PARIS - O público que acompanha as Olimpíadas costuma ser mais diverso do que aquele que habitualmente vai aos Grand Slams. Em Roland Garros, durante os Jogos, as bandeiras nacionais aparecem como um símbolo de identificação e apoio mais frequente. Ao mesmo tempo, a torcida faz uma festa à parte, com ola, frases bem humoradas que ecoam pela quadra e apoio incondicional ao tenista mais fraco, sem que sumam os aplausos à boa técnica exibida pelo adversário.
O libanês Hady Habib foi o preferido do público contra o espanhol Carlos Alcaraz. Na estreia de Novak Djokovic, a torcida seguiu o mesmo roteiro de apoio ao australiano Matthew Ebden. O momento que mais divertiu o público aconteceu após a vitória do sérvio, quando o multicampeão lançou bolinhas para torcedores.
Roland Garros é um dos poucos palcos do tênis em que os brasileiros foram felizes. Pelo País não chegar como favorito, o apoio também se eleva. No saibro, Gustavo Kuerten ganhou o Grand Slam francês em 1997, 2000 e 2001. Maria Esther Bueno foi vice em 1964.
Não era difícil encontrar brasileiros entre as principais quadras de Roland Garros. As recifenses Patrícia, advogada de 54 anos, e Ludmila, estudante de 22, já estiveram nesse palco, mas estão em Paris não só por causa do tênis. “Nós ainda vamos acompanhar jogos de vôlei, vôlei de praia, a ginástica artística e o atletismo”.
Nos Jogos Olímpicos de Paris, o Brasil tem cinco representantes: Bia Haddad Maia, Luisa Stefani, Laura Pigossi, Thiago Monteiro e Thiago Wild. Na última edição olímpica, o País surpreendeu ao levar o bronze nas duplas femininas, com Luisa e Laura, parceria que não se repete nestas Olimpíadas.
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“Com certeza volto mais preparada, mais confiante e sabendo que já fiz uma vez. Por que nao poderia fazer de novo? Acho que é muito mais uma questão de acreditar. (Jogar em Roland Garros) Traz a sensação de ser o melhor dos dois mundos pra mim. A junção da minha competição favorita com o meu torneio favorito”, afirmou Laura em entrevista ao Estadão.
A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) aponta que o suporte dado aos brasileiros é o que pode levá-los a repetir o feito de Tóquio, em 2021. “Lógico que existe um suporte ainda maior durante os Jogos Olímpicos, visto que a CBT e o COB atuam juntos, de A a Z, juntamente com o time na competição. Desde a inscrição, organização logística, formação de comissão técnica, etc. O contexto fica muito similar às semanas de Copa Davis e Billie Jean King Cup”, explicou Rafael Westrupp, presidente da CBT.
O mandatário argumenta que a longo prazo, pensando nas Olimpíadas de 2028, o tênis brasileiro poderá chegar com mais chances de medalha do que em Paris. “Acredito que, neste contexto, podemos sim ganhar uma medalha em Paris. E estou certo que o ciclo 2028 será realizado com todas as melhores condições, como o praxe na CBT”, complementou Westrupp.