Poema declamado por Ana Carolina é inserido fora de contexto em posts políticos


Cantora e a autora do texto se manifestaram contra o uso de vídeo para defesa do atual governo

Por Luciana Marschall

Circula fora de contexto um vídeo em que a cantora Ana Carolina declama o poema Só de Sacanagem, de Elisa Lucinda -- que fala sobre escândalos de corrupção. A gravação foi feita em 2014 e o texto é de 2005. Recentemente, o vídeo passou a ser divulgado por simpatizantes de Jair Bolsonaro (PL) em diferentes redes sociais, com imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tanto Ana Carolina como Elisa Lucinda se posicionaram contra o uso do material em postagens a favor do atual presidente. A cantora afirmou que não buscava "criticar nenhum partido específico" quando leu o poema, em 2014. Já a autora do texto declarou voto em Lula e disse ser contra Bolsonaro.

 
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No vídeo que viralizou nas redes, são inseridas imagens de Geddel Vieira Lima (MDB) - ex-ministro do governo Lula condenado em 2017 no caso do bunker com R$ 51 milhões - e de José Guimarães (PT), inocentado pela Justiça após um assessor dele ser preso com dólares nas roupas íntimas. Um trecho do poema cita "malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro".  

Ana Carolina e Elisa Lucinda se posicionam

Ao Estadão Verifica, a assessoria de Ana Carolina afirmou que o conteúdo chegou ao conhecimento da artista após ser publicado em uma rede social do presidente do PL no Espírito Santo, o ex-senador Magno Malta. No Instagram, a cantora disse que não autorizou o uso de sua imagem e voz. Destacou ainda que não "compactuar" com a linha política de Malta, que deve se candidatar novamente ao Senado.

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A cantora se posicionou sobre o assunto nos stories do Instagram | Imagem: Reprodução/Instagram  

Em outra publicação na mesma rede social, a artista pediu que o vídeo não fosse compartilhado e que os seguidores a ajudassem a denunciar o conteúdo. A postagem recebeu apoio de vários artistas, entre eles Elisa Lucinda, autora do poema.

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A artista também publicou nota de repúdio no feed da rede social | Imagem: Reprodução/Instagram  

Magno Malta foi procurado pelo Verifica, mas não respondeu. Sobre o assunto, ele afirmou ao jornal capixaba Folha Vitória que o vídeo foi repostado por várias pessoas na internet, inclusive por ele. O ex-senador disse que gostou do texto. "Em nenhum momento quis ofender a cantora. Até pensei que ela se posicionava politicamente, eu não a conheço." 

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A escritora Elisa Lucinda também foi procurada pelo Estadão Verifica, mas não respondeu. No Instagram, ela publicou um vídeo em apoio a Lula e contra o uso da obra por simpatizantes de Bolsonaro. "Fico muito triste que ele (poema) esteja sendo usado na campanha desse governo que faz todas as atrocidades corruptivas, desleais e inconstitucionais de toda ordem contra o povo brasileiro", afirmou.

 

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Elisa Lucinda se posicionou contra uso do poema para apoiar o atual governo | Imagem: Reprodução/Instagram  

Em 2019, a escritora publicou artigo criticando o desembargador do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4) Leandro Paulsen por ter citado trechos da mesma obra ao proferir voto contra Lula em julgamento sobre o sítio de Atibaia. Na ocasião, Elisa Lucinda afirmou que o desembargador pagou um "mico". Segundo ela, o texto foi feito "contra a corrupção, contra fascistas, contra homofóbicos e contra qualquer abuso de poder ou qualquer uso do dinheiro público em favor de alguns e que vá contra o povo brasileiro". 

Em apenas uma das várias publicações no Facebook o conteúdo verificado teve 23 mil compartilhamentos e 1,8 mil comentários. 

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Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Circula fora de contexto um vídeo em que a cantora Ana Carolina declama o poema Só de Sacanagem, de Elisa Lucinda -- que fala sobre escândalos de corrupção. A gravação foi feita em 2014 e o texto é de 2005. Recentemente, o vídeo passou a ser divulgado por simpatizantes de Jair Bolsonaro (PL) em diferentes redes sociais, com imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tanto Ana Carolina como Elisa Lucinda se posicionaram contra o uso do material em postagens a favor do atual presidente. A cantora afirmou que não buscava "criticar nenhum partido específico" quando leu o poema, em 2014. Já a autora do texto declarou voto em Lula e disse ser contra Bolsonaro.

 

No vídeo que viralizou nas redes, são inseridas imagens de Geddel Vieira Lima (MDB) - ex-ministro do governo Lula condenado em 2017 no caso do bunker com R$ 51 milhões - e de José Guimarães (PT), inocentado pela Justiça após um assessor dele ser preso com dólares nas roupas íntimas. Um trecho do poema cita "malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro".  

Ana Carolina e Elisa Lucinda se posicionam

Ao Estadão Verifica, a assessoria de Ana Carolina afirmou que o conteúdo chegou ao conhecimento da artista após ser publicado em uma rede social do presidente do PL no Espírito Santo, o ex-senador Magno Malta. No Instagram, a cantora disse que não autorizou o uso de sua imagem e voz. Destacou ainda que não "compactuar" com a linha política de Malta, que deve se candidatar novamente ao Senado.

A cantora se posicionou sobre o assunto nos stories do Instagram | Imagem: Reprodução/Instagram  

Em outra publicação na mesma rede social, a artista pediu que o vídeo não fosse compartilhado e que os seguidores a ajudassem a denunciar o conteúdo. A postagem recebeu apoio de vários artistas, entre eles Elisa Lucinda, autora do poema.

A artista também publicou nota de repúdio no feed da rede social | Imagem: Reprodução/Instagram  

Magno Malta foi procurado pelo Verifica, mas não respondeu. Sobre o assunto, ele afirmou ao jornal capixaba Folha Vitória que o vídeo foi repostado por várias pessoas na internet, inclusive por ele. O ex-senador disse que gostou do texto. "Em nenhum momento quis ofender a cantora. Até pensei que ela se posicionava politicamente, eu não a conheço." 

A escritora Elisa Lucinda também foi procurada pelo Estadão Verifica, mas não respondeu. No Instagram, ela publicou um vídeo em apoio a Lula e contra o uso da obra por simpatizantes de Bolsonaro. "Fico muito triste que ele (poema) esteja sendo usado na campanha desse governo que faz todas as atrocidades corruptivas, desleais e inconstitucionais de toda ordem contra o povo brasileiro", afirmou.

 

Elisa Lucinda se posicionou contra uso do poema para apoiar o atual governo | Imagem: Reprodução/Instagram  

Em 2019, a escritora publicou artigo criticando o desembargador do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4) Leandro Paulsen por ter citado trechos da mesma obra ao proferir voto contra Lula em julgamento sobre o sítio de Atibaia. Na ocasião, Elisa Lucinda afirmou que o desembargador pagou um "mico". Segundo ela, o texto foi feito "contra a corrupção, contra fascistas, contra homofóbicos e contra qualquer abuso de poder ou qualquer uso do dinheiro público em favor de alguns e que vá contra o povo brasileiro". 

Em apenas uma das várias publicações no Facebook o conteúdo verificado teve 23 mil compartilhamentos e 1,8 mil comentários. 

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Circula fora de contexto um vídeo em que a cantora Ana Carolina declama o poema Só de Sacanagem, de Elisa Lucinda -- que fala sobre escândalos de corrupção. A gravação foi feita em 2014 e o texto é de 2005. Recentemente, o vídeo passou a ser divulgado por simpatizantes de Jair Bolsonaro (PL) em diferentes redes sociais, com imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tanto Ana Carolina como Elisa Lucinda se posicionaram contra o uso do material em postagens a favor do atual presidente. A cantora afirmou que não buscava "criticar nenhum partido específico" quando leu o poema, em 2014. Já a autora do texto declarou voto em Lula e disse ser contra Bolsonaro.

 

No vídeo que viralizou nas redes, são inseridas imagens de Geddel Vieira Lima (MDB) - ex-ministro do governo Lula condenado em 2017 no caso do bunker com R$ 51 milhões - e de José Guimarães (PT), inocentado pela Justiça após um assessor dele ser preso com dólares nas roupas íntimas. Um trecho do poema cita "malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro".  

Ana Carolina e Elisa Lucinda se posicionam

Ao Estadão Verifica, a assessoria de Ana Carolina afirmou que o conteúdo chegou ao conhecimento da artista após ser publicado em uma rede social do presidente do PL no Espírito Santo, o ex-senador Magno Malta. No Instagram, a cantora disse que não autorizou o uso de sua imagem e voz. Destacou ainda que não "compactuar" com a linha política de Malta, que deve se candidatar novamente ao Senado.

A cantora se posicionou sobre o assunto nos stories do Instagram | Imagem: Reprodução/Instagram  

Em outra publicação na mesma rede social, a artista pediu que o vídeo não fosse compartilhado e que os seguidores a ajudassem a denunciar o conteúdo. A postagem recebeu apoio de vários artistas, entre eles Elisa Lucinda, autora do poema.

A artista também publicou nota de repúdio no feed da rede social | Imagem: Reprodução/Instagram  

Magno Malta foi procurado pelo Verifica, mas não respondeu. Sobre o assunto, ele afirmou ao jornal capixaba Folha Vitória que o vídeo foi repostado por várias pessoas na internet, inclusive por ele. O ex-senador disse que gostou do texto. "Em nenhum momento quis ofender a cantora. Até pensei que ela se posicionava politicamente, eu não a conheço." 

A escritora Elisa Lucinda também foi procurada pelo Estadão Verifica, mas não respondeu. No Instagram, ela publicou um vídeo em apoio a Lula e contra o uso da obra por simpatizantes de Bolsonaro. "Fico muito triste que ele (poema) esteja sendo usado na campanha desse governo que faz todas as atrocidades corruptivas, desleais e inconstitucionais de toda ordem contra o povo brasileiro", afirmou.

 

Elisa Lucinda se posicionou contra uso do poema para apoiar o atual governo | Imagem: Reprodução/Instagram  

Em 2019, a escritora publicou artigo criticando o desembargador do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4) Leandro Paulsen por ter citado trechos da mesma obra ao proferir voto contra Lula em julgamento sobre o sítio de Atibaia. Na ocasião, Elisa Lucinda afirmou que o desembargador pagou um "mico". Segundo ela, o texto foi feito "contra a corrupção, contra fascistas, contra homofóbicos e contra qualquer abuso de poder ou qualquer uso do dinheiro público em favor de alguns e que vá contra o povo brasileiro". 

Em apenas uma das várias publicações no Facebook o conteúdo verificado teve 23 mil compartilhamentos e 1,8 mil comentários. 

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Circula fora de contexto um vídeo em que a cantora Ana Carolina declama o poema Só de Sacanagem, de Elisa Lucinda -- que fala sobre escândalos de corrupção. A gravação foi feita em 2014 e o texto é de 2005. Recentemente, o vídeo passou a ser divulgado por simpatizantes de Jair Bolsonaro (PL) em diferentes redes sociais, com imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tanto Ana Carolina como Elisa Lucinda se posicionaram contra o uso do material em postagens a favor do atual presidente. A cantora afirmou que não buscava "criticar nenhum partido específico" quando leu o poema, em 2014. Já a autora do texto declarou voto em Lula e disse ser contra Bolsonaro.

 

No vídeo que viralizou nas redes, são inseridas imagens de Geddel Vieira Lima (MDB) - ex-ministro do governo Lula condenado em 2017 no caso do bunker com R$ 51 milhões - e de José Guimarães (PT), inocentado pela Justiça após um assessor dele ser preso com dólares nas roupas íntimas. Um trecho do poema cita "malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro".  

Ana Carolina e Elisa Lucinda se posicionam

Ao Estadão Verifica, a assessoria de Ana Carolina afirmou que o conteúdo chegou ao conhecimento da artista após ser publicado em uma rede social do presidente do PL no Espírito Santo, o ex-senador Magno Malta. No Instagram, a cantora disse que não autorizou o uso de sua imagem e voz. Destacou ainda que não "compactuar" com a linha política de Malta, que deve se candidatar novamente ao Senado.

A cantora se posicionou sobre o assunto nos stories do Instagram | Imagem: Reprodução/Instagram  

Em outra publicação na mesma rede social, a artista pediu que o vídeo não fosse compartilhado e que os seguidores a ajudassem a denunciar o conteúdo. A postagem recebeu apoio de vários artistas, entre eles Elisa Lucinda, autora do poema.

A artista também publicou nota de repúdio no feed da rede social | Imagem: Reprodução/Instagram  

Magno Malta foi procurado pelo Verifica, mas não respondeu. Sobre o assunto, ele afirmou ao jornal capixaba Folha Vitória que o vídeo foi repostado por várias pessoas na internet, inclusive por ele. O ex-senador disse que gostou do texto. "Em nenhum momento quis ofender a cantora. Até pensei que ela se posicionava politicamente, eu não a conheço." 

A escritora Elisa Lucinda também foi procurada pelo Estadão Verifica, mas não respondeu. No Instagram, ela publicou um vídeo em apoio a Lula e contra o uso da obra por simpatizantes de Bolsonaro. "Fico muito triste que ele (poema) esteja sendo usado na campanha desse governo que faz todas as atrocidades corruptivas, desleais e inconstitucionais de toda ordem contra o povo brasileiro", afirmou.

 

Elisa Lucinda se posicionou contra uso do poema para apoiar o atual governo | Imagem: Reprodução/Instagram  

Em 2019, a escritora publicou artigo criticando o desembargador do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4) Leandro Paulsen por ter citado trechos da mesma obra ao proferir voto contra Lula em julgamento sobre o sítio de Atibaia. Na ocasião, Elisa Lucinda afirmou que o desembargador pagou um "mico". Segundo ela, o texto foi feito "contra a corrupção, contra fascistas, contra homofóbicos e contra qualquer abuso de poder ou qualquer uso do dinheiro público em favor de alguns e que vá contra o povo brasileiro". 

Em apenas uma das várias publicações no Facebook o conteúdo verificado teve 23 mil compartilhamentos e 1,8 mil comentários. 

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Circula fora de contexto um vídeo em que a cantora Ana Carolina declama o poema Só de Sacanagem, de Elisa Lucinda -- que fala sobre escândalos de corrupção. A gravação foi feita em 2014 e o texto é de 2005. Recentemente, o vídeo passou a ser divulgado por simpatizantes de Jair Bolsonaro (PL) em diferentes redes sociais, com imagens do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tanto Ana Carolina como Elisa Lucinda se posicionaram contra o uso do material em postagens a favor do atual presidente. A cantora afirmou que não buscava "criticar nenhum partido específico" quando leu o poema, em 2014. Já a autora do texto declarou voto em Lula e disse ser contra Bolsonaro.

 

No vídeo que viralizou nas redes, são inseridas imagens de Geddel Vieira Lima (MDB) - ex-ministro do governo Lula condenado em 2017 no caso do bunker com R$ 51 milhões - e de José Guimarães (PT), inocentado pela Justiça após um assessor dele ser preso com dólares nas roupas íntimas. Um trecho do poema cita "malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro".  

Ana Carolina e Elisa Lucinda se posicionam

Ao Estadão Verifica, a assessoria de Ana Carolina afirmou que o conteúdo chegou ao conhecimento da artista após ser publicado em uma rede social do presidente do PL no Espírito Santo, o ex-senador Magno Malta. No Instagram, a cantora disse que não autorizou o uso de sua imagem e voz. Destacou ainda que não "compactuar" com a linha política de Malta, que deve se candidatar novamente ao Senado.

A cantora se posicionou sobre o assunto nos stories do Instagram | Imagem: Reprodução/Instagram  

Em outra publicação na mesma rede social, a artista pediu que o vídeo não fosse compartilhado e que os seguidores a ajudassem a denunciar o conteúdo. A postagem recebeu apoio de vários artistas, entre eles Elisa Lucinda, autora do poema.

A artista também publicou nota de repúdio no feed da rede social | Imagem: Reprodução/Instagram  

Magno Malta foi procurado pelo Verifica, mas não respondeu. Sobre o assunto, ele afirmou ao jornal capixaba Folha Vitória que o vídeo foi repostado por várias pessoas na internet, inclusive por ele. O ex-senador disse que gostou do texto. "Em nenhum momento quis ofender a cantora. Até pensei que ela se posicionava politicamente, eu não a conheço." 

A escritora Elisa Lucinda também foi procurada pelo Estadão Verifica, mas não respondeu. No Instagram, ela publicou um vídeo em apoio a Lula e contra o uso da obra por simpatizantes de Bolsonaro. "Fico muito triste que ele (poema) esteja sendo usado na campanha desse governo que faz todas as atrocidades corruptivas, desleais e inconstitucionais de toda ordem contra o povo brasileiro", afirmou.

 

Elisa Lucinda se posicionou contra uso do poema para apoiar o atual governo | Imagem: Reprodução/Instagram  

Em 2019, a escritora publicou artigo criticando o desembargador do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4) Leandro Paulsen por ter citado trechos da mesma obra ao proferir voto contra Lula em julgamento sobre o sítio de Atibaia. Na ocasião, Elisa Lucinda afirmou que o desembargador pagou um "mico". Segundo ela, o texto foi feito "contra a corrupção, contra fascistas, contra homofóbicos e contra qualquer abuso de poder ou qualquer uso do dinheiro público em favor de alguns e que vá contra o povo brasileiro". 

Em apenas uma das várias publicações no Facebook o conteúdo verificado teve 23 mil compartilhamentos e 1,8 mil comentários. 

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente. Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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