Chegou a hora da decisão! Neste domingo, dia 12, o Autódromo de Interlagos recebe a grande final da temporada 2021 da Stock Car Pro Series. A última etapa do campeonato recebe todos os pilotos da categoria, mas apenas três deles permanecem com chances de conquistar a glória maior do ano: Gabriel Casagrande, Daniel Serra e Thiago Camilo.
Com 56 pontos máximos em disputa na 12ª etapa, divididos entre pole position e as duas corridas, existem inúmeras combinações para definir o vencedor da temporada, porém a vantagem está com o líder Casagrande, que assumiu a liderança na 9ª etapa e construiu uma diferença de 25 pontos para o segundo colocado, Serra. Assim, o piloto de 26 anos irá em busca do seu primeiro título na categoria.
Mas o líder não terá vida fácil em busca do troféu máximo do ano, pois quem o segue na classificação é não somente um dos pilotos mais experientes na categoria, como tricampeão da Stock Car. Daniel Serra, que liderou o campeonato até a 9ª etapa, vai agora em busca do seu quarto título. Quer incomodar o líder.
Correndo por fora na disputa vem Thiago Camilo, o experiente piloto que persegue seu primeiro título desde 2003, quando entrou na Stock Car. Ele está 56 pontos atrás do líder e precisa fazer a quantidade máxima de pontos na etapa e torcer para Casagrande não pontuar. Só assim fica com o troféu. Precisando fazer a pole position e ganhar as duas corridas, Camilo correrá como franco atirador, mas sabendo o que precisa ser feito da sua parte.
O Estadão transmite todas as emoções da Super Final da Stock Car nas provas de domingo. Os pilotos aceleram a partir das 13h40 para as corridas decisivas da 12ª e última etapa da temporada. Conheça os pilotos que disputam o título e o que pensam antes da disputa da Super Final:
Gabriel Casagrande, 26 anos, equipe Vogel A. Mattheis
Aos 26 anos, o paranaense Gabriel Casagrande tem a maior chance de conquistar seu primeiro título na Stock Car. Estreante na categoria em 2013, o piloto quer se sagrar o principal nome da nova geração da categoria após 167 largadas e um 7º lugar em 2019 como melhor desempenho.
"Confesso que estou um pouco ansioso. É a primeira vez que estou experimentando tudo isso nessa categoria, mas estou bem tranquilo em relação ao fim de semana, acho que a minha equipe vai fazer de tudo para me dar o melhor carro possível", afirmou o piloto.
Casagrande, que tem cinco vitórias, três poles positions e 28 pódios na carreira, assume que tem uma vantagem considerada grande - 25 pontos para o vice-líder -, mas diz ter a cabeça no lugar para fazer uma boa etapa e sair de Interlagos com o título. "Vou tentar fazer o que tenho feito ao longo do ano sem pensar muito nisso (vantagem), só coletar o máximo de pontos possível, que tenho certeza que a gente vai ter um excelente resultado", comenta o piloto que revela que comemorará bastante caso o conquiste o campeonato, com direito a muito churrasco.
"É um trabalho que a gente vem fazendo não só neste ano, mas ao longo de todos os anos desde que entrei na categoria. Todo piloto que começa a temporada busca o título, se ele acontecer eu vou ficar muito grato a Deus, muito feliz e comemorar bastante".
Daniel Serra, 37 anos, equipe Eurofarma RC
Tricampeão da Stock Car e filho de tricampeão (Chico Serra), Daniel Serra, o Serrinha, vai em busca de mais um título na categoria para ultrapassar o próprio pai. Tendo largado 247 vezes desde que estreou na categoria em 2007, o piloto já venceu 20 vezes e conquistou 12 pole positions até aqui, com 69 subidas ao pódio. A tarefa não muito fácil. O tricampeão tem de tirar 25 pontos de diferença. Mas isso não o assusta nem faz com que perca a tranquilidade que seus anos de carreira lhe deram. Serra se diz focado e pronto para fazer um bom fim de semana de corrida.
"A gente tem de estar bem competitivo, buscar largar na frente. Obviamente, a gente não depende só do nosso resultado, então por mais que eu faça um final de semana perfeito, também preciso de um pouquinho de sorte", afirma. "Acho que a gente tem de concentrar ali no nosso, fazer a nossa parte, e quando cruzar a linha de chegada, eles me falam se deu ou se não deu".
O piloto, que era líder até a 9ª etapa, lamenta os problemas do carro em Goiânia, quando perdeu a liderança, mas entende que a temporada foi de bom aprendizado. Com título ou não, afirma que foi uma boa temporada. Independentemente de não ter acabado o campeonato, a gente já aprendeu bastante coisa durante esse ano para começar a preparar o ano que vem".
Quando questionado sobre o sentimento de poder ultrapassar o próprio pai em títulos na categoria e se colocar como terceiro maior campeão ao lado de Paulo Gomes - atrás de Ingo Hoffman (12 títulos) e Cacá Bueno (5 títulos) -, Serra assume que não pensa muito sobre isso, mas que se vier a ganhar o troféu, pode ser questionado novamente, que ele terá uma resposta mais sincera.
Thiago Camilo, 37 anos, equipe Ipiranga A. Mattheis
Apesar de ser o segundo piloto com mais corridas ganhas (36) em atividade - só atrás de Cacá Bueno, que tem 38 -, Thiago Camilo ainda busca seu primeiro título na categoria. O piloto de 37 anos está em situação difícil na luta pelo campeonato, 56 pontos atrás do líder. Camilo precisa fazer a etapa perfeita conquistando todos os 56 pontos em disputa, torcer para Casagrande não pontuar e Daniel Serra não fazer mais que 25 pontos, para poder levar o troféu no desempate que é o número de vitórias, onde leva vantagem.
"Eu não torço para nenhum piloto. Torço para nenhum dos dois ficar fora, mas eu dependo disso para ser campeão. A gente vai buscar fazer nosso melhor", diz o piloto, que além da dificuldade matemática também terá o desafio de não estar fisicamente 100% após sofrer um acidente pela Porsche Cup.
No último sábado, dia 4, Camilo bateu no muro a mais de 170km/h e se machucou bastante, precisando levar oito pontos na perna esquerda. Porém, ele confirma a participação na final e afirma que vai para a pista dar o seu melhor. "Ter sofrido um acidente assim uma semana antes da final é mais uma motivação para mim, um combustível a mais para buscar a superação. Não tem quem acredite mais do que eu que esse título é possível. Eu estarei pronto".
Após bater na trave quatro vezes, em 2009, 2013, 2017 e 2019, Thiago assume que nessa temporada não começou pensando em título, mas em melhorar a performance de seu carro e buscar uma evolução que se mostrou necessária até a segunda metade da competição neste ano, quando a equipe e o piloto engrenaram na briga pelo título, que independentemente da dificuldade, não faz o piloto perder as esperanças.
"Eu disputei outros campeonatos e já cheguei em todas as condições possíveis. Já cheguei líder do campeonato, já cheguei em segundo, já cheguei em terceiro, e agora chego nesta que talvez seja a mais complicada dos últimos anos que disputei. Nos outros anos em que cheguei mais próximo, não consegui ser campeão, então quem sabe seja de uma maneira um pouco mais difícil, mais suada", disse ao assumir ser franco atirador na final em Interlagos.