Série ‘Break Point’, da Netflix, tenta repetir exemplo da F-1 para conquistar novos fãs para o tênis


Objetivo da produção é apresentar o circuito e seus personagens para um novo público, assim como foi feito com ‘Drive to Survive’

Por Felipe Rosa Mendes
Atualização:

Se há algo em comum entre o tênis e a Fórmula 1, modalidades esportivas tão diferentes, é a busca por novos fãs e a preocupação com o futuro das arquibancadas. A principal categoria do automobilismo mundial encontrou na série “Drive to Survive” (Dirigir para Viver) parte da solução para o seu problema. O tênis, então, resolveu enveredar pelo mesmo caminho com “Break Point”, seriado feito nos mesmos moldes e também produzido pela Netflix. No dia 19, lançará a segunda metade da primeira temporada.

O grande objetivo da série é apresentar o circuito e seus personagens para um novo público, aquele que mal conhece os torneios e os tenistas da nova geração. Portanto, o fã mais “raiz” da modalidade pode se decepcionar por não encontrar novas histórias ou bastidores tão reveladores na série. Também não vão encontrar medalhões como Roger Federer e Serena Williams, já aposentados, Rafael Nadal, quase lá, e Novak Djokovic, sem dar sinais de parar.

Isso ajuda a explicar em parte porque “Break Point” não contou com recepção mais calorosa no mundo do tênis. Lançado em janeiro, a tempo de pegar o “embalo” do Aberto da Austrália, apresentou histórias e traços das personalidades do polêmico Nick Kyrgios e seu compatriota Thanasi Kokkinakis, as ambições de Taylor Fritz, Felix Auger-Aliassime e Matteo Berrettini e a frustração de Casper Ruud nos primeiros cinco episódios da primeira temporada.

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Entre as mulheres, Ajla Tomljanovic, Maria Sakkari, Paula Badosa e Ons Jabeur (que será rival de Bia Haddad nas quarta de final de Roland Garros nesta quarta-feira) foram as tenistas acompanhadas pelas câmeras da Netflix. A segunda parte terá Frances Tiafoe, Stefanos Tsitsipas, Aryna Sabalenka, Sloane Stephens e Iga Swiatek, atual número 1 do mundo.

O ponto forte da série é apresentar o circuito para quem nunca ouviu falar em tênis, para quem não sabe quem são os tenistas mais badalados e, principalmente, para quem não sabe que o glamour da modalidade é para raros atletas. A grande maioria tem rotina dura, de viagens, derrotas, frustrações e oscilações emocionais. Tudo isso é retratado na série.

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Série 'Break Point', da Netflix, tenta repetir exemplo da F-1 para conquistar novos fãs para o tênis Foto: Reprodução / Netflix

Também conta a favor a experiência da Netflix adquirida com “Drive to Survive”, o grande case de sucesso na área das séries esportivas do streaming. Em Break Point, ao menos na primeira parte, a produção não força a barra para criar rivalidades e tensões que não existem, como aconteceu entre pilotos e equipes de F-1.

Por outro lado, falta profundidade nos bastidores. A produção teve acesso à intimidade familiar de alguns tenistas, mas não conseguiu extrair boas histórias e depoimentos reveladores na grande maioria das entrevistas. Num dos poucos momentos de alguma profundidade, Kyrgios revelou que quase virou alcoólatra. Com Berrettini, flagrou o que quase virou briga de casal com Tomljanovic - na época, italiano e australiana ainda estavam juntos.

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Seria necessário ir um pouco além do drama da derrota, da euforia pela vitória, a eterna busca por ser número 1 do mundo e campeão de Grand Slam. Para quem acompanha o tênis, isso tudo soa repetitivo. Mas pode ser divertido para quem nunca acompanhou, mesmo pela TV, um Grand Slam. Ou quem acompanha de longe.

Diante de tal superficialidade, a produção se concentrou em ouvir comentários dos tenistas sobre seus próprios jogos, em “off”, em meio às imagens das partidas. Como compensação, ofereceu ao público comentários de peso de Paul Annacone, ex-técnico de Federer e Pete Sampras e atualmente na equipe de Fritz. Andy Roddick e Maria Sharapova preencheram diversos vazios no roteiro da série, ajudando a esclarecer situações que todo tenista vive no circuito.

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Na prática, Break Point é bom entretenimento para os novos fãs, grande preocupação das entidades que regem o tênis mundial, mas não acrescenta muito para aqueles que acompanham o noticiário e as histórias do circuito.

“Até aqui o esporte sempre foi contado pelo prisma do resultado dos jogos, de se assistir a competição, de saber quem era o vencedor e o derrotado, de celebrar aquilo e chorar as dores. Esses novos formatos, como os dessas séries, eles partem para esse momento em que o esporte passa a explorar comercialmente outras narrativas que não a da competição, não a do jogo em si, mas do aspecto humano, do aspecto pessoal, das histórias que nos levam até antes dos jogos começarem e assim que os jogos terminam recomeçam. Com certeza é uma tendência que tenhamos cada vez mais os esportes dentro dessas plataformas de streaming com conteúdos e narrativas novas, e que prendam muito os espectadores por conta disso”, comentou Bruno Maia, sócio da Feel The Match e especialista em inovação e novas tecnologias do esporte e entretenimento.

Confira abaixo séries e documentários sobre esportes no streaming:

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  • “Break Point” - Netflix
  • “Drive to Survive” - Netflix
  • “Boom! Boom! The World vs. Boris Becker” (“O Mundo contra Boris Becker”) - Apple TV+
  • “Mike: Além de Tyson” - Star+
  • “Neymar: O Caos Perfeito” - Netflix
  • “Maradona: Conquista de um Sonho” - Amazon Prime Video
  • “Legacy: A Verdadeira História dos Lakers” - Star+
  • “Naomi Osaka: Estrela do Tênis” - Netflix
  • “The Playbook: Estratégias para Vencer” - Netflix
  • “Prima Squadra: Juventus” - Netflix
  • “Man in the Arena: Tom Brady” - Star+

Se há algo em comum entre o tênis e a Fórmula 1, modalidades esportivas tão diferentes, é a busca por novos fãs e a preocupação com o futuro das arquibancadas. A principal categoria do automobilismo mundial encontrou na série “Drive to Survive” (Dirigir para Viver) parte da solução para o seu problema. O tênis, então, resolveu enveredar pelo mesmo caminho com “Break Point”, seriado feito nos mesmos moldes e também produzido pela Netflix. No dia 19, lançará a segunda metade da primeira temporada.

O grande objetivo da série é apresentar o circuito e seus personagens para um novo público, aquele que mal conhece os torneios e os tenistas da nova geração. Portanto, o fã mais “raiz” da modalidade pode se decepcionar por não encontrar novas histórias ou bastidores tão reveladores na série. Também não vão encontrar medalhões como Roger Federer e Serena Williams, já aposentados, Rafael Nadal, quase lá, e Novak Djokovic, sem dar sinais de parar.

Isso ajuda a explicar em parte porque “Break Point” não contou com recepção mais calorosa no mundo do tênis. Lançado em janeiro, a tempo de pegar o “embalo” do Aberto da Austrália, apresentou histórias e traços das personalidades do polêmico Nick Kyrgios e seu compatriota Thanasi Kokkinakis, as ambições de Taylor Fritz, Felix Auger-Aliassime e Matteo Berrettini e a frustração de Casper Ruud nos primeiros cinco episódios da primeira temporada.

Entre as mulheres, Ajla Tomljanovic, Maria Sakkari, Paula Badosa e Ons Jabeur (que será rival de Bia Haddad nas quarta de final de Roland Garros nesta quarta-feira) foram as tenistas acompanhadas pelas câmeras da Netflix. A segunda parte terá Frances Tiafoe, Stefanos Tsitsipas, Aryna Sabalenka, Sloane Stephens e Iga Swiatek, atual número 1 do mundo.

O ponto forte da série é apresentar o circuito para quem nunca ouviu falar em tênis, para quem não sabe quem são os tenistas mais badalados e, principalmente, para quem não sabe que o glamour da modalidade é para raros atletas. A grande maioria tem rotina dura, de viagens, derrotas, frustrações e oscilações emocionais. Tudo isso é retratado na série.

Série 'Break Point', da Netflix, tenta repetir exemplo da F-1 para conquistar novos fãs para o tênis Foto: Reprodução / Netflix

Também conta a favor a experiência da Netflix adquirida com “Drive to Survive”, o grande case de sucesso na área das séries esportivas do streaming. Em Break Point, ao menos na primeira parte, a produção não força a barra para criar rivalidades e tensões que não existem, como aconteceu entre pilotos e equipes de F-1.

Por outro lado, falta profundidade nos bastidores. A produção teve acesso à intimidade familiar de alguns tenistas, mas não conseguiu extrair boas histórias e depoimentos reveladores na grande maioria das entrevistas. Num dos poucos momentos de alguma profundidade, Kyrgios revelou que quase virou alcoólatra. Com Berrettini, flagrou o que quase virou briga de casal com Tomljanovic - na época, italiano e australiana ainda estavam juntos.

Seria necessário ir um pouco além do drama da derrota, da euforia pela vitória, a eterna busca por ser número 1 do mundo e campeão de Grand Slam. Para quem acompanha o tênis, isso tudo soa repetitivo. Mas pode ser divertido para quem nunca acompanhou, mesmo pela TV, um Grand Slam. Ou quem acompanha de longe.

Diante de tal superficialidade, a produção se concentrou em ouvir comentários dos tenistas sobre seus próprios jogos, em “off”, em meio às imagens das partidas. Como compensação, ofereceu ao público comentários de peso de Paul Annacone, ex-técnico de Federer e Pete Sampras e atualmente na equipe de Fritz. Andy Roddick e Maria Sharapova preencheram diversos vazios no roteiro da série, ajudando a esclarecer situações que todo tenista vive no circuito.

Na prática, Break Point é bom entretenimento para os novos fãs, grande preocupação das entidades que regem o tênis mundial, mas não acrescenta muito para aqueles que acompanham o noticiário e as histórias do circuito.

“Até aqui o esporte sempre foi contado pelo prisma do resultado dos jogos, de se assistir a competição, de saber quem era o vencedor e o derrotado, de celebrar aquilo e chorar as dores. Esses novos formatos, como os dessas séries, eles partem para esse momento em que o esporte passa a explorar comercialmente outras narrativas que não a da competição, não a do jogo em si, mas do aspecto humano, do aspecto pessoal, das histórias que nos levam até antes dos jogos começarem e assim que os jogos terminam recomeçam. Com certeza é uma tendência que tenhamos cada vez mais os esportes dentro dessas plataformas de streaming com conteúdos e narrativas novas, e que prendam muito os espectadores por conta disso”, comentou Bruno Maia, sócio da Feel The Match e especialista em inovação e novas tecnologias do esporte e entretenimento.

Confira abaixo séries e documentários sobre esportes no streaming:

  • “Break Point” - Netflix
  • “Drive to Survive” - Netflix
  • “Boom! Boom! The World vs. Boris Becker” (“O Mundo contra Boris Becker”) - Apple TV+
  • “Mike: Além de Tyson” - Star+
  • “Neymar: O Caos Perfeito” - Netflix
  • “Maradona: Conquista de um Sonho” - Amazon Prime Video
  • “Legacy: A Verdadeira História dos Lakers” - Star+
  • “Naomi Osaka: Estrela do Tênis” - Netflix
  • “The Playbook: Estratégias para Vencer” - Netflix
  • “Prima Squadra: Juventus” - Netflix
  • “Man in the Arena: Tom Brady” - Star+

Se há algo em comum entre o tênis e a Fórmula 1, modalidades esportivas tão diferentes, é a busca por novos fãs e a preocupação com o futuro das arquibancadas. A principal categoria do automobilismo mundial encontrou na série “Drive to Survive” (Dirigir para Viver) parte da solução para o seu problema. O tênis, então, resolveu enveredar pelo mesmo caminho com “Break Point”, seriado feito nos mesmos moldes e também produzido pela Netflix. No dia 19, lançará a segunda metade da primeira temporada.

O grande objetivo da série é apresentar o circuito e seus personagens para um novo público, aquele que mal conhece os torneios e os tenistas da nova geração. Portanto, o fã mais “raiz” da modalidade pode se decepcionar por não encontrar novas histórias ou bastidores tão reveladores na série. Também não vão encontrar medalhões como Roger Federer e Serena Williams, já aposentados, Rafael Nadal, quase lá, e Novak Djokovic, sem dar sinais de parar.

Isso ajuda a explicar em parte porque “Break Point” não contou com recepção mais calorosa no mundo do tênis. Lançado em janeiro, a tempo de pegar o “embalo” do Aberto da Austrália, apresentou histórias e traços das personalidades do polêmico Nick Kyrgios e seu compatriota Thanasi Kokkinakis, as ambições de Taylor Fritz, Felix Auger-Aliassime e Matteo Berrettini e a frustração de Casper Ruud nos primeiros cinco episódios da primeira temporada.

Entre as mulheres, Ajla Tomljanovic, Maria Sakkari, Paula Badosa e Ons Jabeur (que será rival de Bia Haddad nas quarta de final de Roland Garros nesta quarta-feira) foram as tenistas acompanhadas pelas câmeras da Netflix. A segunda parte terá Frances Tiafoe, Stefanos Tsitsipas, Aryna Sabalenka, Sloane Stephens e Iga Swiatek, atual número 1 do mundo.

O ponto forte da série é apresentar o circuito para quem nunca ouviu falar em tênis, para quem não sabe quem são os tenistas mais badalados e, principalmente, para quem não sabe que o glamour da modalidade é para raros atletas. A grande maioria tem rotina dura, de viagens, derrotas, frustrações e oscilações emocionais. Tudo isso é retratado na série.

Série 'Break Point', da Netflix, tenta repetir exemplo da F-1 para conquistar novos fãs para o tênis Foto: Reprodução / Netflix

Também conta a favor a experiência da Netflix adquirida com “Drive to Survive”, o grande case de sucesso na área das séries esportivas do streaming. Em Break Point, ao menos na primeira parte, a produção não força a barra para criar rivalidades e tensões que não existem, como aconteceu entre pilotos e equipes de F-1.

Por outro lado, falta profundidade nos bastidores. A produção teve acesso à intimidade familiar de alguns tenistas, mas não conseguiu extrair boas histórias e depoimentos reveladores na grande maioria das entrevistas. Num dos poucos momentos de alguma profundidade, Kyrgios revelou que quase virou alcoólatra. Com Berrettini, flagrou o que quase virou briga de casal com Tomljanovic - na época, italiano e australiana ainda estavam juntos.

Seria necessário ir um pouco além do drama da derrota, da euforia pela vitória, a eterna busca por ser número 1 do mundo e campeão de Grand Slam. Para quem acompanha o tênis, isso tudo soa repetitivo. Mas pode ser divertido para quem nunca acompanhou, mesmo pela TV, um Grand Slam. Ou quem acompanha de longe.

Diante de tal superficialidade, a produção se concentrou em ouvir comentários dos tenistas sobre seus próprios jogos, em “off”, em meio às imagens das partidas. Como compensação, ofereceu ao público comentários de peso de Paul Annacone, ex-técnico de Federer e Pete Sampras e atualmente na equipe de Fritz. Andy Roddick e Maria Sharapova preencheram diversos vazios no roteiro da série, ajudando a esclarecer situações que todo tenista vive no circuito.

Na prática, Break Point é bom entretenimento para os novos fãs, grande preocupação das entidades que regem o tênis mundial, mas não acrescenta muito para aqueles que acompanham o noticiário e as histórias do circuito.

“Até aqui o esporte sempre foi contado pelo prisma do resultado dos jogos, de se assistir a competição, de saber quem era o vencedor e o derrotado, de celebrar aquilo e chorar as dores. Esses novos formatos, como os dessas séries, eles partem para esse momento em que o esporte passa a explorar comercialmente outras narrativas que não a da competição, não a do jogo em si, mas do aspecto humano, do aspecto pessoal, das histórias que nos levam até antes dos jogos começarem e assim que os jogos terminam recomeçam. Com certeza é uma tendência que tenhamos cada vez mais os esportes dentro dessas plataformas de streaming com conteúdos e narrativas novas, e que prendam muito os espectadores por conta disso”, comentou Bruno Maia, sócio da Feel The Match e especialista em inovação e novas tecnologias do esporte e entretenimento.

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  • “Break Point” - Netflix
  • “Drive to Survive” - Netflix
  • “Boom! Boom! The World vs. Boris Becker” (“O Mundo contra Boris Becker”) - Apple TV+
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  • “Neymar: O Caos Perfeito” - Netflix
  • “Maradona: Conquista de um Sonho” - Amazon Prime Video
  • “Legacy: A Verdadeira História dos Lakers” - Star+
  • “Naomi Osaka: Estrela do Tênis” - Netflix
  • “The Playbook: Estratégias para Vencer” - Netflix
  • “Prima Squadra: Juventus” - Netflix
  • “Man in the Arena: Tom Brady” - Star+

Se há algo em comum entre o tênis e a Fórmula 1, modalidades esportivas tão diferentes, é a busca por novos fãs e a preocupação com o futuro das arquibancadas. A principal categoria do automobilismo mundial encontrou na série “Drive to Survive” (Dirigir para Viver) parte da solução para o seu problema. O tênis, então, resolveu enveredar pelo mesmo caminho com “Break Point”, seriado feito nos mesmos moldes e também produzido pela Netflix. No dia 19, lançará a segunda metade da primeira temporada.

O grande objetivo da série é apresentar o circuito e seus personagens para um novo público, aquele que mal conhece os torneios e os tenistas da nova geração. Portanto, o fã mais “raiz” da modalidade pode se decepcionar por não encontrar novas histórias ou bastidores tão reveladores na série. Também não vão encontrar medalhões como Roger Federer e Serena Williams, já aposentados, Rafael Nadal, quase lá, e Novak Djokovic, sem dar sinais de parar.

Isso ajuda a explicar em parte porque “Break Point” não contou com recepção mais calorosa no mundo do tênis. Lançado em janeiro, a tempo de pegar o “embalo” do Aberto da Austrália, apresentou histórias e traços das personalidades do polêmico Nick Kyrgios e seu compatriota Thanasi Kokkinakis, as ambições de Taylor Fritz, Felix Auger-Aliassime e Matteo Berrettini e a frustração de Casper Ruud nos primeiros cinco episódios da primeira temporada.

Entre as mulheres, Ajla Tomljanovic, Maria Sakkari, Paula Badosa e Ons Jabeur (que será rival de Bia Haddad nas quarta de final de Roland Garros nesta quarta-feira) foram as tenistas acompanhadas pelas câmeras da Netflix. A segunda parte terá Frances Tiafoe, Stefanos Tsitsipas, Aryna Sabalenka, Sloane Stephens e Iga Swiatek, atual número 1 do mundo.

O ponto forte da série é apresentar o circuito para quem nunca ouviu falar em tênis, para quem não sabe quem são os tenistas mais badalados e, principalmente, para quem não sabe que o glamour da modalidade é para raros atletas. A grande maioria tem rotina dura, de viagens, derrotas, frustrações e oscilações emocionais. Tudo isso é retratado na série.

Série 'Break Point', da Netflix, tenta repetir exemplo da F-1 para conquistar novos fãs para o tênis Foto: Reprodução / Netflix

Também conta a favor a experiência da Netflix adquirida com “Drive to Survive”, o grande case de sucesso na área das séries esportivas do streaming. Em Break Point, ao menos na primeira parte, a produção não força a barra para criar rivalidades e tensões que não existem, como aconteceu entre pilotos e equipes de F-1.

Por outro lado, falta profundidade nos bastidores. A produção teve acesso à intimidade familiar de alguns tenistas, mas não conseguiu extrair boas histórias e depoimentos reveladores na grande maioria das entrevistas. Num dos poucos momentos de alguma profundidade, Kyrgios revelou que quase virou alcoólatra. Com Berrettini, flagrou o que quase virou briga de casal com Tomljanovic - na época, italiano e australiana ainda estavam juntos.

Seria necessário ir um pouco além do drama da derrota, da euforia pela vitória, a eterna busca por ser número 1 do mundo e campeão de Grand Slam. Para quem acompanha o tênis, isso tudo soa repetitivo. Mas pode ser divertido para quem nunca acompanhou, mesmo pela TV, um Grand Slam. Ou quem acompanha de longe.

Diante de tal superficialidade, a produção se concentrou em ouvir comentários dos tenistas sobre seus próprios jogos, em “off”, em meio às imagens das partidas. Como compensação, ofereceu ao público comentários de peso de Paul Annacone, ex-técnico de Federer e Pete Sampras e atualmente na equipe de Fritz. Andy Roddick e Maria Sharapova preencheram diversos vazios no roteiro da série, ajudando a esclarecer situações que todo tenista vive no circuito.

Na prática, Break Point é bom entretenimento para os novos fãs, grande preocupação das entidades que regem o tênis mundial, mas não acrescenta muito para aqueles que acompanham o noticiário e as histórias do circuito.

“Até aqui o esporte sempre foi contado pelo prisma do resultado dos jogos, de se assistir a competição, de saber quem era o vencedor e o derrotado, de celebrar aquilo e chorar as dores. Esses novos formatos, como os dessas séries, eles partem para esse momento em que o esporte passa a explorar comercialmente outras narrativas que não a da competição, não a do jogo em si, mas do aspecto humano, do aspecto pessoal, das histórias que nos levam até antes dos jogos começarem e assim que os jogos terminam recomeçam. Com certeza é uma tendência que tenhamos cada vez mais os esportes dentro dessas plataformas de streaming com conteúdos e narrativas novas, e que prendam muito os espectadores por conta disso”, comentou Bruno Maia, sócio da Feel The Match e especialista em inovação e novas tecnologias do esporte e entretenimento.

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  • “Break Point” - Netflix
  • “Drive to Survive” - Netflix
  • “Boom! Boom! The World vs. Boris Becker” (“O Mundo contra Boris Becker”) - Apple TV+
  • “Mike: Além de Tyson” - Star+
  • “Neymar: O Caos Perfeito” - Netflix
  • “Maradona: Conquista de um Sonho” - Amazon Prime Video
  • “Legacy: A Verdadeira História dos Lakers” - Star+
  • “Naomi Osaka: Estrela do Tênis” - Netflix
  • “The Playbook: Estratégias para Vencer” - Netflix
  • “Prima Squadra: Juventus” - Netflix
  • “Man in the Arena: Tom Brady” - Star+

Se há algo em comum entre o tênis e a Fórmula 1, modalidades esportivas tão diferentes, é a busca por novos fãs e a preocupação com o futuro das arquibancadas. A principal categoria do automobilismo mundial encontrou na série “Drive to Survive” (Dirigir para Viver) parte da solução para o seu problema. O tênis, então, resolveu enveredar pelo mesmo caminho com “Break Point”, seriado feito nos mesmos moldes e também produzido pela Netflix. No dia 19, lançará a segunda metade da primeira temporada.

O grande objetivo da série é apresentar o circuito e seus personagens para um novo público, aquele que mal conhece os torneios e os tenistas da nova geração. Portanto, o fã mais “raiz” da modalidade pode se decepcionar por não encontrar novas histórias ou bastidores tão reveladores na série. Também não vão encontrar medalhões como Roger Federer e Serena Williams, já aposentados, Rafael Nadal, quase lá, e Novak Djokovic, sem dar sinais de parar.

Isso ajuda a explicar em parte porque “Break Point” não contou com recepção mais calorosa no mundo do tênis. Lançado em janeiro, a tempo de pegar o “embalo” do Aberto da Austrália, apresentou histórias e traços das personalidades do polêmico Nick Kyrgios e seu compatriota Thanasi Kokkinakis, as ambições de Taylor Fritz, Felix Auger-Aliassime e Matteo Berrettini e a frustração de Casper Ruud nos primeiros cinco episódios da primeira temporada.

Entre as mulheres, Ajla Tomljanovic, Maria Sakkari, Paula Badosa e Ons Jabeur (que será rival de Bia Haddad nas quarta de final de Roland Garros nesta quarta-feira) foram as tenistas acompanhadas pelas câmeras da Netflix. A segunda parte terá Frances Tiafoe, Stefanos Tsitsipas, Aryna Sabalenka, Sloane Stephens e Iga Swiatek, atual número 1 do mundo.

O ponto forte da série é apresentar o circuito para quem nunca ouviu falar em tênis, para quem não sabe quem são os tenistas mais badalados e, principalmente, para quem não sabe que o glamour da modalidade é para raros atletas. A grande maioria tem rotina dura, de viagens, derrotas, frustrações e oscilações emocionais. Tudo isso é retratado na série.

Série 'Break Point', da Netflix, tenta repetir exemplo da F-1 para conquistar novos fãs para o tênis Foto: Reprodução / Netflix

Também conta a favor a experiência da Netflix adquirida com “Drive to Survive”, o grande case de sucesso na área das séries esportivas do streaming. Em Break Point, ao menos na primeira parte, a produção não força a barra para criar rivalidades e tensões que não existem, como aconteceu entre pilotos e equipes de F-1.

Por outro lado, falta profundidade nos bastidores. A produção teve acesso à intimidade familiar de alguns tenistas, mas não conseguiu extrair boas histórias e depoimentos reveladores na grande maioria das entrevistas. Num dos poucos momentos de alguma profundidade, Kyrgios revelou que quase virou alcoólatra. Com Berrettini, flagrou o que quase virou briga de casal com Tomljanovic - na época, italiano e australiana ainda estavam juntos.

Seria necessário ir um pouco além do drama da derrota, da euforia pela vitória, a eterna busca por ser número 1 do mundo e campeão de Grand Slam. Para quem acompanha o tênis, isso tudo soa repetitivo. Mas pode ser divertido para quem nunca acompanhou, mesmo pela TV, um Grand Slam. Ou quem acompanha de longe.

Diante de tal superficialidade, a produção se concentrou em ouvir comentários dos tenistas sobre seus próprios jogos, em “off”, em meio às imagens das partidas. Como compensação, ofereceu ao público comentários de peso de Paul Annacone, ex-técnico de Federer e Pete Sampras e atualmente na equipe de Fritz. Andy Roddick e Maria Sharapova preencheram diversos vazios no roteiro da série, ajudando a esclarecer situações que todo tenista vive no circuito.

Na prática, Break Point é bom entretenimento para os novos fãs, grande preocupação das entidades que regem o tênis mundial, mas não acrescenta muito para aqueles que acompanham o noticiário e as histórias do circuito.

“Até aqui o esporte sempre foi contado pelo prisma do resultado dos jogos, de se assistir a competição, de saber quem era o vencedor e o derrotado, de celebrar aquilo e chorar as dores. Esses novos formatos, como os dessas séries, eles partem para esse momento em que o esporte passa a explorar comercialmente outras narrativas que não a da competição, não a do jogo em si, mas do aspecto humano, do aspecto pessoal, das histórias que nos levam até antes dos jogos começarem e assim que os jogos terminam recomeçam. Com certeza é uma tendência que tenhamos cada vez mais os esportes dentro dessas plataformas de streaming com conteúdos e narrativas novas, e que prendam muito os espectadores por conta disso”, comentou Bruno Maia, sócio da Feel The Match e especialista em inovação e novas tecnologias do esporte e entretenimento.

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  • “Drive to Survive” - Netflix
  • “Boom! Boom! The World vs. Boris Becker” (“O Mundo contra Boris Becker”) - Apple TV+
  • “Mike: Além de Tyson” - Star+
  • “Neymar: O Caos Perfeito” - Netflix
  • “Maradona: Conquista de um Sonho” - Amazon Prime Video
  • “Legacy: A Verdadeira História dos Lakers” - Star+
  • “Naomi Osaka: Estrela do Tênis” - Netflix
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