Duas ex-jogadores da seleção brasileira de vôlei estão no meio de uma polêmica. Neste sábado, após Ana Paula Henkel, medalhista de bronze com a equipe nacional na Olimpíada de Atlanta-1996, ser acusada de racismo nas redes sociais por causa de uma postagem no Twitter, Isabel Salgado publicou um texto em resposta.
Ana Paula, que mora nos Estados Unidos, é uma ativa defensora de pautas conservadoras e tem feito declarações em redes sociais sobre as manifestações pela morte de George Floyd, ocorrida no final de maio depois de uma ação do policial Derek Chauvin na cidade de Minneapolis. Em uma de suas postagens, escreveu "12% negros, 62% dos roubos, 56% dos assassinatos", sem explicar o que queria dizer.
Em resposta, Isabel afirmou que se sentiu constrangida e incomodada com o posicionamento de Ana Paula e que essas opiniões não refletem o nome do vôlei: "Sorrisos doces em corações azedos".
"É que o seu nome está ligado ao vôlei, esporte que pratiquei durante muitos anos e, infelizmente, muitas pessoas generalizam esse tipo de fala e me perguntam se as jogadoras de vôlei são, na sua maioria, de extrema direita. Nesses momentos, eu sempre tento explicar que você está longe de representar um perfil do vôlei feminino brasileiro. E que, na verdade, o vôlei, assim como a maioria dos campos profissionais e atividades, não pode ser enquadrado em algum perfil ideológico", destacou Isabel.
Na sequência, mais críticas ao posicionamento de Ana Paula. Isabel afirmou que as postagens da ex-jogadora são recheadas de preconceito, falta de respeito, ignorância e irresponsabilidade com o processo de combate ao racismo no mundo. "Você posta constantemente frases e ideias que destilam muito preconceito. Mas o seu último post foi a gota d'água e me chocou e revoltou pela profunda ignorância e irresponsabilidade. Sua falta de conhecimento a respeito do racismo e do que ele significa são atrozes", escreveu.
Por fim, Isabel destacou que a colega deve tomar cuidado e ter consciência de sua responsabilidade social, já que é uma pessoa conhecida e com milhões de seguidores nas redes sociais. "Usando as redes como tem usado, você presta um desserviço no processo de combate ao racismo. Vidas negras importam!" finalizou.