Thiago Wild: tenista brasileiro que venceu nº 2 do mundo foi denunciado por violência doméstica


Paranaense de 23 anos virou notícia dentro e fora do mundo do tênis por ter derrubado o russo Daniil Medvedev em Roland Garros

Por Felipe Rosa Mendes
Atualização:

O tenista Thiago Wild ganhou os holofotes na terça-feira ao vencer o atual número dois do mundo logo em sua estreia na chave principal de Roland Garros. O paranaense de 23 anos virou notícia dentro e fora do mundo do tênis por ter derrubado o russo Daniil Medvedev. Mas quem é o tenista que ganhou elogios por sua performance sólida na quadra central do Grand Slam francês?

Nascido na pequena cidade de Marechal Cândido Rondon, no interior do Paraná, Wild chama a atenção do mundo do tênis desde a época de juvenil, quando mostrava técnica, ímpeto e confiança raros entre os jovens brasileiros. Desde a adolescência, já era considerado promessa pelos bons resultados, como o vice-campeonato do Banana Bowl, em 2017.

O rápido crescimento fez o adolescente começar a sonhar entre os profissionais, apesar da discordância da família, que pensava numa carreira de médico para ele. Até que os pais cederam e entraram de cabeça na vida de tenista do filho. Em 2014, o casal se mudou para o Rio com os filhos - Wild tem irmã. Gisele, sua mãe, é dentista. E o pai, Cláudio Ricardo Wild, professor de tênis. Ele começou a trabalhar na Tennis Route, academia que acolheu o filho na capital fluminense.

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Thiago Wild entrou em evidência após vencer Daniil Medvedev, nº 2 do mundo, em Roland Garros.  Foto: Aurelien Morissard / AP

Wild encerrou sua trajetória de juvenil no auge, em 2018, seu último ano na categoria. Então número oito do mundo entre os mais jovens, ele se sagrou campeão do US Open e ganhou confiança para seguir brilhando no circuito profissional. A estreia nas competições maiores, no ano seguinte, foi de resultados discretos, embora tenha entrado no Top 300 do ranking mundial.

Mas em 2020, ele fez história no tênis brasileiro. Ao levantar o troféu do Torneio de Santiago, competição de nível ATP 250, Wild se tornou o mais jovem tenista do Brasil a ganhar um torneio da ATP, superando Gustavo Kuerten. Na época, o paranaense tinha apenas 19 anos e era o 182ª do mundo. Venceu naquela final o norueguês Casper Ruud, atual número quatro do mundo e vice-campeão de Roland Garros.

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O título fez Wild dar um salto no ranking. Ele alcançou o 106º posto do mundo, sua melhor colocação até hoje.

Covid-19

A pandemia afetou diretamente a ascensão do brasileiro. O tenista foi um dos primeiros atletas de alto rendimento do País a contrair a doença, sem maiores sintomas. No entanto, ele enfrentou problemas na Justiça por não respeitar a quarentena enquanto estava com o coronavírus. Vizinhos relataram ter visto o atleta correndo na rua em meio ao isolamento geral.

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Após denúncia do Ministério Público do Paraná, o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-PR) determinou que ele e mais seis familiares ficassem em isolamento domiciliar. O TJ ameaçou aplicar multa de R$ 30 mil por pessoa caso a decisão fosse desrespeitada. Na época, o tenista não se pronunciou sobre o assunto. A família chegou a tentar habeas corpus, que foi rejeitado pela Justiça.

Na retomada do circuito, no decorrer de 2020, Wild teve dificuldades para atender as altas expectativas criadas sobre ele. Alguns tratavam o jovem brasileiro como o “novo Guga”. O paranaense se destacou em alguns torneios de nível Challenger, mas não voltou a brigar por títulos nas competições da ATP.

Em 2021, uma série de desistências deu ao brasileiro a vaga na Olimpíada de Tóquio. Wild declinou. Na ocasião, explicou que se recuperava de uma lesão no quadril.

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Denúncia de violência física e psicológica

No mesmo ano, o nome de Thiago Wild começou a ser mais relacionado com um problema conjugal e acusação de violência do que com os resultados em quadra. Sua então namorada, Thayane Lima, formada em biomedicina e influenciadora digital, usou as redes sociais para denunciar suposto caso de violência psicológica e física. Em junho de 2022, o tenista foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

“No dia 08 de maio de 2020, (...) o denunciado Thiago consciente e voluntariamente, praticou vias de fato em face de sua ex-companheira/vítima: Thayane Lima da Silva, ao apertar abruptamente o dedo desta”, diz a denúncia à qual teve acesso o portal UOL.

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Desde então, Wild vem sendo procurado para ser notificado sobre o caso. Mas ainda não foi localizado. A defesa do tenista alega que ele tem uma rotina movimentada, por causa das seguidas viagens pelo circuito, para diferentes países.

Após brilhar na vitória sobre Medvedev na terça-feira, o brasileiro foi questionado sobre o caso na entrevista coletiva pós-jogo. Ele se esquivou sobre o tema. “Acho que este não é um assunto que devamos falar aqui. Não acho que seja uma pergunta que você deva fazer a ninguém. Acho que não cabe a você decidir se é um lugar para se falar ou não”, afirmou o tenista. “Você pode escrever o que quiser. Aliás, nunca fui casado. Ok? Então, deixe isso de lado.”

Ao fim da coletiva, o jornalista alemão Jannik Schneider relatou que teria sido intimidado por um integrante da equipe de Wild após fazer as perguntas sobre as denúncias de violência doméstica. A pessoa teria tentado fotografar a credencial do repórter.

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Ex-companheira de Wild denunciou o jogador por violência doméstica.  Foto: POUJOULAT / AFP

“Um jornalista nunca deve fazer parte de uma história. Triste que isso tenha acontecido quando saímos da sala. Não quero dizer mais (sobre o assunto), mas acrescento que fiz uma pergunta válida com base em informações públicas do Tribunal do Rio em 2022″, disse Schneider em suas redes sociais.

Também pelas redes sociais, a ex-namorada de Wild comentou sobre as declarações feitas na coletiva. “Claro que não dá para esquecer o que aconteceu. A Justiça está resolvendo isso. Tudo o que eu falei, tinha como provar e foi provado, porque o Ministério Público aceitou a denúncia, então não foi brincadeira. Agora, quanto ao que vai acontecer com ele ou com a carreira dele, não cabe a mim. Está na mão do MP, o processo ainda está rolando, e eu espero que a Justiça seja feita”, declarou Thayane.

Temperamental

Característica marcante de Wild em quadra, a confiança elevada não raro transborda na forma de explosão e demonstrações de agressividade. Não por acaso o tenista ganhou fama de temperamental em seus jogos. A postura pode se repetir também nas entrevistas coletivas, consideradas imprevisíveis pelos jornalistas. Com frequência, perguntas habituais sobre tênis recebem respostas agressivas.

Wild já afirmou que faz sessões de meditação para manter a concentração em quadra, sem se deixar abalar por erros e oscilações ao longo dos jogos.

A postura dentro e fora das quadras pode ter contribuído para Wild perder um dos seus principais patrocinadores, no fim de 2021. A Asics, uma das principais marcas do mundo do tênis, encerrou uma parceria que atravessou seu título juvenil do US Open e a primeira conquista na ATP, em 2020.

“O contrato de patrocínio do atleta Thiago Wild foi encerrado no final de 2021 e desde então a ASICS não mantém nenhuma relação ou ligação profissional com o atleta”, disse a marca ao Estadão.

O tenista Thiago Wild ganhou os holofotes na terça-feira ao vencer o atual número dois do mundo logo em sua estreia na chave principal de Roland Garros. O paranaense de 23 anos virou notícia dentro e fora do mundo do tênis por ter derrubado o russo Daniil Medvedev. Mas quem é o tenista que ganhou elogios por sua performance sólida na quadra central do Grand Slam francês?

Nascido na pequena cidade de Marechal Cândido Rondon, no interior do Paraná, Wild chama a atenção do mundo do tênis desde a época de juvenil, quando mostrava técnica, ímpeto e confiança raros entre os jovens brasileiros. Desde a adolescência, já era considerado promessa pelos bons resultados, como o vice-campeonato do Banana Bowl, em 2017.

O rápido crescimento fez o adolescente começar a sonhar entre os profissionais, apesar da discordância da família, que pensava numa carreira de médico para ele. Até que os pais cederam e entraram de cabeça na vida de tenista do filho. Em 2014, o casal se mudou para o Rio com os filhos - Wild tem irmã. Gisele, sua mãe, é dentista. E o pai, Cláudio Ricardo Wild, professor de tênis. Ele começou a trabalhar na Tennis Route, academia que acolheu o filho na capital fluminense.

Thiago Wild entrou em evidência após vencer Daniil Medvedev, nº 2 do mundo, em Roland Garros.  Foto: Aurelien Morissard / AP

Wild encerrou sua trajetória de juvenil no auge, em 2018, seu último ano na categoria. Então número oito do mundo entre os mais jovens, ele se sagrou campeão do US Open e ganhou confiança para seguir brilhando no circuito profissional. A estreia nas competições maiores, no ano seguinte, foi de resultados discretos, embora tenha entrado no Top 300 do ranking mundial.

Mas em 2020, ele fez história no tênis brasileiro. Ao levantar o troféu do Torneio de Santiago, competição de nível ATP 250, Wild se tornou o mais jovem tenista do Brasil a ganhar um torneio da ATP, superando Gustavo Kuerten. Na época, o paranaense tinha apenas 19 anos e era o 182ª do mundo. Venceu naquela final o norueguês Casper Ruud, atual número quatro do mundo e vice-campeão de Roland Garros.

O título fez Wild dar um salto no ranking. Ele alcançou o 106º posto do mundo, sua melhor colocação até hoje.

Covid-19

A pandemia afetou diretamente a ascensão do brasileiro. O tenista foi um dos primeiros atletas de alto rendimento do País a contrair a doença, sem maiores sintomas. No entanto, ele enfrentou problemas na Justiça por não respeitar a quarentena enquanto estava com o coronavírus. Vizinhos relataram ter visto o atleta correndo na rua em meio ao isolamento geral.

Após denúncia do Ministério Público do Paraná, o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-PR) determinou que ele e mais seis familiares ficassem em isolamento domiciliar. O TJ ameaçou aplicar multa de R$ 30 mil por pessoa caso a decisão fosse desrespeitada. Na época, o tenista não se pronunciou sobre o assunto. A família chegou a tentar habeas corpus, que foi rejeitado pela Justiça.

Na retomada do circuito, no decorrer de 2020, Wild teve dificuldades para atender as altas expectativas criadas sobre ele. Alguns tratavam o jovem brasileiro como o “novo Guga”. O paranaense se destacou em alguns torneios de nível Challenger, mas não voltou a brigar por títulos nas competições da ATP.

Em 2021, uma série de desistências deu ao brasileiro a vaga na Olimpíada de Tóquio. Wild declinou. Na ocasião, explicou que se recuperava de uma lesão no quadril.

Denúncia de violência física e psicológica

No mesmo ano, o nome de Thiago Wild começou a ser mais relacionado com um problema conjugal e acusação de violência do que com os resultados em quadra. Sua então namorada, Thayane Lima, formada em biomedicina e influenciadora digital, usou as redes sociais para denunciar suposto caso de violência psicológica e física. Em junho de 2022, o tenista foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

“No dia 08 de maio de 2020, (...) o denunciado Thiago consciente e voluntariamente, praticou vias de fato em face de sua ex-companheira/vítima: Thayane Lima da Silva, ao apertar abruptamente o dedo desta”, diz a denúncia à qual teve acesso o portal UOL.

Desde então, Wild vem sendo procurado para ser notificado sobre o caso. Mas ainda não foi localizado. A defesa do tenista alega que ele tem uma rotina movimentada, por causa das seguidas viagens pelo circuito, para diferentes países.

Após brilhar na vitória sobre Medvedev na terça-feira, o brasileiro foi questionado sobre o caso na entrevista coletiva pós-jogo. Ele se esquivou sobre o tema. “Acho que este não é um assunto que devamos falar aqui. Não acho que seja uma pergunta que você deva fazer a ninguém. Acho que não cabe a você decidir se é um lugar para se falar ou não”, afirmou o tenista. “Você pode escrever o que quiser. Aliás, nunca fui casado. Ok? Então, deixe isso de lado.”

Ao fim da coletiva, o jornalista alemão Jannik Schneider relatou que teria sido intimidado por um integrante da equipe de Wild após fazer as perguntas sobre as denúncias de violência doméstica. A pessoa teria tentado fotografar a credencial do repórter.

Ex-companheira de Wild denunciou o jogador por violência doméstica.  Foto: POUJOULAT / AFP

“Um jornalista nunca deve fazer parte de uma história. Triste que isso tenha acontecido quando saímos da sala. Não quero dizer mais (sobre o assunto), mas acrescento que fiz uma pergunta válida com base em informações públicas do Tribunal do Rio em 2022″, disse Schneider em suas redes sociais.

Também pelas redes sociais, a ex-namorada de Wild comentou sobre as declarações feitas na coletiva. “Claro que não dá para esquecer o que aconteceu. A Justiça está resolvendo isso. Tudo o que eu falei, tinha como provar e foi provado, porque o Ministério Público aceitou a denúncia, então não foi brincadeira. Agora, quanto ao que vai acontecer com ele ou com a carreira dele, não cabe a mim. Está na mão do MP, o processo ainda está rolando, e eu espero que a Justiça seja feita”, declarou Thayane.

Temperamental

Característica marcante de Wild em quadra, a confiança elevada não raro transborda na forma de explosão e demonstrações de agressividade. Não por acaso o tenista ganhou fama de temperamental em seus jogos. A postura pode se repetir também nas entrevistas coletivas, consideradas imprevisíveis pelos jornalistas. Com frequência, perguntas habituais sobre tênis recebem respostas agressivas.

Wild já afirmou que faz sessões de meditação para manter a concentração em quadra, sem se deixar abalar por erros e oscilações ao longo dos jogos.

A postura dentro e fora das quadras pode ter contribuído para Wild perder um dos seus principais patrocinadores, no fim de 2021. A Asics, uma das principais marcas do mundo do tênis, encerrou uma parceria que atravessou seu título juvenil do US Open e a primeira conquista na ATP, em 2020.

“O contrato de patrocínio do atleta Thiago Wild foi encerrado no final de 2021 e desde então a ASICS não mantém nenhuma relação ou ligação profissional com o atleta”, disse a marca ao Estadão.

O tenista Thiago Wild ganhou os holofotes na terça-feira ao vencer o atual número dois do mundo logo em sua estreia na chave principal de Roland Garros. O paranaense de 23 anos virou notícia dentro e fora do mundo do tênis por ter derrubado o russo Daniil Medvedev. Mas quem é o tenista que ganhou elogios por sua performance sólida na quadra central do Grand Slam francês?

Nascido na pequena cidade de Marechal Cândido Rondon, no interior do Paraná, Wild chama a atenção do mundo do tênis desde a época de juvenil, quando mostrava técnica, ímpeto e confiança raros entre os jovens brasileiros. Desde a adolescência, já era considerado promessa pelos bons resultados, como o vice-campeonato do Banana Bowl, em 2017.

O rápido crescimento fez o adolescente começar a sonhar entre os profissionais, apesar da discordância da família, que pensava numa carreira de médico para ele. Até que os pais cederam e entraram de cabeça na vida de tenista do filho. Em 2014, o casal se mudou para o Rio com os filhos - Wild tem irmã. Gisele, sua mãe, é dentista. E o pai, Cláudio Ricardo Wild, professor de tênis. Ele começou a trabalhar na Tennis Route, academia que acolheu o filho na capital fluminense.

Thiago Wild entrou em evidência após vencer Daniil Medvedev, nº 2 do mundo, em Roland Garros.  Foto: Aurelien Morissard / AP

Wild encerrou sua trajetória de juvenil no auge, em 2018, seu último ano na categoria. Então número oito do mundo entre os mais jovens, ele se sagrou campeão do US Open e ganhou confiança para seguir brilhando no circuito profissional. A estreia nas competições maiores, no ano seguinte, foi de resultados discretos, embora tenha entrado no Top 300 do ranking mundial.

Mas em 2020, ele fez história no tênis brasileiro. Ao levantar o troféu do Torneio de Santiago, competição de nível ATP 250, Wild se tornou o mais jovem tenista do Brasil a ganhar um torneio da ATP, superando Gustavo Kuerten. Na época, o paranaense tinha apenas 19 anos e era o 182ª do mundo. Venceu naquela final o norueguês Casper Ruud, atual número quatro do mundo e vice-campeão de Roland Garros.

O título fez Wild dar um salto no ranking. Ele alcançou o 106º posto do mundo, sua melhor colocação até hoje.

Covid-19

A pandemia afetou diretamente a ascensão do brasileiro. O tenista foi um dos primeiros atletas de alto rendimento do País a contrair a doença, sem maiores sintomas. No entanto, ele enfrentou problemas na Justiça por não respeitar a quarentena enquanto estava com o coronavírus. Vizinhos relataram ter visto o atleta correndo na rua em meio ao isolamento geral.

Após denúncia do Ministério Público do Paraná, o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-PR) determinou que ele e mais seis familiares ficassem em isolamento domiciliar. O TJ ameaçou aplicar multa de R$ 30 mil por pessoa caso a decisão fosse desrespeitada. Na época, o tenista não se pronunciou sobre o assunto. A família chegou a tentar habeas corpus, que foi rejeitado pela Justiça.

Na retomada do circuito, no decorrer de 2020, Wild teve dificuldades para atender as altas expectativas criadas sobre ele. Alguns tratavam o jovem brasileiro como o “novo Guga”. O paranaense se destacou em alguns torneios de nível Challenger, mas não voltou a brigar por títulos nas competições da ATP.

Em 2021, uma série de desistências deu ao brasileiro a vaga na Olimpíada de Tóquio. Wild declinou. Na ocasião, explicou que se recuperava de uma lesão no quadril.

Denúncia de violência física e psicológica

No mesmo ano, o nome de Thiago Wild começou a ser mais relacionado com um problema conjugal e acusação de violência do que com os resultados em quadra. Sua então namorada, Thayane Lima, formada em biomedicina e influenciadora digital, usou as redes sociais para denunciar suposto caso de violência psicológica e física. Em junho de 2022, o tenista foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

“No dia 08 de maio de 2020, (...) o denunciado Thiago consciente e voluntariamente, praticou vias de fato em face de sua ex-companheira/vítima: Thayane Lima da Silva, ao apertar abruptamente o dedo desta”, diz a denúncia à qual teve acesso o portal UOL.

Desde então, Wild vem sendo procurado para ser notificado sobre o caso. Mas ainda não foi localizado. A defesa do tenista alega que ele tem uma rotina movimentada, por causa das seguidas viagens pelo circuito, para diferentes países.

Após brilhar na vitória sobre Medvedev na terça-feira, o brasileiro foi questionado sobre o caso na entrevista coletiva pós-jogo. Ele se esquivou sobre o tema. “Acho que este não é um assunto que devamos falar aqui. Não acho que seja uma pergunta que você deva fazer a ninguém. Acho que não cabe a você decidir se é um lugar para se falar ou não”, afirmou o tenista. “Você pode escrever o que quiser. Aliás, nunca fui casado. Ok? Então, deixe isso de lado.”

Ao fim da coletiva, o jornalista alemão Jannik Schneider relatou que teria sido intimidado por um integrante da equipe de Wild após fazer as perguntas sobre as denúncias de violência doméstica. A pessoa teria tentado fotografar a credencial do repórter.

Ex-companheira de Wild denunciou o jogador por violência doméstica.  Foto: POUJOULAT / AFP

“Um jornalista nunca deve fazer parte de uma história. Triste que isso tenha acontecido quando saímos da sala. Não quero dizer mais (sobre o assunto), mas acrescento que fiz uma pergunta válida com base em informações públicas do Tribunal do Rio em 2022″, disse Schneider em suas redes sociais.

Também pelas redes sociais, a ex-namorada de Wild comentou sobre as declarações feitas na coletiva. “Claro que não dá para esquecer o que aconteceu. A Justiça está resolvendo isso. Tudo o que eu falei, tinha como provar e foi provado, porque o Ministério Público aceitou a denúncia, então não foi brincadeira. Agora, quanto ao que vai acontecer com ele ou com a carreira dele, não cabe a mim. Está na mão do MP, o processo ainda está rolando, e eu espero que a Justiça seja feita”, declarou Thayane.

Temperamental

Característica marcante de Wild em quadra, a confiança elevada não raro transborda na forma de explosão e demonstrações de agressividade. Não por acaso o tenista ganhou fama de temperamental em seus jogos. A postura pode se repetir também nas entrevistas coletivas, consideradas imprevisíveis pelos jornalistas. Com frequência, perguntas habituais sobre tênis recebem respostas agressivas.

Wild já afirmou que faz sessões de meditação para manter a concentração em quadra, sem se deixar abalar por erros e oscilações ao longo dos jogos.

A postura dentro e fora das quadras pode ter contribuído para Wild perder um dos seus principais patrocinadores, no fim de 2021. A Asics, uma das principais marcas do mundo do tênis, encerrou uma parceria que atravessou seu título juvenil do US Open e a primeira conquista na ATP, em 2020.

“O contrato de patrocínio do atleta Thiago Wild foi encerrado no final de 2021 e desde então a ASICS não mantém nenhuma relação ou ligação profissional com o atleta”, disse a marca ao Estadão.

O tenista Thiago Wild ganhou os holofotes na terça-feira ao vencer o atual número dois do mundo logo em sua estreia na chave principal de Roland Garros. O paranaense de 23 anos virou notícia dentro e fora do mundo do tênis por ter derrubado o russo Daniil Medvedev. Mas quem é o tenista que ganhou elogios por sua performance sólida na quadra central do Grand Slam francês?

Nascido na pequena cidade de Marechal Cândido Rondon, no interior do Paraná, Wild chama a atenção do mundo do tênis desde a época de juvenil, quando mostrava técnica, ímpeto e confiança raros entre os jovens brasileiros. Desde a adolescência, já era considerado promessa pelos bons resultados, como o vice-campeonato do Banana Bowl, em 2017.

O rápido crescimento fez o adolescente começar a sonhar entre os profissionais, apesar da discordância da família, que pensava numa carreira de médico para ele. Até que os pais cederam e entraram de cabeça na vida de tenista do filho. Em 2014, o casal se mudou para o Rio com os filhos - Wild tem irmã. Gisele, sua mãe, é dentista. E o pai, Cláudio Ricardo Wild, professor de tênis. Ele começou a trabalhar na Tennis Route, academia que acolheu o filho na capital fluminense.

Thiago Wild entrou em evidência após vencer Daniil Medvedev, nº 2 do mundo, em Roland Garros.  Foto: Aurelien Morissard / AP

Wild encerrou sua trajetória de juvenil no auge, em 2018, seu último ano na categoria. Então número oito do mundo entre os mais jovens, ele se sagrou campeão do US Open e ganhou confiança para seguir brilhando no circuito profissional. A estreia nas competições maiores, no ano seguinte, foi de resultados discretos, embora tenha entrado no Top 300 do ranking mundial.

Mas em 2020, ele fez história no tênis brasileiro. Ao levantar o troféu do Torneio de Santiago, competição de nível ATP 250, Wild se tornou o mais jovem tenista do Brasil a ganhar um torneio da ATP, superando Gustavo Kuerten. Na época, o paranaense tinha apenas 19 anos e era o 182ª do mundo. Venceu naquela final o norueguês Casper Ruud, atual número quatro do mundo e vice-campeão de Roland Garros.

O título fez Wild dar um salto no ranking. Ele alcançou o 106º posto do mundo, sua melhor colocação até hoje.

Covid-19

A pandemia afetou diretamente a ascensão do brasileiro. O tenista foi um dos primeiros atletas de alto rendimento do País a contrair a doença, sem maiores sintomas. No entanto, ele enfrentou problemas na Justiça por não respeitar a quarentena enquanto estava com o coronavírus. Vizinhos relataram ter visto o atleta correndo na rua em meio ao isolamento geral.

Após denúncia do Ministério Público do Paraná, o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-PR) determinou que ele e mais seis familiares ficassem em isolamento domiciliar. O TJ ameaçou aplicar multa de R$ 30 mil por pessoa caso a decisão fosse desrespeitada. Na época, o tenista não se pronunciou sobre o assunto. A família chegou a tentar habeas corpus, que foi rejeitado pela Justiça.

Na retomada do circuito, no decorrer de 2020, Wild teve dificuldades para atender as altas expectativas criadas sobre ele. Alguns tratavam o jovem brasileiro como o “novo Guga”. O paranaense se destacou em alguns torneios de nível Challenger, mas não voltou a brigar por títulos nas competições da ATP.

Em 2021, uma série de desistências deu ao brasileiro a vaga na Olimpíada de Tóquio. Wild declinou. Na ocasião, explicou que se recuperava de uma lesão no quadril.

Denúncia de violência física e psicológica

No mesmo ano, o nome de Thiago Wild começou a ser mais relacionado com um problema conjugal e acusação de violência do que com os resultados em quadra. Sua então namorada, Thayane Lima, formada em biomedicina e influenciadora digital, usou as redes sociais para denunciar suposto caso de violência psicológica e física. Em junho de 2022, o tenista foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

“No dia 08 de maio de 2020, (...) o denunciado Thiago consciente e voluntariamente, praticou vias de fato em face de sua ex-companheira/vítima: Thayane Lima da Silva, ao apertar abruptamente o dedo desta”, diz a denúncia à qual teve acesso o portal UOL.

Desde então, Wild vem sendo procurado para ser notificado sobre o caso. Mas ainda não foi localizado. A defesa do tenista alega que ele tem uma rotina movimentada, por causa das seguidas viagens pelo circuito, para diferentes países.

Após brilhar na vitória sobre Medvedev na terça-feira, o brasileiro foi questionado sobre o caso na entrevista coletiva pós-jogo. Ele se esquivou sobre o tema. “Acho que este não é um assunto que devamos falar aqui. Não acho que seja uma pergunta que você deva fazer a ninguém. Acho que não cabe a você decidir se é um lugar para se falar ou não”, afirmou o tenista. “Você pode escrever o que quiser. Aliás, nunca fui casado. Ok? Então, deixe isso de lado.”

Ao fim da coletiva, o jornalista alemão Jannik Schneider relatou que teria sido intimidado por um integrante da equipe de Wild após fazer as perguntas sobre as denúncias de violência doméstica. A pessoa teria tentado fotografar a credencial do repórter.

Ex-companheira de Wild denunciou o jogador por violência doméstica.  Foto: POUJOULAT / AFP

“Um jornalista nunca deve fazer parte de uma história. Triste que isso tenha acontecido quando saímos da sala. Não quero dizer mais (sobre o assunto), mas acrescento que fiz uma pergunta válida com base em informações públicas do Tribunal do Rio em 2022″, disse Schneider em suas redes sociais.

Também pelas redes sociais, a ex-namorada de Wild comentou sobre as declarações feitas na coletiva. “Claro que não dá para esquecer o que aconteceu. A Justiça está resolvendo isso. Tudo o que eu falei, tinha como provar e foi provado, porque o Ministério Público aceitou a denúncia, então não foi brincadeira. Agora, quanto ao que vai acontecer com ele ou com a carreira dele, não cabe a mim. Está na mão do MP, o processo ainda está rolando, e eu espero que a Justiça seja feita”, declarou Thayane.

Temperamental

Característica marcante de Wild em quadra, a confiança elevada não raro transborda na forma de explosão e demonstrações de agressividade. Não por acaso o tenista ganhou fama de temperamental em seus jogos. A postura pode se repetir também nas entrevistas coletivas, consideradas imprevisíveis pelos jornalistas. Com frequência, perguntas habituais sobre tênis recebem respostas agressivas.

Wild já afirmou que faz sessões de meditação para manter a concentração em quadra, sem se deixar abalar por erros e oscilações ao longo dos jogos.

A postura dentro e fora das quadras pode ter contribuído para Wild perder um dos seus principais patrocinadores, no fim de 2021. A Asics, uma das principais marcas do mundo do tênis, encerrou uma parceria que atravessou seu título juvenil do US Open e a primeira conquista na ATP, em 2020.

“O contrato de patrocínio do atleta Thiago Wild foi encerrado no final de 2021 e desde então a ASICS não mantém nenhuma relação ou ligação profissional com o atleta”, disse a marca ao Estadão.

O tenista Thiago Wild ganhou os holofotes na terça-feira ao vencer o atual número dois do mundo logo em sua estreia na chave principal de Roland Garros. O paranaense de 23 anos virou notícia dentro e fora do mundo do tênis por ter derrubado o russo Daniil Medvedev. Mas quem é o tenista que ganhou elogios por sua performance sólida na quadra central do Grand Slam francês?

Nascido na pequena cidade de Marechal Cândido Rondon, no interior do Paraná, Wild chama a atenção do mundo do tênis desde a época de juvenil, quando mostrava técnica, ímpeto e confiança raros entre os jovens brasileiros. Desde a adolescência, já era considerado promessa pelos bons resultados, como o vice-campeonato do Banana Bowl, em 2017.

O rápido crescimento fez o adolescente começar a sonhar entre os profissionais, apesar da discordância da família, que pensava numa carreira de médico para ele. Até que os pais cederam e entraram de cabeça na vida de tenista do filho. Em 2014, o casal se mudou para o Rio com os filhos - Wild tem irmã. Gisele, sua mãe, é dentista. E o pai, Cláudio Ricardo Wild, professor de tênis. Ele começou a trabalhar na Tennis Route, academia que acolheu o filho na capital fluminense.

Thiago Wild entrou em evidência após vencer Daniil Medvedev, nº 2 do mundo, em Roland Garros.  Foto: Aurelien Morissard / AP

Wild encerrou sua trajetória de juvenil no auge, em 2018, seu último ano na categoria. Então número oito do mundo entre os mais jovens, ele se sagrou campeão do US Open e ganhou confiança para seguir brilhando no circuito profissional. A estreia nas competições maiores, no ano seguinte, foi de resultados discretos, embora tenha entrado no Top 300 do ranking mundial.

Mas em 2020, ele fez história no tênis brasileiro. Ao levantar o troféu do Torneio de Santiago, competição de nível ATP 250, Wild se tornou o mais jovem tenista do Brasil a ganhar um torneio da ATP, superando Gustavo Kuerten. Na época, o paranaense tinha apenas 19 anos e era o 182ª do mundo. Venceu naquela final o norueguês Casper Ruud, atual número quatro do mundo e vice-campeão de Roland Garros.

O título fez Wild dar um salto no ranking. Ele alcançou o 106º posto do mundo, sua melhor colocação até hoje.

Covid-19

A pandemia afetou diretamente a ascensão do brasileiro. O tenista foi um dos primeiros atletas de alto rendimento do País a contrair a doença, sem maiores sintomas. No entanto, ele enfrentou problemas na Justiça por não respeitar a quarentena enquanto estava com o coronavírus. Vizinhos relataram ter visto o atleta correndo na rua em meio ao isolamento geral.

Após denúncia do Ministério Público do Paraná, o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-PR) determinou que ele e mais seis familiares ficassem em isolamento domiciliar. O TJ ameaçou aplicar multa de R$ 30 mil por pessoa caso a decisão fosse desrespeitada. Na época, o tenista não se pronunciou sobre o assunto. A família chegou a tentar habeas corpus, que foi rejeitado pela Justiça.

Na retomada do circuito, no decorrer de 2020, Wild teve dificuldades para atender as altas expectativas criadas sobre ele. Alguns tratavam o jovem brasileiro como o “novo Guga”. O paranaense se destacou em alguns torneios de nível Challenger, mas não voltou a brigar por títulos nas competições da ATP.

Em 2021, uma série de desistências deu ao brasileiro a vaga na Olimpíada de Tóquio. Wild declinou. Na ocasião, explicou que se recuperava de uma lesão no quadril.

Denúncia de violência física e psicológica

No mesmo ano, o nome de Thiago Wild começou a ser mais relacionado com um problema conjugal e acusação de violência do que com os resultados em quadra. Sua então namorada, Thayane Lima, formada em biomedicina e influenciadora digital, usou as redes sociais para denunciar suposto caso de violência psicológica e física. Em junho de 2022, o tenista foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

“No dia 08 de maio de 2020, (...) o denunciado Thiago consciente e voluntariamente, praticou vias de fato em face de sua ex-companheira/vítima: Thayane Lima da Silva, ao apertar abruptamente o dedo desta”, diz a denúncia à qual teve acesso o portal UOL.

Desde então, Wild vem sendo procurado para ser notificado sobre o caso. Mas ainda não foi localizado. A defesa do tenista alega que ele tem uma rotina movimentada, por causa das seguidas viagens pelo circuito, para diferentes países.

Após brilhar na vitória sobre Medvedev na terça-feira, o brasileiro foi questionado sobre o caso na entrevista coletiva pós-jogo. Ele se esquivou sobre o tema. “Acho que este não é um assunto que devamos falar aqui. Não acho que seja uma pergunta que você deva fazer a ninguém. Acho que não cabe a você decidir se é um lugar para se falar ou não”, afirmou o tenista. “Você pode escrever o que quiser. Aliás, nunca fui casado. Ok? Então, deixe isso de lado.”

Ao fim da coletiva, o jornalista alemão Jannik Schneider relatou que teria sido intimidado por um integrante da equipe de Wild após fazer as perguntas sobre as denúncias de violência doméstica. A pessoa teria tentado fotografar a credencial do repórter.

Ex-companheira de Wild denunciou o jogador por violência doméstica.  Foto: POUJOULAT / AFP

“Um jornalista nunca deve fazer parte de uma história. Triste que isso tenha acontecido quando saímos da sala. Não quero dizer mais (sobre o assunto), mas acrescento que fiz uma pergunta válida com base em informações públicas do Tribunal do Rio em 2022″, disse Schneider em suas redes sociais.

Também pelas redes sociais, a ex-namorada de Wild comentou sobre as declarações feitas na coletiva. “Claro que não dá para esquecer o que aconteceu. A Justiça está resolvendo isso. Tudo o que eu falei, tinha como provar e foi provado, porque o Ministério Público aceitou a denúncia, então não foi brincadeira. Agora, quanto ao que vai acontecer com ele ou com a carreira dele, não cabe a mim. Está na mão do MP, o processo ainda está rolando, e eu espero que a Justiça seja feita”, declarou Thayane.

Temperamental

Característica marcante de Wild em quadra, a confiança elevada não raro transborda na forma de explosão e demonstrações de agressividade. Não por acaso o tenista ganhou fama de temperamental em seus jogos. A postura pode se repetir também nas entrevistas coletivas, consideradas imprevisíveis pelos jornalistas. Com frequência, perguntas habituais sobre tênis recebem respostas agressivas.

Wild já afirmou que faz sessões de meditação para manter a concentração em quadra, sem se deixar abalar por erros e oscilações ao longo dos jogos.

A postura dentro e fora das quadras pode ter contribuído para Wild perder um dos seus principais patrocinadores, no fim de 2021. A Asics, uma das principais marcas do mundo do tênis, encerrou uma parceria que atravessou seu título juvenil do US Open e a primeira conquista na ATP, em 2020.

“O contrato de patrocínio do atleta Thiago Wild foi encerrado no final de 2021 e desde então a ASICS não mantém nenhuma relação ou ligação profissional com o atleta”, disse a marca ao Estadão.

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