Thayane Lima, ex-companheira de Thiago Wild, está fazendo tratamentos psicológico e psiquiátrico desde que revelou, em agosto de 2021, ter sido vítima de violência física e psicológica durante o relacionamento que manteve com o tenista. Em entrevista ao Estadão, Gabriela Amábile, advogada que liderou os processos iniciais movidos em defesa de Thayane, afirmou que sua cliente se mudou do País para reiniciar a vida após as agressões sofridas.
Thayane vive atualmente nos Estados Unidos e tenta reconstruir sua vida. “Ela se mudou para os Estados Unidos, faz tratamento ainda com medicamento, tratamento psicológico. É uma reconstrução”, afirmou a advogada. Um dos processos originalmente movidos por Thayane cobrava indenização por danos morais, no entanto, o caso foi arquivado após pedido da vítima para mostrar que a ex-companheira de Wild não tinha ambições financeiras com as acusações.
“A principal intenção da minha cliente é vê-lo responsabilizado pelo crime, não um retorno financeiro. Depois de tudo, ela foi embora do País e não voltou mais a usar seu perfil nas redes sociais (perfil conta com 1,2 milhão de seguidores no Instagram), tamanho o trauma. Estou vendo alguns comentarem que ela quer fama, mas ela ‘sumiu’. Só agora ela voltou, porque precisava se manifestar”, afirma Gabriela.
A advogada também relatou que Wild e Thayane não tinham oficialmente uma relação estável, mas firmaram, de acordo com a vítima, um contrato particular por ordem da família do tenista. “A vítima afirma que a família dele exigiu que eles fizessem um contrato. Um ‘contrato de gaveta’, eu diria. Mas eles reconheceram firma em cartório. É um contrato particular, que tinha cláusulas muito específicas, com situações que ela nem trouxe à público para resguardar determinadas situações da vida dele.”
O Ministério Público move atualmente um processo por violência doméstica contra Wild, que inclui violência física e psicológica. O caso teria ocorrido durante um jantar com os pais do tenista em um restaurante, em maio de 2020. Wild teria apertado com agressividade a mão da vítima por causa de uma selfie. “Violência física por ter chegado às vias de fato, e violência psicológica pela pressão que desassocia a mulher do que ela é, faz com que ela se sinta inferior e a isola do trabalho e do convívio social”, explica a advogada.
Após o rompimento do casal, em meio a uma tentativa de negociação entre as partes de forma extrajudicial, Wild teria, segundo Thayane, rompido o contrato de aluguel do apartamento em que viviam no Rio e ela acabou despejada. A advogada também afirma que Thayane a procurou após não ter se sentido acolhida ao procurar uma delegacia para prestar queixa contra o tenista.
“Inicialmente, a Thayane foi à delegacia, não se sentiu ouvida e, acreditando que não daria em nada após ter sido despejada do apartamento, veio a público falar. Por meio dessa comoção, uma pessoa me indicou para ela, porque já trabalhava com essas ações que envolvem a Lei Maria da Penha. Ela se identificou com uma publicação minha sobre violência psicológica como um crime e viu que, de fato, estava sofrendo com todos os exemplo que eu havia dado.
Em nota enviada à imprensa, a defesa de Wild ressaltou que move um processo por extorsão contra Thayane e que o tenista fornecerá seu novo endereço no Rio para ser intimado sobre o processo. Veja o que informa parte do processo:
“A situação jurídica entre as partes consiste na existência de 02 dois processos criminais. O primeiro é um processo em que o Thiago é acusado, tramita perante o VII Juizado de Violência Doméstica do Rio de Janeiro. Neste processo, o Thiago ainda não foi intimado oficialmente quanto ao início de processo.
Houve tentativa de intimação (citação é o termo jurídico correto) do Thiago no seu endereço antigo do Rio de Janeiro, intimação que não se concretizou em razão do fato de que ele não mais reside lá. A defesa foi intimada agora para indicar o novo endereço, o que fará nos próximos dias. Importante destacar, que a lei determina que ele seja pessoalmente citado dos termos da denúncia (intimado dos termos da denúncia), não sendo juridicamente possível que essa intimação seja feita a terceiros, (advogados ou familiares). Ocorrendo a intimação será iniciada a defesa dele no processo.
O segundo é um procedimento em que o Thiago é vítima de extorsão, tramita perante a polícia civil do Rio de Janeiro e tem a Thayane e outras pessoas como investigadas. As medidas protetivas que a Thayane pediu em desfavor do Thiago já foram todas arquivadas.”