Circula nas redes sociais um vídeo que mostra mulheres vestidas de vermelho com bandeirinhas de um candidato. Uma delas reclama que vai receber R$ 20 para fazer campanha, quando o prometido era R$ 50. A gravação é compartilhada com a falsa alegação de que o Partido dos Trabalhadores (PT) teria dado um "golpe" nas trabalhadoras. Ao olhar as imagens com atenção, é possível perceber que o material de campanha tem o número de um candidato do Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
É possível ver nas bandeirinhas o nome de Alexandre Almeida, candidato ao cargo de deputado federal da Paraíba, além de seu slogan, a frase "Paraíba grande". Ele concorre sem coligação. A campanha de Almeida usa a cor vermelha -- geralmente associada ao PT -- além do verde e do amarelo. O material de propaganda mostrado no vídeo é parecido com o que o candidato exibe nas redes sociais.
A assessoria de imprensa de Almeida afrmou não ser possível confirmar se a situação de fato ocorreu. O Estadão Verifica conseguiu confirmar por telefone com comerciantes que a gravação foi feita na cidade de Cajazeiras, na Paraíba.
Cabos eleitorais nas eleições
O cabo eleitoral nas eleições é o indivíduo encarregado de obter votos para partidos ou candidatos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As campanhas precisam prestar contas da contratação de pessoas e, apesar de o cabo eleitoral não ter vínculo empregatício com o partido ou candidato, é necessário seguir as regras determinadas pela lei eleitoral 9.504/97. Entre as determinações está a de que, nos municípios com até 30 mil eleitores, não se pode contratar cabos eleitorais em número que exceda 1% do eleitorado - conforme a lei nº 12.891, de 2013. As regras valem para a disputa a todos os cargos eletivos, sejam eles majoritários - presidente da República, governador de Estado, senador e prefeito - ou proporcionais - deputado federal, deputado estadual/distrital e vereador.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.