O ano de 2021 vai ficar marcado na memória da tenista Luisa Stefani. Os grandes resultados obtidos nesta temporada a colocaram na 10ª posição nas duplas no último ranking da Associação das Tenistas Profissionais (WTA) de 2021, divulgado segunda-feira. Trata-se de um feito inédito entre as brasileiras. Além da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio, conquistado ao lado de Laura Pigossi, Luisa ganhou o WTA 1000 de Montreal, no Canadá, e foi finalista de outros cinco torneios.
"Fico muito feliz e orgulhosa de terminar no top 10. Sempre foi um objetivo que tracei e um sonho. Agora é seguir firme na recuperação para voltar saudável ano que vem, para continuar competindo, que é o que mais gosto de fazer, e o ranking representa o que faz uma atleta com trabalho diário, sacrifícios e os bons resultados. Espero que em 2022 eu consiga ir ainda mais longe", disse Luisa, que venceu 40 dos 59 jogos disputados na temporada.
O grande momento acabou interrompido na semifinal do US Open, quando precisou abandonar a partida por ter rompido o ligamento cruzado anterior do joelho, em setembro. Luisa passou por uma cirurgia no mesmo mês e continuará sua recuperação em São Paulo a partir da próxima semana.
Nos resultados desse ano, ela foi vice-campeã do WTA 1000 de Miami, do WTA 500 de Adelaide e do WTA 500 de Abu Dhabi, ao lado da americana Hayley Carter. Também alcançou as finais do WTA 500 San Jose e do WTA 1000 Cincinnati, jogando com a canadense Gabriela Dabrowski.
Luisa recebeu este ano US$ 257,5 mil (R$ 1,45 milhão) de premiação da WTA. Além disso, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) pagou a equipes medalhistas com até seis atletas nos Jogos de Tóquio um valor a ser dividido de R$ 200 mil.
A carreira de Luisa Stefani
Moradora do bairro de Perdizes, em São Paulo, Luisa Stefani praticava vários esportes quando criança e iniciou no tênis com sete anos, ao lado do irmão. Desde o juvenil, já tinha facilidade para jogar em duplas. O hobby começou logo a se transformar em coisa séria. Campeonatos e viagens viraram rotina e o potencial de Luisa nas quadras já era notável.
A família se mudou para os Estados Unidos e a carreira da brasileira ganhou força no âmbito universitário. Ela escolheu trancar a faculdade para disputar o circuito profissional integralmente a partir de meados de 2018. Os resultados de destaque nas duplas em 2019 deixaram-na perto das 70 melhores do mundo. De 2020 a 2021, o desempenho foi melhorando junto com a colocação no ranking mundial. Nos torneios depois da Olimpíada de Tóquio, Luisa sentiu que começou a jogar com mais confiança na quadra e isso foi percebido também pelas adversárias.
A tenista também quer fazer a diferença no esporte incentivando garotas na prática do tênis. "Uma meta que tenho é ajudar mais meninas no esporte e no tênis porque é onde eu consigo fazer a maior diferença no momento", disse em entrevista ao Estadão, em agosto.
Os resultados em 2021
- semifinalista ao lado de Gabriela Dabrowski do US Open (Grand Slam)
- vice-campeã ao lado de Gabriela Dabrowski do WTA 1000 Cincinnati
- campeã ao lado de Gabriela Dabrowski do WTA 1000 Montreal
- vice-campeã ao lado de Gabriela Dabrowski do WTA 500 San Jose
- Medalha de bronze ao lado de Laura Pigossi do Jogos de Tóquio
- vice-campeã ao lado de Hayley Carter do WTA 1000 de Miami
- vice-campeã ao lado de Hayley Carter do WTA 500 de Adelaide
- vice-campeã ao lado de Hayley Carter do WTA 500 de Abu Dhabi