Ao todo, 21 brasileiros já foram campeões do UFC. O País é o segundo com o maior número de campeões da organização, atrás apenas dos Estados Unidos, com 65. Além de Glover Teixeira e Deiveson Figueiredo, relembre os outros 19 campeões nacionais do UFC, em ordem cronológica a partir da primeira conquista
Royce Gracie
Um dos fundadores do UFC, Royce Gracie é um dos membros da família Gracie, responsável por difundir o “Gracie jiu-jitsu”, arte marcial brasileira desenvolvida a partir do jiu-jitsu tradicional japonês, pelo mundo.
Gracie se sagrou campeão no UFC 1, 2 e 4, realizados no ano de 1994. À época, a modalidade ainda não contava com a organização dos tempos modernos, com disputas de cinturão por peso e categoria. Para se sagrar campeão do “Torneio”, como eram chamadas as disputas antigamente, Gracie precisou disputar três lutas em cada noite.
Marco Ruas
Assim como Gracie, Marco Ruas se sagrou campeão em uma era na qual não havia separação de lutas por peso e categoria. Faixa preta em judô e taekwondo, Ruas venceu o UFC 7, realizado em Buffalo, nos Estados Unidos, ao derrotar três oponentes: os americanos Larry Cureton e Paul Varelans e o holandês Remco Pardoel. Se aposentou do MMA em 2007.
Vitor Belfort
Um dos primeiros e, até hoje, um dos maiores nomes do UFC brasileiro, Vitor Belfort é o único do País a se sagrar campeão na era dos Torneios e na era moderna da organização. Faixa preta em jiu-jitsu e judô, Belfort foi campeão dos pesos pesados no UFC 12, após derrotar os americanos Jon Hess, Tra Telligman e Scott Ferrozzo, todos por nocaute.
Após um período no PRIDE, evento de MMA, concorrente do UFC na época, Belfort retornou à organização em 2002. Dois anos depois, conquistou o cinturão dos meio-pesados, vencendo o americano Randy Couture no UFC 46. Em 2018, encerrou sua carreira no MMA, com derrota para o brasileiro Lyoto Machida.
Murilo Bustamante
Em 2002, Murilo Bustamante se tornou o primeiro brasileiro a conquistar o cinturão do UFC, no modelo atual da categoria. Derrotou Dave Menne no UFC 35 e defendeu, com sucesso, seu título no UFC 37, contra o americano Matt Lindland. Esta, inclusive, foi sua última luta pela organização. No mesmo ano, assinou contrato com o PRIDE.
Anderson Silva
Maior nome do País no UFC, Anderson Silva começou seu reinado nos pesos-médios em 2006, ao vencer o americano Chris Leben no UFC 64. Ao todo, permaneceu 2.457 dias (6 anos, 8 meses e 22 dias) como campeão, com 11 vitórias em defesas de cinturão.
Em 2013, perdeu para Chris Weidman, sua primeira desde que estreou na organização, e não voltou a ser campeão do UFC desde então. Em 2015, quando retornou ao octógono após sofrer uma fratura na perna, se envolveu em um escândalo de doping. Anunciou sua aposentadoria do MMA em 2020. No último ano, enfrentou o youtuber Jake Paul no boxe, saindo derrotado do combate.
Minotauro
Desde o primeiro título de Anderson Silva no UFC, o esporte teve um crescimento exponencial no País. Minotauro deixou o PRIDE em 2007 para iniciar sua trajetória no UFC. Logo em sua segunda luta pela organização, no ano seguinte, conquistou o cinturão interino dos pesos-pesados ao derrotar Tim Sylvia, por finalização, no UFC 81. Atualmente ele faz parte da equipe do UFC Fight Pass, novo serviço de streaming da organização.
Lyoto Machida
Grande nome do caratê, Lyoto Machida estreou no UFC em 2007. Dois anos depois, conquistou seu título de cinturão ao derrotar Rashad Evans, no UFC 98. Após permanecer com seu cartel invicto por 16 lutas, foi derrotado pelo brasileiro Maurício Shogun no UFC 104.
Após 11 anos no UFC, Lyoto anunciou que deixaria a organização em 2018, para se juntar ao Bellator, concorrente no MMA. Sua última luta foi em maio e, desde então, vem de uma sequência de quatro derrotas em sua carreira.
Maurício Shogun
Assim como Minotauro, Shogun iniciou sua carreira no PRIDE e começou sua passagem pelo UFC em 2007. Após vencer Lyoto Machida no UFC 104, se sagrou campeão dos meio-pesados. Na luta seguinte, contra Jon Jones, já foi derrotado e segue sem o título desde então.
Após 16 anos na organização, Shogun anunciou que realizará, no UFC 283, no Rio, seu último embate da carreira. Neste sábado, enfrenta o ucraniano Ihor Potieria.
José Aldo
José Aldo, que anunciou sua aposentadoria do UFC no último ano, foi um dos lutadores do peso-pena da história. Permaneceu invicto entre 2006 e 2015, quando perdeu seu cinturão para Conor McGregor, por nocaute.
Em 2011, Aldo ingressou no UFC conquistou e unificou o cinturão dos penas da WEC, ao vencer o canadense Mark Hominick no UFC 129. Entre 2011 e 2015, quando foi nocauteado em 13 segundos por McGregor, realizou seis defesas de cinturão, todas com sucesso. No ano seguinte, voltou a conquistar o cinturão dos penas de forma interina ao derrotar Frankie Edgar no UFC 200 - foi promovido a campeão após McGregor vagar o cinturão.
Júnior Cigano
Especialista em boxe e um dos lutadores da era de ouro do UFC brasileiro, Júnior Cigano estreou no UFC em 2008, derrotando seu compatriota Fabricio Werdum. Seu título, no entanto, demoraria três anos para chegar. Após sete vitórias consecutivas, Cigano nocauteou Cain Velasquez no UFC para conquistar o cinturão dos pesos pesados.
Em 2012, em revanche com o americano, foi derrotado na defesa de seu cinturão. Cigano ainda teve mais duas chances de voltar a ser campeão do UFC, contra o próprio Velasquez e Stipe Miocic, mas foi derrotado em ambas.
Renan Barão
Renan Barão chegou ao UFC em 2011, com um cartel de 25-1-1. Em menos de um ano, já teve a chance de conquistar o título - ainda que de forma interina - do peso galo, que não desperdiçou. No UFC 149, Barão derrotou, por decisão unânime, Urijah Faber. No ano seguinte, contra Eddie Wineland, foi promovido e bateu o recorde de defesas de cinturão interino (2).
Fabrício Werdum
Faixa preta em jiu-jitsu, muay thai e judô, Werdum foi um dos destaques do UFC brasileiro na última década. Vindo do PRIDE, conquistou o cinturão interino dos pesos pesados contra o neozelandês Mark Hunt, no UFC 180, em 2014. No ano seguinte, unificou o título ao derrotar Velásquez.
No Brasil, em 2016, em sua primeira defesa de cinturão como campeão, foi derrotado por Stipe Miocic e nunca mais teve uma oportunidade de reconquistar o título. Além disso, em 2018, foi suspenso por dois anos após o exame antidoping apontar positivo para o uso das substâncias proibidas esteroide anabolizante trembolona e metabólito epitrembolona.
Rafael dos Anjos
Em comparação aos outros brasileiros campeões do UFC, Rafael dos Anjos demorou a conquistar o cinturão. Desde que fez sua estreia na organização, em 2008, o lutador levou sete anos até ter sua chance de se tornar campeão dos leves. No UFC 185, nocauteou o americano Anthony Pettis para conquistar o título. Atualmente, vem de vitória diante de Bryan Barberena, pelos meio-médios, em dezembro
Amanda Nunes
Primeira campeã brasileira feminina do UFC, Amanda Nunes é também o maior nome da categoria no País. Atualmente, detém dois cinturões: do peso galo e do peso pena. Especialista em jiu-jitsu, Amanda conquistou seu primeiro cinturão, do galo, no UFC 200, derrotando a americana Miesha Tate; em 2018, derrotou Cris Cyborg para conquistar o título do peso pena, no UFC 232.
Em 2021, Julianna Peña interrompeu a sequência de Amanda nas defesas de cinturão do peso galo, conquistando o cinturão pela primeira vez. No ano seguinte, na revanche, reconquistou o título mundial da categoria
Cris Cyborg
Apesar de curta passagem pelo UFC - apenas três anos - Cris Cyborg fez história na categoria. A única derrota da brasileira foi, justamente, para Amanda Nunes, na disputa pelo cinturão dos galos, conquistado por Cyborg no UFC 219, ao derrotar a americana Holly Holm. Ao todo, realizou sete lutas na organização, com seis vitórias e apenas uma derrota. Atualmente luta no Bellator, onde é campeã dos pesos penas feminino.
Jéssica “Bate-Estaca”
Jéssica Andrade, ou “Bate-Estaca”, é mais uma das confirmadas para lutar no UFC 283, no Rio. Campeã do peso-palha em 2017, após vencer Rose Namajunas no UFC 237. Desde então, Jéssica subiu para o peso-mosca, onde enfrentará Lauren Murphy neste sábado. Atualmente ela é a sexta do ranking na categoria e tenta mais uma chance de disputar o cinturão.
Charles do Bronxs
Charles Oliveira, ou simplesmente Charles do Bronxs, foi o principal nome do UFC brasileiro no último ano. Segundo o Google, ele foi o segundo atleta mais procurado no Brasil na plataforma e é detentor de diversos recordes, em especial o de maior número de nocautes e finalizações do UFC (17).
Campeão dos leves em 2021 ao derrotar Michael Chandler, Do Bronx fez duas defesas de cinturão antes de ser derrotado por Islam Makhachev, em outubro, no UFC 280. Ele chegou a cogitar participar do UFC no Rio, em janeiro, mas voltou atrás nessa possibilidade.
Alex Poatan
Uma das promessas do MMA brasileiro nos últimos anos. Alex Poatan, especialista no kickboxing, nocauteou, em novembro, Israel Adesanya, no UFC 281 para conquistar o cinturão dos pesos médios. Ao todo, Poatan disputou quatro lutas na organização e permanece invicto. Ao Estadão, Glover Teixeira, que treina ao lado de Poatan, apontou seu companheiro como um dos grandes nomes do UFC para o futuro.
Alexandre Pantoja
Após Deiveson Figueiredo ter sido derrotado por Brandon Moreno no UFC 283, a categoria dos pesos-mosca teve uma surpresa com a conquista de Alexandre Pantoja. O lutador passou por dificuldades financeiras ao longo de sua carreira – começou no Arraial do Cabo, cidade litorânea do Rio – e lidou com a ausência paterna em sua vida. No UFC 290, derrotou o mexicano, então campeão dos moscas, e se sagrou campeão mundial.