Enquanto Michael Schumacher é o favorito dos apostadores para vencer, domingo, o GP de Mônaco, sétima etapa do Mundial, a obrigação de deixar o alemão passar, comprovada no GP da Áustria dia 13, fez com que Rubens Barrichello caísse para sexto na bolsa de apostas. Normalmente ele era o quarto mais votado. Desde sábado praticamente não parou de chover no Principado de Rainier Grimaldi II, o que pode tornar a 59ª edição da prova ainda mais difícil para os pilotos. Na preferência dos apostadores entre o líder e o segundo colocado no campeonato, para ver quem fica com a vitória domingo, Michael Schumacher deixou David Coulthard bem para trás. A cada 15 apostas, 11 são a favor do piloto da Ferrari e apenas 4 para o da McLaren. Schumacher está em primeiro na classificação, com 42 pontos, diante de 38 de Coulthard. Mas a novidade, esta semana, no ranking dos que podem ganhar uma etapa do Mundial, refere-se a Rubinho. Depois de Schumacher e Coulthard, estão na sua frente ainda Mika Hakkinen, da McLaren, e agora os pilotos da Williams, Ralf Schumacher e Juan Pablo Montoya. Graham Sharpe, assessor de imprensa de uma das grandes casas de apostas da Inglaterra, a William Hills, explicou a queda na cotação de Rubinho: "Quem aposta nele tem de apostar também que Schumacher irá se contundir na corrida." Em outras palavras: as possibilidades de Rubinho vencer estão condicionadas à permanência de Schumacher na competição. "Agora ficou claro que a partir dessa prova Rubens terá de trabalhar para a Ferrari e Michael serem bicampeões", afirmou Claudio Berro, ainda em Spielberg. Em Mônaco, claro, não será diferente. Hoje os caminhões das equipes começaram a chegar no Principado, enquanto os últimos detalhes de isolamento de certas áreas da pista eram providenciados pelos organizadores. Para vários pilotos, no entanto, não é necessário sair de casa para disputar a etapa de Mônaco. Muitos desses profissionais residem na cidade-estado, como Mika Hakkinen, David Coulthard, Giancarlo Fisichella, Jacques Villeneuve e Heinz-Harald Frentzen. O motivo é simples: não há incidência de impostos nos seus salários. Tudo o que lhes é cobrado é a manutenção de um depósito de US$ 100 mil numa conta bancária de Mônaco. O australiano Paul Stoddart, que no início do ano adquiriu a maior parte da equipe Minardi, sugeriu que seja criado um "código de ética" na Fórmula 1. Há cerca de 15 dias o diretor-técnico de seu time, o experiente Gustav Brunner, foi contratado pela Toyota para dirigir seu programa de Fórmula 1. "Penso que todo dono de escuderia deveria assinar esse código, já que ele pode ser a próxima vítima. Se não fizermos nada, os salários poderão ficar fora de controle." Stoddart é proprietário de uma bem sucedida companhia aérea especializada em fretamentos, a European, com base na Inglaterra. O que ele não sabe é que se nem mesmo contratos assinados, registrados, cujas rescisões implicam pesadas multas, não são respeitados, a exemplo do de Brunner com a Minardi, o que dirá então um acordo de cavalheiros, como o proposto. Já no início dos anos 70 Colin Chapman, criador da Lotus, na época o melhor time da Fórmula 1, dizia: "Sabe para que serve aqui um contrato? Para ser rasgado!" O tempo tratará de curar a inocência de Stoddart.