A Ferrari finalmente acabou com o suspense e anunciou que Michael Schumacher e Rubens Barrichello irão usar o carro de 2001 na próxima etapa do Mundial de Fórmula 1, dia 17, na Malásia. Como o modelo antigo foi bem na abertura do campeonato, com a vitória do piloto alemão na Austrália, e o novo ainda está sendo testado, a equipe italiana decidiu adiar a estréia do F2002, talvez para o GP do Brasil, em 31 de março. ?O desenvolvimento da nova Ferrari F2002 está indo muito bem. Hoje simulamos uma corrida, com Luca Badoer, em Mugello, mas a F2001 ainda é muito competitiva", explicou o diretor esportivo da Ferrari, o francês Jean Todt. Não faria sentido algum substituir um carro que, apesar de ser do ano passado, foi o mais veloz em todos os treinos na prova da Austrália e ainda chegou em primeiro com 18 segundos de vantagem para a nova Williams e com 25 para a McLaren de 2002. A Ferrari já havia tomado a decisão na Austrália mesmo, depois de Michael Schumacher passear na pista assim que assumiu a liderança da competição, na 16ª volta. A prova disso é que não escalou Rubens Barrichello para treinar esta semana com o carro novo. O brasileiro até agora não o testou e nenhum time, principalmente a Ferrari, faria um dos seus pilotos disputar um GP sem ter treinado, com antecedência, com o monoposto que irá correr. Se a vantagem do conjunto Ferrari F2001-Bridgestone assustou seus adversários em Melbourne, o retrospecto da F2001 nas 37 últimas provas de F1 realizadas, bem como da própria Ferrari em Sepang, deve estar deixando os dirigentes e pilotos da Williams e McLaren-Michelin anda mais preocupados. Foi a partir da etapa de Sepang, em 1999, que a Ferrari iniciou sua incrível trajetória de chegar ao pódio com ao menos um dos seus pilotos em todas as corridas até agora, no total de 37. A F2001 deixou Michael Schumacher e Rubens Barrichello a pé apenas quatro vezes, desde a sua estréia, no GP da Austrália de 2001. O alemão teve problemas com a suspensão dianteira em Ímola e depois com pressão de gasolina em Hockenheim. O brasileiro abandonou a prova da Espanha por causa da quebra de um componente da suspensão traseira e a dos Estados Unidos, com pane no motor. Como se isso não bastasse, a Ferrari está invicta no GP da Malásia: venceu as três edições já disputadas. Em 1999, Eddie Irvine foi o primeiro colocado, com Michael Schumacher em segundo. No ano seguinte, deu o alemão, enquanto Barrichello ficou em terceiro. E em 2001, nova dobradinha da escuderia de Maranello, com Michael na frente e o brasileiro logo atrás. Em resumo: o pior resultado da equipe nessa etapa do Mundial foi o terceiro lugar de Rubinho em 2000. Tudo o que se espera da corrida de Sepang, agora, é que o forte calor local funcione de fato como um componente técnico novo e permita à Michelin melhor desempenho, a fim de permitir à Williams e à McLaren oferecer maior resistência ao impressionante momento da Ferrari. Seria saudável para a própria F-1. O retrospecto dos pneus franceses no clima quente, ano passado, sugere que Juan Pablo Montoya e Ralf Schumacher, da Williams, e Kimi Raikkonen e David Coulthard, da McLaren, não deverão ter as mesmas dificuldades com os pneus como em Melbourne, o que também explicou em boa parte a vantagem da Ferrari. A Michelin está tentando, com seu diretor Pierre Dupasquier, aprovar o uso de seus pneus assimétricos para a corrida de Sepang. Esses pneus têm uma das paredes dos sulcos disposta num ângulo maior que a outra, tomando-se como referência a base do sulco. A conseqüência dessa criativa solução, não prevista pelo regulamento, é que a banda de rodagem acaba tendo maior contato com o solo. A parede com ângulo maior permite a dobra do sulco. As vantagens do recurso são inegáveis, conforme testes realizados por Williams e McLaren. Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), proibiu seu uso, por "ferir o princípio da adoção dos pneus com sulcos", que é diminuir a aderência dos carros, a fim de reduzir sua velocidade nas curvas. Ecclestone - O dirigente inglês, promotor da F-1, pode unir-se às montadoras que investem na competição para comprar parte, se não toda, a participação de Leo Kirch na Slec, holding que detém os direitos de exploração da Fórmula 1. Ecclestone teria já se reunido com Paolo Cantarella, da Fiat, Wolfgang Reitzle, da Jaguar, marca da Ford, e Jurgen Hubbert, da Daimler-Chrysler, grupo da Mercedes, em Genebra. Kirch, magnata alemão das comunicações, precisa de dinheiro para não falir.