Brasil encerra 2024 esperançoso com Bortoleto na Fórmula 1 e com um novo desafio


Pai do brasileiro, que estará na Sauber-Audi no próximo ano, conta que o piloto prefere não estar no melhor time para buscar um desenvolvimento constante: ‘Gabriel trabalha de forma diferente’

Por Marcos Antomil

O automobilismo nacional não terminava um ano com tanto a comemoram há quase uma década. Desde que Emerson Fittipaldi colocou o País de vez no mapa da Fórmula 1, ter um brasileiro acelerando pela principal categoria do esporte a motor se tornou algo trivial. No entanto, de 2018 em diante, o Brasil não voltou a ter um piloto como titular. Mas, em 2025, o cenário vai mudar, com o paulista Gabriel Bortoleto no cockpit da Sauber-Audi.

Bortoleto ganhou de forma consecutiva a Fórmula 3 e a Fórmula 2 e despertou os olhares da F1. Apoiado por Fernando Alonso, o brasileiro foi alvo de desconfiança e, nem mesmo os títulos nas categorias inferiores, foram capazes de assegurar um lugar como titular na Fórmula 1. Mas o apoio nos bastidores e a destreza mostrada ao volante tornaram-no um piloto mais robusto e um ímã de elogios vindos de todas as partes.

Gabriel Bortoleto pilotará o carro da Sauber-Audi em 2025 na Fórmula 1. Foto: @Formula 2 via X
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Na Sauber, Bortoleto não terá vida fácil. A equipe foi a pior do grid em 2024 e não dá grandes sinais de melhora para o próximo ano. A parceria com a Audi, que se efetivará em 2026, deu um novo corpo para a escuderia, que optou por trocar seus dois pilotos. Saíram Valtteri Bottas e Guanyu Zhou, e Gabriel terá a companhia do experiente alemão Nico Hülkenberg.

A princípio, o acordo de Bortoleto com a Audi entraria em vigor somente em 2026, quando a Fórmula 1 promoverá uma revolução de motores e alterações na aerodinâmica. Mas seu desempenho fez com que o caminho se encurtasse, e ele pudesse ser chamado antecipadamente para compor o time.

“Tivemos a informação dez dias antes do anúncio. Quando o Mattia Binotto (novo chefão da Sauber) chamou o Gabriel e disse que seria em 2025 foi um sonho realizado. Foi muito bacana. Ele correu atrás desse sonho. Lógico que a família deu todo o suporte emocional e financeiro e também tivemos os parceiros que ajudaram. Com base nisso, vimos que o Gabriel estava extremamente focado. Ele faz todos os dias oito horas de simulador. Ele tem todos os requisitos que a equipe precisa”, contou Lincoln Oliveira, pai de Bortoleto, ao Estadão.

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Bortoleto não será o único novato na Fórmula 1 em 2025. Alguns dos jovens que ingressarão efetivamente na próxima temporada já tiveram algumas experiências, enquanto o brasileiro só pilotou nos treinos de pós-temporada, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Apesar de ter sido o campeão, Bortoleto verá seus concorrentes de Fórmula 2 em carros melhores que o seu. O australiano Jack Doohan correrá pela Alpine - ao menos por enquanto. O britânico Oliver Bearman já teve chances na Ferrari e na Haas, e estará na equipe norte-americana. A grande promessa dessa geração, o italiano Andrea Kimi Antonelli, não foi tão bem quanto se imaginava na Fórmula 2, mas tem a missão de substituir Lewis Hamilton na Mercedes. Por fim, o francês Isack Hadjar perdeu o título da F-2 para Bortoleto e pilotará pela RB, equipe satélite da Red Bull.

“Conversando com o Gabriel, ele disse: ‘pai, eu prefiro não estar no melhor time porque consigo me desenvolver mais rápido quando tenho as dificuldades. Prefiro estar em uma equipe que não é a melhor, mas posso entender o que está errado e buscar solução. Quando você está no melhor, não sabe o que tem de melhorar. Eu olho muito o carro da frente: na hora em que ele faz a curva, vejo no que preciso melhorar para sair menos de frente ou de traseira... foi isso que fiz e conquistamos muitos pontos’”, disse o pai de Bortoleto.

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Classificação da Fórmula 2 em 2024

  • 1º Gabriel Bortoleto (Sauber-Audi na Fórmula 1)
  • 2º Isack Hadjar (RB na Fórmula 1)
  • 6º Andrea Kimi Antonelli (Mercedes na Fórmula 1)
  • 12º Oliver Bearman (Haas na Fórmula 1; fez 4 provas a menos que os demais)

O desafio de Gabriel Bortoleto

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A torcida brasileira não deverá criar grandes expectativas com o primeiro ano de Gabriel Bortoleto na Fórmula 1. A equipe tem suas limitações, mas na F-1 não é incomum que haja surpresas ou mudanças drásticas no pelotão intermediário, formado hoje por Alpine, Haas, Williams, RB e Sauber.

“Apenas uma única vez o Gabriel esteve em uma equipe de ponta, a Prema. E o resultado não foi muito legal. Ele não era o primeiro piloto e, naquele início da Fórmula 4, não tínhamos tanto conhecimento de como funcionava tudo isso. A gente viu que não era adequado ser companheiro de um piloto com um manager tão forte e atuante dentro da equipe. Quando ele esteve em escuderias que não eram de ponta, o Gabriel teve bons resultados. Foi assim com a FA, a Racing GP, Trident e agora com a Invicta na F-2″, enaltece Oliveira.

Para além das conjecturas relacionadas às restrições que o carro lhe impõe, Bortoleto tem como grande desafio permanecer na Fórmula 1. A luta para entrar na categoria já foi vencida, falta o próximo passo, que se tornou raro entre brasileiros. Ele tem um contrato multianual, mas outros pilotos estão aí como exemplo de que não basta o vínculo para ficar na F-1.

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Bruno Senna correu apenas três temporadas, Felipe Nasr e Nelsinho Piquet, duas, enquanto Lucas di Grassi, apenas uma. Apenas oito brasileiro correram por seis anos ou mais na Fórmula 1. Três deles foram campeões mundiais. Isso mostra que a categoria é propícia para desventuras e ficar no circo por muito tempo é realmente um feito para poucos. Bortoleto tem conquistado o apoio interno que precisa para que todos trabalhem por ele e com ele para tornar a Sauber-Audi uma equipe capaz de brigar por pontos em 2025.

“O pessoal da Sauber ficou muito impressionado com ele, porque toda vez que ele saía para a pista, voltava e falava o que queria. Os engenheiros ficaram otimistas com isso, uma vez que estavam acostumados com o piloto não falar nada. Ou seja, pilotos que esperam que os engenheiros resolvam os problemas. O Gabriel trabalha de forma diferente, ele diz ao engenheiro o que precisa para ser mais rápido. Por isso, a evolução é constante”, destacou o pai de Bortoleto.

Brasileiros com seis temporadas ou mais na Fórmula 1

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  1. Rubens Barrichello - 19
  2. Felipe Massa - 15
  3. Nelson Piquet - 14
  4. Emerson Fittipaldi - 11
  5. Ayrton Senna - 11
  6. Roberto Pupo Moreno - 7
  7. José Carlos Pace - 6
  8. Pedro Paulo Diniz - 6

O automobilismo nacional não terminava um ano com tanto a comemoram há quase uma década. Desde que Emerson Fittipaldi colocou o País de vez no mapa da Fórmula 1, ter um brasileiro acelerando pela principal categoria do esporte a motor se tornou algo trivial. No entanto, de 2018 em diante, o Brasil não voltou a ter um piloto como titular. Mas, em 2025, o cenário vai mudar, com o paulista Gabriel Bortoleto no cockpit da Sauber-Audi.

Bortoleto ganhou de forma consecutiva a Fórmula 3 e a Fórmula 2 e despertou os olhares da F1. Apoiado por Fernando Alonso, o brasileiro foi alvo de desconfiança e, nem mesmo os títulos nas categorias inferiores, foram capazes de assegurar um lugar como titular na Fórmula 1. Mas o apoio nos bastidores e a destreza mostrada ao volante tornaram-no um piloto mais robusto e um ímã de elogios vindos de todas as partes.

Gabriel Bortoleto pilotará o carro da Sauber-Audi em 2025 na Fórmula 1. Foto: @Formula 2 via X

Na Sauber, Bortoleto não terá vida fácil. A equipe foi a pior do grid em 2024 e não dá grandes sinais de melhora para o próximo ano. A parceria com a Audi, que se efetivará em 2026, deu um novo corpo para a escuderia, que optou por trocar seus dois pilotos. Saíram Valtteri Bottas e Guanyu Zhou, e Gabriel terá a companhia do experiente alemão Nico Hülkenberg.

A princípio, o acordo de Bortoleto com a Audi entraria em vigor somente em 2026, quando a Fórmula 1 promoverá uma revolução de motores e alterações na aerodinâmica. Mas seu desempenho fez com que o caminho se encurtasse, e ele pudesse ser chamado antecipadamente para compor o time.

“Tivemos a informação dez dias antes do anúncio. Quando o Mattia Binotto (novo chefão da Sauber) chamou o Gabriel e disse que seria em 2025 foi um sonho realizado. Foi muito bacana. Ele correu atrás desse sonho. Lógico que a família deu todo o suporte emocional e financeiro e também tivemos os parceiros que ajudaram. Com base nisso, vimos que o Gabriel estava extremamente focado. Ele faz todos os dias oito horas de simulador. Ele tem todos os requisitos que a equipe precisa”, contou Lincoln Oliveira, pai de Bortoleto, ao Estadão.

Bortoleto não será o único novato na Fórmula 1 em 2025. Alguns dos jovens que ingressarão efetivamente na próxima temporada já tiveram algumas experiências, enquanto o brasileiro só pilotou nos treinos de pós-temporada, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Apesar de ter sido o campeão, Bortoleto verá seus concorrentes de Fórmula 2 em carros melhores que o seu. O australiano Jack Doohan correrá pela Alpine - ao menos por enquanto. O britânico Oliver Bearman já teve chances na Ferrari e na Haas, e estará na equipe norte-americana. A grande promessa dessa geração, o italiano Andrea Kimi Antonelli, não foi tão bem quanto se imaginava na Fórmula 2, mas tem a missão de substituir Lewis Hamilton na Mercedes. Por fim, o francês Isack Hadjar perdeu o título da F-2 para Bortoleto e pilotará pela RB, equipe satélite da Red Bull.

“Conversando com o Gabriel, ele disse: ‘pai, eu prefiro não estar no melhor time porque consigo me desenvolver mais rápido quando tenho as dificuldades. Prefiro estar em uma equipe que não é a melhor, mas posso entender o que está errado e buscar solução. Quando você está no melhor, não sabe o que tem de melhorar. Eu olho muito o carro da frente: na hora em que ele faz a curva, vejo no que preciso melhorar para sair menos de frente ou de traseira... foi isso que fiz e conquistamos muitos pontos’”, disse o pai de Bortoleto.

Classificação da Fórmula 2 em 2024

  • 1º Gabriel Bortoleto (Sauber-Audi na Fórmula 1)
  • 2º Isack Hadjar (RB na Fórmula 1)
  • 6º Andrea Kimi Antonelli (Mercedes na Fórmula 1)
  • 12º Oliver Bearman (Haas na Fórmula 1; fez 4 provas a menos que os demais)

O desafio de Gabriel Bortoleto

A torcida brasileira não deverá criar grandes expectativas com o primeiro ano de Gabriel Bortoleto na Fórmula 1. A equipe tem suas limitações, mas na F-1 não é incomum que haja surpresas ou mudanças drásticas no pelotão intermediário, formado hoje por Alpine, Haas, Williams, RB e Sauber.

“Apenas uma única vez o Gabriel esteve em uma equipe de ponta, a Prema. E o resultado não foi muito legal. Ele não era o primeiro piloto e, naquele início da Fórmula 4, não tínhamos tanto conhecimento de como funcionava tudo isso. A gente viu que não era adequado ser companheiro de um piloto com um manager tão forte e atuante dentro da equipe. Quando ele esteve em escuderias que não eram de ponta, o Gabriel teve bons resultados. Foi assim com a FA, a Racing GP, Trident e agora com a Invicta na F-2″, enaltece Oliveira.

Para além das conjecturas relacionadas às restrições que o carro lhe impõe, Bortoleto tem como grande desafio permanecer na Fórmula 1. A luta para entrar na categoria já foi vencida, falta o próximo passo, que se tornou raro entre brasileiros. Ele tem um contrato multianual, mas outros pilotos estão aí como exemplo de que não basta o vínculo para ficar na F-1.

Bruno Senna correu apenas três temporadas, Felipe Nasr e Nelsinho Piquet, duas, enquanto Lucas di Grassi, apenas uma. Apenas oito brasileiro correram por seis anos ou mais na Fórmula 1. Três deles foram campeões mundiais. Isso mostra que a categoria é propícia para desventuras e ficar no circo por muito tempo é realmente um feito para poucos. Bortoleto tem conquistado o apoio interno que precisa para que todos trabalhem por ele e com ele para tornar a Sauber-Audi uma equipe capaz de brigar por pontos em 2025.

“O pessoal da Sauber ficou muito impressionado com ele, porque toda vez que ele saía para a pista, voltava e falava o que queria. Os engenheiros ficaram otimistas com isso, uma vez que estavam acostumados com o piloto não falar nada. Ou seja, pilotos que esperam que os engenheiros resolvam os problemas. O Gabriel trabalha de forma diferente, ele diz ao engenheiro o que precisa para ser mais rápido. Por isso, a evolução é constante”, destacou o pai de Bortoleto.

Brasileiros com seis temporadas ou mais na Fórmula 1

  1. Rubens Barrichello - 19
  2. Felipe Massa - 15
  3. Nelson Piquet - 14
  4. Emerson Fittipaldi - 11
  5. Ayrton Senna - 11
  6. Roberto Pupo Moreno - 7
  7. José Carlos Pace - 6
  8. Pedro Paulo Diniz - 6

O automobilismo nacional não terminava um ano com tanto a comemoram há quase uma década. Desde que Emerson Fittipaldi colocou o País de vez no mapa da Fórmula 1, ter um brasileiro acelerando pela principal categoria do esporte a motor se tornou algo trivial. No entanto, de 2018 em diante, o Brasil não voltou a ter um piloto como titular. Mas, em 2025, o cenário vai mudar, com o paulista Gabriel Bortoleto no cockpit da Sauber-Audi.

Bortoleto ganhou de forma consecutiva a Fórmula 3 e a Fórmula 2 e despertou os olhares da F1. Apoiado por Fernando Alonso, o brasileiro foi alvo de desconfiança e, nem mesmo os títulos nas categorias inferiores, foram capazes de assegurar um lugar como titular na Fórmula 1. Mas o apoio nos bastidores e a destreza mostrada ao volante tornaram-no um piloto mais robusto e um ímã de elogios vindos de todas as partes.

Gabriel Bortoleto pilotará o carro da Sauber-Audi em 2025 na Fórmula 1. Foto: @Formula 2 via X

Na Sauber, Bortoleto não terá vida fácil. A equipe foi a pior do grid em 2024 e não dá grandes sinais de melhora para o próximo ano. A parceria com a Audi, que se efetivará em 2026, deu um novo corpo para a escuderia, que optou por trocar seus dois pilotos. Saíram Valtteri Bottas e Guanyu Zhou, e Gabriel terá a companhia do experiente alemão Nico Hülkenberg.

A princípio, o acordo de Bortoleto com a Audi entraria em vigor somente em 2026, quando a Fórmula 1 promoverá uma revolução de motores e alterações na aerodinâmica. Mas seu desempenho fez com que o caminho se encurtasse, e ele pudesse ser chamado antecipadamente para compor o time.

“Tivemos a informação dez dias antes do anúncio. Quando o Mattia Binotto (novo chefão da Sauber) chamou o Gabriel e disse que seria em 2025 foi um sonho realizado. Foi muito bacana. Ele correu atrás desse sonho. Lógico que a família deu todo o suporte emocional e financeiro e também tivemos os parceiros que ajudaram. Com base nisso, vimos que o Gabriel estava extremamente focado. Ele faz todos os dias oito horas de simulador. Ele tem todos os requisitos que a equipe precisa”, contou Lincoln Oliveira, pai de Bortoleto, ao Estadão.

Bortoleto não será o único novato na Fórmula 1 em 2025. Alguns dos jovens que ingressarão efetivamente na próxima temporada já tiveram algumas experiências, enquanto o brasileiro só pilotou nos treinos de pós-temporada, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Apesar de ter sido o campeão, Bortoleto verá seus concorrentes de Fórmula 2 em carros melhores que o seu. O australiano Jack Doohan correrá pela Alpine - ao menos por enquanto. O britânico Oliver Bearman já teve chances na Ferrari e na Haas, e estará na equipe norte-americana. A grande promessa dessa geração, o italiano Andrea Kimi Antonelli, não foi tão bem quanto se imaginava na Fórmula 2, mas tem a missão de substituir Lewis Hamilton na Mercedes. Por fim, o francês Isack Hadjar perdeu o título da F-2 para Bortoleto e pilotará pela RB, equipe satélite da Red Bull.

“Conversando com o Gabriel, ele disse: ‘pai, eu prefiro não estar no melhor time porque consigo me desenvolver mais rápido quando tenho as dificuldades. Prefiro estar em uma equipe que não é a melhor, mas posso entender o que está errado e buscar solução. Quando você está no melhor, não sabe o que tem de melhorar. Eu olho muito o carro da frente: na hora em que ele faz a curva, vejo no que preciso melhorar para sair menos de frente ou de traseira... foi isso que fiz e conquistamos muitos pontos’”, disse o pai de Bortoleto.

Classificação da Fórmula 2 em 2024

  • 1º Gabriel Bortoleto (Sauber-Audi na Fórmula 1)
  • 2º Isack Hadjar (RB na Fórmula 1)
  • 6º Andrea Kimi Antonelli (Mercedes na Fórmula 1)
  • 12º Oliver Bearman (Haas na Fórmula 1; fez 4 provas a menos que os demais)

O desafio de Gabriel Bortoleto

A torcida brasileira não deverá criar grandes expectativas com o primeiro ano de Gabriel Bortoleto na Fórmula 1. A equipe tem suas limitações, mas na F-1 não é incomum que haja surpresas ou mudanças drásticas no pelotão intermediário, formado hoje por Alpine, Haas, Williams, RB e Sauber.

“Apenas uma única vez o Gabriel esteve em uma equipe de ponta, a Prema. E o resultado não foi muito legal. Ele não era o primeiro piloto e, naquele início da Fórmula 4, não tínhamos tanto conhecimento de como funcionava tudo isso. A gente viu que não era adequado ser companheiro de um piloto com um manager tão forte e atuante dentro da equipe. Quando ele esteve em escuderias que não eram de ponta, o Gabriel teve bons resultados. Foi assim com a FA, a Racing GP, Trident e agora com a Invicta na F-2″, enaltece Oliveira.

Para além das conjecturas relacionadas às restrições que o carro lhe impõe, Bortoleto tem como grande desafio permanecer na Fórmula 1. A luta para entrar na categoria já foi vencida, falta o próximo passo, que se tornou raro entre brasileiros. Ele tem um contrato multianual, mas outros pilotos estão aí como exemplo de que não basta o vínculo para ficar na F-1.

Bruno Senna correu apenas três temporadas, Felipe Nasr e Nelsinho Piquet, duas, enquanto Lucas di Grassi, apenas uma. Apenas oito brasileiro correram por seis anos ou mais na Fórmula 1. Três deles foram campeões mundiais. Isso mostra que a categoria é propícia para desventuras e ficar no circo por muito tempo é realmente um feito para poucos. Bortoleto tem conquistado o apoio interno que precisa para que todos trabalhem por ele e com ele para tornar a Sauber-Audi uma equipe capaz de brigar por pontos em 2025.

“O pessoal da Sauber ficou muito impressionado com ele, porque toda vez que ele saía para a pista, voltava e falava o que queria. Os engenheiros ficaram otimistas com isso, uma vez que estavam acostumados com o piloto não falar nada. Ou seja, pilotos que esperam que os engenheiros resolvam os problemas. O Gabriel trabalha de forma diferente, ele diz ao engenheiro o que precisa para ser mais rápido. Por isso, a evolução é constante”, destacou o pai de Bortoleto.

Brasileiros com seis temporadas ou mais na Fórmula 1

  1. Rubens Barrichello - 19
  2. Felipe Massa - 15
  3. Nelson Piquet - 14
  4. Emerson Fittipaldi - 11
  5. Ayrton Senna - 11
  6. Roberto Pupo Moreno - 7
  7. José Carlos Pace - 6
  8. Pedro Paulo Diniz - 6

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