 20 títulos no currículo. Tanto ele quanto Yamnitu disputam a categoria quad, para tenistas com restrições em três ou mais extremidades do corpo. Já Daniel Rodrigues compete na categoria open, para atletas diagnosticados obrigatoriamente com alguma deficiência nos membros inferiores. Ele nasceu com má-formação na perna direita, 20 centímetros menor do que a esquerda, e decidiu amputar a perna e usar prótese. É o número 20 do Ranking ITF e tem 74 títulos.

CONFLITO

O ataque terrorista do Hamas a Israel deflagrado neste sábado, dia 7, surpreendeu o mundo com um bombardeio planejado do grupo terrorista palestino, deixando centenas de mortos e milhares de ferido, segundo as autoridades locais. Milhares de foguetes foram disparados por milícias palestinas em direção a Israel. Em resposta, o país atacou alvos em Gaza. “Estamos em guerra”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Não em uma ‘operação’, não em um ‘ataque’, mas em guerra”.

O líder da ala militar do grupo terrorista Hamas, Mohammed Deif, anunciou o início do que ele chamou de “Operação Tempestade Al-Aqsa” - em referência à mesquita Al-Aqsa, localizada na Cidade Velha de Jerusalém, terceiro local mais sagrado do Islã e o primeiro para os judeus, que se referem a ele como o Monte do Templo.

Leandro Pena teve de voltar urgente para o Brasil devido ao conflito em Israel. Foto: Reprodução/Leandro Pena Instagram @leandro.pena

Leandro Pena teve de voltar urgente para o Brasil devido ao conflito em Israel. Foto: Reprodução/Leandro Pena Instagram @leandro.pena

O ataque terrorista do Hamas a Israel, que se intensificou neste sábado, dia 7, começa a mostrar seus primeiros reflexos também no esporte. Leandro Pena, tenista de cadeira de rodas da seleção, teve sua volta ao Brasil confirmada às pressas por causa das consequências do ataque região, mas não conseguiu embarcar de imediato. Ele desembarcou no país para participar do Israel Open. O aeroporto de Tel Aviv foi fechado, seu voo cancelado e o grupo de três tenistas brasileiros teve de ser levado para um bunker.

Em contato com a reportagem do Estadão neste sábado, o atleta contou que saiu do Brasil na quinta-feira à noite e chegou ao Oriente Médio por volta das 6 horas do dia do ataque, de acordo com o fuso horário local, que são seis horas a mais do que o horário de Brasília. Quando subiu para o quarto do hotel, em Tel Aviv, cerca de 40 minutos depois, soou a sirene que alertou a chegada de um míssil.

“Caiu uma bomba aqui próximo do hotel”, contou Pena ao Estadão. “Só que a gente não se ligou. A gente não fazia ideia do que era, do que estava acontecendo. Nem a sirene nem o estrondo. A gente não ligou o estrondo à bomba. Eu acredito que a bomba caiu em Tel Aviv, porque a gente estava num hotel bem ali no centro quando a gente ouviu o estrondo da bomba, muito alto. Mesmo com as janelas fechadas e à prova de som, elas chegaram a tremer.”

Leandro Pena teve de voltar urgente para o Brasil devido ao conflito em Israel. Foto: Reprodução/Leandro Pena Instagram @leandro.pena

O tenista conta que, depois disso, optou por dormir um pouco. Mas logo um diretor do torneio de tênis ligou em caráter de urgência dizendo que o brasileiro e todos os outros tenistas teriam de sair imediatamente do hotel, pois Israel tinha sido bombardeado em um ataque terrorista do Hamas. Eram os primeiros sinais do ataque. “O lugar mais seguro era o aeroporto. Ele mandou a gente embora, de volta para casa. Estamos no aeroporto desde às 13 horas (horário de Israel). Agora já são 18 horas. Vamos embarcar num voo para o Brasil com urgência às 22 horas. Veio eu e mais dois colegas participar de um torneio muito importante e acontece isso aí”, disse Pena ainda sem saber que o voo seria cancelado e o aeroporto, fechado.

Enquanto esperava para retornar ao Brasil, ele revelava apoio da Confederação Brasileira de Tênis. O final do torneio estava previsto para o dia 14, mas toda a programação teve de ser revista por causa do ataque. Não haverá disputa. “A gente estava em Tel Aviv. Eu estava só no quarto (quando a bomba caiu).”

O tenista estava acompanhado de outros dois colegas que também iriam participar da competição. Ambos estavam num andar acima de Pena no momento do estrondo. Segundo ele, todos ouviram o barulho da mesma forma, mas nenhum fez relação com terrorismo.

Tenistas não conseguem deixar Israel e são abrigados em bunker

Ymanitu Silva, Leandro Pena e Daniel Rodrigues, atletas brasileiros de tênis em cadeira de rodas, tiveram de se abrigar em um bunker no aeroporto de Tel Aviv, durante o ataque do grupo palestino Hamas a Israel, porque não conseguiram embarcar no voo que os levaria para Turquia, de onde partiriam de volta ao Brasil, conforme prometido. Eles entraram em contato com a Confederação Brasileira de Tênis (CBT), que emitiu passagens para uma viagem marcada para as 22 horas, no horário local, deste sábado, mas o voo foi cancelado, por isso foram levados para a área de proteção no subsolo. Eles estavam no aeroporto desde o começo da tarde.

“Assim que eles chegaram ao hotel, escutaram os primeiros bombardeios e imediatamente entraram em contato conosco”, conta Rafael Westrupp, presidente da CBT, em vídeo publicado na página oficial da entidade no Instagram. “A gente solicitou que fossem ao aeroporto, emitimos três passagens aéreas para retornarem neste sábado. No momento do embarque, o aeroporto foi fechado. Estão todos, como os demais passageiros, em um bunker, ou seja, num subsolo do aeroporto, esperando os próximos passos.”

De acordo com Westrupp, a CBT está em contato direto com os tenistas e vem recebendo auxilio do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que acionou a ajuda das autoridades competentes. “Estamos em contato direto, em um esforço a várias mãos. O presidente do CPB, Mizael Conrado, nos auxiliou no contato com a embaixada do Brasil em Israel e com o Itamaraty. O melhor dos esforços dentro da pior circunstância possível. Com solidariedade e assistência, estamos em contato direto. De alguma maneira, estamos tentando confortá-los.”

Nota oficial do Ministério do Esporte

Em nota oficial, o Ministério do Esporte disse que também comunicou a embaixada brasileira em Israel sobre a necessidade de prestar auxilio aos três atletas. Segundo o texto, ministro André Fufuca (PP-MA) “solicitou todo o empenho da embaixada em providenciar a devida segurança aos três tenistas em cadeira de rodas: Daniel Rodrigues, Leandro Pena e Ymanitu Silva, além de apoio para o regresso desses atletas ao Brasil”.

QUEM SÃO OS TENISTAS

Os tenistas chegaram na madrugada deste sábado a Tel Aviv, onde disputariam o Israel Open. Ymanitu tem 40 anos e ficou tetraplégico depois de sofrer um acidente de carro em 2007, mas recuperou o movimento das mãos. Durante a reabilitação, conheceu o tênis em cadeira de rodas, se profissionalizou e agora acumula uma extensa lista de conquistas. Atual 10º colocado do ranking da Federação Internacional de Tênis, tem 56 títulos e é o único brasileiro a disputar todos os Grand Slams no tênis em cadeiras de roda. Soma dois vice-campeonatos de duplas em Roland Garros (2019) e no Australian Open (2023).

Leandro Pena, que nasceu sem as duas pernas, é o 18º colocado do ranking da ITF e tem 20 títulos no currículo. Tanto ele quanto Yamnitu disputam a categoria quad, para tenistas com restrições em três ou mais extremidades do corpo. Já Daniel Rodrigues compete na categoria open, para atletas diagnosticados obrigatoriamente com alguma deficiência nos membros inferiores. Ele nasceu com má-formação na perna direita, 20 centímetros menor do que a esquerda, e decidiu amputar a perna e usar prótese. É o número 20 do Ranking ITF e tem 74 títulos.

CONFLITO

O ataque terrorista do Hamas a Israel deflagrado neste sábado, dia 7, surpreendeu o mundo com um bombardeio planejado do grupo terrorista palestino, deixando centenas de mortos e milhares de ferido, segundo as autoridades locais. Milhares de foguetes foram disparados por milícias palestinas em direção a Israel. Em resposta, o país atacou alvos em Gaza. “Estamos em guerra”, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Não em uma ‘operação’, não em um ‘ataque’, mas em guerra”.

O líder da ala militar do grupo terrorista Hamas, Mohammed Deif, anunciou o início do que ele chamou de “Operação Tempestade Al-Aqsa” - em referência à mesquita Al-Aqsa, localizada na Cidade Velha de Jerusalém, terceiro local mais sagrado do Islã e o primeiro para os judeus, que se referem a ele como o Monte do Templo.

Leandro Pena teve de voltar urgente para o Brasil devido ao conflito em Israel. Foto: Reprodução/Leandro Pena Instagram @leandro.pena

Leandro Pena teve de voltar urgente para o Brasil devido ao conflito em Israel. Foto: Reprodução/Leandro Pena Instagram @leandro.pena

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