O automobilismo internacional terá uma categoria de monoposto exclusiva para mulheres em 2019. Lançada nesta quarta-feira, a chamada " W Series" tem como um de seus objetivos ajudar no desenvolvimento das pilotas para chegarem até a Fórmula 1. E promete uma premiação de US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 5 milhões), sendo US$ 500 mil (cerca de R$ 1,8 milhão) apenas para a campeã.
Ainda sem calendário definido, a competição deve ter seis corridas, com duração de 30 minutos, em pistas que já receberam provas da Fórmula 1 na Europa. Depois, a ideia dos idealizadores do projeto é expandir para América, Ásia e Austrália. Todos os carros serão idênticos ao Tatuus T-318, utilizado atualmente na Fórmula 3 Europeia.
"Para ser um piloto bem-sucedido, você não precisa ter um nível superpoderoso de força que alguns esportes exigem. É por isso que nós da W Series acreditamos que pilotos femininos e masculinos podem competir uns com os outros em igualdade de condições, dada a mesma oportunidade", disse David Coulthard, ex-piloto da Fórmula 1 e um dos apoiadores da nova categoria.
"No momento, porém, as mulheres alcançam um 'teto de vidro' no nível GP3/Fórmula 3 em sua curva de aprendizado, muitas vezes como resultado da falta de financiamento e não da falta de talento. É por isso que é necessária uma nova série de corridas para estabelecer um habitat competitivo e construtivo de automobilismo no qual nossas pilotas poderão se equipar com o conjunto de habilidades necessário para seguir em frente", finalizou.
As interessadas aprovadas para ingressar na W Series passarão por um treino completo de automobilismo que envolvem desde técnicas de direção, técnicas de engenharia e condicionamento físico até ao trato com a imprensa.
"A razão pela qual tão poucas mulheres, até agora, correram com sucesso ao mais alto nível, tem mais a ver com falta de oportunidades e não falta de capacidade. E é por isso que estou muito contente por estar envolvido na W Series, pois deste modo posso contribuir para criar uma plataforma na qual as pilotos possam melhorar, competindo umas com as outras, partindo daí para a evolução das suas carreiras e, sim, F1", explicou Adrian Newey, apontado como um dos maiores projetistas da história da Fórmula 1.
Quem também destacou a importância do crescimento das mulheres dentro do automobilismo foi Catherine Bond Muir, CEO da W Series. "Há poucas mulheres a competir em séries de monoposto neste momento. A W Series aumentará certamente esse número de forma muito significativa em 2019, e com isso esperamos libertar muito o potencial de muitas pilotos. As pilotos da W Series se tornarão estrelas globais - modelos inspiradores para mulheres em todos o lado".
A italiana Lella Lombardi, em 1976, foi a última mulher a disputar uma corrida de Fórmula 1.