Na quarta-feira, dia 1º de maio, a morte de Ayrton Senna completará 30 anos. O piloto bateu em uma curva do circuito de Ímola, na Itália, durante o GP de San Marino de 1994 da Fórmula 1, e se chocou em uma parede de concreto a uma velocidade de mais de 200 km/h. Na época, o brasileiro foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Um dos pontos principais do acidente teria sido a ruptura da coluna de direção do carro FW16 que Senna pilotava. A alegação na época era de que o piloto estava desconfortável no cockpit e, para resolver isso, os engenheiros da Williams teriam decidido alterar o ângulo da barra, soldando um tubo de menor espessura entre duas partes da barra.
A investigação apontou que essa modificação gerou uma solda mal feita, o que teria contribuído para que o acidente de Senna fosse fatal. Com isso, seis pessoas foram denunciadas e chegaram a ser réus na Justiça italiana no “Caso Senna”: Patrick Head, Frank Williams, Adrian Newey, Roland Bruynsereade, Giorgio Poggi e Federico Bendinelli.
O julgamento em primeira instância ocorreu em 1997 e ninguém foi preso. O segundo julgamento foi em 1999 e também inocentou o grupo. Já em 2007, a Suprema Corte da Itália concluiu que Patrick Head foi responsável por homicídio culposo, mas o inglês não cumpriu pena porque o caso já tinha mais de 10 anos. Veja a seguir por onde anda cada um dos acusados:
Patrick Head
Patrick Head é um dos fundadores da Williams e ex-marido da jornalista brasileira Betise Assumpção, que foi assessora de Senna. O engenheiro era diretor-técnico da equipe e permaneceu na escuderia entre 1977 e 2011. No ano de 2019, retornou como consultor técnico. Atualmente com 77 anos, Head não viaja para as corridas, mas fica na fábrica em Grove, no Reino Unido.
Frank Williams
Sir Frank Williams, como era conhecido, foi cofundador da escuderia Williams ao lado de Head. O britânico começou na categoria como mecânico, passou a piloto e depois conseguiu criar a própria equipe. O empresário ficou paraplégico em março de 1986 após um acidente de carro na França, e seguiu no comando da escuderia com o auxílio de uma cadeira de rodas até 2012, quando foi substituído pela filha Claire. Williams morreu em novembro de 2021 aos 79 anos, e a causa da morte não foi divulgada.
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Adrian Newey
O engenheiro Adrian Newey é o único da lista que continua plenamente envolvido na Fórmula 1. O britânico de 65 anos é projetista da Red Bull Racing desde 2005, com contrato válido até o próximo ano. Porém, em meio a especulações sobre o futuro, o engenheiro pode sair da equipe no fim da temporada e se transferir para a Ferrari ou para Aston Martin.
Newey também lançou o livro “Como Construir um Carro” em novembro de 2017 e falou sobre a morte de Senna: “Eu era um dos engenheiros responsáveis em uma equipe que desenhou um carro em que um grande homem foi morto. Independentemente de a coluna de direção ter causado o acidente ou não, não há como escapar do fato de que algo ruim nunca deveria ter entrado no carro”, disse ele na obra.
Roland Bruynsereade
O belga Roland Bruynsereade era inspetor de Segurança da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) quando o acidente de Senna aconteceu e o responsável por autorizar o início da corrida ou possíveis interrupções no circuitos. Em 1995, deixou a Fórmula 1 para assumir como diretor de Competição do Campeonato Internacional de Carros de Turismo (ITC) e, posteriormente, do Campeonato Alemão de Carros de Turismo (DTM), onde ficou até 2007. Atualmente, Bruynsereade tem 84 anos e não há registros sobre funções desempenhadas por ele após o período.
Giorgio Poggi
Giorgio Poggi era o diretor do circuito de Ímola. Novos controladores do autódromo foram procurados pela reportagem do Estadão, mas não souberam informar o paradeiro de Poggi.
Federico Bendinelli
Federico Bendinelli é advogado e foi o administrador da empresa Sagis, que controlava o circuito de Ímola na época. O italiano esteve na organização de 1978 a 2006 e, após o período, foi eleito presidente do Automobile Club Bologna, organização sem fins lucrativos do automobilismo italiano.