Finanças desafiam futuro do autódromo de Interlagos


Prejuízo da corrida é a maior preocupação para a sequência do GP do Brasil na temporada de 2017 da categoria

Por Almir Leite

O promotor do GP do Brasil, Tamas Rohonyi, diz não haver risco de a prova de Interlagos sair do calendário da Fórmula 1. Assegura que o contrato com validade até 2020 será honrado. No entanto, há um desafio e tanto que precisará ser superado: a viabilização financeira da corrida. Este ano, foi registrado prejuízo de US$ 30 milhões (cerca de R$ 101 milhões) como revelou o Estado na edição de sábado. Há contas a pagar para 2017, mas não se sabe ainda de onde virá o dinheiro. O GP do Brasil aparece no calendário divulgado pela FIA para 2017 como não confirmado. Isso significa que há pendências, atuais e relacionadas ao evento futuro. São questões financeiras. E a crise dificulta o fechamento das contas. Este ano, por exemplo, uma das áreas em que tradicionalmente vários apoiadores do GP instalavam seus hospitality centers estava praticamente vazio. 

Fanatismo dos torcedores pode ser saída para a Fórmula 1 Foto: Bagriela Biló/Estadão
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O custo para realizar a F-1 é salgado. Só a taxa do promotor, paga anualmente à FOM (Fórmula One Management, administradora da F-1) é de US$ 24 milhões (cerca de R$ 81,3 milhões). A operacionalização do GP – gastos com equipamentos, tecnologia, treinamento de pessoal, contratação de serviços na área de limpeza e segurança, entre muitas outras demandas – consome por baixo mais R$ 40 milhões. Os custos da Prefeitura com itens como grades de segurança, pintura e manutenção do autódromo são estimados em US$ 7 milhões por ano (R$ 23,8 milhões) – esse gasto não entra na conta da reforma iniciada em 2014.

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Há fatores a favor de Interlagos. Várias empresas multinacionais que investem na F-1 têm interesse mercadológico no País. Bernie Ecclestone, o todo-poderoso chefão da FOM, é um defensor do GP. E a renovação do contrato da prova até 2020 foi condicionada às reformas no autódromo, com custo estimado de R$ 160 milhões, para melhorar sobretudo a infraestrutura. São Paulo tem cumprido a sua parte nesse acordo.

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O paddock foi quase totalmente modificado e este ano, entre outras obras, foram melhorados o edifício de apoio e o centro operacional (a antiga torre foi demolida). Para 2017, está programada a cobertura total do paddock, na terceira e última fase da reforma.

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Ecclestone está preocupado com o futuro de Interlagos. Na quarta-feira, foi a Brasília para um encontro de 30 minutos com o presidente Michel Temer. Boa parte da conversa foi sobre a continuidade do GP e Bernie falou da necessidade das garantias financeiras. O presidente ressaltou que o País tem grande interesse na corrida.

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OTIMISMO

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Rohonyi aposta no interesse das empresas estrangeiras e na tradição, uma vez que a prova ocorre há 45 anos, como trunfos. “Eu acho que é uma das corridas-chave por vários motivos. Todos os grandes patrocinadores das equipes têm grandes interesses comerciais no Brasil e para essas companhias hoje a presença da F-1 é de vital importância”, disse ao Estado. Ele também invoca o fato de o GP ser uma das “provas clássicas” da categoria.

O problema é que há um outro fator a ser considerado. “Bernie gosta muito de fazer a F-1 no Brasil. Mas não abre mão do lado financeiro. Costuma ser intransigente nesse aspecto’’, afirmou ao Estado pessoa próxima a Ecclestone e que acompanha a categoria há duas décadas. “Não se esqueça de que a França e a Alemanha também são tradicionais e já saíram do calendário.”

Entre as incertezas está a mudança no comando municipal. O prefeito eleito de São Paulo, João Dória (PSDB), revelou ter intenção de privatizar o autódromo. Ou seja, a Prefeitura não pretende mais colocar dinheiro público em Interlagos.

Fernando Haddad (PT), o prefeito que renovou o contrato com a F-1, voltou a dizer neste domingo que o GP é importante para a economia da cidade, mas que a reforma também visa tornar o autódromo em um equipamento multiuso. “Só para a F-1 não valeria a pena, já gastamos mais de R$ 100 milhões.” De acordo com estudo de 2014 do Observatório de Turismo e Eventos, da SPturis, a corrida movimenta R$ 260 milhões para São Paulo. 

Ele se reunirá quarta-feira com Dória para tratar de Interlagos, e falará sobre o término da reforma. “Dependendo do que ele pretende, talvez não valha a pena concluir.”

Mas também no domingo em Interlagos, o ministro do Turismo, Marx Beltrão, confirmou a liberação de R$ 54 milhões de recursos federais para a conclusão das obras. “Vamos trabalhar junto com o governo municipal e junto à FIA para que possamos manter o GP”, acrescentou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani

. / COLABORARAM CIRO CAMPOS E FELIPE ROSA MENDES

 

O promotor do GP do Brasil, Tamas Rohonyi, diz não haver risco de a prova de Interlagos sair do calendário da Fórmula 1. Assegura que o contrato com validade até 2020 será honrado. No entanto, há um desafio e tanto que precisará ser superado: a viabilização financeira da corrida. Este ano, foi registrado prejuízo de US$ 30 milhões (cerca de R$ 101 milhões) como revelou o Estado na edição de sábado. Há contas a pagar para 2017, mas não se sabe ainda de onde virá o dinheiro. O GP do Brasil aparece no calendário divulgado pela FIA para 2017 como não confirmado. Isso significa que há pendências, atuais e relacionadas ao evento futuro. São questões financeiras. E a crise dificulta o fechamento das contas. Este ano, por exemplo, uma das áreas em que tradicionalmente vários apoiadores do GP instalavam seus hospitality centers estava praticamente vazio. 

Fanatismo dos torcedores pode ser saída para a Fórmula 1 Foto: Bagriela Biló/Estadão

O custo para realizar a F-1 é salgado. Só a taxa do promotor, paga anualmente à FOM (Fórmula One Management, administradora da F-1) é de US$ 24 milhões (cerca de R$ 81,3 milhões). A operacionalização do GP – gastos com equipamentos, tecnologia, treinamento de pessoal, contratação de serviços na área de limpeza e segurança, entre muitas outras demandas – consome por baixo mais R$ 40 milhões. Os custos da Prefeitura com itens como grades de segurança, pintura e manutenção do autódromo são estimados em US$ 7 milhões por ano (R$ 23,8 milhões) – esse gasto não entra na conta da reforma iniciada em 2014.

Há fatores a favor de Interlagos. Várias empresas multinacionais que investem na F-1 têm interesse mercadológico no País. Bernie Ecclestone, o todo-poderoso chefão da FOM, é um defensor do GP. E a renovação do contrato da prova até 2020 foi condicionada às reformas no autódromo, com custo estimado de R$ 160 milhões, para melhorar sobretudo a infraestrutura. São Paulo tem cumprido a sua parte nesse acordo.

O paddock foi quase totalmente modificado e este ano, entre outras obras, foram melhorados o edifício de apoio e o centro operacional (a antiga torre foi demolida). Para 2017, está programada a cobertura total do paddock, na terceira e última fase da reforma.

Ecclestone está preocupado com o futuro de Interlagos. Na quarta-feira, foi a Brasília para um encontro de 30 minutos com o presidente Michel Temer. Boa parte da conversa foi sobre a continuidade do GP e Bernie falou da necessidade das garantias financeiras. O presidente ressaltou que o País tem grande interesse na corrida.

OTIMISMO

Rohonyi aposta no interesse das empresas estrangeiras e na tradição, uma vez que a prova ocorre há 45 anos, como trunfos. “Eu acho que é uma das corridas-chave por vários motivos. Todos os grandes patrocinadores das equipes têm grandes interesses comerciais no Brasil e para essas companhias hoje a presença da F-1 é de vital importância”, disse ao Estado. Ele também invoca o fato de o GP ser uma das “provas clássicas” da categoria.

O problema é que há um outro fator a ser considerado. “Bernie gosta muito de fazer a F-1 no Brasil. Mas não abre mão do lado financeiro. Costuma ser intransigente nesse aspecto’’, afirmou ao Estado pessoa próxima a Ecclestone e que acompanha a categoria há duas décadas. “Não se esqueça de que a França e a Alemanha também são tradicionais e já saíram do calendário.”

Entre as incertezas está a mudança no comando municipal. O prefeito eleito de São Paulo, João Dória (PSDB), revelou ter intenção de privatizar o autódromo. Ou seja, a Prefeitura não pretende mais colocar dinheiro público em Interlagos.

Fernando Haddad (PT), o prefeito que renovou o contrato com a F-1, voltou a dizer neste domingo que o GP é importante para a economia da cidade, mas que a reforma também visa tornar o autódromo em um equipamento multiuso. “Só para a F-1 não valeria a pena, já gastamos mais de R$ 100 milhões.” De acordo com estudo de 2014 do Observatório de Turismo e Eventos, da SPturis, a corrida movimenta R$ 260 milhões para São Paulo. 

Ele se reunirá quarta-feira com Dória para tratar de Interlagos, e falará sobre o término da reforma. “Dependendo do que ele pretende, talvez não valha a pena concluir.”

Mas também no domingo em Interlagos, o ministro do Turismo, Marx Beltrão, confirmou a liberação de R$ 54 milhões de recursos federais para a conclusão das obras. “Vamos trabalhar junto com o governo municipal e junto à FIA para que possamos manter o GP”, acrescentou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani

. / COLABORARAM CIRO CAMPOS E FELIPE ROSA MENDES

 

O promotor do GP do Brasil, Tamas Rohonyi, diz não haver risco de a prova de Interlagos sair do calendário da Fórmula 1. Assegura que o contrato com validade até 2020 será honrado. No entanto, há um desafio e tanto que precisará ser superado: a viabilização financeira da corrida. Este ano, foi registrado prejuízo de US$ 30 milhões (cerca de R$ 101 milhões) como revelou o Estado na edição de sábado. Há contas a pagar para 2017, mas não se sabe ainda de onde virá o dinheiro. O GP do Brasil aparece no calendário divulgado pela FIA para 2017 como não confirmado. Isso significa que há pendências, atuais e relacionadas ao evento futuro. São questões financeiras. E a crise dificulta o fechamento das contas. Este ano, por exemplo, uma das áreas em que tradicionalmente vários apoiadores do GP instalavam seus hospitality centers estava praticamente vazio. 

Fanatismo dos torcedores pode ser saída para a Fórmula 1 Foto: Bagriela Biló/Estadão

O custo para realizar a F-1 é salgado. Só a taxa do promotor, paga anualmente à FOM (Fórmula One Management, administradora da F-1) é de US$ 24 milhões (cerca de R$ 81,3 milhões). A operacionalização do GP – gastos com equipamentos, tecnologia, treinamento de pessoal, contratação de serviços na área de limpeza e segurança, entre muitas outras demandas – consome por baixo mais R$ 40 milhões. Os custos da Prefeitura com itens como grades de segurança, pintura e manutenção do autódromo são estimados em US$ 7 milhões por ano (R$ 23,8 milhões) – esse gasto não entra na conta da reforma iniciada em 2014.

Há fatores a favor de Interlagos. Várias empresas multinacionais que investem na F-1 têm interesse mercadológico no País. Bernie Ecclestone, o todo-poderoso chefão da FOM, é um defensor do GP. E a renovação do contrato da prova até 2020 foi condicionada às reformas no autódromo, com custo estimado de R$ 160 milhões, para melhorar sobretudo a infraestrutura. São Paulo tem cumprido a sua parte nesse acordo.

O paddock foi quase totalmente modificado e este ano, entre outras obras, foram melhorados o edifício de apoio e o centro operacional (a antiga torre foi demolida). Para 2017, está programada a cobertura total do paddock, na terceira e última fase da reforma.

Ecclestone está preocupado com o futuro de Interlagos. Na quarta-feira, foi a Brasília para um encontro de 30 minutos com o presidente Michel Temer. Boa parte da conversa foi sobre a continuidade do GP e Bernie falou da necessidade das garantias financeiras. O presidente ressaltou que o País tem grande interesse na corrida.

OTIMISMO

Rohonyi aposta no interesse das empresas estrangeiras e na tradição, uma vez que a prova ocorre há 45 anos, como trunfos. “Eu acho que é uma das corridas-chave por vários motivos. Todos os grandes patrocinadores das equipes têm grandes interesses comerciais no Brasil e para essas companhias hoje a presença da F-1 é de vital importância”, disse ao Estado. Ele também invoca o fato de o GP ser uma das “provas clássicas” da categoria.

O problema é que há um outro fator a ser considerado. “Bernie gosta muito de fazer a F-1 no Brasil. Mas não abre mão do lado financeiro. Costuma ser intransigente nesse aspecto’’, afirmou ao Estado pessoa próxima a Ecclestone e que acompanha a categoria há duas décadas. “Não se esqueça de que a França e a Alemanha também são tradicionais e já saíram do calendário.”

Entre as incertezas está a mudança no comando municipal. O prefeito eleito de São Paulo, João Dória (PSDB), revelou ter intenção de privatizar o autódromo. Ou seja, a Prefeitura não pretende mais colocar dinheiro público em Interlagos.

Fernando Haddad (PT), o prefeito que renovou o contrato com a F-1, voltou a dizer neste domingo que o GP é importante para a economia da cidade, mas que a reforma também visa tornar o autódromo em um equipamento multiuso. “Só para a F-1 não valeria a pena, já gastamos mais de R$ 100 milhões.” De acordo com estudo de 2014 do Observatório de Turismo e Eventos, da SPturis, a corrida movimenta R$ 260 milhões para São Paulo. 

Ele se reunirá quarta-feira com Dória para tratar de Interlagos, e falará sobre o término da reforma. “Dependendo do que ele pretende, talvez não valha a pena concluir.”

Mas também no domingo em Interlagos, o ministro do Turismo, Marx Beltrão, confirmou a liberação de R$ 54 milhões de recursos federais para a conclusão das obras. “Vamos trabalhar junto com o governo municipal e junto à FIA para que possamos manter o GP”, acrescentou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani

. / COLABORARAM CIRO CAMPOS E FELIPE ROSA MENDES

 

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