O que estão compartilhando: vídeo que mostra uma sequência de fotos de águas extravasando de barragens. Narração sobreposta às imagens faz menção às enchentes no Rio Grande do Sul e diz: “Momento exato em que as comportas das barragens foram abertas. Imagens inéditas”.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. As imagens mostradas no vídeo checado são antigas, e mostram situações ocorridas em Minas Gerais e Ceará. Não há notícia de comportas de barragens que tenham sido abertas e que sejam responsáveis pelas enchentes no Rio Grande do Sul, consideradas a maior tragédia ambiental da história do Estado.
Saiba mais: para localizar o contexto original das imagens, o Estadão Verifica fez uma busca reversa (veja aqui como fazer).
A primeira imagem mostra uma grande quantidade de água turva caindo de uma estrutura com grades amarelas. Também é possível identificar edificações numeradas.
A imagem é de janeiro de 2020. Ela mostra a Usina Hidrelétrica de Sá Carvalho, na cidade de Coronel Fabriciano, em Minas Gerais. Na ocasião, o alto volume das águas no reservatório obrigou a abertura das comportas. Um vídeo foi publicado no Diário do Aço. Confira abaixo:
A segunda foto mostra um jato de água saindo de uma grande tubulação presa a uma superfície rochosa.
Ela também é de 2020. A cena é do rompimento de uma tubulação da Barragem de Jati, no Ceará. A notícia foi dada pelo portal g1. Duas mil pessoas precisaram ser retiradas de suas casas.
Enchentes no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul registrou um grande volume de chuvas entre os meses de abril e maio que alagou centenas de cidades. A situação é considerada a maior tragédia climática da história do Estado. A Defesa Civil estima que ao menos 2,3 milhões de pessoas foram afetadas.
Postagens enganosas minimizam o impacto das mudanças climáticas no volume de chuva. Outras alegam que o governo teria ordenado a abertura de comportas de barragens no Estado. Isso é falso. Grande parte dos boatos citam barragens que não possuem comportas capazes de reter ou armazenar água. O volume excedente passa por cima da estrutura.