O que estão compartilhando: vídeo em que homem afirma que mantimentos enviados pelo governo federal a uma prefeitura estão vencidos. As imagens são acompanhadas da legenda “governo do LADRÃO envia mantimentos vencidos há mais de 6 meses para o Rio Grande do Sul!”
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Na verdade, o vídeo foi publicado em fevereiro deste ano, ou seja, não tem relação com as enchentes recentes do Rio Grande do Sul. Quem aparece nas imagens é Flavius Dajulia (PT-RS), vereador de Bagé, que alega que a prefeitura do município deixou vencer alimentos enviados pelo governo federal em vez de distribuí-los à população. Bagé não está entre as cidades afetadas pelas recentes inundações.
Saiba mais: O vídeo original foi publicado em 16 de fevereiro deste ano e está disponível no Instagram do vereador. Na ocasião, ele e outros vereadores alegaram que cestas básicas enviadas à cidade pelo governo federal, em razão de situação de emergência por período de estiagem e de fortes chuvas de granizo no ano passado, não estavam sendo distribuídas aos moradores e os alimentos estariam vencendo nos depósitos.
O caso teve repercussão em sites de notícias e blogs locais e nacionais. À imprensa, a Defesa Civil do município alegou que os alimentos expirados seriam trocados junto a fornecedores.
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O município de Bagé, no sudoeste do Rio Grande do Sul, sequer está entre as áreas afetadas pela atual tragédia climática que atinge o Estado. Um mapa atualizado frequentemente mostra os locais com alertas de inundações. Dentre as áreas mais atingidas estão o Centro-oeste, o Centro, a Região dos Vales, o norte da Lagoa dos Patos, a Grande Porto Alegre, parte da Serra e o Litoral Norte.
A distribuição de alimentos pelo governo federal em Bagé já foi alvo de postagens desinformativas no ano passado, como demonstrou o Estadão Verifica.
À época, viralizou nas redes sociais um vídeo em que vereadores filmaram um estoque de cestas básicas que ainda não haviam sido distribuídas à população. O vídeo foi compartilhado em postagens alegando que os alimentos estão estocados “há meses” após terem sido “enviados no início do ano pelo presidente Lula”.
Conforme a verificação do Estadão, até o dia 31 de outubro, quando foi gravado o conteúdo, menos da metade do total de 10.800 cestas básicas havia sido distribuída pelo município. No entanto, os recursos para a aquisição dos produtos só foram repassados pelo governo federal em 18 de julho, e não no início do ano. Além disso, houve atraso nas entregas, mas o prazo final para a conclusão, conforme estabelecido pelo governo federal, era 3 de janeiro de 2024.
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