O irlandês Eddie Jordan, fundador e ex-chefe de equipe da extinta Jordan, revelou alguns detalhes da rotina de Corinna Schumacher, mulher do lendário piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher, que vive em coma induzido desde junho de 2014, após acidente de esqui sofrido no fim de 2013. De acordo com Jordan, que é próximo de Corinna, ela leva uma vida semelhante a de “uma prisioneira”, por se dedicar em tempo integral ao marido.
“Já se passaram quase dez anos e Corinna não pode ir a uma festa, almoçar fora. Ela é como uma prisioneira, porque todo mundo quer falar com ela sobre o Michael, sendo que ela não precisa ser lembrada disso a cada minuto”, revelou o empresário, que hoje atua como comentarista de Fórmula 1, em entrevista ao jornal britânico The Sun.
A Jordan deu a primeira oportunidade para Michael Schumacher correr uma etapa da Fórmula 1, no GP da Bélgica. Ele foi escolhido pela equipe irlandesa para substituir o piloto francês Bertrand Gachot, que havia sido preso por agredir um taxista durante uma briga de trânsito. O alemão surpreendeu ao se classificar em sétimo lugar, mas abandonou a corrida na primeira volta por causa de problemas na embreagem. De qualquer forma, chamou atenção o suficiente para ser levado para a Benetton naquele mesmo ano. Era a temporada da F-1 de 1991.
Apesar da passagem relâmpago de Schumacher por sua equipe, Eddie Jordan manteve-se próximo do heptacampeão, mas não conseguiu visitá-lo após o acidente. O irlandês contou que teve seu pedido para fazer uma visita negado por Corinna e disse entender a decisão dela.
“Corrina estabeleceu algumas regras, eu a conheço muito bem” afirmou Jordan. “Ela é uma garota adorável com que tenho uma história de boa relação. Eu fiz um esforço para ver Michael nos primeiros dias após o acidente e Corinna não permitiu, e fez o certo em recusar, porque muita gente queria visitá-lo”, disse.
A mulher da lenda alemã da F-1 tem uma regra de permitir apenas a presença de familiares, com raras exceções, como Jean Todt, ex-chefe da Ferrari e ex-presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
“Todt tem o privilégio de vê-lo por causa do quão próximo eles eram desde o tempo em que trabalharam juntos na Ferrari, o que é completamente compreensível. Não puder ir ver Michael, e eles disseram ‘Nós amamos vocês, Eddie, e estamos envolvidos há tempos com vocês, mas precisamos de privacidade e proteção”, contou.
A família Schumacher tem se resguardado muito e não costuma comentar sobre Michael Schumacher. Nem mesmo seu filho, Mick, que até ano passado era piloto titular da Haas e aparecia publicamente com frequência, costuma abordar o tema. Corinna não tem vida pública. Uma das poucas vezes que falou ao público foi no documentário “Schumacher”, no qual dá um depoimento comovente. “Todo mundo sente falta de Michael, mas ele está aqui. Diferente, mas ele está aqui e isso nos dá força, eu acho”.