Conversa de pista

Opinião|Ford e Hyundai podem se juntar à Audi e Honda na F-1 de 2026


Categoria vive processo raro de transferências de engenheiros, coreanos estão contratando engenheiros com experiência em Motorsport.

Por Wagner Gonzalez
Atualização:

2022 está por terminar, questão de poucos dias, mas o regulamento que entrará em vigor na F-1 daqui a três anos já impactou, e continua impactando, no mercado de trabalho da categoria. Depois que a Audi anunciou oficialmente seu desembarque na temporada de 2026 outras marcas tiveram seus nomes ventilados como possíveis companheiros na correspondente lista de inscritos. Ford, Honda, Hyundai (foto de abertura/Hyundai) e Porsche são os nomes mais prováveis, a julgar por notícias que circulam no cenário do campeonato mundial de automobilismo mais importante do planeta.

Quatro equipes atuais estão em plena renovação de sua direção técnica, algo unusual nesta área. Após uma temporada crítica, a Ferrari e Mattia Binotto romperam o contrato e o francês Frédéric Vasseur assumiu seu lugar. Andrea Seidl, que trocou a McLaren pela Audi, será seu substituto no time suíço, prestes a ser controlado pela casa de Ingolstadt. Seu posto foi herdado pelo italiano Andrea Stella, com passagens pela Ferrari e pela Ducati. Outro alemão, Jost Capito, deixou a Williams, junto com DX Demaison; ainda não se sabe o destino dos dois.

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O nome Ford é, ao lado da Goodyear, uma das marcas americanas mais ligadas à F-1 graças a uma associação com a empresa Cosworth orquestrada por Colin Chapman, o saudoso "Mago da Lotus". Durante a transição dos motores 1.5 para 3,0 em 1966, o construtor inglês convenceu a casa de Dearbon. Michigan, a investir £ 100.000, cerca de R$ 10 milhões em valores atuais, no motor V8 DFV (Double Four Valves) projetado por Mike Costin e Keith Duckworth a ser utilizado como elemento autoportante no chassi do Lotus 49. Em outra das inúmeras ideias de Chapman, pela primeira vez o motor fazia parte da estrutura do carro, ligando o câmbio, diferencial e suspensão traseira ao monocoque construído em alumínio.

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A eficiência de tal solução foi adotada pela maioria das equipes que disputavam a F-1 nessa época conhecida pelos kit cars, monopostos construídos em torno de freios Girling, amortecedores Koni, câmbio Hewland e o motor Ford Cosworth. Entre o GP da Holanda de 1967, vencido por Jim Clark em um Lotus 49 e o GP de Detroit de 1983, conquistado por Michele Alboreto a bordo de um Tyrrell 011, essa máquina trinfou em 155 corridas. Variações em torno do mesmo bloco resultaram em mais vitórias na F-1, Mundial de Protótipos, F-Indy Cars e F-3000.

Em 1997 Jackie Stewart conseguiu o apoio da marca para criar a Stewart Grand Prix e na última de suas três temporadas conseguiu sua única vitória, com Johnny Herbert, no GP da Europa, em Nürburgring. No ano seguinte a Ford adquiriu a operação, então rebatizada como Jaguar (na época controlada por Dearborn) mas o projeto não prosperou. Tamanho legado associado à audiência cada vez maior da F-1 nos EUA e ao teto de gastos instituído pela Federação Internacional do Automóvel (FIA), estariam na base de estudos sobre uma possível volta da empresa à categoria. As declarações de Mark Rushbrook, Diretor Global da Ford Motorsport Performance, durante um evento ligado à Nascar, não ajudaram a negar essa possibilidade:

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"Obviamente estamos aqui para falar sobe a Nascar e manter nosso foco na Nascar. Há muitas especulações (sobre nosso retorno à F-1), mas nada que iremos comentar no momento."

As chances dessa possibilidade vingar estariam ligadas a um acordo com a Red Bull é bastante semelhante ao que uniu a Ford à Cosworth. A marca americana financiaria o projeto do motor que a equipe de Milton Keynes está desenvolvendo para 2026 e deixaria a operação sob comando da nova parceira.

Este cenário remete de imediato à atual associação da Red Bull com a Honda e ao malogrado matrimônio com a Porsche. Atual provedora de motores dessa equipe e da AlphaTauri (também comandada pela marca de energéticos), a empresa japonesa teria sua participação na F-1 estendida com uma associação com o time baseado em Faenza e que vai inscrever Yuki Tsunoda e Nick De Vries no Mundial de 2023. A possibilidade de a Honda assumir o controle acionário da AlphaTauri é uma alternativa.

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Há algum tempo a Hyundai expande sua presença no automobilismo esportivo de forma bastante eficiente: seus carros disputam vitórias no Campeonato Mundial de Rally e os modelos Elantra e Veloster são protagonistas do ITC, o Campeonato Mundial de Carros de Turismo de fato. A propalada ida do francês Cyril Abiteboul para comandar seu departamento de competições imediatamente propagou especulações sobre o interesse da marca coreana em desembarcar na F-1. Abiteboul foi durante vários anos o gestor do programa Renault de F-1 e, sabidamente, não tem experiência nas áreas onde a empresa já tem programas consolidados.

Some-se a isso o fato dois fatores intrigantes. Após deixar o grupo Renault Abiteboul passou a prestar consultoria à Mecachrome, empresa que durante anos atuou como mantenedora e desenvolvedora dos motores Renault de...F-1. No site da Hyundai Motorsport há atualmente 27 vagas em aberto, a maioria para engenheiros com experiência em motorsport incluindo especialistas em recrutamento, transmissão, gerente de projetos de engenharia, especialistas em projeto e avançado de chassi e suspensão, todas elas sintomaticamente sem especificar que estão destinadas à operações de rally e turismo.

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A coluna volta a circular no dia 16 de janeiro.

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2022 está por terminar, questão de poucos dias, mas o regulamento que entrará em vigor na F-1 daqui a três anos já impactou, e continua impactando, no mercado de trabalho da categoria. Depois que a Audi anunciou oficialmente seu desembarque na temporada de 2026 outras marcas tiveram seus nomes ventilados como possíveis companheiros na correspondente lista de inscritos. Ford, Honda, Hyundai (foto de abertura/Hyundai) e Porsche são os nomes mais prováveis, a julgar por notícias que circulam no cenário do campeonato mundial de automobilismo mais importante do planeta.

Quatro equipes atuais estão em plena renovação de sua direção técnica, algo unusual nesta área. Após uma temporada crítica, a Ferrari e Mattia Binotto romperam o contrato e o francês Frédéric Vasseur assumiu seu lugar. Andrea Seidl, que trocou a McLaren pela Audi, será seu substituto no time suíço, prestes a ser controlado pela casa de Ingolstadt. Seu posto foi herdado pelo italiano Andrea Stella, com passagens pela Ferrari e pela Ducati. Outro alemão, Jost Capito, deixou a Williams, junto com DX Demaison; ainda não se sabe o destino dos dois.

O nome Ford é, ao lado da Goodyear, uma das marcas americanas mais ligadas à F-1 graças a uma associação com a empresa Cosworth orquestrada por Colin Chapman, o saudoso "Mago da Lotus". Durante a transição dos motores 1.5 para 3,0 em 1966, o construtor inglês convenceu a casa de Dearbon. Michigan, a investir £ 100.000, cerca de R$ 10 milhões em valores atuais, no motor V8 DFV (Double Four Valves) projetado por Mike Costin e Keith Duckworth a ser utilizado como elemento autoportante no chassi do Lotus 49. Em outra das inúmeras ideias de Chapman, pela primeira vez o motor fazia parte da estrutura do carro, ligando o câmbio, diferencial e suspensão traseira ao monocoque construído em alumínio.

A eficiência de tal solução foi adotada pela maioria das equipes que disputavam a F-1 nessa época conhecida pelos kit cars, monopostos construídos em torno de freios Girling, amortecedores Koni, câmbio Hewland e o motor Ford Cosworth. Entre o GP da Holanda de 1967, vencido por Jim Clark em um Lotus 49 e o GP de Detroit de 1983, conquistado por Michele Alboreto a bordo de um Tyrrell 011, essa máquina trinfou em 155 corridas. Variações em torno do mesmo bloco resultaram em mais vitórias na F-1, Mundial de Protótipos, F-Indy Cars e F-3000.

Em 1997 Jackie Stewart conseguiu o apoio da marca para criar a Stewart Grand Prix e na última de suas três temporadas conseguiu sua única vitória, com Johnny Herbert, no GP da Europa, em Nürburgring. No ano seguinte a Ford adquiriu a operação, então rebatizada como Jaguar (na época controlada por Dearborn) mas o projeto não prosperou. Tamanho legado associado à audiência cada vez maior da F-1 nos EUA e ao teto de gastos instituído pela Federação Internacional do Automóvel (FIA), estariam na base de estudos sobre uma possível volta da empresa à categoria. As declarações de Mark Rushbrook, Diretor Global da Ford Motorsport Performance, durante um evento ligado à Nascar, não ajudaram a negar essa possibilidade:

"Obviamente estamos aqui para falar sobe a Nascar e manter nosso foco na Nascar. Há muitas especulações (sobre nosso retorno à F-1), mas nada que iremos comentar no momento."

As chances dessa possibilidade vingar estariam ligadas a um acordo com a Red Bull é bastante semelhante ao que uniu a Ford à Cosworth. A marca americana financiaria o projeto do motor que a equipe de Milton Keynes está desenvolvendo para 2026 e deixaria a operação sob comando da nova parceira.

Este cenário remete de imediato à atual associação da Red Bull com a Honda e ao malogrado matrimônio com a Porsche. Atual provedora de motores dessa equipe e da AlphaTauri (também comandada pela marca de energéticos), a empresa japonesa teria sua participação na F-1 estendida com uma associação com o time baseado em Faenza e que vai inscrever Yuki Tsunoda e Nick De Vries no Mundial de 2023. A possibilidade de a Honda assumir o controle acionário da AlphaTauri é uma alternativa.

Há algum tempo a Hyundai expande sua presença no automobilismo esportivo de forma bastante eficiente: seus carros disputam vitórias no Campeonato Mundial de Rally e os modelos Elantra e Veloster são protagonistas do ITC, o Campeonato Mundial de Carros de Turismo de fato. A propalada ida do francês Cyril Abiteboul para comandar seu departamento de competições imediatamente propagou especulações sobre o interesse da marca coreana em desembarcar na F-1. Abiteboul foi durante vários anos o gestor do programa Renault de F-1 e, sabidamente, não tem experiência nas áreas onde a empresa já tem programas consolidados.

Some-se a isso o fato dois fatores intrigantes. Após deixar o grupo Renault Abiteboul passou a prestar consultoria à Mecachrome, empresa que durante anos atuou como mantenedora e desenvolvedora dos motores Renault de...F-1. No site da Hyundai Motorsport há atualmente 27 vagas em aberto, a maioria para engenheiros com experiência em motorsport incluindo especialistas em recrutamento, transmissão, gerente de projetos de engenharia, especialistas em projeto e avançado de chassi e suspensão, todas elas sintomaticamente sem especificar que estão destinadas à operações de rally e turismo.

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2022 está por terminar, questão de poucos dias, mas o regulamento que entrará em vigor na F-1 daqui a três anos já impactou, e continua impactando, no mercado de trabalho da categoria. Depois que a Audi anunciou oficialmente seu desembarque na temporada de 2026 outras marcas tiveram seus nomes ventilados como possíveis companheiros na correspondente lista de inscritos. Ford, Honda, Hyundai (foto de abertura/Hyundai) e Porsche são os nomes mais prováveis, a julgar por notícias que circulam no cenário do campeonato mundial de automobilismo mais importante do planeta.

Quatro equipes atuais estão em plena renovação de sua direção técnica, algo unusual nesta área. Após uma temporada crítica, a Ferrari e Mattia Binotto romperam o contrato e o francês Frédéric Vasseur assumiu seu lugar. Andrea Seidl, que trocou a McLaren pela Audi, será seu substituto no time suíço, prestes a ser controlado pela casa de Ingolstadt. Seu posto foi herdado pelo italiano Andrea Stella, com passagens pela Ferrari e pela Ducati. Outro alemão, Jost Capito, deixou a Williams, junto com DX Demaison; ainda não se sabe o destino dos dois.

O nome Ford é, ao lado da Goodyear, uma das marcas americanas mais ligadas à F-1 graças a uma associação com a empresa Cosworth orquestrada por Colin Chapman, o saudoso "Mago da Lotus". Durante a transição dos motores 1.5 para 3,0 em 1966, o construtor inglês convenceu a casa de Dearbon. Michigan, a investir £ 100.000, cerca de R$ 10 milhões em valores atuais, no motor V8 DFV (Double Four Valves) projetado por Mike Costin e Keith Duckworth a ser utilizado como elemento autoportante no chassi do Lotus 49. Em outra das inúmeras ideias de Chapman, pela primeira vez o motor fazia parte da estrutura do carro, ligando o câmbio, diferencial e suspensão traseira ao monocoque construído em alumínio.

A eficiência de tal solução foi adotada pela maioria das equipes que disputavam a F-1 nessa época conhecida pelos kit cars, monopostos construídos em torno de freios Girling, amortecedores Koni, câmbio Hewland e o motor Ford Cosworth. Entre o GP da Holanda de 1967, vencido por Jim Clark em um Lotus 49 e o GP de Detroit de 1983, conquistado por Michele Alboreto a bordo de um Tyrrell 011, essa máquina trinfou em 155 corridas. Variações em torno do mesmo bloco resultaram em mais vitórias na F-1, Mundial de Protótipos, F-Indy Cars e F-3000.

Em 1997 Jackie Stewart conseguiu o apoio da marca para criar a Stewart Grand Prix e na última de suas três temporadas conseguiu sua única vitória, com Johnny Herbert, no GP da Europa, em Nürburgring. No ano seguinte a Ford adquiriu a operação, então rebatizada como Jaguar (na época controlada por Dearborn) mas o projeto não prosperou. Tamanho legado associado à audiência cada vez maior da F-1 nos EUA e ao teto de gastos instituído pela Federação Internacional do Automóvel (FIA), estariam na base de estudos sobre uma possível volta da empresa à categoria. As declarações de Mark Rushbrook, Diretor Global da Ford Motorsport Performance, durante um evento ligado à Nascar, não ajudaram a negar essa possibilidade:

"Obviamente estamos aqui para falar sobe a Nascar e manter nosso foco na Nascar. Há muitas especulações (sobre nosso retorno à F-1), mas nada que iremos comentar no momento."

As chances dessa possibilidade vingar estariam ligadas a um acordo com a Red Bull é bastante semelhante ao que uniu a Ford à Cosworth. A marca americana financiaria o projeto do motor que a equipe de Milton Keynes está desenvolvendo para 2026 e deixaria a operação sob comando da nova parceira.

Este cenário remete de imediato à atual associação da Red Bull com a Honda e ao malogrado matrimônio com a Porsche. Atual provedora de motores dessa equipe e da AlphaTauri (também comandada pela marca de energéticos), a empresa japonesa teria sua participação na F-1 estendida com uma associação com o time baseado em Faenza e que vai inscrever Yuki Tsunoda e Nick De Vries no Mundial de 2023. A possibilidade de a Honda assumir o controle acionário da AlphaTauri é uma alternativa.

Há algum tempo a Hyundai expande sua presença no automobilismo esportivo de forma bastante eficiente: seus carros disputam vitórias no Campeonato Mundial de Rally e os modelos Elantra e Veloster são protagonistas do ITC, o Campeonato Mundial de Carros de Turismo de fato. A propalada ida do francês Cyril Abiteboul para comandar seu departamento de competições imediatamente propagou especulações sobre o interesse da marca coreana em desembarcar na F-1. Abiteboul foi durante vários anos o gestor do programa Renault de F-1 e, sabidamente, não tem experiência nas áreas onde a empresa já tem programas consolidados.

Some-se a isso o fato dois fatores intrigantes. Após deixar o grupo Renault Abiteboul passou a prestar consultoria à Mecachrome, empresa que durante anos atuou como mantenedora e desenvolvedora dos motores Renault de...F-1. No site da Hyundai Motorsport há atualmente 27 vagas em aberto, a maioria para engenheiros com experiência em motorsport incluindo especialistas em recrutamento, transmissão, gerente de projetos de engenharia, especialistas em projeto e avançado de chassi e suspensão, todas elas sintomaticamente sem especificar que estão destinadas à operações de rally e turismo.

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