É falso que barragem em Canela tenha aberto comportas e causado enchentes no RS


Aneel e empresa responsável informaram que estrutura não tem comportas e é incapaz de causar alagamentos, mesmo quando totalmente esvaziada

Por Milka Moura
Atualização:

O que estão compartilhando: vídeo de barragem vazia em Canela, no Rio Grande do Sul, é a prova de que comportas foram abertas de propósito, causando enchentes.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. As imagens mostram a barragem de Canastra, na cidade de Canela. A estrutura não possui comportas, apenas uma válvula, que foi acionada para escoamento da água. A CEEE Geração, empresa que pertence à CSN Energia e monitora a barragem, disse que a válvula é incapaz de provocar enchentes, mesmo quando totalmente aberta.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a barragem foi esvaziada pois o acesso ao local foi comprometido, e reiterou que o volume de água do reservatório que aparece nas imagens é pequeno e não seria capaz de gerar alagamentos.

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Não há qualquer evidência de que as enchentes no Rio Grande do Sul tenham sido causadas propositalmente. Especialistas apontaram que a tragédia climática foi ocasionada por fatores como as fortes chuvas, a localização do Estado, o El Niño e o aquecimento global.

Órgãos oficiais confirmaram que nível do armazenamento não é capaz de causar enchentes. Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: O vídeo investigado foi compartilhado no Instagram e mostra a barragem de Canastra, também chamada de barragem de Bugres, que acumula água para a usina de mesmo nome. Nas imagens, a estrutura aparece esvaziada e com lama. Um texto sobreposto às imagens afirma: “como as chuvas podem inundar as cidades, mas esvaziar as barragens? Por que ninguém está investigando isso?”. Diversos comentários na postagem reforçam a ideia de que a barragem teria provocado enchentes: “Brumadinho se repete, só que em grande escala”, afirmou um usuário.

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Com a ferramenta de busca reversa de imagens (veja aqui como fazer), foi possível identificar que o vídeo foi publicado pela primeira vez no YouTube pelo portal de notícias Metrópoles, em 21 de maio. A legenda creditava as imagens ao perfil no Instagram de Alcenir Languer. Em contato feito pelo Estadão Verifica, Alcenir explicou que gravou o vídeo em 19 de maio. Ele disse que costuma passar pelo local de moto, pois fica próximo a sua casa, e fez as imagens pois ficou impactado em ver a barragem vazia. A partir da publicação de Alcenir, outros perfis compartilharam o vídeo com inserções falsas sobre a barragem ter ocasionado alagamentos.

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A CEEE Geração esclareceu que o reservatório está vazio pois a estrutura que acumula água para a usina Canastra teve uma válvula, chamada de válvula de fundo, aberta. A empresa explicou que a terra e a lama que aparecem no vídeo deslizaram com as encostas para dentro do reservatório, junto com uma “quantidade enorme de sedimentos acumulados neste período de chuvas”. A pouca água que aparece no fundo é a vazão natural do rio.

A barragem não possui capacidade para provocar enchentes, mesmo quando a válvula está totalmente aberta. A Aneel confirmou ao Estadão Verifica que a alegação que a barragem teria causado alagamentos é falsa. “O volume do reservatório é pequeno e a vazão defluente (a água que sai do reservatório) não possibilita ocorrência de alagamentos”, comunicou.

A água da barragem de Canastra, quando escoada, segue pelo rio Paranhana, cujo curso passa pelos municípios de Canela, Três Coroas, Igrejinha, Parobé e Taquara, e por fim deságua no Rio dos Sinos. A CEEE Geração informou ao Verifica que barragens hidrelétricas “amorteceram” as cheias causadas pelas chuvas dentro de seus reservatórios.

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Como mostrou o Estadão Verifica em parceria com o Projeto Comprova, a usina Canastra é uma das 125 que do tipo “fio d’água” do Rio Grande do Sul. Isso significa que ela opera apenas com o fluxo natural dos rios. Segundo a Aneel, essas usinas não possuem capacidade para armazenar e regular água de cheias, e a possível abertura de suas comportas não pode agravar casos de inundações.

O governo do Rio Grande do Sul monitora a situação das barragens. Um boletim divulgado pelo governo do Estado em 30 de maio mostrou que a UHE Canastra está em nível de atenção, quando não há comprometimento da segurança da barragem no curto prazo, mas ainda é necessário monitoramento, controle ou reparo no decorrer do tempo.

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Boatos sobre aberturas de barragens desinformam população

O Sul vive as consequências da maior crise climática já vista no Estado. Desde que as fortes chuvas atingiram a região causando alagamentos, circulam nas redes sociais boatos falsos afirmando que comportas de barragens foram abertas propositalmente para inundar cidades.

Como mostrou o Estadão, o alto volume de chuvas no Sul foi provocado por uma massa de ar frio que veio da Argentina e estacionou sobre o Estado, por causa de uma massa de ar seco que pairou no centro do Brasil. Esse bloqueio impediu a passagem da massa de ar fria, fazendo com que a região sofresse com fortes chuvas, que fizeram grandes rios da região registrarem cheias históricas. Outros fatores como a localização do Estado, situada no encontro entre sistemas polares e tropicais, o El Niño e as mudanças climáticas contribuíram para o tamanho do desastre.

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Como lidar com postagens do tipo: boatos circulam com mais velocidade em meio a tragédias e com o Rio Grande do Sul não foi diferente. Informações apuradas sobre a tragédia estão sendo divulgadas pelos principais meios de comunicação do País. O governo do Rio Grande do Sul publica dados oficiais sobre a crise em seu site.

O Estadão Verifica desmentiu outras teorias conspiratórias sobre as causas das cheias no Sul. Mostramos, por exemplo, que negacionistas minimizam impacto da crise climática em tragédia no RS e que o sistema de ondas eletromagnéticas Haarp não manipula o clima.

Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos.

O que estão compartilhando: vídeo de barragem vazia em Canela, no Rio Grande do Sul, é a prova de que comportas foram abertas de propósito, causando enchentes.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. As imagens mostram a barragem de Canastra, na cidade de Canela. A estrutura não possui comportas, apenas uma válvula, que foi acionada para escoamento da água. A CEEE Geração, empresa que pertence à CSN Energia e monitora a barragem, disse que a válvula é incapaz de provocar enchentes, mesmo quando totalmente aberta.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a barragem foi esvaziada pois o acesso ao local foi comprometido, e reiterou que o volume de água do reservatório que aparece nas imagens é pequeno e não seria capaz de gerar alagamentos.

Não há qualquer evidência de que as enchentes no Rio Grande do Sul tenham sido causadas propositalmente. Especialistas apontaram que a tragédia climática foi ocasionada por fatores como as fortes chuvas, a localização do Estado, o El Niño e o aquecimento global.

Órgãos oficiais confirmaram que nível do armazenamento não é capaz de causar enchentes. Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: O vídeo investigado foi compartilhado no Instagram e mostra a barragem de Canastra, também chamada de barragem de Bugres, que acumula água para a usina de mesmo nome. Nas imagens, a estrutura aparece esvaziada e com lama. Um texto sobreposto às imagens afirma: “como as chuvas podem inundar as cidades, mas esvaziar as barragens? Por que ninguém está investigando isso?”. Diversos comentários na postagem reforçam a ideia de que a barragem teria provocado enchentes: “Brumadinho se repete, só que em grande escala”, afirmou um usuário.

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Com a ferramenta de busca reversa de imagens (veja aqui como fazer), foi possível identificar que o vídeo foi publicado pela primeira vez no YouTube pelo portal de notícias Metrópoles, em 21 de maio. A legenda creditava as imagens ao perfil no Instagram de Alcenir Languer. Em contato feito pelo Estadão Verifica, Alcenir explicou que gravou o vídeo em 19 de maio. Ele disse que costuma passar pelo local de moto, pois fica próximo a sua casa, e fez as imagens pois ficou impactado em ver a barragem vazia. A partir da publicação de Alcenir, outros perfis compartilharam o vídeo com inserções falsas sobre a barragem ter ocasionado alagamentos.

A CEEE Geração esclareceu que o reservatório está vazio pois a estrutura que acumula água para a usina Canastra teve uma válvula, chamada de válvula de fundo, aberta. A empresa explicou que a terra e a lama que aparecem no vídeo deslizaram com as encostas para dentro do reservatório, junto com uma “quantidade enorme de sedimentos acumulados neste período de chuvas”. A pouca água que aparece no fundo é a vazão natural do rio.

A barragem não possui capacidade para provocar enchentes, mesmo quando a válvula está totalmente aberta. A Aneel confirmou ao Estadão Verifica que a alegação que a barragem teria causado alagamentos é falsa. “O volume do reservatório é pequeno e a vazão defluente (a água que sai do reservatório) não possibilita ocorrência de alagamentos”, comunicou.

A água da barragem de Canastra, quando escoada, segue pelo rio Paranhana, cujo curso passa pelos municípios de Canela, Três Coroas, Igrejinha, Parobé e Taquara, e por fim deságua no Rio dos Sinos. A CEEE Geração informou ao Verifica que barragens hidrelétricas “amorteceram” as cheias causadas pelas chuvas dentro de seus reservatórios.

Como mostrou o Estadão Verifica em parceria com o Projeto Comprova, a usina Canastra é uma das 125 que do tipo “fio d’água” do Rio Grande do Sul. Isso significa que ela opera apenas com o fluxo natural dos rios. Segundo a Aneel, essas usinas não possuem capacidade para armazenar e regular água de cheias, e a possível abertura de suas comportas não pode agravar casos de inundações.

O governo do Rio Grande do Sul monitora a situação das barragens. Um boletim divulgado pelo governo do Estado em 30 de maio mostrou que a UHE Canastra está em nível de atenção, quando não há comprometimento da segurança da barragem no curto prazo, mas ainda é necessário monitoramento, controle ou reparo no decorrer do tempo.

Boatos sobre aberturas de barragens desinformam população

O Sul vive as consequências da maior crise climática já vista no Estado. Desde que as fortes chuvas atingiram a região causando alagamentos, circulam nas redes sociais boatos falsos afirmando que comportas de barragens foram abertas propositalmente para inundar cidades.

Como mostrou o Estadão, o alto volume de chuvas no Sul foi provocado por uma massa de ar frio que veio da Argentina e estacionou sobre o Estado, por causa de uma massa de ar seco que pairou no centro do Brasil. Esse bloqueio impediu a passagem da massa de ar fria, fazendo com que a região sofresse com fortes chuvas, que fizeram grandes rios da região registrarem cheias históricas. Outros fatores como a localização do Estado, situada no encontro entre sistemas polares e tropicais, o El Niño e as mudanças climáticas contribuíram para o tamanho do desastre.

Como lidar com postagens do tipo: boatos circulam com mais velocidade em meio a tragédias e com o Rio Grande do Sul não foi diferente. Informações apuradas sobre a tragédia estão sendo divulgadas pelos principais meios de comunicação do País. O governo do Rio Grande do Sul publica dados oficiais sobre a crise em seu site.

O Estadão Verifica desmentiu outras teorias conspiratórias sobre as causas das cheias no Sul. Mostramos, por exemplo, que negacionistas minimizam impacto da crise climática em tragédia no RS e que o sistema de ondas eletromagnéticas Haarp não manipula o clima.

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O que estão compartilhando: vídeo de barragem vazia em Canela, no Rio Grande do Sul, é a prova de que comportas foram abertas de propósito, causando enchentes.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. As imagens mostram a barragem de Canastra, na cidade de Canela. A estrutura não possui comportas, apenas uma válvula, que foi acionada para escoamento da água. A CEEE Geração, empresa que pertence à CSN Energia e monitora a barragem, disse que a válvula é incapaz de provocar enchentes, mesmo quando totalmente aberta.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a barragem foi esvaziada pois o acesso ao local foi comprometido, e reiterou que o volume de água do reservatório que aparece nas imagens é pequeno e não seria capaz de gerar alagamentos.

Não há qualquer evidência de que as enchentes no Rio Grande do Sul tenham sido causadas propositalmente. Especialistas apontaram que a tragédia climática foi ocasionada por fatores como as fortes chuvas, a localização do Estado, o El Niño e o aquecimento global.

Órgãos oficiais confirmaram que nível do armazenamento não é capaz de causar enchentes. Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: O vídeo investigado foi compartilhado no Instagram e mostra a barragem de Canastra, também chamada de barragem de Bugres, que acumula água para a usina de mesmo nome. Nas imagens, a estrutura aparece esvaziada e com lama. Um texto sobreposto às imagens afirma: “como as chuvas podem inundar as cidades, mas esvaziar as barragens? Por que ninguém está investigando isso?”. Diversos comentários na postagem reforçam a ideia de que a barragem teria provocado enchentes: “Brumadinho se repete, só que em grande escala”, afirmou um usuário.

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Com a ferramenta de busca reversa de imagens (veja aqui como fazer), foi possível identificar que o vídeo foi publicado pela primeira vez no YouTube pelo portal de notícias Metrópoles, em 21 de maio. A legenda creditava as imagens ao perfil no Instagram de Alcenir Languer. Em contato feito pelo Estadão Verifica, Alcenir explicou que gravou o vídeo em 19 de maio. Ele disse que costuma passar pelo local de moto, pois fica próximo a sua casa, e fez as imagens pois ficou impactado em ver a barragem vazia. A partir da publicação de Alcenir, outros perfis compartilharam o vídeo com inserções falsas sobre a barragem ter ocasionado alagamentos.

A CEEE Geração esclareceu que o reservatório está vazio pois a estrutura que acumula água para a usina Canastra teve uma válvula, chamada de válvula de fundo, aberta. A empresa explicou que a terra e a lama que aparecem no vídeo deslizaram com as encostas para dentro do reservatório, junto com uma “quantidade enorme de sedimentos acumulados neste período de chuvas”. A pouca água que aparece no fundo é a vazão natural do rio.

A barragem não possui capacidade para provocar enchentes, mesmo quando a válvula está totalmente aberta. A Aneel confirmou ao Estadão Verifica que a alegação que a barragem teria causado alagamentos é falsa. “O volume do reservatório é pequeno e a vazão defluente (a água que sai do reservatório) não possibilita ocorrência de alagamentos”, comunicou.

A água da barragem de Canastra, quando escoada, segue pelo rio Paranhana, cujo curso passa pelos municípios de Canela, Três Coroas, Igrejinha, Parobé e Taquara, e por fim deságua no Rio dos Sinos. A CEEE Geração informou ao Verifica que barragens hidrelétricas “amorteceram” as cheias causadas pelas chuvas dentro de seus reservatórios.

Como mostrou o Estadão Verifica em parceria com o Projeto Comprova, a usina Canastra é uma das 125 que do tipo “fio d’água” do Rio Grande do Sul. Isso significa que ela opera apenas com o fluxo natural dos rios. Segundo a Aneel, essas usinas não possuem capacidade para armazenar e regular água de cheias, e a possível abertura de suas comportas não pode agravar casos de inundações.

O governo do Rio Grande do Sul monitora a situação das barragens. Um boletim divulgado pelo governo do Estado em 30 de maio mostrou que a UHE Canastra está em nível de atenção, quando não há comprometimento da segurança da barragem no curto prazo, mas ainda é necessário monitoramento, controle ou reparo no decorrer do tempo.

Boatos sobre aberturas de barragens desinformam população

O Sul vive as consequências da maior crise climática já vista no Estado. Desde que as fortes chuvas atingiram a região causando alagamentos, circulam nas redes sociais boatos falsos afirmando que comportas de barragens foram abertas propositalmente para inundar cidades.

Como mostrou o Estadão, o alto volume de chuvas no Sul foi provocado por uma massa de ar frio que veio da Argentina e estacionou sobre o Estado, por causa de uma massa de ar seco que pairou no centro do Brasil. Esse bloqueio impediu a passagem da massa de ar fria, fazendo com que a região sofresse com fortes chuvas, que fizeram grandes rios da região registrarem cheias históricas. Outros fatores como a localização do Estado, situada no encontro entre sistemas polares e tropicais, o El Niño e as mudanças climáticas contribuíram para o tamanho do desastre.

Como lidar com postagens do tipo: boatos circulam com mais velocidade em meio a tragédias e com o Rio Grande do Sul não foi diferente. Informações apuradas sobre a tragédia estão sendo divulgadas pelos principais meios de comunicação do País. O governo do Rio Grande do Sul publica dados oficiais sobre a crise em seu site.

O Estadão Verifica desmentiu outras teorias conspiratórias sobre as causas das cheias no Sul. Mostramos, por exemplo, que negacionistas minimizam impacto da crise climática em tragédia no RS e que o sistema de ondas eletromagnéticas Haarp não manipula o clima.

Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos.

O que estão compartilhando: vídeo de barragem vazia em Canela, no Rio Grande do Sul, é a prova de que comportas foram abertas de propósito, causando enchentes.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. As imagens mostram a barragem de Canastra, na cidade de Canela. A estrutura não possui comportas, apenas uma válvula, que foi acionada para escoamento da água. A CEEE Geração, empresa que pertence à CSN Energia e monitora a barragem, disse que a válvula é incapaz de provocar enchentes, mesmo quando totalmente aberta.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que a barragem foi esvaziada pois o acesso ao local foi comprometido, e reiterou que o volume de água do reservatório que aparece nas imagens é pequeno e não seria capaz de gerar alagamentos.

Não há qualquer evidência de que as enchentes no Rio Grande do Sul tenham sido causadas propositalmente. Especialistas apontaram que a tragédia climática foi ocasionada por fatores como as fortes chuvas, a localização do Estado, o El Niño e o aquecimento global.

Órgãos oficiais confirmaram que nível do armazenamento não é capaz de causar enchentes. Foto: Reprodução/Instagram

Saiba mais: O vídeo investigado foi compartilhado no Instagram e mostra a barragem de Canastra, também chamada de barragem de Bugres, que acumula água para a usina de mesmo nome. Nas imagens, a estrutura aparece esvaziada e com lama. Um texto sobreposto às imagens afirma: “como as chuvas podem inundar as cidades, mas esvaziar as barragens? Por que ninguém está investigando isso?”. Diversos comentários na postagem reforçam a ideia de que a barragem teria provocado enchentes: “Brumadinho se repete, só que em grande escala”, afirmou um usuário.

Leitores pediram a checagem deste conteúdo no WhatsApp: (11) 97683-7490.

Com a ferramenta de busca reversa de imagens (veja aqui como fazer), foi possível identificar que o vídeo foi publicado pela primeira vez no YouTube pelo portal de notícias Metrópoles, em 21 de maio. A legenda creditava as imagens ao perfil no Instagram de Alcenir Languer. Em contato feito pelo Estadão Verifica, Alcenir explicou que gravou o vídeo em 19 de maio. Ele disse que costuma passar pelo local de moto, pois fica próximo a sua casa, e fez as imagens pois ficou impactado em ver a barragem vazia. A partir da publicação de Alcenir, outros perfis compartilharam o vídeo com inserções falsas sobre a barragem ter ocasionado alagamentos.

A CEEE Geração esclareceu que o reservatório está vazio pois a estrutura que acumula água para a usina Canastra teve uma válvula, chamada de válvula de fundo, aberta. A empresa explicou que a terra e a lama que aparecem no vídeo deslizaram com as encostas para dentro do reservatório, junto com uma “quantidade enorme de sedimentos acumulados neste período de chuvas”. A pouca água que aparece no fundo é a vazão natural do rio.

A barragem não possui capacidade para provocar enchentes, mesmo quando a válvula está totalmente aberta. A Aneel confirmou ao Estadão Verifica que a alegação que a barragem teria causado alagamentos é falsa. “O volume do reservatório é pequeno e a vazão defluente (a água que sai do reservatório) não possibilita ocorrência de alagamentos”, comunicou.

A água da barragem de Canastra, quando escoada, segue pelo rio Paranhana, cujo curso passa pelos municípios de Canela, Três Coroas, Igrejinha, Parobé e Taquara, e por fim deságua no Rio dos Sinos. A CEEE Geração informou ao Verifica que barragens hidrelétricas “amorteceram” as cheias causadas pelas chuvas dentro de seus reservatórios.

Como mostrou o Estadão Verifica em parceria com o Projeto Comprova, a usina Canastra é uma das 125 que do tipo “fio d’água” do Rio Grande do Sul. Isso significa que ela opera apenas com o fluxo natural dos rios. Segundo a Aneel, essas usinas não possuem capacidade para armazenar e regular água de cheias, e a possível abertura de suas comportas não pode agravar casos de inundações.

O governo do Rio Grande do Sul monitora a situação das barragens. Um boletim divulgado pelo governo do Estado em 30 de maio mostrou que a UHE Canastra está em nível de atenção, quando não há comprometimento da segurança da barragem no curto prazo, mas ainda é necessário monitoramento, controle ou reparo no decorrer do tempo.

Boatos sobre aberturas de barragens desinformam população

O Sul vive as consequências da maior crise climática já vista no Estado. Desde que as fortes chuvas atingiram a região causando alagamentos, circulam nas redes sociais boatos falsos afirmando que comportas de barragens foram abertas propositalmente para inundar cidades.

Como mostrou o Estadão, o alto volume de chuvas no Sul foi provocado por uma massa de ar frio que veio da Argentina e estacionou sobre o Estado, por causa de uma massa de ar seco que pairou no centro do Brasil. Esse bloqueio impediu a passagem da massa de ar fria, fazendo com que a região sofresse com fortes chuvas, que fizeram grandes rios da região registrarem cheias históricas. Outros fatores como a localização do Estado, situada no encontro entre sistemas polares e tropicais, o El Niño e as mudanças climáticas contribuíram para o tamanho do desastre.

Como lidar com postagens do tipo: boatos circulam com mais velocidade em meio a tragédias e com o Rio Grande do Sul não foi diferente. Informações apuradas sobre a tragédia estão sendo divulgadas pelos principais meios de comunicação do País. O governo do Rio Grande do Sul publica dados oficiais sobre a crise em seu site.

O Estadão Verifica desmentiu outras teorias conspiratórias sobre as causas das cheias no Sul. Mostramos, por exemplo, que negacionistas minimizam impacto da crise climática em tragédia no RS e que o sistema de ondas eletromagnéticas Haarp não manipula o clima.

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