É falso que criança tenha recebido 18 vacinas e desenvolvido autismo


História inverossímil foi publicada por site antivacina e vem sendo repercutida em redes sociais; existe consenso científico de que vacinação não causa autismo

Por Bernardo Costa

O que estão compartilhando: que uma criança de 5 anos desenvolveu autismo após ter sido forçada a tomar 18 vacinas em um único dia. A postagem compartilha texto de site estrangeiro. O caso teria acontecido no estado do Tennessee, nos Estados Unidos.

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é falso. O esquema de rotina nos Estados Unidos não prevê 18 vacinas para crianças de até 5 anos, o que mostra que a história não é factível. São oito no total, com intervalos entre as doses, que precisam ser respeitados. Não há qualquer registro do caso em veículos de imprensa. Citada no texto falso como responsável por descobrir a ligação entre a suposta aplicação das vacinas e o autismo, a Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee, disse desconhecer as informações apresentadas no texto falso. Além disso, há consenso científico de que a vacinação não causa autismo.

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Captura de tela da postagem verificada Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: o texto foi publicado por um site norte-americano antivacina. Segundo o texto, a criança teria sido obrigado a ser vacinada a partir da ordem de um juiz do Tennessee, durante uma disputa judicial dos pais pela guarda da criança e seus dois irmãos. Ainda de acordo com o texto, sabedor de que nenhum dos filhos do casal havia recebido qualquer vacina desde o nascimento, o magistrado teria dito que aquele que estivesse disposto a vacinar as crianças naquele mesmo dia sairia do tribunal com a guarda. O filho caçula, então, segundo o texto, foi levado pela mãe a tomar 18 doses de vacina naquele mesmo dia. A história é contada pelo suposto pai da criança, que diz não ter notícias da ex-mulher há anos.

Ao Estadão Verifica, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, chamou atenção para o fato de as informações veiculadas no texto não serem verossímeis. Ela explica que o esquema vacinal de rotina nos Estados Unidos prevê oito vacinas para uma criança de até 5 anos. E que, mesmo na hipótese de recuperação de esquema vacinal, as vacinas, compreendendo suas diferentes doses, não seriam dadas em único dia.

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“Não existe no calendário americano 18 vacinas para criança”, disse Mônica. “Então, uma criança de 5 anos que nunca foi vacinada, se fosse receber todas as vacinas, seriam 8, mas também não seriam aplicadas todas no mesmo dia. Existem esquemas para recuperação de atraso vacinal, mas com organização de um cronograma, porque não tem como fazer tudo de uma vez. E as vacinas com mais de uma dose precisam ter um intervalo mínimo entre elas. Mas elas nem chegariam a 18. Isso é nitidamente uma mentira”.

Mônica prossegue: “Mesmo as vacinas preconizadas não seriam dadas em único dia. Nenhum profissional de saúde faria isso nos Estados Unidos, no Brasil e em qualquer lugar do mundo. E nem haveria a possibilidade corporal, espaço físico, para aplicação de 18 vacinas na criança”.

As oito vacinas preconizadas para crianças de até 5 anos podem ser conferidas no site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, com os respectivos intervalos entre elas, no calendário de rotina e no esquema de recuperação vacinal. São elas:

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  • Hepatite B
  • Difteria, tétano e coqueluche acelular
  • Pneumocócica
  • Poliovírus inativado
  • Covid
  • Sarampo, caxumba, rubéola
  • Varicela
  • Hepatite A

Há ainda outras inconsistências no conteúdo. No texto, o homem identificado como pai da criança diz que médicos da Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee, disseram que os problemas causados no menino, entre eles autismo, foram “resultado direto da vacinação forçada”. O Verifica entrou em contato com a universidade. Em resposta, o chefe de comunicação do centro médico da instituição, John Howser, disse que nunca ouviu falar da criança e de seu pai.

A suposta história também não aparece em nenhum veículo de imprensa. Em um site de financiamento coletivo, o suposto pai da criança afirma que ela levou 17 vacinas em um dia, e não 18 como consta no site antivacina cujo texto vem sendo compartilhado em redes sociais.

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Vacinas não causam autismo

O Estadão Verifica já mostrou que existe consenso científico de que os imunizantes não estão associados ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os dados epidemiológicos disponíveis mostram que não há ligação entre imunizantes e TEA. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que relacionar vacinas ao autismo é desinformação científica. Já o Ministério da Saúde explica que não existe nenhuma relação entre vacinas e autismo.

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No texto “Por que é mentira que vacinas causam autismo?”, o site do Instituto Butantan conta que o mito está relacionado à publicação de um estudo científico falso em 1998, que depois foi amplamente desmentido pela comunidade científica e retirado de publicação. A história também é contada no site Autismo e Realidade e relatada pelo neurologista da infância e adolescência Erasmo Casella, membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), na matéria do Verifica.

O que estão compartilhando: que uma criança de 5 anos desenvolveu autismo após ter sido forçada a tomar 18 vacinas em um único dia. A postagem compartilha texto de site estrangeiro. O caso teria acontecido no estado do Tennessee, nos Estados Unidos.

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é falso. O esquema de rotina nos Estados Unidos não prevê 18 vacinas para crianças de até 5 anos, o que mostra que a história não é factível. São oito no total, com intervalos entre as doses, que precisam ser respeitados. Não há qualquer registro do caso em veículos de imprensa. Citada no texto falso como responsável por descobrir a ligação entre a suposta aplicação das vacinas e o autismo, a Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee, disse desconhecer as informações apresentadas no texto falso. Além disso, há consenso científico de que a vacinação não causa autismo.

Captura de tela da postagem verificada Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: o texto foi publicado por um site norte-americano antivacina. Segundo o texto, a criança teria sido obrigado a ser vacinada a partir da ordem de um juiz do Tennessee, durante uma disputa judicial dos pais pela guarda da criança e seus dois irmãos. Ainda de acordo com o texto, sabedor de que nenhum dos filhos do casal havia recebido qualquer vacina desde o nascimento, o magistrado teria dito que aquele que estivesse disposto a vacinar as crianças naquele mesmo dia sairia do tribunal com a guarda. O filho caçula, então, segundo o texto, foi levado pela mãe a tomar 18 doses de vacina naquele mesmo dia. A história é contada pelo suposto pai da criança, que diz não ter notícias da ex-mulher há anos.

Ao Estadão Verifica, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, chamou atenção para o fato de as informações veiculadas no texto não serem verossímeis. Ela explica que o esquema vacinal de rotina nos Estados Unidos prevê oito vacinas para uma criança de até 5 anos. E que, mesmo na hipótese de recuperação de esquema vacinal, as vacinas, compreendendo suas diferentes doses, não seriam dadas em único dia.

“Não existe no calendário americano 18 vacinas para criança”, disse Mônica. “Então, uma criança de 5 anos que nunca foi vacinada, se fosse receber todas as vacinas, seriam 8, mas também não seriam aplicadas todas no mesmo dia. Existem esquemas para recuperação de atraso vacinal, mas com organização de um cronograma, porque não tem como fazer tudo de uma vez. E as vacinas com mais de uma dose precisam ter um intervalo mínimo entre elas. Mas elas nem chegariam a 18. Isso é nitidamente uma mentira”.

Mônica prossegue: “Mesmo as vacinas preconizadas não seriam dadas em único dia. Nenhum profissional de saúde faria isso nos Estados Unidos, no Brasil e em qualquer lugar do mundo. E nem haveria a possibilidade corporal, espaço físico, para aplicação de 18 vacinas na criança”.

As oito vacinas preconizadas para crianças de até 5 anos podem ser conferidas no site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, com os respectivos intervalos entre elas, no calendário de rotina e no esquema de recuperação vacinal. São elas:

  • Hepatite B
  • Difteria, tétano e coqueluche acelular
  • Pneumocócica
  • Poliovírus inativado
  • Covid
  • Sarampo, caxumba, rubéola
  • Varicela
  • Hepatite A

Há ainda outras inconsistências no conteúdo. No texto, o homem identificado como pai da criança diz que médicos da Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee, disseram que os problemas causados no menino, entre eles autismo, foram “resultado direto da vacinação forçada”. O Verifica entrou em contato com a universidade. Em resposta, o chefe de comunicação do centro médico da instituição, John Howser, disse que nunca ouviu falar da criança e de seu pai.

A suposta história também não aparece em nenhum veículo de imprensa. Em um site de financiamento coletivo, o suposto pai da criança afirma que ela levou 17 vacinas em um dia, e não 18 como consta no site antivacina cujo texto vem sendo compartilhado em redes sociais.

Vacinas não causam autismo

O Estadão Verifica já mostrou que existe consenso científico de que os imunizantes não estão associados ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os dados epidemiológicos disponíveis mostram que não há ligação entre imunizantes e TEA. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que relacionar vacinas ao autismo é desinformação científica. Já o Ministério da Saúde explica que não existe nenhuma relação entre vacinas e autismo.

No texto “Por que é mentira que vacinas causam autismo?”, o site do Instituto Butantan conta que o mito está relacionado à publicação de um estudo científico falso em 1998, que depois foi amplamente desmentido pela comunidade científica e retirado de publicação. A história também é contada no site Autismo e Realidade e relatada pelo neurologista da infância e adolescência Erasmo Casella, membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), na matéria do Verifica.

O que estão compartilhando: que uma criança de 5 anos desenvolveu autismo após ter sido forçada a tomar 18 vacinas em um único dia. A postagem compartilha texto de site estrangeiro. O caso teria acontecido no estado do Tennessee, nos Estados Unidos.

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é falso. O esquema de rotina nos Estados Unidos não prevê 18 vacinas para crianças de até 5 anos, o que mostra que a história não é factível. São oito no total, com intervalos entre as doses, que precisam ser respeitados. Não há qualquer registro do caso em veículos de imprensa. Citada no texto falso como responsável por descobrir a ligação entre a suposta aplicação das vacinas e o autismo, a Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee, disse desconhecer as informações apresentadas no texto falso. Além disso, há consenso científico de que a vacinação não causa autismo.

Captura de tela da postagem verificada Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: o texto foi publicado por um site norte-americano antivacina. Segundo o texto, a criança teria sido obrigado a ser vacinada a partir da ordem de um juiz do Tennessee, durante uma disputa judicial dos pais pela guarda da criança e seus dois irmãos. Ainda de acordo com o texto, sabedor de que nenhum dos filhos do casal havia recebido qualquer vacina desde o nascimento, o magistrado teria dito que aquele que estivesse disposto a vacinar as crianças naquele mesmo dia sairia do tribunal com a guarda. O filho caçula, então, segundo o texto, foi levado pela mãe a tomar 18 doses de vacina naquele mesmo dia. A história é contada pelo suposto pai da criança, que diz não ter notícias da ex-mulher há anos.

Ao Estadão Verifica, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, chamou atenção para o fato de as informações veiculadas no texto não serem verossímeis. Ela explica que o esquema vacinal de rotina nos Estados Unidos prevê oito vacinas para uma criança de até 5 anos. E que, mesmo na hipótese de recuperação de esquema vacinal, as vacinas, compreendendo suas diferentes doses, não seriam dadas em único dia.

“Não existe no calendário americano 18 vacinas para criança”, disse Mônica. “Então, uma criança de 5 anos que nunca foi vacinada, se fosse receber todas as vacinas, seriam 8, mas também não seriam aplicadas todas no mesmo dia. Existem esquemas para recuperação de atraso vacinal, mas com organização de um cronograma, porque não tem como fazer tudo de uma vez. E as vacinas com mais de uma dose precisam ter um intervalo mínimo entre elas. Mas elas nem chegariam a 18. Isso é nitidamente uma mentira”.

Mônica prossegue: “Mesmo as vacinas preconizadas não seriam dadas em único dia. Nenhum profissional de saúde faria isso nos Estados Unidos, no Brasil e em qualquer lugar do mundo. E nem haveria a possibilidade corporal, espaço físico, para aplicação de 18 vacinas na criança”.

As oito vacinas preconizadas para crianças de até 5 anos podem ser conferidas no site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, com os respectivos intervalos entre elas, no calendário de rotina e no esquema de recuperação vacinal. São elas:

  • Hepatite B
  • Difteria, tétano e coqueluche acelular
  • Pneumocócica
  • Poliovírus inativado
  • Covid
  • Sarampo, caxumba, rubéola
  • Varicela
  • Hepatite A

Há ainda outras inconsistências no conteúdo. No texto, o homem identificado como pai da criança diz que médicos da Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee, disseram que os problemas causados no menino, entre eles autismo, foram “resultado direto da vacinação forçada”. O Verifica entrou em contato com a universidade. Em resposta, o chefe de comunicação do centro médico da instituição, John Howser, disse que nunca ouviu falar da criança e de seu pai.

A suposta história também não aparece em nenhum veículo de imprensa. Em um site de financiamento coletivo, o suposto pai da criança afirma que ela levou 17 vacinas em um dia, e não 18 como consta no site antivacina cujo texto vem sendo compartilhado em redes sociais.

Vacinas não causam autismo

O Estadão Verifica já mostrou que existe consenso científico de que os imunizantes não estão associados ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os dados epidemiológicos disponíveis mostram que não há ligação entre imunizantes e TEA. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que relacionar vacinas ao autismo é desinformação científica. Já o Ministério da Saúde explica que não existe nenhuma relação entre vacinas e autismo.

No texto “Por que é mentira que vacinas causam autismo?”, o site do Instituto Butantan conta que o mito está relacionado à publicação de um estudo científico falso em 1998, que depois foi amplamente desmentido pela comunidade científica e retirado de publicação. A história também é contada no site Autismo e Realidade e relatada pelo neurologista da infância e adolescência Erasmo Casella, membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), na matéria do Verifica.

O que estão compartilhando: que uma criança de 5 anos desenvolveu autismo após ter sido forçada a tomar 18 vacinas em um único dia. A postagem compartilha texto de site estrangeiro. O caso teria acontecido no estado do Tennessee, nos Estados Unidos.

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é falso. O esquema de rotina nos Estados Unidos não prevê 18 vacinas para crianças de até 5 anos, o que mostra que a história não é factível. São oito no total, com intervalos entre as doses, que precisam ser respeitados. Não há qualquer registro do caso em veículos de imprensa. Citada no texto falso como responsável por descobrir a ligação entre a suposta aplicação das vacinas e o autismo, a Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee, disse desconhecer as informações apresentadas no texto falso. Além disso, há consenso científico de que a vacinação não causa autismo.

Captura de tela da postagem verificada Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: o texto foi publicado por um site norte-americano antivacina. Segundo o texto, a criança teria sido obrigado a ser vacinada a partir da ordem de um juiz do Tennessee, durante uma disputa judicial dos pais pela guarda da criança e seus dois irmãos. Ainda de acordo com o texto, sabedor de que nenhum dos filhos do casal havia recebido qualquer vacina desde o nascimento, o magistrado teria dito que aquele que estivesse disposto a vacinar as crianças naquele mesmo dia sairia do tribunal com a guarda. O filho caçula, então, segundo o texto, foi levado pela mãe a tomar 18 doses de vacina naquele mesmo dia. A história é contada pelo suposto pai da criança, que diz não ter notícias da ex-mulher há anos.

Ao Estadão Verifica, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, chamou atenção para o fato de as informações veiculadas no texto não serem verossímeis. Ela explica que o esquema vacinal de rotina nos Estados Unidos prevê oito vacinas para uma criança de até 5 anos. E que, mesmo na hipótese de recuperação de esquema vacinal, as vacinas, compreendendo suas diferentes doses, não seriam dadas em único dia.

“Não existe no calendário americano 18 vacinas para criança”, disse Mônica. “Então, uma criança de 5 anos que nunca foi vacinada, se fosse receber todas as vacinas, seriam 8, mas também não seriam aplicadas todas no mesmo dia. Existem esquemas para recuperação de atraso vacinal, mas com organização de um cronograma, porque não tem como fazer tudo de uma vez. E as vacinas com mais de uma dose precisam ter um intervalo mínimo entre elas. Mas elas nem chegariam a 18. Isso é nitidamente uma mentira”.

Mônica prossegue: “Mesmo as vacinas preconizadas não seriam dadas em único dia. Nenhum profissional de saúde faria isso nos Estados Unidos, no Brasil e em qualquer lugar do mundo. E nem haveria a possibilidade corporal, espaço físico, para aplicação de 18 vacinas na criança”.

As oito vacinas preconizadas para crianças de até 5 anos podem ser conferidas no site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, com os respectivos intervalos entre elas, no calendário de rotina e no esquema de recuperação vacinal. São elas:

  • Hepatite B
  • Difteria, tétano e coqueluche acelular
  • Pneumocócica
  • Poliovírus inativado
  • Covid
  • Sarampo, caxumba, rubéola
  • Varicela
  • Hepatite A

Há ainda outras inconsistências no conteúdo. No texto, o homem identificado como pai da criança diz que médicos da Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee, disseram que os problemas causados no menino, entre eles autismo, foram “resultado direto da vacinação forçada”. O Verifica entrou em contato com a universidade. Em resposta, o chefe de comunicação do centro médico da instituição, John Howser, disse que nunca ouviu falar da criança e de seu pai.

A suposta história também não aparece em nenhum veículo de imprensa. Em um site de financiamento coletivo, o suposto pai da criança afirma que ela levou 17 vacinas em um dia, e não 18 como consta no site antivacina cujo texto vem sendo compartilhado em redes sociais.

Vacinas não causam autismo

O Estadão Verifica já mostrou que existe consenso científico de que os imunizantes não estão associados ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os dados epidemiológicos disponíveis mostram que não há ligação entre imunizantes e TEA. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que relacionar vacinas ao autismo é desinformação científica. Já o Ministério da Saúde explica que não existe nenhuma relação entre vacinas e autismo.

No texto “Por que é mentira que vacinas causam autismo?”, o site do Instituto Butantan conta que o mito está relacionado à publicação de um estudo científico falso em 1998, que depois foi amplamente desmentido pela comunidade científica e retirado de publicação. A história também é contada no site Autismo e Realidade e relatada pelo neurologista da infância e adolescência Erasmo Casella, membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), na matéria do Verifica.

O que estão compartilhando: que uma criança de 5 anos desenvolveu autismo após ter sido forçada a tomar 18 vacinas em um único dia. A postagem compartilha texto de site estrangeiro. O caso teria acontecido no estado do Tennessee, nos Estados Unidos.

O Estadão Verifica apurou e concluiu que: é falso. O esquema de rotina nos Estados Unidos não prevê 18 vacinas para crianças de até 5 anos, o que mostra que a história não é factível. São oito no total, com intervalos entre as doses, que precisam ser respeitados. Não há qualquer registro do caso em veículos de imprensa. Citada no texto falso como responsável por descobrir a ligação entre a suposta aplicação das vacinas e o autismo, a Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee, disse desconhecer as informações apresentadas no texto falso. Além disso, há consenso científico de que a vacinação não causa autismo.

Captura de tela da postagem verificada Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: o texto foi publicado por um site norte-americano antivacina. Segundo o texto, a criança teria sido obrigado a ser vacinada a partir da ordem de um juiz do Tennessee, durante uma disputa judicial dos pais pela guarda da criança e seus dois irmãos. Ainda de acordo com o texto, sabedor de que nenhum dos filhos do casal havia recebido qualquer vacina desde o nascimento, o magistrado teria dito que aquele que estivesse disposto a vacinar as crianças naquele mesmo dia sairia do tribunal com a guarda. O filho caçula, então, segundo o texto, foi levado pela mãe a tomar 18 doses de vacina naquele mesmo dia. A história é contada pelo suposto pai da criança, que diz não ter notícias da ex-mulher há anos.

Ao Estadão Verifica, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, chamou atenção para o fato de as informações veiculadas no texto não serem verossímeis. Ela explica que o esquema vacinal de rotina nos Estados Unidos prevê oito vacinas para uma criança de até 5 anos. E que, mesmo na hipótese de recuperação de esquema vacinal, as vacinas, compreendendo suas diferentes doses, não seriam dadas em único dia.

“Não existe no calendário americano 18 vacinas para criança”, disse Mônica. “Então, uma criança de 5 anos que nunca foi vacinada, se fosse receber todas as vacinas, seriam 8, mas também não seriam aplicadas todas no mesmo dia. Existem esquemas para recuperação de atraso vacinal, mas com organização de um cronograma, porque não tem como fazer tudo de uma vez. E as vacinas com mais de uma dose precisam ter um intervalo mínimo entre elas. Mas elas nem chegariam a 18. Isso é nitidamente uma mentira”.

Mônica prossegue: “Mesmo as vacinas preconizadas não seriam dadas em único dia. Nenhum profissional de saúde faria isso nos Estados Unidos, no Brasil e em qualquer lugar do mundo. E nem haveria a possibilidade corporal, espaço físico, para aplicação de 18 vacinas na criança”.

As oito vacinas preconizadas para crianças de até 5 anos podem ser conferidas no site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, com os respectivos intervalos entre elas, no calendário de rotina e no esquema de recuperação vacinal. São elas:

  • Hepatite B
  • Difteria, tétano e coqueluche acelular
  • Pneumocócica
  • Poliovírus inativado
  • Covid
  • Sarampo, caxumba, rubéola
  • Varicela
  • Hepatite A

Há ainda outras inconsistências no conteúdo. No texto, o homem identificado como pai da criança diz que médicos da Universidade Vanderbilt, em Nashville, no Tennessee, disseram que os problemas causados no menino, entre eles autismo, foram “resultado direto da vacinação forçada”. O Verifica entrou em contato com a universidade. Em resposta, o chefe de comunicação do centro médico da instituição, John Howser, disse que nunca ouviu falar da criança e de seu pai.

A suposta história também não aparece em nenhum veículo de imprensa. Em um site de financiamento coletivo, o suposto pai da criança afirma que ela levou 17 vacinas em um dia, e não 18 como consta no site antivacina cujo texto vem sendo compartilhado em redes sociais.

Vacinas não causam autismo

O Estadão Verifica já mostrou que existe consenso científico de que os imunizantes não estão associados ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os dados epidemiológicos disponíveis mostram que não há ligação entre imunizantes e TEA. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que relacionar vacinas ao autismo é desinformação científica. Já o Ministério da Saúde explica que não existe nenhuma relação entre vacinas e autismo.

No texto “Por que é mentira que vacinas causam autismo?”, o site do Instituto Butantan conta que o mito está relacionado à publicação de um estudo científico falso em 1998, que depois foi amplamente desmentido pela comunidade científica e retirado de publicação. A história também é contada no site Autismo e Realidade e relatada pelo neurologista da infância e adolescência Erasmo Casella, membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI), na matéria do Verifica.

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