Hamilton vence GP do Brasil e resultado da F-1 fica para Abu Dabi; Massa bate


Piloto britânico supera Rosberg e a chuva para ficar mais próximo do título

Por Almir Leite

A expectativa era de uma briga intensa entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, que poderia ser campeão, no GP do Brasil. Mas um piloto que sequer terminou a corrida foi, de certa forma, o maior vencedor deste domingo em Interlagos. Felipe Massa encerrou a sua história na pista que conhece desde menino ao bater a sua Williams na entrada dos boxes, na volta 48. Desceu do carro, acenou para a torcida e foi saudado como se tivesse conquistado uma vitória. Foi aplaudido pela torcida, pelos integrantes de várias equipes, que se perfilaram na frente dos boxes para bater palmas, abraçado por amigos e familiares. Agradecido, chorou comovido com o reconhecimento.

A corrida, atribulada pela chuva forte, com duas interrupções, cinco bandeiras amarelas que colocaram o safety car por cerca de três dezenas de voltas, teve a vitória de Hamilton, que adiou a definição do título, um segundo lugar discretíssimo de Rosberg e um destaque maior: Max Verstappen, responsável pelos melhores momentos da prova com várias belas ultrapassagens e que fechou o pódio com o terceiro lugar. 

Lewis Hamilton comemora a vitória no GP do Brasil de F-1 Foto: Márcio Fernandes/ Estadão
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Outro destaque foi Felipe Nasr, que superou as limitações da Sauber e com uma estratégia eficiente de corrida fez seus primeiros pontos na temporada ao receber a bandeirada em nono lugar.

A briga pelo título fica para a última etapa, em Abu Dabi, daqui a duas semanas. Um terceiro lugar dará o título a Rosberg, que soma 367 pontos. Hamilton, que venceu pela primeira vez em Interlagos, tem 355, ou seja, 12 atrás.

Com a pista encharcada, o GP do Brasil começou sob bandeira amarela, com o safety car comandando o pelotão. O spray era forte e, nas duas primeiras voltas, com o aumento da chuva, muitos pilotos reclamaram da falta de visibilidade. Lewis Hamilton foi um deles. Max Verstappen, o outro. Mas com o passar do tempo, o holandês começou a demonstrar irritação, por entender que a direção de prova estava demorando a liberar a pista. A bandeira verde finalmente apareceu na sétima volta e Verstappen foi logo roubando o terceiro lugar de Kimi Raikkonen no S do Senna.

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Como a chuva diminuiu, vários pilotos, entre eles Felipe Massa, trocaram pneus, colocando compostos intermediário. Como os tempos não melhoraram em relação aos pneus de chuva, pareceu que fizeram aposta em nova entrada no safety car, por algum acidente por exemplo, visando ganhar algumas posições.

O safety car foi novamente acionado, quando o sueco Marcus Ericsson, da Sauber, bateu na subida da reta dos boxes após perder o controle por "pisar" na linha branca e ficou parado no acesso ao pit lane. Com isso, os boxes foram fechados e apenas Verstappen e o australiano Daniel Ricciardo, ambos da Red Bull, conseguiram trocar os pneus. Enquanto isso, a dupla da Mercedes, o líder Lewis Hamilton e o segundo colocado Nico Rosberg, preferiam continuar com os pneus para chuva intensa. 

GP do Brasil - fotos da prova

1 | 23

Largada com Safety Car

Foto: Nacho Doce/Reuters
2 | 23

Primeiras filas seguindo Safety Car

Foto: Werther Santana/Estadão
3 | 23

Grosjean bate ainda antes da prova começar

Foto: Gabriela Bilo/Estadão
4 | 23

Hamilton lidera pelotão na pista molhada

Foto: Werther Santana/Estadão
5 | 23

Verstappen passa Raikkonen após saída do Safety Car

Foto: Miguel Schincariol/AFP
6 | 23

Raikkonen bate e prova é paralisada

Foto: Werther Santana/Estadão
7 | 23

Raikkonen deixa a pista após bater na reta principal

Foto: Werther Santana/Estadão
8 | 23

Antes de Raikkonen, Vettel também rodou

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
9 | 23

Massa leva punição por manobra feita antes da paralisação

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
10 | 23

Werhlein e Ericsson disputam posição; sueco bateu e abandonou

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
11 | 23

Safety Car ajuda e Nasr chega ao sétimo lugar

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
12 | 23

Hamilton "protege" moça da chuva com sua blusa e foto viraliza

Foto: Reprodução/Fórmula 1
13 | 23

Massa aguardando relargada dos boxes

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
14 | 23

Hamilton lidera pelotão ainda seguindo o Safety Car

Foto: Miguel Schincariol/AFP
15 | 23

Hamilton acelera após liberação do Safety Car

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
16 | 23

Williams homenageia Massa no GP do Brasil

Foto: Werther Santana/Estadão
17 | 23

Massa rodou e bateu na curva do Café

Foto: Reprodução/Williams Racing
18 | 23

Indo para os boxes, Massa é visto no telão

Foto: Werther Santana/Estadão
19 | 23

Massa aplaudido por 'rivais' nos boxes

Foto: Reprodução/Twitter
20 | 23

Pilotos largam dos boxes mais uma vez após batida de Massa

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
21 | 23

Hamilton vence o atribulado GP do Brasil de Fórmula 1

Foto: Werther Santana/Estadão
22 | 23

Hamilton comemora nos boxes

Foto: Miguel Schincariol/AFP
23 | 23

Pódio do GP do Brasil de Fórmula 1

Foto: Werther Santana/Estadão
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A nova paralisação durou até o fim da 19.ª volta, mas a bandeira verde durou poucos segundos. Na relargada, Raikkonen bateu forte a sua Ferrari na reta dos boxes, rodou e por pouco não teve o carro atingido pelo de outros pilotos. O finlandês não conseguiu sequer iniciar a 20.ª volta.

A direção de prova, então, decidiu dar bandeira vermelha, paralisando a corrida, atendendo aos protestos dos pilotos. "Honestamente, está impossível de guiar. Eu quase bati no Kimi. Quantos acidentes precisarão ter?", chiou Sebastian Vettel pelo rádio.

Durante a interrupção, Massa e Ricciardo receberam más notícias: ambos foram punidos em cinco segundos. O brasileiro por ter ultrapassado o mexicano Esteban Gutierrez antes da linha do safety car e Ricciardo por ter entrado no boxe quando o acesso estava fechado por causa do acidente com Ericsson.

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A corrida foi retomada depois de 34 minutos, com o safety car novamente à frente do pelotão e todos os pilotos com pneus para chuva intensa, por determinação do diretor de prova. Mesmo porque, a chuva continua forte em alguns trechos da pista.

Como a bandeira verde não vinha, a torcida começou a vaiar. A resposta da organização foi determinar nova bandeira vermelha, interrompendo novamente a prova. Com os polegares para baixo, sinalizando desaprovação, e vaias mais fortes, os protestos da torcida aumentaram. Este ano, o ingresso mais barato para o GP do Brasil custou R$ 570,00.

A decisão também irritou os pilotos. Hamilton, que vinha pedindo a saída do carro de segurança, era dos mais inconformados. Outros pilotos também demonstraram não entender a decisão. "A pista está boa", disse. "Por que pararam?", questionou Valtteri Bottas, da Williams. A segunda paralisação da prova levou dezenas de torcedores a deixar o autódromo.

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O novo recomeço aconteceu com a pista bastante molhada, mas então foi possível enfim assistir à primeira manobra que justificou o GP. Verstappen partiu para cima de Rosberg, colocou o carro por fora e fez uma bela ultrapassagem na reta oposta, assumindo o segundo lugar. O talentoso holandês de 18 anos não parecia se importar com a chuva. Logo depois fez a então volta mais rápida da prova e de certa forma obrigou o líder Hamilton a acelerar para dar o troco e manter uma vantagem segura na ponta.

Na prática, enfim o GP do Brasil começara. Várias outras ultrapassaram ocorreram.... E Verstappen continuou dando um show. Demonstrou uma habilidade incrível na 38.ª volta, quando, depois de pisar na linha branca na entrada da reta dos boxes e ficar de lado, conseguiu controlar o carro, evitando bater no guardrail, e, na sequência, ainda segurou Rosberg, que tentou se aproveitar para roubar a posição.

O público remanescente em Interlagos trocou a vaia pela vibração, até porque os pegas se sucediam. Em um deles, envolvendo os campeões mundiais Fernando Alonso e Sebastian Vettel, o espanhol da McLaren reclamou que o alemão da Ferrari o jogou para fora da pista.

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Mas, na volta 48, a alegria de boa parte da torcida transformou-se em emoção. Felipe Massa terminou a sua história no GP do Brasil ao bater na entrada dos boxes - foi mais uma vítima da faixa branca - e ser obrigado a deixar a corrida. O brasileiro deixou o carro, saudou a torcida, foi aplaudido e, erguendo uma bandeira do Brasil sobre as costas, com expressão desapontada, foi caminhando lentamente para o boxe.

Emocionado, Massa não conseguiu conter o choro. Ao chegar na área de boxe, foi aplaudido por integrantes de todas as equipes, abraçado por mecânicos da Ferrari e da Williams, depois de soluçar nos ombros da mulher, Rafaella, que foi recepcioná-lo junto com o filho Felipinho.

Naquele momento, não havia barulho de motores na pista. A corrida foi novamente paralisada, com bandeira amarela. Mas a torcida, que pouco antes vaiara a corrida sob safety car, não ligou para essa interrupção.

"Não esperava (a reação carinhosa da torcida), é uma emoção difícil explicar", disse Massa, ainda chorando. "Peço desculpas, gostaria de ter acabado a corrida. Só tenho a agradecer por esse dia inesquecível".

A parte final do GP foi de um só piloto: Max Verstappen. Depois de trocar os pneus - a equipe optou pelos de chuva intensa em vez dos intermediários -, ele caiu para 12.º lugar, mas saiu ultrapassando um adversário atrás do outro, com garra e ousadia, e ainda chegou ao pódio.

Assim, uma corrida que teria tudo para ser sem graça, acabou valendo pela festa para Massa, pela manutenção da briga pelo título. E, sobretudo, por Verstappen. Ele só não fez chover, mas pilotou com maestria numa pista encharcada.

Confira a classificação final do GP do Brasil:

1.º - Lewis Hamilton (Mercedes/Grã-Bretanha) - em 3h01min01s335, após 71 voltas

2.º - Nico Rosberg (Mercedes/Alemanha) - a 11s455

3.º - Max Verstappen (Rad/Bull/Holanda) - a 21s481

4.º - Sergio Perez (Force India/México) - a 25s346

5.º - Sebastian Vettel (Ferrari/Alemanha) - a 26s334

6.º - Carlos Sainz Jr. (Toro Rosso/Espanha) - a 29s160

7.º - Nico Hulkenberg (Force India/Alemanha) - a 29s827

8.º - Daniel Ricciardo (Red Bull/Austrália) - a 30s486

9.º - Felipe Nasr (Sauber/Brasil) - a 42s620

10.º - Fernando Alonso (McLaren/Espanha) - a 44s432

11.º - Valtteri Bottas (Williams/Finlândia) - a 45s292

12.º - Esteban Ocon (Manor/França) - a 45s809

13.º - Daniil Kvyat (Toro Rosso/Rússia) - a 51s192

14.º - Kevin Magnussen (Renault/Dinamarca) - a 51s555

15.º - Pascal Wehrlein (Manor/Alemanha) - a 1min00s498

16.º - Jenson Button (McLaren/Grã-Bretanha) - a 1min21s994

Não completaram a corrida:

Esteban Gutierrez (Haas/Mexico)

Felipe Massa (Williams/Brasil)

Jolyon Palmer (Renault/Grã-Bretanha)

Kimi Raikkonen (Ferrari/Finlândia)

Marcus Ericsson (Sauber/Suécia)

Romain Grosjean (Haas/França)

 

A expectativa era de uma briga intensa entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, que poderia ser campeão, no GP do Brasil. Mas um piloto que sequer terminou a corrida foi, de certa forma, o maior vencedor deste domingo em Interlagos. Felipe Massa encerrou a sua história na pista que conhece desde menino ao bater a sua Williams na entrada dos boxes, na volta 48. Desceu do carro, acenou para a torcida e foi saudado como se tivesse conquistado uma vitória. Foi aplaudido pela torcida, pelos integrantes de várias equipes, que se perfilaram na frente dos boxes para bater palmas, abraçado por amigos e familiares. Agradecido, chorou comovido com o reconhecimento.

A corrida, atribulada pela chuva forte, com duas interrupções, cinco bandeiras amarelas que colocaram o safety car por cerca de três dezenas de voltas, teve a vitória de Hamilton, que adiou a definição do título, um segundo lugar discretíssimo de Rosberg e um destaque maior: Max Verstappen, responsável pelos melhores momentos da prova com várias belas ultrapassagens e que fechou o pódio com o terceiro lugar. 

Lewis Hamilton comemora a vitória no GP do Brasil de F-1 Foto: Márcio Fernandes/ Estadão

Outro destaque foi Felipe Nasr, que superou as limitações da Sauber e com uma estratégia eficiente de corrida fez seus primeiros pontos na temporada ao receber a bandeirada em nono lugar.

A briga pelo título fica para a última etapa, em Abu Dabi, daqui a duas semanas. Um terceiro lugar dará o título a Rosberg, que soma 367 pontos. Hamilton, que venceu pela primeira vez em Interlagos, tem 355, ou seja, 12 atrás.

Com a pista encharcada, o GP do Brasil começou sob bandeira amarela, com o safety car comandando o pelotão. O spray era forte e, nas duas primeiras voltas, com o aumento da chuva, muitos pilotos reclamaram da falta de visibilidade. Lewis Hamilton foi um deles. Max Verstappen, o outro. Mas com o passar do tempo, o holandês começou a demonstrar irritação, por entender que a direção de prova estava demorando a liberar a pista. A bandeira verde finalmente apareceu na sétima volta e Verstappen foi logo roubando o terceiro lugar de Kimi Raikkonen no S do Senna.

Como a chuva diminuiu, vários pilotos, entre eles Felipe Massa, trocaram pneus, colocando compostos intermediário. Como os tempos não melhoraram em relação aos pneus de chuva, pareceu que fizeram aposta em nova entrada no safety car, por algum acidente por exemplo, visando ganhar algumas posições.

O safety car foi novamente acionado, quando o sueco Marcus Ericsson, da Sauber, bateu na subida da reta dos boxes após perder o controle por "pisar" na linha branca e ficou parado no acesso ao pit lane. Com isso, os boxes foram fechados e apenas Verstappen e o australiano Daniel Ricciardo, ambos da Red Bull, conseguiram trocar os pneus. Enquanto isso, a dupla da Mercedes, o líder Lewis Hamilton e o segundo colocado Nico Rosberg, preferiam continuar com os pneus para chuva intensa. 

GP do Brasil - fotos da prova

1 | 23

Largada com Safety Car

Foto: Nacho Doce/Reuters
2 | 23

Primeiras filas seguindo Safety Car

Foto: Werther Santana/Estadão
3 | 23

Grosjean bate ainda antes da prova começar

Foto: Gabriela Bilo/Estadão
4 | 23

Hamilton lidera pelotão na pista molhada

Foto: Werther Santana/Estadão
5 | 23

Verstappen passa Raikkonen após saída do Safety Car

Foto: Miguel Schincariol/AFP
6 | 23

Raikkonen bate e prova é paralisada

Foto: Werther Santana/Estadão
7 | 23

Raikkonen deixa a pista após bater na reta principal

Foto: Werther Santana/Estadão
8 | 23

Antes de Raikkonen, Vettel também rodou

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
9 | 23

Massa leva punição por manobra feita antes da paralisação

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
10 | 23

Werhlein e Ericsson disputam posição; sueco bateu e abandonou

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
11 | 23

Safety Car ajuda e Nasr chega ao sétimo lugar

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
12 | 23

Hamilton "protege" moça da chuva com sua blusa e foto viraliza

Foto: Reprodução/Fórmula 1
13 | 23

Massa aguardando relargada dos boxes

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
14 | 23

Hamilton lidera pelotão ainda seguindo o Safety Car

Foto: Miguel Schincariol/AFP
15 | 23

Hamilton acelera após liberação do Safety Car

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
16 | 23

Williams homenageia Massa no GP do Brasil

Foto: Werther Santana/Estadão
17 | 23

Massa rodou e bateu na curva do Café

Foto: Reprodução/Williams Racing
18 | 23

Indo para os boxes, Massa é visto no telão

Foto: Werther Santana/Estadão
19 | 23

Massa aplaudido por 'rivais' nos boxes

Foto: Reprodução/Twitter
20 | 23

Pilotos largam dos boxes mais uma vez após batida de Massa

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
21 | 23

Hamilton vence o atribulado GP do Brasil de Fórmula 1

Foto: Werther Santana/Estadão
22 | 23

Hamilton comemora nos boxes

Foto: Miguel Schincariol/AFP
23 | 23

Pódio do GP do Brasil de Fórmula 1

Foto: Werther Santana/Estadão

A nova paralisação durou até o fim da 19.ª volta, mas a bandeira verde durou poucos segundos. Na relargada, Raikkonen bateu forte a sua Ferrari na reta dos boxes, rodou e por pouco não teve o carro atingido pelo de outros pilotos. O finlandês não conseguiu sequer iniciar a 20.ª volta.

A direção de prova, então, decidiu dar bandeira vermelha, paralisando a corrida, atendendo aos protestos dos pilotos. "Honestamente, está impossível de guiar. Eu quase bati no Kimi. Quantos acidentes precisarão ter?", chiou Sebastian Vettel pelo rádio.

Durante a interrupção, Massa e Ricciardo receberam más notícias: ambos foram punidos em cinco segundos. O brasileiro por ter ultrapassado o mexicano Esteban Gutierrez antes da linha do safety car e Ricciardo por ter entrado no boxe quando o acesso estava fechado por causa do acidente com Ericsson.

A corrida foi retomada depois de 34 minutos, com o safety car novamente à frente do pelotão e todos os pilotos com pneus para chuva intensa, por determinação do diretor de prova. Mesmo porque, a chuva continua forte em alguns trechos da pista.

Como a bandeira verde não vinha, a torcida começou a vaiar. A resposta da organização foi determinar nova bandeira vermelha, interrompendo novamente a prova. Com os polegares para baixo, sinalizando desaprovação, e vaias mais fortes, os protestos da torcida aumentaram. Este ano, o ingresso mais barato para o GP do Brasil custou R$ 570,00.

A decisão também irritou os pilotos. Hamilton, que vinha pedindo a saída do carro de segurança, era dos mais inconformados. Outros pilotos também demonstraram não entender a decisão. "A pista está boa", disse. "Por que pararam?", questionou Valtteri Bottas, da Williams. A segunda paralisação da prova levou dezenas de torcedores a deixar o autódromo.

O novo recomeço aconteceu com a pista bastante molhada, mas então foi possível enfim assistir à primeira manobra que justificou o GP. Verstappen partiu para cima de Rosberg, colocou o carro por fora e fez uma bela ultrapassagem na reta oposta, assumindo o segundo lugar. O talentoso holandês de 18 anos não parecia se importar com a chuva. Logo depois fez a então volta mais rápida da prova e de certa forma obrigou o líder Hamilton a acelerar para dar o troco e manter uma vantagem segura na ponta.

Na prática, enfim o GP do Brasil começara. Várias outras ultrapassaram ocorreram.... E Verstappen continuou dando um show. Demonstrou uma habilidade incrível na 38.ª volta, quando, depois de pisar na linha branca na entrada da reta dos boxes e ficar de lado, conseguiu controlar o carro, evitando bater no guardrail, e, na sequência, ainda segurou Rosberg, que tentou se aproveitar para roubar a posição.

O público remanescente em Interlagos trocou a vaia pela vibração, até porque os pegas se sucediam. Em um deles, envolvendo os campeões mundiais Fernando Alonso e Sebastian Vettel, o espanhol da McLaren reclamou que o alemão da Ferrari o jogou para fora da pista.

Mas, na volta 48, a alegria de boa parte da torcida transformou-se em emoção. Felipe Massa terminou a sua história no GP do Brasil ao bater na entrada dos boxes - foi mais uma vítima da faixa branca - e ser obrigado a deixar a corrida. O brasileiro deixou o carro, saudou a torcida, foi aplaudido e, erguendo uma bandeira do Brasil sobre as costas, com expressão desapontada, foi caminhando lentamente para o boxe.

Emocionado, Massa não conseguiu conter o choro. Ao chegar na área de boxe, foi aplaudido por integrantes de todas as equipes, abraçado por mecânicos da Ferrari e da Williams, depois de soluçar nos ombros da mulher, Rafaella, que foi recepcioná-lo junto com o filho Felipinho.

Naquele momento, não havia barulho de motores na pista. A corrida foi novamente paralisada, com bandeira amarela. Mas a torcida, que pouco antes vaiara a corrida sob safety car, não ligou para essa interrupção.

"Não esperava (a reação carinhosa da torcida), é uma emoção difícil explicar", disse Massa, ainda chorando. "Peço desculpas, gostaria de ter acabado a corrida. Só tenho a agradecer por esse dia inesquecível".

A parte final do GP foi de um só piloto: Max Verstappen. Depois de trocar os pneus - a equipe optou pelos de chuva intensa em vez dos intermediários -, ele caiu para 12.º lugar, mas saiu ultrapassando um adversário atrás do outro, com garra e ousadia, e ainda chegou ao pódio.

Assim, uma corrida que teria tudo para ser sem graça, acabou valendo pela festa para Massa, pela manutenção da briga pelo título. E, sobretudo, por Verstappen. Ele só não fez chover, mas pilotou com maestria numa pista encharcada.

Confira a classificação final do GP do Brasil:

1.º - Lewis Hamilton (Mercedes/Grã-Bretanha) - em 3h01min01s335, após 71 voltas

2.º - Nico Rosberg (Mercedes/Alemanha) - a 11s455

3.º - Max Verstappen (Rad/Bull/Holanda) - a 21s481

4.º - Sergio Perez (Force India/México) - a 25s346

5.º - Sebastian Vettel (Ferrari/Alemanha) - a 26s334

6.º - Carlos Sainz Jr. (Toro Rosso/Espanha) - a 29s160

7.º - Nico Hulkenberg (Force India/Alemanha) - a 29s827

8.º - Daniel Ricciardo (Red Bull/Austrália) - a 30s486

9.º - Felipe Nasr (Sauber/Brasil) - a 42s620

10.º - Fernando Alonso (McLaren/Espanha) - a 44s432

11.º - Valtteri Bottas (Williams/Finlândia) - a 45s292

12.º - Esteban Ocon (Manor/França) - a 45s809

13.º - Daniil Kvyat (Toro Rosso/Rússia) - a 51s192

14.º - Kevin Magnussen (Renault/Dinamarca) - a 51s555

15.º - Pascal Wehrlein (Manor/Alemanha) - a 1min00s498

16.º - Jenson Button (McLaren/Grã-Bretanha) - a 1min21s994

Não completaram a corrida:

Esteban Gutierrez (Haas/Mexico)

Felipe Massa (Williams/Brasil)

Jolyon Palmer (Renault/Grã-Bretanha)

Kimi Raikkonen (Ferrari/Finlândia)

Marcus Ericsson (Sauber/Suécia)

Romain Grosjean (Haas/França)

 

A expectativa era de uma briga intensa entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, que poderia ser campeão, no GP do Brasil. Mas um piloto que sequer terminou a corrida foi, de certa forma, o maior vencedor deste domingo em Interlagos. Felipe Massa encerrou a sua história na pista que conhece desde menino ao bater a sua Williams na entrada dos boxes, na volta 48. Desceu do carro, acenou para a torcida e foi saudado como se tivesse conquistado uma vitória. Foi aplaudido pela torcida, pelos integrantes de várias equipes, que se perfilaram na frente dos boxes para bater palmas, abraçado por amigos e familiares. Agradecido, chorou comovido com o reconhecimento.

A corrida, atribulada pela chuva forte, com duas interrupções, cinco bandeiras amarelas que colocaram o safety car por cerca de três dezenas de voltas, teve a vitória de Hamilton, que adiou a definição do título, um segundo lugar discretíssimo de Rosberg e um destaque maior: Max Verstappen, responsável pelos melhores momentos da prova com várias belas ultrapassagens e que fechou o pódio com o terceiro lugar. 

Lewis Hamilton comemora a vitória no GP do Brasil de F-1 Foto: Márcio Fernandes/ Estadão

Outro destaque foi Felipe Nasr, que superou as limitações da Sauber e com uma estratégia eficiente de corrida fez seus primeiros pontos na temporada ao receber a bandeirada em nono lugar.

A briga pelo título fica para a última etapa, em Abu Dabi, daqui a duas semanas. Um terceiro lugar dará o título a Rosberg, que soma 367 pontos. Hamilton, que venceu pela primeira vez em Interlagos, tem 355, ou seja, 12 atrás.

Com a pista encharcada, o GP do Brasil começou sob bandeira amarela, com o safety car comandando o pelotão. O spray era forte e, nas duas primeiras voltas, com o aumento da chuva, muitos pilotos reclamaram da falta de visibilidade. Lewis Hamilton foi um deles. Max Verstappen, o outro. Mas com o passar do tempo, o holandês começou a demonstrar irritação, por entender que a direção de prova estava demorando a liberar a pista. A bandeira verde finalmente apareceu na sétima volta e Verstappen foi logo roubando o terceiro lugar de Kimi Raikkonen no S do Senna.

Como a chuva diminuiu, vários pilotos, entre eles Felipe Massa, trocaram pneus, colocando compostos intermediário. Como os tempos não melhoraram em relação aos pneus de chuva, pareceu que fizeram aposta em nova entrada no safety car, por algum acidente por exemplo, visando ganhar algumas posições.

O safety car foi novamente acionado, quando o sueco Marcus Ericsson, da Sauber, bateu na subida da reta dos boxes após perder o controle por "pisar" na linha branca e ficou parado no acesso ao pit lane. Com isso, os boxes foram fechados e apenas Verstappen e o australiano Daniel Ricciardo, ambos da Red Bull, conseguiram trocar os pneus. Enquanto isso, a dupla da Mercedes, o líder Lewis Hamilton e o segundo colocado Nico Rosberg, preferiam continuar com os pneus para chuva intensa. 

GP do Brasil - fotos da prova

1 | 23

Largada com Safety Car

Foto: Nacho Doce/Reuters
2 | 23

Primeiras filas seguindo Safety Car

Foto: Werther Santana/Estadão
3 | 23

Grosjean bate ainda antes da prova começar

Foto: Gabriela Bilo/Estadão
4 | 23

Hamilton lidera pelotão na pista molhada

Foto: Werther Santana/Estadão
5 | 23

Verstappen passa Raikkonen após saída do Safety Car

Foto: Miguel Schincariol/AFP
6 | 23

Raikkonen bate e prova é paralisada

Foto: Werther Santana/Estadão
7 | 23

Raikkonen deixa a pista após bater na reta principal

Foto: Werther Santana/Estadão
8 | 23

Antes de Raikkonen, Vettel também rodou

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
9 | 23

Massa leva punição por manobra feita antes da paralisação

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
10 | 23

Werhlein e Ericsson disputam posição; sueco bateu e abandonou

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
11 | 23

Safety Car ajuda e Nasr chega ao sétimo lugar

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
12 | 23

Hamilton "protege" moça da chuva com sua blusa e foto viraliza

Foto: Reprodução/Fórmula 1
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Massa aguardando relargada dos boxes

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
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Hamilton lidera pelotão ainda seguindo o Safety Car

Foto: Miguel Schincariol/AFP
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Hamilton acelera após liberação do Safety Car

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
16 | 23

Williams homenageia Massa no GP do Brasil

Foto: Werther Santana/Estadão
17 | 23

Massa rodou e bateu na curva do Café

Foto: Reprodução/Williams Racing
18 | 23

Indo para os boxes, Massa é visto no telão

Foto: Werther Santana/Estadão
19 | 23

Massa aplaudido por 'rivais' nos boxes

Foto: Reprodução/Twitter
20 | 23

Pilotos largam dos boxes mais uma vez após batida de Massa

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
21 | 23

Hamilton vence o atribulado GP do Brasil de Fórmula 1

Foto: Werther Santana/Estadão
22 | 23

Hamilton comemora nos boxes

Foto: Miguel Schincariol/AFP
23 | 23

Pódio do GP do Brasil de Fórmula 1

Foto: Werther Santana/Estadão

A nova paralisação durou até o fim da 19.ª volta, mas a bandeira verde durou poucos segundos. Na relargada, Raikkonen bateu forte a sua Ferrari na reta dos boxes, rodou e por pouco não teve o carro atingido pelo de outros pilotos. O finlandês não conseguiu sequer iniciar a 20.ª volta.

A direção de prova, então, decidiu dar bandeira vermelha, paralisando a corrida, atendendo aos protestos dos pilotos. "Honestamente, está impossível de guiar. Eu quase bati no Kimi. Quantos acidentes precisarão ter?", chiou Sebastian Vettel pelo rádio.

Durante a interrupção, Massa e Ricciardo receberam más notícias: ambos foram punidos em cinco segundos. O brasileiro por ter ultrapassado o mexicano Esteban Gutierrez antes da linha do safety car e Ricciardo por ter entrado no boxe quando o acesso estava fechado por causa do acidente com Ericsson.

A corrida foi retomada depois de 34 minutos, com o safety car novamente à frente do pelotão e todos os pilotos com pneus para chuva intensa, por determinação do diretor de prova. Mesmo porque, a chuva continua forte em alguns trechos da pista.

Como a bandeira verde não vinha, a torcida começou a vaiar. A resposta da organização foi determinar nova bandeira vermelha, interrompendo novamente a prova. Com os polegares para baixo, sinalizando desaprovação, e vaias mais fortes, os protestos da torcida aumentaram. Este ano, o ingresso mais barato para o GP do Brasil custou R$ 570,00.

A decisão também irritou os pilotos. Hamilton, que vinha pedindo a saída do carro de segurança, era dos mais inconformados. Outros pilotos também demonstraram não entender a decisão. "A pista está boa", disse. "Por que pararam?", questionou Valtteri Bottas, da Williams. A segunda paralisação da prova levou dezenas de torcedores a deixar o autódromo.

O novo recomeço aconteceu com a pista bastante molhada, mas então foi possível enfim assistir à primeira manobra que justificou o GP. Verstappen partiu para cima de Rosberg, colocou o carro por fora e fez uma bela ultrapassagem na reta oposta, assumindo o segundo lugar. O talentoso holandês de 18 anos não parecia se importar com a chuva. Logo depois fez a então volta mais rápida da prova e de certa forma obrigou o líder Hamilton a acelerar para dar o troco e manter uma vantagem segura na ponta.

Na prática, enfim o GP do Brasil começara. Várias outras ultrapassaram ocorreram.... E Verstappen continuou dando um show. Demonstrou uma habilidade incrível na 38.ª volta, quando, depois de pisar na linha branca na entrada da reta dos boxes e ficar de lado, conseguiu controlar o carro, evitando bater no guardrail, e, na sequência, ainda segurou Rosberg, que tentou se aproveitar para roubar a posição.

O público remanescente em Interlagos trocou a vaia pela vibração, até porque os pegas se sucediam. Em um deles, envolvendo os campeões mundiais Fernando Alonso e Sebastian Vettel, o espanhol da McLaren reclamou que o alemão da Ferrari o jogou para fora da pista.

Mas, na volta 48, a alegria de boa parte da torcida transformou-se em emoção. Felipe Massa terminou a sua história no GP do Brasil ao bater na entrada dos boxes - foi mais uma vítima da faixa branca - e ser obrigado a deixar a corrida. O brasileiro deixou o carro, saudou a torcida, foi aplaudido e, erguendo uma bandeira do Brasil sobre as costas, com expressão desapontada, foi caminhando lentamente para o boxe.

Emocionado, Massa não conseguiu conter o choro. Ao chegar na área de boxe, foi aplaudido por integrantes de todas as equipes, abraçado por mecânicos da Ferrari e da Williams, depois de soluçar nos ombros da mulher, Rafaella, que foi recepcioná-lo junto com o filho Felipinho.

Naquele momento, não havia barulho de motores na pista. A corrida foi novamente paralisada, com bandeira amarela. Mas a torcida, que pouco antes vaiara a corrida sob safety car, não ligou para essa interrupção.

"Não esperava (a reação carinhosa da torcida), é uma emoção difícil explicar", disse Massa, ainda chorando. "Peço desculpas, gostaria de ter acabado a corrida. Só tenho a agradecer por esse dia inesquecível".

A parte final do GP foi de um só piloto: Max Verstappen. Depois de trocar os pneus - a equipe optou pelos de chuva intensa em vez dos intermediários -, ele caiu para 12.º lugar, mas saiu ultrapassando um adversário atrás do outro, com garra e ousadia, e ainda chegou ao pódio.

Assim, uma corrida que teria tudo para ser sem graça, acabou valendo pela festa para Massa, pela manutenção da briga pelo título. E, sobretudo, por Verstappen. Ele só não fez chover, mas pilotou com maestria numa pista encharcada.

Confira a classificação final do GP do Brasil:

1.º - Lewis Hamilton (Mercedes/Grã-Bretanha) - em 3h01min01s335, após 71 voltas

2.º - Nico Rosberg (Mercedes/Alemanha) - a 11s455

3.º - Max Verstappen (Rad/Bull/Holanda) - a 21s481

4.º - Sergio Perez (Force India/México) - a 25s346

5.º - Sebastian Vettel (Ferrari/Alemanha) - a 26s334

6.º - Carlos Sainz Jr. (Toro Rosso/Espanha) - a 29s160

7.º - Nico Hulkenberg (Force India/Alemanha) - a 29s827

8.º - Daniel Ricciardo (Red Bull/Austrália) - a 30s486

9.º - Felipe Nasr (Sauber/Brasil) - a 42s620

10.º - Fernando Alonso (McLaren/Espanha) - a 44s432

11.º - Valtteri Bottas (Williams/Finlândia) - a 45s292

12.º - Esteban Ocon (Manor/França) - a 45s809

13.º - Daniil Kvyat (Toro Rosso/Rússia) - a 51s192

14.º - Kevin Magnussen (Renault/Dinamarca) - a 51s555

15.º - Pascal Wehrlein (Manor/Alemanha) - a 1min00s498

16.º - Jenson Button (McLaren/Grã-Bretanha) - a 1min21s994

Não completaram a corrida:

Esteban Gutierrez (Haas/Mexico)

Felipe Massa (Williams/Brasil)

Jolyon Palmer (Renault/Grã-Bretanha)

Kimi Raikkonen (Ferrari/Finlândia)

Marcus Ericsson (Sauber/Suécia)

Romain Grosjean (Haas/França)

 

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