A ex-jogadora Ana Moser, que encerrou sua vitoriosa carreira há 10 anos no então BCN/Osasco (que depois se transformou em Finasa/Osasco), sabe bem as consequências que o fim de seu antigo clube terá sobre o vôlei feminino no País. Ela sofreu na própria pele o encerramento repentino de um grande time - em 1991, quando atuava pela Sadia. "Diminui o número de portas, muitas jogadoras vão ter de sair do Brasil. Dá uma quebra na evolução do esporte, é um retrocesso."Apesar do momento ruim, ela acha que o clima de instabilidade no esporte é passageiro. "Lembro que em 1996 eu e mais cinco jogadoras de vôlei do Brasil fomos para os Jogos Olímpicos de Atlanta sem clube no País", afirma a ex-atacante, hoje com 40 anos. "O esporte vai dar a volta por cima, tenho certeza."Para ela, o problema da escassez de times é antigo. Com meia dúzia de equipes fortes, que priorizam apenas o alto rendimento, os campeonatos estaduais ficam enfraquecidos. Sem competitividade, os clubes grandes não têm o retorno esperado pelos investidores. "No futebol, grandes times como o Flamengo não fecham, mesmo quando estão quebrados, porque há muitos times que dão volume ao esporte." Jogadora do Osasco por uma temporada, em 1999, Ana Moser não conquistou títulos pelo clube, mas lamentou o fim do patrocínio de 20 anos. "Eles devem ter seus motivos, mas a gente sente pelo fim de uma parceria tão antiga."