Max Verstappen vem impondo nesta temporada um dos maiores domínios da história da Fórmula 1. São 12 vitórias em 14 corridas no ano, sendo 10 delas consecutivas (novo recorde da categoria), e uma diferença de 145 pontos para o vice-líder do campeonato. Mas quando o piloto holandês poderá celebrar o título? Há chances matemáticas de sacramentar o tri no GP de Cingapura, neste domingo?
Apesar da ampla vantagem sobre o mexicano Sergio Pérez na classificação geral, Verstappen não tem chances de confirmar o título neste fim de semana, no circuito de rua de Marina Bay. Isso porque ainda há muitos pontos em jogo na corrida deste domingo e nas sete últimas da temporada, incluindo o GP de São Paulo, em 5 de novembro.
No total, são 232 pontos em disputa até a bandeirada final do GP de Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, última etapa da competição, no dia 26 de novembro. A conta inclui os 26 pontos possíveis que cada vencedor de corrida pode receber (25 da vitória e mais um pela volta mais rápida, se for o caso) e mais oito pontos para o piloto que chegar em primeiro nas três corridas sprint desta reta final da temporada.
Verstappen poderá começar a sonhar com o título na etapa seguinte, no Japão, no dia 24 deste mês. Se isso acontecer, ele vai repetir o roteiro da temporada passada, quando também celebrou o troféu do campeonato no tradicional Circuito de Suzuka. Para tanto, precisará ampliar sua vantagem na classificação geral para 180 pontos sobre Pérez, seu companheiro na equipe Red Bull.
Na prática, o holandês teria que contar com uma boa combinação de resultados para festejar a conquista no GP do Japão. O cenário é um tanto improvável porque o mexicano tem média de 16 pontos por etapa - Verstappen tem 26. Se a média for mantida tanto em Cingapura quanto em Suzuka, o campeonato só poderá ser sacramentado no Catar.
O Circuito de Lusail vai receber os pilotos de F-1 no dia 8 de outubro. E, ao menos por enquanto, a pista do Catar é o cenário mais favorável para a vitória matemática de Verstappen. Para isso acontecer, Verstappen terá que deixar o Catar com uma vantagem de 146 pontos sobre Pérez no campeonato.
Se o holandês mostrar uma rara irregularidade nas pistas e a disputa se alongar, a vantagem que precisará obter nos GPs seguintes para sacramentar o título é: Estados Unidos (112), México (86), Brasil (52) e Las Vegas (26).
A conquista, contudo, parece ser apenas uma questão de tempo, tal o domínio do holandês na temporada. Quando confirmar a conquista, Verstappen entrará no seleto grupo de tricampeões da F-1, algo compartilhado apenas com os brasileiros Ayrton Senna e Nelson Piquet, o escocês Jackie Stewart, o austríaco Niki Lauda e o australiano Jack Brabham.
Curiosamente, Verstappen poderá igualar Piquet, pai da sua namorada, Kelly Piquet. Em entrevista ao Estadão, Nelsinho Piquet, ex-piloto de F-1 e irmão de Kelly, disse que seu pai torce por muitos títulos do genro.
“Meu pai torce para ele seja campeão cinco, seis, sete vezes, enfim, que ganhe o máximo de campeonatos possíveis. Meu pai gosta muito do jeito dele porque meu pai gosta de pilotos arrojados, e não somente por causa da minha irmã. Ele gosta de pilotos que seja chuva, seja sol ou caia neve, com pneu frio ou quente, ele bota para passar e é muito agressivo”, disse Nelsinho ao Estadão, nesta semana.
Acima de Verstappen, estarão o alemão Sebastian Vettel e o francês Allain Prost, ambos tetracampeões mundiais; o argentino Juan Manuel Fangio, pentacampeão; e o inglês Lewis Hamilton e o alemão Michael Schumacher, ambos heptacampeões.
TÍTULO NO FIM DE SEMANA
Verstappen não poderá ser campeão neste fim de semana. Mas a Red Bull poderá celebrar uma grande conquista. Dependendo de uma combinação de resultados, o time austríaco poderá confirmar o título do Mundial de Construtores, a disputa entre as equipes da F-1. Esta briga costuma ser acirrada devido à premiação, que pode superar os 100 milhões de euros, equivalente a R$ 523 milhões.
No momento, a Red Bull lidera esta classificação com 310 pontos de vantagem sobre a vice-líder Mercedes. Para celebrar o bicampeonato, o time precisa aumentar essa distância para 353 pontos. Assim, uma combinação de resultados possível seria uma dobradinha de Verstappen e Pérez mais o ponto extra pela volta mais rápida ao mesmo tempo em que a Mercedes não pudesse obter mais do que um ponto.