É montagem uma foto do Papa Francisco fazendo um gesto obsceno com as mãos. A imagem original mostrava o pontífice acenando para fiéis, mas foi alterada digitalmente. A foto editada foi compartilhada ao menos 6,3 mil vezes no Facebook.
O Estadão Verifica utilizou o mecanismo de busca reversa de imagens do Google para identificar outras vezes em que a foto foi publicada. O registro original foi publicado no banco de imagens Getty Images, clicada pelo fotógrafo Franco Origlia em 24 de dezembro de 2014.
A legenda informa que a foto foi feita "durante ato em que profere a mensagem de Natal da Basília de São Pedro no Vaticano". Alguns detalhes, como uma pessoa que aparece lado do pontífice, permitem concluir se tratar da mesma imagem utilizada no boato.
O Papa Francisco se tornou alvo de uma campanha de desinformação depois que um documentário mostrou que o líder da Igreja Católica aprova a união civil entre pessoas do mesmo sexo. "Eles são filhos de Deus", disse.
O Estadão Verifica já checou um boato que dizia que o Papa estaria portando um crucifixo com as cores LGBT. Também desmentimos que um homem que aparece de mãos dados com o pontífice seja um ativista gay.
Este boato também foi checado pela Agência Lupa.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.