A exposição dos 50 anos da Fórmula 1 no Brasil recebeu uma visita muito especial em sua inauguração. Felipe Massa compareceu ao evento no Parque do Ibirapuera para prestigiar a exibição de itens importantes da sua própria história na categoria. O piloto conversou com a reportagem do Estadão, traçou perspectivas para o Grande Prêmio de São Paulo, em Interlagos, e revelou um de seus pupilos para levar o País de volta ao topo do automobilismo mundial.
Felipe Massa foi piloto titular da Fórmula 1 por 15 temporadas, entre 2002 e 2017, passando por Sauber, Ferrari e Williams. Massa foi o último brasileiro com esse status na categoria. Outros nomes surgiram, como Felipe Nasr, Pietro Fittipaldi e Sérgio Sette Câmara, mas nenhum conseguiu prosperar. Desde então, os fãs brasileiros sonham em ver algum piloto local fazendo sucesso de novo na categoria.
“Falta a gente ter um piloto que consiga se destacar e mostrar, para as equipes, que é capaz de ficar na Fórmula 1 por muitos anos. No final, as maiores interessadas são as escuderias em pegar um piloto que dure muito tempo com vitórias e sucesso. Espero que a gente consiga criar esse piloto”, explica Felipe Massa.
Uma das esperanças brasileiras no automobilismo é Felipe Drugovich. O paranaense de 22 anos conquistou a Fórmula 2 nesta temporada, com antecedência, e já firmou contrato para ser piloto reserva da Aston Martin em 2023. Massa pondera que, apesar das qualidades demonstradas, Drugovich precisará agarrar a primeira oportunidade que tiver para brigar por uma vaga de titular futuramente.
“Drugovich é quem nos dá mais esperança nesse momento. Logicamente, ele ganhou no terceiro ano de Fórmula 2. A gente sabe que as equipes de Fórmula 1 valorizam um pouco menos os pilotos que ganham no terceiro ano e não no primeiro. Mas estou na torcida por ele e para a gente ter um jovem mais para frente com a chance de ficar na categoria. Não posso esquecer de um piloto que gosto muito que é o Rafael Câmara, que está no começo da carreira na Fórmula 4 e está despontando. Tomara que a gente tenha um piloto assim para levar a nossa bandeira, como sempre tivemos na Fórmula 1″, reforça Massa.
Apontando por Massa como promissor, Rafael Câmara, de 17 anos, ocupa a terceira colocação da Fórmula 4 Italiana, restando três provas, e mantém o sonho do título. Ele é piloto da Prema, escuderia que tem relevante vínculo com a Ferrari. Na mesma categoria, mas na Alemanha, ele terminou o torneio também em terceiro, mas com o prêmio de melhor estreante.
INTERLAGOS
O título de 2022 da Fórmula 1 já está definido. Max Verstappen ficou com o bi após vencer o Grande Prêmio do Japão, em Suzuka. Restam quatro corridas para o encerramento da temporada: EUA, México, Brasil e Abu Dabi. A turma da Fórmula 1 aterrissa em São Paulo entre os dias 11 e 13 de novembro. Massa espera que nos próximos anos, a categoria consiga aproximar as equipes para manter a luta viva até a última corrida.
“Todo mundo quer chegar na última corrida e ver o título acontecer lá. Como foi aqui na última curva em 2008. É o que as pessoas querem, eu quero. Existem situações como no ano passado em que a decisão só saiu na última volta da última corrida, mas a desse ano foi bem antes. Infelizmente, às vezes, acontece. Tomara que a Fórmula 1 continue evoluindo e fazendo as equipes ficarem mais próximas umas das outras para vermos as disputas chegarem até a última prova”, diz Massa, que também relembrou a frustração da perda do título na última curva, em 2008, para Lewis Hamilton, e o orgulho da primeira vitória em Interlagos.
“O tempo passa. São 16 anos já (da primeira vitória em Interlagos). É muito tempo. A Fórmula 1 vem evoluindo. Os carros são diferentes. Competição é sempre igual, parecida, independentemente da época ou do ano. Fosse na época do Emerson Fittipaldi, do José Carlos Pace ou agora. O desenvolvimento e evolução é muito grande. A emoção do que representa o Grande Prêmio do Brasil para o mundo e para a Fórmula 1. São tantas histórias que aconteceram aqui em Interlagos. Sem dúvida, é um lugar especial, que vale a pena visitar e conhecer para todas as pessoas, tanto brasileiros como os estrangeiros que visitarão o País para acompanhar a corrida”, analisa Felipe Massa.
EXPOSIÇÃO
Na exposição dos 50 anos da Fórmula 1 no Brasil, há diversos itens ligados a Felipe Massa. Sua Ferrari de 2008 e a Williams de 2016 compõem o cenário da mostra na Oca e ajudam a contar parte relevante da história do País na categoria máxima do automobilismo mundial.
“Muito especial. Logicamente, tem muitas histórias, que tenho a sorte de fazer parte destes 50 anos da Fórmula 1 no Brasil. Tantas voltas, tantos anos que participei dessa corrida. Tive a chance de vencer duas vezes, três pole positions. O brasileiro que mais subiu no pódio no Grande Prêmio do Brasil. É, sem dúvida, muito especial para mim estar e rever todas estas fotos, meus dois carros que tem aqui (2008 e 2016), macacão com o qual ganhei em 2006, troféus de 2006 e 2008 e tantas outras histórias de outros pilotos: Ayrton Senna, Nelson Piquet, Emerson Fittipaldi, Rubens Barrichello. Grandes nomes que fazem parte da história destes 50 anos”, concluiu Massa.
A expectativa é de 200 mil pessoas visitem a exposição até o dia 20 de novembro. As entradas para visitar a exposição entre quarta e sexta-feira serão vendidas a R$ 50. Às terças-feiras, o acesso será gratuito. Em sábados e domingos, o preço sobre para R$ 150, valor que compreende a participação no Garage-Fest com DJs e telão para assistir às corridas restantes do Mundial de Fórmula 1 2022: GP do México, EUA, São Paulo e Abu Dabi. Os ingressos estão sendo vendidos no endereço eventim.com.br/expo50anosGP.