McLaren confirma polivalência e tenta tirar proveito de revés da Red Bull na Bélgica


Em uma pista velocíssima e cheia de manha, escuderia deixa claro por que tem o melhor carro do grid no momento

Por Evelyn Guimarães/GRANDE PRÊMIO

Depois de dominar a corrida no apertado Hungaroring na semana passada, a McLaren se deparou com um novo desafio: a velocidade de Spa-Francorchamps. E não recuou. Uma vez mais, a equipe britânica confirmou que o MCL38 é mesmo o melhor carro do grid, porque é capaz de se adaptar rapidamente a qualquer tipo de traçado e condição de temperatura. E em uma sexta-feira (26) bem mais amena do que na semana passada, na Hungria, Lando Norris liderou uma nova dobradinha laranja e deixou claro o favoritismo também na Bélgica. A diferença para quem chegou mais perto, no caso Max Verstappen, foi de mais de 0s2.

Impressiona a performance da McLaren porque o circuito belga pede um enorme compromisso aerodinâmico e uma escolha que pode se tornar decisiva para a corrida do domingo. Em Spa, é preciso entender que uma aposta em velocidade pura nem sempre vai se pagar, ao passo que a opção por um carro com um pouco mais de carga pode render melhores resultados. Diante disso, a esquadra chefiada por Andrea Stella levou para a etapa belga uma pequena atualização, muito particular para a natureza selvagem da pista das Ardenas. O time promoveu mudanças nas asas dianteiras e traseiras e também na entrada de ar traseira. O objetivo foi lidar melhor com o arrasto aerodinâmico. Parece que deu certo.

Porque tornou, ao menos neste começo de fim de semana, uma arma poderosa dos ingleses. A McLaren se mostrou fortíssima no segundo setor do traçado, onde estão as curvas rápidas e mais manhosas. Além disso e não menos importante, também superou aquilo que a Red Bull tem de melhor: a velocidade de reta. Há uma vantagem considerável neste quesito — algo na casa de 0s3. Daí não foi surpresa perceber a facilidade com que Norris e Oscar Piastri se colocaram na ponta da tabela na segunda sessão do dia.

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Lando Norris Foto: Reprodução/X @McLarenF1

Ainda assim, Norris entende que “há algum trabalho a ser feito” pela McLaren, para preencher todas as lacunas. “No momento, estamos bem. Mas estamos todos muito próximos. A Red Bull parece estar muito perto de nós até aqui”, disse em entrevista à emissora britânica Sky Sports.

“Aqui é muito complicado, e não me senti completamente confortável com o carro hoje. Ainda há trabalho a fazer amanhã para me sentir melhor. Há aspectos a melhorar. Espero encontrar ainda mais ritmo”, completou o piloto da McLaren.

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A preocupação de Lando tem razão de ser, claro, porque a Red Bull está em uma pista que agrada demais o RB20. Os trechos de alta velocidade são o forte do carro taurino, ainda que os engenheiros tenham optado por um acerto com um pouco mais de carga aerodinâmica — o que também explica a desvantagem em linha reta para a McLaren. A esquadra austríaca comanda a primeira parte do circuito, mas sofre um importante déficit nos dois últimos setores. Há ainda outro agravante, algo que a rival laranja deseja aproveitar: a punição de Verstappen. O neerlandês vai perder dez colocações no grid pela troca do motor Honda.

Mesmo tendo liderado o TL1 com folga, Verstappen admitiu os problemas da Red Bull nesta sexta-feira. “Tentamos várias coisas. O primeiro e último setores são de alta velocidade, mas o segundo é muito longo e é necessário ter velocidade nas curvas. Como resultado, é muito difícil encontrar o equilíbrio certo”, explicou Max, que terminou o dia na terceira posição, sustentando uma diferença de 0s217 para o líder Norris.

“Temos todos os dados disponíveis e vamos analisá-los. Acho que começamos de forma bastante positiva hoje. Alguns testes talvez não tenham sido tão bons quanto queríamos, então há algumas coisas para revisar, especialmente com todas as mudanças que fizemos”, continuou o tricampeão.

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Agora, é importante dizer: em termos de ritmo de corrida, McLaren e Red Bull estão em igualdade novamente. O líder do campeonato fechou o dia com o melhor desempenho na simulação de GP, mas com uma vantagem de menos de 0s1. E esse é um problema, porque a recuperação no domingo, diante da queda no grid, não será tão óbvia, quanto em outros anos.

Mas se a esquadra de Zak Brown tenta tirar proveito do revés da adversária, a Ferrari procura também escapar da Mercedes. Ambas devem brigar pelo posto de terceira força na Bélgica. A escuderia também levou peças novas e uma configuração especial de asa, para buscar velocidade. Enquanto isso, a octacampeã apostou em uma atualização maior: o W15 ganhou um novo difusor, nova ponta do assoalho, beam wing — asa menor localizada na parte de trás do carro que auxilia no fluxo de ar —, e halo. As alterações têm como objetivo gerar maior eficiência aerodinâmica.. Além disso, o time liderado por Toto Wolff preparou uma nova asa dianteira pensada especificamente para Spa-Francorchamps.

De fato, as forças se dividiram. As modificações feitas pela equipe de Frédéric Vasseur tornaram a SF-24 mais rápida nas curvas de média e alta velocidade. Já a Mercedes foi melhor nas curvas mais lentas e apresentou um melhor rendimento em linha reta. Charles Leclerc e Carlos Sainz fecharam o dia na quarta e quinta posições, enquanto George Russell foi sexto. Lewis Hamilton acabou apenas em décimo. Embora a escuderia pareça levar vantagem na volta única, o ritmo de corrida, ao menos por ora, é rigorosamente o mesmo. O destaque negativo aqui é que ambas estão mais longe que o habitual das duas ponteiras do grid.

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De toda a forma, os ferraristas encontraram em Spa uma pista melhor em termos de aderência e trabalharam muito em função do desempenho em condição de prova. A garagem alemã, por outro lado, enfrentou mais problemas justamente com a aderência, o que provocou certo desequilíbrio, por isso a torcida de Hamilton por pista molhada.

De fato, o sábado de classificação promete chuva, e isso pode alterar completamente a ordem de forças. De acordo com a Pirelli, a fornecedora única de pneus, a mudança do clima também deve interferir na estratégia — lembrando que, na Bélgica, os times têm à disposição os pneus da gama intermediária. Ou seja, o C2 (duro), C3 (médio) e o C4 (macio).

“As equipes terão de confiar nos dados coletados nesta sexta para chegar à melhor configuração e tática em uma pista onde já é mais complicado do que o normal encontrar o compromisso certo entre downforce e velocidade. Comparado ao que se viu nos dois anos anteriores com esta nova geração de carros, o C2 parecia ser bastante competitivo e poderia ser uma escolha válida para a corrida, o que explica por que quatro equipes pouparam dois conjuntos para cada um de seus pilotos”, afirmou a análise da fabricante.

Depois de dominar a corrida no apertado Hungaroring na semana passada, a McLaren se deparou com um novo desafio: a velocidade de Spa-Francorchamps. E não recuou. Uma vez mais, a equipe britânica confirmou que o MCL38 é mesmo o melhor carro do grid, porque é capaz de se adaptar rapidamente a qualquer tipo de traçado e condição de temperatura. E em uma sexta-feira (26) bem mais amena do que na semana passada, na Hungria, Lando Norris liderou uma nova dobradinha laranja e deixou claro o favoritismo também na Bélgica. A diferença para quem chegou mais perto, no caso Max Verstappen, foi de mais de 0s2.

Impressiona a performance da McLaren porque o circuito belga pede um enorme compromisso aerodinâmico e uma escolha que pode se tornar decisiva para a corrida do domingo. Em Spa, é preciso entender que uma aposta em velocidade pura nem sempre vai se pagar, ao passo que a opção por um carro com um pouco mais de carga pode render melhores resultados. Diante disso, a esquadra chefiada por Andrea Stella levou para a etapa belga uma pequena atualização, muito particular para a natureza selvagem da pista das Ardenas. O time promoveu mudanças nas asas dianteiras e traseiras e também na entrada de ar traseira. O objetivo foi lidar melhor com o arrasto aerodinâmico. Parece que deu certo.

Porque tornou, ao menos neste começo de fim de semana, uma arma poderosa dos ingleses. A McLaren se mostrou fortíssima no segundo setor do traçado, onde estão as curvas rápidas e mais manhosas. Além disso e não menos importante, também superou aquilo que a Red Bull tem de melhor: a velocidade de reta. Há uma vantagem considerável neste quesito — algo na casa de 0s3. Daí não foi surpresa perceber a facilidade com que Norris e Oscar Piastri se colocaram na ponta da tabela na segunda sessão do dia.

Lando Norris Foto: Reprodução/X @McLarenF1

Ainda assim, Norris entende que “há algum trabalho a ser feito” pela McLaren, para preencher todas as lacunas. “No momento, estamos bem. Mas estamos todos muito próximos. A Red Bull parece estar muito perto de nós até aqui”, disse em entrevista à emissora britânica Sky Sports.

“Aqui é muito complicado, e não me senti completamente confortável com o carro hoje. Ainda há trabalho a fazer amanhã para me sentir melhor. Há aspectos a melhorar. Espero encontrar ainda mais ritmo”, completou o piloto da McLaren.

A preocupação de Lando tem razão de ser, claro, porque a Red Bull está em uma pista que agrada demais o RB20. Os trechos de alta velocidade são o forte do carro taurino, ainda que os engenheiros tenham optado por um acerto com um pouco mais de carga aerodinâmica — o que também explica a desvantagem em linha reta para a McLaren. A esquadra austríaca comanda a primeira parte do circuito, mas sofre um importante déficit nos dois últimos setores. Há ainda outro agravante, algo que a rival laranja deseja aproveitar: a punição de Verstappen. O neerlandês vai perder dez colocações no grid pela troca do motor Honda.

Mesmo tendo liderado o TL1 com folga, Verstappen admitiu os problemas da Red Bull nesta sexta-feira. “Tentamos várias coisas. O primeiro e último setores são de alta velocidade, mas o segundo é muito longo e é necessário ter velocidade nas curvas. Como resultado, é muito difícil encontrar o equilíbrio certo”, explicou Max, que terminou o dia na terceira posição, sustentando uma diferença de 0s217 para o líder Norris.

“Temos todos os dados disponíveis e vamos analisá-los. Acho que começamos de forma bastante positiva hoje. Alguns testes talvez não tenham sido tão bons quanto queríamos, então há algumas coisas para revisar, especialmente com todas as mudanças que fizemos”, continuou o tricampeão.

Agora, é importante dizer: em termos de ritmo de corrida, McLaren e Red Bull estão em igualdade novamente. O líder do campeonato fechou o dia com o melhor desempenho na simulação de GP, mas com uma vantagem de menos de 0s1. E esse é um problema, porque a recuperação no domingo, diante da queda no grid, não será tão óbvia, quanto em outros anos.

Mas se a esquadra de Zak Brown tenta tirar proveito do revés da adversária, a Ferrari procura também escapar da Mercedes. Ambas devem brigar pelo posto de terceira força na Bélgica. A escuderia também levou peças novas e uma configuração especial de asa, para buscar velocidade. Enquanto isso, a octacampeã apostou em uma atualização maior: o W15 ganhou um novo difusor, nova ponta do assoalho, beam wing — asa menor localizada na parte de trás do carro que auxilia no fluxo de ar —, e halo. As alterações têm como objetivo gerar maior eficiência aerodinâmica.. Além disso, o time liderado por Toto Wolff preparou uma nova asa dianteira pensada especificamente para Spa-Francorchamps.

De fato, as forças se dividiram. As modificações feitas pela equipe de Frédéric Vasseur tornaram a SF-24 mais rápida nas curvas de média e alta velocidade. Já a Mercedes foi melhor nas curvas mais lentas e apresentou um melhor rendimento em linha reta. Charles Leclerc e Carlos Sainz fecharam o dia na quarta e quinta posições, enquanto George Russell foi sexto. Lewis Hamilton acabou apenas em décimo. Embora a escuderia pareça levar vantagem na volta única, o ritmo de corrida, ao menos por ora, é rigorosamente o mesmo. O destaque negativo aqui é que ambas estão mais longe que o habitual das duas ponteiras do grid.

De toda a forma, os ferraristas encontraram em Spa uma pista melhor em termos de aderência e trabalharam muito em função do desempenho em condição de prova. A garagem alemã, por outro lado, enfrentou mais problemas justamente com a aderência, o que provocou certo desequilíbrio, por isso a torcida de Hamilton por pista molhada.

De fato, o sábado de classificação promete chuva, e isso pode alterar completamente a ordem de forças. De acordo com a Pirelli, a fornecedora única de pneus, a mudança do clima também deve interferir na estratégia — lembrando que, na Bélgica, os times têm à disposição os pneus da gama intermediária. Ou seja, o C2 (duro), C3 (médio) e o C4 (macio).

“As equipes terão de confiar nos dados coletados nesta sexta para chegar à melhor configuração e tática em uma pista onde já é mais complicado do que o normal encontrar o compromisso certo entre downforce e velocidade. Comparado ao que se viu nos dois anos anteriores com esta nova geração de carros, o C2 parecia ser bastante competitivo e poderia ser uma escolha válida para a corrida, o que explica por que quatro equipes pouparam dois conjuntos para cada um de seus pilotos”, afirmou a análise da fabricante.

Depois de dominar a corrida no apertado Hungaroring na semana passada, a McLaren se deparou com um novo desafio: a velocidade de Spa-Francorchamps. E não recuou. Uma vez mais, a equipe britânica confirmou que o MCL38 é mesmo o melhor carro do grid, porque é capaz de se adaptar rapidamente a qualquer tipo de traçado e condição de temperatura. E em uma sexta-feira (26) bem mais amena do que na semana passada, na Hungria, Lando Norris liderou uma nova dobradinha laranja e deixou claro o favoritismo também na Bélgica. A diferença para quem chegou mais perto, no caso Max Verstappen, foi de mais de 0s2.

Impressiona a performance da McLaren porque o circuito belga pede um enorme compromisso aerodinâmico e uma escolha que pode se tornar decisiva para a corrida do domingo. Em Spa, é preciso entender que uma aposta em velocidade pura nem sempre vai se pagar, ao passo que a opção por um carro com um pouco mais de carga pode render melhores resultados. Diante disso, a esquadra chefiada por Andrea Stella levou para a etapa belga uma pequena atualização, muito particular para a natureza selvagem da pista das Ardenas. O time promoveu mudanças nas asas dianteiras e traseiras e também na entrada de ar traseira. O objetivo foi lidar melhor com o arrasto aerodinâmico. Parece que deu certo.

Porque tornou, ao menos neste começo de fim de semana, uma arma poderosa dos ingleses. A McLaren se mostrou fortíssima no segundo setor do traçado, onde estão as curvas rápidas e mais manhosas. Além disso e não menos importante, também superou aquilo que a Red Bull tem de melhor: a velocidade de reta. Há uma vantagem considerável neste quesito — algo na casa de 0s3. Daí não foi surpresa perceber a facilidade com que Norris e Oscar Piastri se colocaram na ponta da tabela na segunda sessão do dia.

Lando Norris Foto: Reprodução/X @McLarenF1

Ainda assim, Norris entende que “há algum trabalho a ser feito” pela McLaren, para preencher todas as lacunas. “No momento, estamos bem. Mas estamos todos muito próximos. A Red Bull parece estar muito perto de nós até aqui”, disse em entrevista à emissora britânica Sky Sports.

“Aqui é muito complicado, e não me senti completamente confortável com o carro hoje. Ainda há trabalho a fazer amanhã para me sentir melhor. Há aspectos a melhorar. Espero encontrar ainda mais ritmo”, completou o piloto da McLaren.

A preocupação de Lando tem razão de ser, claro, porque a Red Bull está em uma pista que agrada demais o RB20. Os trechos de alta velocidade são o forte do carro taurino, ainda que os engenheiros tenham optado por um acerto com um pouco mais de carga aerodinâmica — o que também explica a desvantagem em linha reta para a McLaren. A esquadra austríaca comanda a primeira parte do circuito, mas sofre um importante déficit nos dois últimos setores. Há ainda outro agravante, algo que a rival laranja deseja aproveitar: a punição de Verstappen. O neerlandês vai perder dez colocações no grid pela troca do motor Honda.

Mesmo tendo liderado o TL1 com folga, Verstappen admitiu os problemas da Red Bull nesta sexta-feira. “Tentamos várias coisas. O primeiro e último setores são de alta velocidade, mas o segundo é muito longo e é necessário ter velocidade nas curvas. Como resultado, é muito difícil encontrar o equilíbrio certo”, explicou Max, que terminou o dia na terceira posição, sustentando uma diferença de 0s217 para o líder Norris.

“Temos todos os dados disponíveis e vamos analisá-los. Acho que começamos de forma bastante positiva hoje. Alguns testes talvez não tenham sido tão bons quanto queríamos, então há algumas coisas para revisar, especialmente com todas as mudanças que fizemos”, continuou o tricampeão.

Agora, é importante dizer: em termos de ritmo de corrida, McLaren e Red Bull estão em igualdade novamente. O líder do campeonato fechou o dia com o melhor desempenho na simulação de GP, mas com uma vantagem de menos de 0s1. E esse é um problema, porque a recuperação no domingo, diante da queda no grid, não será tão óbvia, quanto em outros anos.

Mas se a esquadra de Zak Brown tenta tirar proveito do revés da adversária, a Ferrari procura também escapar da Mercedes. Ambas devem brigar pelo posto de terceira força na Bélgica. A escuderia também levou peças novas e uma configuração especial de asa, para buscar velocidade. Enquanto isso, a octacampeã apostou em uma atualização maior: o W15 ganhou um novo difusor, nova ponta do assoalho, beam wing — asa menor localizada na parte de trás do carro que auxilia no fluxo de ar —, e halo. As alterações têm como objetivo gerar maior eficiência aerodinâmica.. Além disso, o time liderado por Toto Wolff preparou uma nova asa dianteira pensada especificamente para Spa-Francorchamps.

De fato, as forças se dividiram. As modificações feitas pela equipe de Frédéric Vasseur tornaram a SF-24 mais rápida nas curvas de média e alta velocidade. Já a Mercedes foi melhor nas curvas mais lentas e apresentou um melhor rendimento em linha reta. Charles Leclerc e Carlos Sainz fecharam o dia na quarta e quinta posições, enquanto George Russell foi sexto. Lewis Hamilton acabou apenas em décimo. Embora a escuderia pareça levar vantagem na volta única, o ritmo de corrida, ao menos por ora, é rigorosamente o mesmo. O destaque negativo aqui é que ambas estão mais longe que o habitual das duas ponteiras do grid.

De toda a forma, os ferraristas encontraram em Spa uma pista melhor em termos de aderência e trabalharam muito em função do desempenho em condição de prova. A garagem alemã, por outro lado, enfrentou mais problemas justamente com a aderência, o que provocou certo desequilíbrio, por isso a torcida de Hamilton por pista molhada.

De fato, o sábado de classificação promete chuva, e isso pode alterar completamente a ordem de forças. De acordo com a Pirelli, a fornecedora única de pneus, a mudança do clima também deve interferir na estratégia — lembrando que, na Bélgica, os times têm à disposição os pneus da gama intermediária. Ou seja, o C2 (duro), C3 (médio) e o C4 (macio).

“As equipes terão de confiar nos dados coletados nesta sexta para chegar à melhor configuração e tática em uma pista onde já é mais complicado do que o normal encontrar o compromisso certo entre downforce e velocidade. Comparado ao que se viu nos dois anos anteriores com esta nova geração de carros, o C2 parecia ser bastante competitivo e poderia ser uma escolha válida para a corrida, o que explica por que quatro equipes pouparam dois conjuntos para cada um de seus pilotos”, afirmou a análise da fabricante.

Depois de dominar a corrida no apertado Hungaroring na semana passada, a McLaren se deparou com um novo desafio: a velocidade de Spa-Francorchamps. E não recuou. Uma vez mais, a equipe britânica confirmou que o MCL38 é mesmo o melhor carro do grid, porque é capaz de se adaptar rapidamente a qualquer tipo de traçado e condição de temperatura. E em uma sexta-feira (26) bem mais amena do que na semana passada, na Hungria, Lando Norris liderou uma nova dobradinha laranja e deixou claro o favoritismo também na Bélgica. A diferença para quem chegou mais perto, no caso Max Verstappen, foi de mais de 0s2.

Impressiona a performance da McLaren porque o circuito belga pede um enorme compromisso aerodinâmico e uma escolha que pode se tornar decisiva para a corrida do domingo. Em Spa, é preciso entender que uma aposta em velocidade pura nem sempre vai se pagar, ao passo que a opção por um carro com um pouco mais de carga pode render melhores resultados. Diante disso, a esquadra chefiada por Andrea Stella levou para a etapa belga uma pequena atualização, muito particular para a natureza selvagem da pista das Ardenas. O time promoveu mudanças nas asas dianteiras e traseiras e também na entrada de ar traseira. O objetivo foi lidar melhor com o arrasto aerodinâmico. Parece que deu certo.

Porque tornou, ao menos neste começo de fim de semana, uma arma poderosa dos ingleses. A McLaren se mostrou fortíssima no segundo setor do traçado, onde estão as curvas rápidas e mais manhosas. Além disso e não menos importante, também superou aquilo que a Red Bull tem de melhor: a velocidade de reta. Há uma vantagem considerável neste quesito — algo na casa de 0s3. Daí não foi surpresa perceber a facilidade com que Norris e Oscar Piastri se colocaram na ponta da tabela na segunda sessão do dia.

Lando Norris Foto: Reprodução/X @McLarenF1

Ainda assim, Norris entende que “há algum trabalho a ser feito” pela McLaren, para preencher todas as lacunas. “No momento, estamos bem. Mas estamos todos muito próximos. A Red Bull parece estar muito perto de nós até aqui”, disse em entrevista à emissora britânica Sky Sports.

“Aqui é muito complicado, e não me senti completamente confortável com o carro hoje. Ainda há trabalho a fazer amanhã para me sentir melhor. Há aspectos a melhorar. Espero encontrar ainda mais ritmo”, completou o piloto da McLaren.

A preocupação de Lando tem razão de ser, claro, porque a Red Bull está em uma pista que agrada demais o RB20. Os trechos de alta velocidade são o forte do carro taurino, ainda que os engenheiros tenham optado por um acerto com um pouco mais de carga aerodinâmica — o que também explica a desvantagem em linha reta para a McLaren. A esquadra austríaca comanda a primeira parte do circuito, mas sofre um importante déficit nos dois últimos setores. Há ainda outro agravante, algo que a rival laranja deseja aproveitar: a punição de Verstappen. O neerlandês vai perder dez colocações no grid pela troca do motor Honda.

Mesmo tendo liderado o TL1 com folga, Verstappen admitiu os problemas da Red Bull nesta sexta-feira. “Tentamos várias coisas. O primeiro e último setores são de alta velocidade, mas o segundo é muito longo e é necessário ter velocidade nas curvas. Como resultado, é muito difícil encontrar o equilíbrio certo”, explicou Max, que terminou o dia na terceira posição, sustentando uma diferença de 0s217 para o líder Norris.

“Temos todos os dados disponíveis e vamos analisá-los. Acho que começamos de forma bastante positiva hoje. Alguns testes talvez não tenham sido tão bons quanto queríamos, então há algumas coisas para revisar, especialmente com todas as mudanças que fizemos”, continuou o tricampeão.

Agora, é importante dizer: em termos de ritmo de corrida, McLaren e Red Bull estão em igualdade novamente. O líder do campeonato fechou o dia com o melhor desempenho na simulação de GP, mas com uma vantagem de menos de 0s1. E esse é um problema, porque a recuperação no domingo, diante da queda no grid, não será tão óbvia, quanto em outros anos.

Mas se a esquadra de Zak Brown tenta tirar proveito do revés da adversária, a Ferrari procura também escapar da Mercedes. Ambas devem brigar pelo posto de terceira força na Bélgica. A escuderia também levou peças novas e uma configuração especial de asa, para buscar velocidade. Enquanto isso, a octacampeã apostou em uma atualização maior: o W15 ganhou um novo difusor, nova ponta do assoalho, beam wing — asa menor localizada na parte de trás do carro que auxilia no fluxo de ar —, e halo. As alterações têm como objetivo gerar maior eficiência aerodinâmica.. Além disso, o time liderado por Toto Wolff preparou uma nova asa dianteira pensada especificamente para Spa-Francorchamps.

De fato, as forças se dividiram. As modificações feitas pela equipe de Frédéric Vasseur tornaram a SF-24 mais rápida nas curvas de média e alta velocidade. Já a Mercedes foi melhor nas curvas mais lentas e apresentou um melhor rendimento em linha reta. Charles Leclerc e Carlos Sainz fecharam o dia na quarta e quinta posições, enquanto George Russell foi sexto. Lewis Hamilton acabou apenas em décimo. Embora a escuderia pareça levar vantagem na volta única, o ritmo de corrida, ao menos por ora, é rigorosamente o mesmo. O destaque negativo aqui é que ambas estão mais longe que o habitual das duas ponteiras do grid.

De toda a forma, os ferraristas encontraram em Spa uma pista melhor em termos de aderência e trabalharam muito em função do desempenho em condição de prova. A garagem alemã, por outro lado, enfrentou mais problemas justamente com a aderência, o que provocou certo desequilíbrio, por isso a torcida de Hamilton por pista molhada.

De fato, o sábado de classificação promete chuva, e isso pode alterar completamente a ordem de forças. De acordo com a Pirelli, a fornecedora única de pneus, a mudança do clima também deve interferir na estratégia — lembrando que, na Bélgica, os times têm à disposição os pneus da gama intermediária. Ou seja, o C2 (duro), C3 (médio) e o C4 (macio).

“As equipes terão de confiar nos dados coletados nesta sexta para chegar à melhor configuração e tática em uma pista onde já é mais complicado do que o normal encontrar o compromisso certo entre downforce e velocidade. Comparado ao que se viu nos dois anos anteriores com esta nova geração de carros, o C2 parecia ser bastante competitivo e poderia ser uma escolha válida para a corrida, o que explica por que quatro equipes pouparam dois conjuntos para cada um de seus pilotos”, afirmou a análise da fabricante.

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