O que estão compartilhando: que em sete meses o governo quebrou o País e que agora serão necessários R$ 150 bilhões extras de arrecadação para fechar o orçamento de 2024 com déficit zero.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. A informação de que seriam necessários R$ 150 bilhões para zerar o déficit nas contas não é recente, mas sim de julho de 2023. Este ano, o governo espera reduzir em 85% o déficit, de R$ 230 bilhões em 2023 para R$ 28,8 bilhões em 2024. O valor está no limite da meta estabelecida pela pasta.
Saiba mais: o trecho original utilizado no boato foi retirado do canal no YouTube da emissora (assista aqui), em 20 de julho de 2023. A ele, foi adicionado um vídeo antigo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro faz críticas à possível eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Na gravação, foi acrescentado o seguinte texto: “Quebramos em sete meses, novo recorde mundial do PT. Lula raspou tudo o que tínhamos”.
Além de tirar de contexto um conteúdo antigo, a postagem deixa de fora a explicação da reportagem da CNN sobre medidas planejadas pelo governo para aumentar a arrecadação. Entre elas, tributar os fundos de offshore e os fundos exclusivos, voltados aos super ricos.
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As medidas do governo objetivavam cumprir o Novo Arcabouço Fiscal, em curso no País desde o dia 31 de agosto de 2023, quando a lei foi sancionada por Lula. Uma das principais metas da nova regra fiscal é eliminar o déficit primário em 2024. A proposta prevê ainda um superávit nas contas públicas em 0,5% do PIB em 2025 e de 1% em 2026.
Atualmente, como explicou o Estadão, a estimativa é de que as contas públicas vão fechar no vermelho em R$ 28,8 bilhões. O valor está dentro do esperado. Isso porque a meta tem uma margem de tolerância de 0,25% do PIB, para cima e para baixo. O déficit de R$ 28,8 bilhões, portanto, no limite inferior para o cumprimento da meta.
Em entrevista recente à CNN, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, disse que espera-se uma redução de mais de 85% no valor do déficit, de R$ 230 bilhões para R$ 28 bilhões.
Diferentemente do que a publicação enganosa sugere, a economia brasileira não está “quebrada”. Dados divulgados nesta terça-feira, 3, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que houve um crescimento, acima das expectativas, de 1,4% no PIB, no segundo trimestre de 2024.