Vídeo mostra fazendeiro britânico reagindo contra protesto do Greenpeace, e não do MST


Agricultor jogou esterco ao redor da atriz Emma Thompson e de outros ativistas que gravaram programa satírico contra extração de gás, em 2016

Por Samuel Lima
Atualização:

Vídeo em circulação nas redes sociais não mostra um agricultor jogando esterco ao redor de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na realidade, as imagens mostram um fazendeiro irritado com um protesto do Greenpeace, liderado pela atriz Emma Thompson, em 2016. O Estadão Verifica encontrou o vídeo original e notícias sobre o ocorrido em sites de notícias do Reino Unido.

Boato distorce vídeo de fazendeiro reagindo a protesto do Greenpeace no Reino Unido. Foto: Reprodução

“Agricultor joga esterco em Emma Thompson enquanto ela quebra uma liminar para protestar contra o fracking”, noticiou o The Telegraph, em abril daquele ano. Segundo o jornal britânico, a atriz vencedora do Oscar e sua irmã, Sophie, ganhadora do Celebrity Masterchef, entraram em uma fazenda do condado de Lancashire, onde a empresa de energia Cuadrilla pretendia extrair gás de xisto através do fracking. Elas gravaram um programa satírico para denunciar os riscos da atividade para o meio ambiente.

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A técnica, também conhecida como fraturamento hidráulico, consiste em perfurar o solo e injetar água, produtos químicos e areia para quebrar as rochas e liberar o óleo e o gás de reservatórios que não podem ser acessados de maneira convencional. Ativistas protestam contra a medida pelos danos causados pela atividade ao meio ambiente. Há impacto em termos de emissão de gases de efeito estufa, tremores no solo, desperdício de água e risco de contaminação de aquíferos.

O protesto consistia na gravação do Frack Free Bake Off, uma paródia do The Great British Bake Off, famoso programa culinário exibido pela BBC e pelo Channel 4. Emma e Sophie Thompson entraram nas terras arrendadas pelo proprietário para a Cuadrilla, montaram um estúdio improvisado e começaram a preparar bolos com o tema da energia renovável. Eles foram decorados com pequenas fábricas de energia solar e eólica.

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O resultado do protesto pode ser visto em material divulgado no YouTube, em 28 de abril de 2016. O conteúdo, inclusive, menciona a reação do fazendeiro e mostra imagens do ponto de vista dos ativistas. “Lancashire escolheu o seu bolo favorito, mas o governo do Reino Unido não deixa a população ter o voto final sobre o fracking”, critica o Greenpeace ao final do conteúdo.

Na época, uma liminar estava em vigor proibindo manifestantes de invadirem terras na região de Preston, no Reino Unido, que já haviam sido alvo de protestos contra o fracking. As irmãs Thompson ignoraram a decisão judicial e entraram no local com a equipe de filmagem do programa. Policiais foram chamados e para conversar com os manifestantes, mas não impediram o acesso nem efetuaram prisões.

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A prática de fracking foi posteriormente proibida no Reino Unido, em 2019, com a interrupção gradual das instalações.

O que dizia o boato

O Estadão Verifica identificou ao menos duas versões do vídeo distorcendo o contexto. Uma delas continha uma legenda informando que um “agricultor argentino” teria jogado esterco em “invasores do MST”, o que não é verdade. Um vídeo no TikTok com essa alegação foi visto ao menos 3,3 milhões de vezes e recebeu 188 mil reações.

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Outra postagem alega que o MST teria invadido a fazenda e que os manifestantes teriam “abandonado tudo” por conta do “forte cheiro”. Além de desinformar sobre quem seriam os envolvidos, o material erra ao dizer que o protesto teria sido paralisado: a gravação do programa continuou após a ação do fazendeiro. Não foi possível identificar o responsável pela distorção do conteúdo.

O MST é alvo constante de boatos. O Estadão Verifica já checou uma postagem que dizia que integrantes do movimento popular estariam obstruindo um canal da Transposição do Rio São Francisco.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Vídeo em circulação nas redes sociais não mostra um agricultor jogando esterco ao redor de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na realidade, as imagens mostram um fazendeiro irritado com um protesto do Greenpeace, liderado pela atriz Emma Thompson, em 2016. O Estadão Verifica encontrou o vídeo original e notícias sobre o ocorrido em sites de notícias do Reino Unido.

Boato distorce vídeo de fazendeiro reagindo a protesto do Greenpeace no Reino Unido. Foto: Reprodução

“Agricultor joga esterco em Emma Thompson enquanto ela quebra uma liminar para protestar contra o fracking”, noticiou o The Telegraph, em abril daquele ano. Segundo o jornal britânico, a atriz vencedora do Oscar e sua irmã, Sophie, ganhadora do Celebrity Masterchef, entraram em uma fazenda do condado de Lancashire, onde a empresa de energia Cuadrilla pretendia extrair gás de xisto através do fracking. Elas gravaram um programa satírico para denunciar os riscos da atividade para o meio ambiente.

A técnica, também conhecida como fraturamento hidráulico, consiste em perfurar o solo e injetar água, produtos químicos e areia para quebrar as rochas e liberar o óleo e o gás de reservatórios que não podem ser acessados de maneira convencional. Ativistas protestam contra a medida pelos danos causados pela atividade ao meio ambiente. Há impacto em termos de emissão de gases de efeito estufa, tremores no solo, desperdício de água e risco de contaminação de aquíferos.

O protesto consistia na gravação do Frack Free Bake Off, uma paródia do The Great British Bake Off, famoso programa culinário exibido pela BBC e pelo Channel 4. Emma e Sophie Thompson entraram nas terras arrendadas pelo proprietário para a Cuadrilla, montaram um estúdio improvisado e começaram a preparar bolos com o tema da energia renovável. Eles foram decorados com pequenas fábricas de energia solar e eólica.

O resultado do protesto pode ser visto em material divulgado no YouTube, em 28 de abril de 2016. O conteúdo, inclusive, menciona a reação do fazendeiro e mostra imagens do ponto de vista dos ativistas. “Lancashire escolheu o seu bolo favorito, mas o governo do Reino Unido não deixa a população ter o voto final sobre o fracking”, critica o Greenpeace ao final do conteúdo.

Na época, uma liminar estava em vigor proibindo manifestantes de invadirem terras na região de Preston, no Reino Unido, que já haviam sido alvo de protestos contra o fracking. As irmãs Thompson ignoraram a decisão judicial e entraram no local com a equipe de filmagem do programa. Policiais foram chamados e para conversar com os manifestantes, mas não impediram o acesso nem efetuaram prisões.

A prática de fracking foi posteriormente proibida no Reino Unido, em 2019, com a interrupção gradual das instalações.

O que dizia o boato

O Estadão Verifica identificou ao menos duas versões do vídeo distorcendo o contexto. Uma delas continha uma legenda informando que um “agricultor argentino” teria jogado esterco em “invasores do MST”, o que não é verdade. Um vídeo no TikTok com essa alegação foi visto ao menos 3,3 milhões de vezes e recebeu 188 mil reações.

Outra postagem alega que o MST teria invadido a fazenda e que os manifestantes teriam “abandonado tudo” por conta do “forte cheiro”. Além de desinformar sobre quem seriam os envolvidos, o material erra ao dizer que o protesto teria sido paralisado: a gravação do programa continuou após a ação do fazendeiro. Não foi possível identificar o responsável pela distorção do conteúdo.

O MST é alvo constante de boatos. O Estadão Verifica já checou uma postagem que dizia que integrantes do movimento popular estariam obstruindo um canal da Transposição do Rio São Francisco.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Vídeo em circulação nas redes sociais não mostra um agricultor jogando esterco ao redor de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na realidade, as imagens mostram um fazendeiro irritado com um protesto do Greenpeace, liderado pela atriz Emma Thompson, em 2016. O Estadão Verifica encontrou o vídeo original e notícias sobre o ocorrido em sites de notícias do Reino Unido.

Boato distorce vídeo de fazendeiro reagindo a protesto do Greenpeace no Reino Unido. Foto: Reprodução

“Agricultor joga esterco em Emma Thompson enquanto ela quebra uma liminar para protestar contra o fracking”, noticiou o The Telegraph, em abril daquele ano. Segundo o jornal britânico, a atriz vencedora do Oscar e sua irmã, Sophie, ganhadora do Celebrity Masterchef, entraram em uma fazenda do condado de Lancashire, onde a empresa de energia Cuadrilla pretendia extrair gás de xisto através do fracking. Elas gravaram um programa satírico para denunciar os riscos da atividade para o meio ambiente.

A técnica, também conhecida como fraturamento hidráulico, consiste em perfurar o solo e injetar água, produtos químicos e areia para quebrar as rochas e liberar o óleo e o gás de reservatórios que não podem ser acessados de maneira convencional. Ativistas protestam contra a medida pelos danos causados pela atividade ao meio ambiente. Há impacto em termos de emissão de gases de efeito estufa, tremores no solo, desperdício de água e risco de contaminação de aquíferos.

O protesto consistia na gravação do Frack Free Bake Off, uma paródia do The Great British Bake Off, famoso programa culinário exibido pela BBC e pelo Channel 4. Emma e Sophie Thompson entraram nas terras arrendadas pelo proprietário para a Cuadrilla, montaram um estúdio improvisado e começaram a preparar bolos com o tema da energia renovável. Eles foram decorados com pequenas fábricas de energia solar e eólica.

O resultado do protesto pode ser visto em material divulgado no YouTube, em 28 de abril de 2016. O conteúdo, inclusive, menciona a reação do fazendeiro e mostra imagens do ponto de vista dos ativistas. “Lancashire escolheu o seu bolo favorito, mas o governo do Reino Unido não deixa a população ter o voto final sobre o fracking”, critica o Greenpeace ao final do conteúdo.

Na época, uma liminar estava em vigor proibindo manifestantes de invadirem terras na região de Preston, no Reino Unido, que já haviam sido alvo de protestos contra o fracking. As irmãs Thompson ignoraram a decisão judicial e entraram no local com a equipe de filmagem do programa. Policiais foram chamados e para conversar com os manifestantes, mas não impediram o acesso nem efetuaram prisões.

A prática de fracking foi posteriormente proibida no Reino Unido, em 2019, com a interrupção gradual das instalações.

O que dizia o boato

O Estadão Verifica identificou ao menos duas versões do vídeo distorcendo o contexto. Uma delas continha uma legenda informando que um “agricultor argentino” teria jogado esterco em “invasores do MST”, o que não é verdade. Um vídeo no TikTok com essa alegação foi visto ao menos 3,3 milhões de vezes e recebeu 188 mil reações.

Outra postagem alega que o MST teria invadido a fazenda e que os manifestantes teriam “abandonado tudo” por conta do “forte cheiro”. Além de desinformar sobre quem seriam os envolvidos, o material erra ao dizer que o protesto teria sido paralisado: a gravação do programa continuou após a ação do fazendeiro. Não foi possível identificar o responsável pela distorção do conteúdo.

O MST é alvo constante de boatos. O Estadão Verifica já checou uma postagem que dizia que integrantes do movimento popular estariam obstruindo um canal da Transposição do Rio São Francisco.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Vídeo em circulação nas redes sociais não mostra um agricultor jogando esterco ao redor de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na realidade, as imagens mostram um fazendeiro irritado com um protesto do Greenpeace, liderado pela atriz Emma Thompson, em 2016. O Estadão Verifica encontrou o vídeo original e notícias sobre o ocorrido em sites de notícias do Reino Unido.

Boato distorce vídeo de fazendeiro reagindo a protesto do Greenpeace no Reino Unido. Foto: Reprodução

“Agricultor joga esterco em Emma Thompson enquanto ela quebra uma liminar para protestar contra o fracking”, noticiou o The Telegraph, em abril daquele ano. Segundo o jornal britânico, a atriz vencedora do Oscar e sua irmã, Sophie, ganhadora do Celebrity Masterchef, entraram em uma fazenda do condado de Lancashire, onde a empresa de energia Cuadrilla pretendia extrair gás de xisto através do fracking. Elas gravaram um programa satírico para denunciar os riscos da atividade para o meio ambiente.

A técnica, também conhecida como fraturamento hidráulico, consiste em perfurar o solo e injetar água, produtos químicos e areia para quebrar as rochas e liberar o óleo e o gás de reservatórios que não podem ser acessados de maneira convencional. Ativistas protestam contra a medida pelos danos causados pela atividade ao meio ambiente. Há impacto em termos de emissão de gases de efeito estufa, tremores no solo, desperdício de água e risco de contaminação de aquíferos.

O protesto consistia na gravação do Frack Free Bake Off, uma paródia do The Great British Bake Off, famoso programa culinário exibido pela BBC e pelo Channel 4. Emma e Sophie Thompson entraram nas terras arrendadas pelo proprietário para a Cuadrilla, montaram um estúdio improvisado e começaram a preparar bolos com o tema da energia renovável. Eles foram decorados com pequenas fábricas de energia solar e eólica.

O resultado do protesto pode ser visto em material divulgado no YouTube, em 28 de abril de 2016. O conteúdo, inclusive, menciona a reação do fazendeiro e mostra imagens do ponto de vista dos ativistas. “Lancashire escolheu o seu bolo favorito, mas o governo do Reino Unido não deixa a população ter o voto final sobre o fracking”, critica o Greenpeace ao final do conteúdo.

Na época, uma liminar estava em vigor proibindo manifestantes de invadirem terras na região de Preston, no Reino Unido, que já haviam sido alvo de protestos contra o fracking. As irmãs Thompson ignoraram a decisão judicial e entraram no local com a equipe de filmagem do programa. Policiais foram chamados e para conversar com os manifestantes, mas não impediram o acesso nem efetuaram prisões.

A prática de fracking foi posteriormente proibida no Reino Unido, em 2019, com a interrupção gradual das instalações.

O que dizia o boato

O Estadão Verifica identificou ao menos duas versões do vídeo distorcendo o contexto. Uma delas continha uma legenda informando que um “agricultor argentino” teria jogado esterco em “invasores do MST”, o que não é verdade. Um vídeo no TikTok com essa alegação foi visto ao menos 3,3 milhões de vezes e recebeu 188 mil reações.

Outra postagem alega que o MST teria invadido a fazenda e que os manifestantes teriam “abandonado tudo” por conta do “forte cheiro”. Além de desinformar sobre quem seriam os envolvidos, o material erra ao dizer que o protesto teria sido paralisado: a gravação do programa continuou após a ação do fazendeiro. Não foi possível identificar o responsável pela distorção do conteúdo.

O MST é alvo constante de boatos. O Estadão Verifica já checou uma postagem que dizia que integrantes do movimento popular estariam obstruindo um canal da Transposição do Rio São Francisco.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Vídeo em circulação nas redes sociais não mostra um agricultor jogando esterco ao redor de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Na realidade, as imagens mostram um fazendeiro irritado com um protesto do Greenpeace, liderado pela atriz Emma Thompson, em 2016. O Estadão Verifica encontrou o vídeo original e notícias sobre o ocorrido em sites de notícias do Reino Unido.

Boato distorce vídeo de fazendeiro reagindo a protesto do Greenpeace no Reino Unido. Foto: Reprodução

“Agricultor joga esterco em Emma Thompson enquanto ela quebra uma liminar para protestar contra o fracking”, noticiou o The Telegraph, em abril daquele ano. Segundo o jornal britânico, a atriz vencedora do Oscar e sua irmã, Sophie, ganhadora do Celebrity Masterchef, entraram em uma fazenda do condado de Lancashire, onde a empresa de energia Cuadrilla pretendia extrair gás de xisto através do fracking. Elas gravaram um programa satírico para denunciar os riscos da atividade para o meio ambiente.

A técnica, também conhecida como fraturamento hidráulico, consiste em perfurar o solo e injetar água, produtos químicos e areia para quebrar as rochas e liberar o óleo e o gás de reservatórios que não podem ser acessados de maneira convencional. Ativistas protestam contra a medida pelos danos causados pela atividade ao meio ambiente. Há impacto em termos de emissão de gases de efeito estufa, tremores no solo, desperdício de água e risco de contaminação de aquíferos.

O protesto consistia na gravação do Frack Free Bake Off, uma paródia do The Great British Bake Off, famoso programa culinário exibido pela BBC e pelo Channel 4. Emma e Sophie Thompson entraram nas terras arrendadas pelo proprietário para a Cuadrilla, montaram um estúdio improvisado e começaram a preparar bolos com o tema da energia renovável. Eles foram decorados com pequenas fábricas de energia solar e eólica.

O resultado do protesto pode ser visto em material divulgado no YouTube, em 28 de abril de 2016. O conteúdo, inclusive, menciona a reação do fazendeiro e mostra imagens do ponto de vista dos ativistas. “Lancashire escolheu o seu bolo favorito, mas o governo do Reino Unido não deixa a população ter o voto final sobre o fracking”, critica o Greenpeace ao final do conteúdo.

Na época, uma liminar estava em vigor proibindo manifestantes de invadirem terras na região de Preston, no Reino Unido, que já haviam sido alvo de protestos contra o fracking. As irmãs Thompson ignoraram a decisão judicial e entraram no local com a equipe de filmagem do programa. Policiais foram chamados e para conversar com os manifestantes, mas não impediram o acesso nem efetuaram prisões.

A prática de fracking foi posteriormente proibida no Reino Unido, em 2019, com a interrupção gradual das instalações.

O que dizia o boato

O Estadão Verifica identificou ao menos duas versões do vídeo distorcendo o contexto. Uma delas continha uma legenda informando que um “agricultor argentino” teria jogado esterco em “invasores do MST”, o que não é verdade. Um vídeo no TikTok com essa alegação foi visto ao menos 3,3 milhões de vezes e recebeu 188 mil reações.

Outra postagem alega que o MST teria invadido a fazenda e que os manifestantes teriam “abandonado tudo” por conta do “forte cheiro”. Além de desinformar sobre quem seriam os envolvidos, o material erra ao dizer que o protesto teria sido paralisado: a gravação do programa continuou após a ação do fazendeiro. Não foi possível identificar o responsável pela distorção do conteúdo.

O MST é alvo constante de boatos. O Estadão Verifica já checou uma postagem que dizia que integrantes do movimento popular estariam obstruindo um canal da Transposição do Rio São Francisco.

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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