Boato que ataca PT cita falsa 'doação' de R$ 14 bilhões para Angola por meio do BNDES; empréstimo foi quitado em 2019


Postagem dissemina desinformação sobre mecanismo que estimula exportação de serviços ao conceder financiamento para obras de empresas brasileiras no exterior

Por Samuel Lima

Uma postagem antiga sugerindo que o PT "doou" R$ 14 bilhões a Angola por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltou a circular no Facebook. O conteúdo distorce os mecanismos de crédito para exportação de bens e serviços operados pelo banco de fomento. O dinheiro público não é doado, mas emprestado para que empresas brasileiras realizem obras no exterior. No caso de Angola, a dívida foi quitada integralmente em dezembro de 2019.

Postagem no Facebook fala em suposta doação de R$ 14 bilhões do governo brasileiro a Angola. Foto: Reprodução / Arte Estadão
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Procurado pelo Estadão Verifica, o BNDES afirmou que "nunca houve doação a Angola ou a qualquer país" e que os detalhes desse tipo de operação podem ser consultados em uma página criada pela instituição financeira para explicar como funcionam os contratos de exportação firmados a partir de 1998. A maior parte dos empréstimos foi concedida entre 2007 e 2015, durante os governos Lula (2003-2011) e Dilma Rousseff (2012-2016).

O texto mostra que, nesse tipo de financiamento, o BNDES desembolsa os recursos exclusivamente para a empresa brasileira que vende ou presta o serviço no exterior. Esse dinheiro serve para viabilizar obras de engenharia como a construção de estradas, usinas hidrelétricas e casas populares, por exemplo -- mas não cobre todo o empreendimento, apenas os bens e serviços brasileiros exportados para uso naquela obra. Depois, fica sob responsabilidade dos países estrangeiros fazer o pagamento da dívida com o banco. Essa devolução é feita com juros, em prazo determinado nos contratos. A União é quem estabelece as operações, países de destino, principais condições contratuais e mitigadores de risco, cabendo ao banco a análise e a execução delas.

O BNDES informa que, entre 1998 e 2017, emprestou US$ 10,5 bilhões nesse modelo de crédito para exportação (veja a lista de países e obras nesta reportagem do Estadão de outubro de 2019). Angola foi o principal destino dos financiamentos, que somaram US$ 3,2 bilhões. Segundo o Ministério da Economia, o país africano quitou as parcelas integralmente, de forma antecipada, em dezembro de 2019. Um painel de monitoramento do BNDES, atualizado em setembro de 2020, mostra que, entre todos os empréstimos, o banco já havia recebido US$ 12,2 bilhões em pagamentos e ainda tinha US$ 1,5 bilhão em aberto. US$ 57 milhões estavam atrasados naquele momento.

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Portanto, a afirmação de que o Brasil teria "dado" ou "doado" dinheiro público para Angola na postagem analisada pelo Estadão Verifica não procede, assim como o valor indicado, de R$ 14 bilhões. A dívida foi contraída e paga em dólares, com desembolso de US$ 3,2 bilhões pelo BNDES. A taxa de câmbio variou ao longo do período de empréstimo. A imagem usada no post cita ainda que Angola tem o mesmo presidente há 37 anos. A informação está desatualizada: depois de 38 anos no poder, José Eduardo dos Santos abriu mão de tentar a reeleição em 2017. João Lourenço é o atual presidente.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Uma postagem antiga sugerindo que o PT "doou" R$ 14 bilhões a Angola por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltou a circular no Facebook. O conteúdo distorce os mecanismos de crédito para exportação de bens e serviços operados pelo banco de fomento. O dinheiro público não é doado, mas emprestado para que empresas brasileiras realizem obras no exterior. No caso de Angola, a dívida foi quitada integralmente em dezembro de 2019.

Postagem no Facebook fala em suposta doação de R$ 14 bilhões do governo brasileiro a Angola. Foto: Reprodução / Arte Estadão

Procurado pelo Estadão Verifica, o BNDES afirmou que "nunca houve doação a Angola ou a qualquer país" e que os detalhes desse tipo de operação podem ser consultados em uma página criada pela instituição financeira para explicar como funcionam os contratos de exportação firmados a partir de 1998. A maior parte dos empréstimos foi concedida entre 2007 e 2015, durante os governos Lula (2003-2011) e Dilma Rousseff (2012-2016).

O texto mostra que, nesse tipo de financiamento, o BNDES desembolsa os recursos exclusivamente para a empresa brasileira que vende ou presta o serviço no exterior. Esse dinheiro serve para viabilizar obras de engenharia como a construção de estradas, usinas hidrelétricas e casas populares, por exemplo -- mas não cobre todo o empreendimento, apenas os bens e serviços brasileiros exportados para uso naquela obra. Depois, fica sob responsabilidade dos países estrangeiros fazer o pagamento da dívida com o banco. Essa devolução é feita com juros, em prazo determinado nos contratos. A União é quem estabelece as operações, países de destino, principais condições contratuais e mitigadores de risco, cabendo ao banco a análise e a execução delas.

O BNDES informa que, entre 1998 e 2017, emprestou US$ 10,5 bilhões nesse modelo de crédito para exportação (veja a lista de países e obras nesta reportagem do Estadão de outubro de 2019). Angola foi o principal destino dos financiamentos, que somaram US$ 3,2 bilhões. Segundo o Ministério da Economia, o país africano quitou as parcelas integralmente, de forma antecipada, em dezembro de 2019. Um painel de monitoramento do BNDES, atualizado em setembro de 2020, mostra que, entre todos os empréstimos, o banco já havia recebido US$ 12,2 bilhões em pagamentos e ainda tinha US$ 1,5 bilhão em aberto. US$ 57 milhões estavam atrasados naquele momento.

Portanto, a afirmação de que o Brasil teria "dado" ou "doado" dinheiro público para Angola na postagem analisada pelo Estadão Verifica não procede, assim como o valor indicado, de R$ 14 bilhões. A dívida foi contraída e paga em dólares, com desembolso de US$ 3,2 bilhões pelo BNDES. A taxa de câmbio variou ao longo do período de empréstimo. A imagem usada no post cita ainda que Angola tem o mesmo presidente há 37 anos. A informação está desatualizada: depois de 38 anos no poder, José Eduardo dos Santos abriu mão de tentar a reeleição em 2017. João Lourenço é o atual presidente.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Uma postagem antiga sugerindo que o PT "doou" R$ 14 bilhões a Angola por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltou a circular no Facebook. O conteúdo distorce os mecanismos de crédito para exportação de bens e serviços operados pelo banco de fomento. O dinheiro público não é doado, mas emprestado para que empresas brasileiras realizem obras no exterior. No caso de Angola, a dívida foi quitada integralmente em dezembro de 2019.

Postagem no Facebook fala em suposta doação de R$ 14 bilhões do governo brasileiro a Angola. Foto: Reprodução / Arte Estadão

Procurado pelo Estadão Verifica, o BNDES afirmou que "nunca houve doação a Angola ou a qualquer país" e que os detalhes desse tipo de operação podem ser consultados em uma página criada pela instituição financeira para explicar como funcionam os contratos de exportação firmados a partir de 1998. A maior parte dos empréstimos foi concedida entre 2007 e 2015, durante os governos Lula (2003-2011) e Dilma Rousseff (2012-2016).

O texto mostra que, nesse tipo de financiamento, o BNDES desembolsa os recursos exclusivamente para a empresa brasileira que vende ou presta o serviço no exterior. Esse dinheiro serve para viabilizar obras de engenharia como a construção de estradas, usinas hidrelétricas e casas populares, por exemplo -- mas não cobre todo o empreendimento, apenas os bens e serviços brasileiros exportados para uso naquela obra. Depois, fica sob responsabilidade dos países estrangeiros fazer o pagamento da dívida com o banco. Essa devolução é feita com juros, em prazo determinado nos contratos. A União é quem estabelece as operações, países de destino, principais condições contratuais e mitigadores de risco, cabendo ao banco a análise e a execução delas.

O BNDES informa que, entre 1998 e 2017, emprestou US$ 10,5 bilhões nesse modelo de crédito para exportação (veja a lista de países e obras nesta reportagem do Estadão de outubro de 2019). Angola foi o principal destino dos financiamentos, que somaram US$ 3,2 bilhões. Segundo o Ministério da Economia, o país africano quitou as parcelas integralmente, de forma antecipada, em dezembro de 2019. Um painel de monitoramento do BNDES, atualizado em setembro de 2020, mostra que, entre todos os empréstimos, o banco já havia recebido US$ 12,2 bilhões em pagamentos e ainda tinha US$ 1,5 bilhão em aberto. US$ 57 milhões estavam atrasados naquele momento.

Portanto, a afirmação de que o Brasil teria "dado" ou "doado" dinheiro público para Angola na postagem analisada pelo Estadão Verifica não procede, assim como o valor indicado, de R$ 14 bilhões. A dívida foi contraída e paga em dólares, com desembolso de US$ 3,2 bilhões pelo BNDES. A taxa de câmbio variou ao longo do período de empréstimo. A imagem usada no post cita ainda que Angola tem o mesmo presidente há 37 anos. A informação está desatualizada: depois de 38 anos no poder, José Eduardo dos Santos abriu mão de tentar a reeleição em 2017. João Lourenço é o atual presidente.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

Uma postagem antiga sugerindo que o PT "doou" R$ 14 bilhões a Angola por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltou a circular no Facebook. O conteúdo distorce os mecanismos de crédito para exportação de bens e serviços operados pelo banco de fomento. O dinheiro público não é doado, mas emprestado para que empresas brasileiras realizem obras no exterior. No caso de Angola, a dívida foi quitada integralmente em dezembro de 2019.

Postagem no Facebook fala em suposta doação de R$ 14 bilhões do governo brasileiro a Angola. Foto: Reprodução / Arte Estadão

Procurado pelo Estadão Verifica, o BNDES afirmou que "nunca houve doação a Angola ou a qualquer país" e que os detalhes desse tipo de operação podem ser consultados em uma página criada pela instituição financeira para explicar como funcionam os contratos de exportação firmados a partir de 1998. A maior parte dos empréstimos foi concedida entre 2007 e 2015, durante os governos Lula (2003-2011) e Dilma Rousseff (2012-2016).

O texto mostra que, nesse tipo de financiamento, o BNDES desembolsa os recursos exclusivamente para a empresa brasileira que vende ou presta o serviço no exterior. Esse dinheiro serve para viabilizar obras de engenharia como a construção de estradas, usinas hidrelétricas e casas populares, por exemplo -- mas não cobre todo o empreendimento, apenas os bens e serviços brasileiros exportados para uso naquela obra. Depois, fica sob responsabilidade dos países estrangeiros fazer o pagamento da dívida com o banco. Essa devolução é feita com juros, em prazo determinado nos contratos. A União é quem estabelece as operações, países de destino, principais condições contratuais e mitigadores de risco, cabendo ao banco a análise e a execução delas.

O BNDES informa que, entre 1998 e 2017, emprestou US$ 10,5 bilhões nesse modelo de crédito para exportação (veja a lista de países e obras nesta reportagem do Estadão de outubro de 2019). Angola foi o principal destino dos financiamentos, que somaram US$ 3,2 bilhões. Segundo o Ministério da Economia, o país africano quitou as parcelas integralmente, de forma antecipada, em dezembro de 2019. Um painel de monitoramento do BNDES, atualizado em setembro de 2020, mostra que, entre todos os empréstimos, o banco já havia recebido US$ 12,2 bilhões em pagamentos e ainda tinha US$ 1,5 bilhão em aberto. US$ 57 milhões estavam atrasados naquele momento.

Portanto, a afirmação de que o Brasil teria "dado" ou "doado" dinheiro público para Angola na postagem analisada pelo Estadão Verifica não procede, assim como o valor indicado, de R$ 14 bilhões. A dívida foi contraída e paga em dólares, com desembolso de US$ 3,2 bilhões pelo BNDES. A taxa de câmbio variou ao longo do período de empréstimo. A imagem usada no post cita ainda que Angola tem o mesmo presidente há 37 anos. A informação está desatualizada: depois de 38 anos no poder, José Eduardo dos Santos abriu mão de tentar a reeleição em 2017. João Lourenço é o atual presidente.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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