É falso que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha dito que "mesmo o político ladrão é mais digno que um funcionário público concursado". Imagens com a expressão e a foto de Lula circulam no Facebook.
A frase é uma distorção de uma comparação entre políticos e funcionários públicos feita pelo ex-presidente, em 15 de setembro de 2016, durante coletiva de imprensa em São Paulo.
Na ocasião, Lula defendia a classe política. "Eu de vez em quando falo que as pessoas achincalham muito a política, mas a profissão mais honesta é a do político, sabe por quê? Porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem que ir pra rua encarar o povo e pedir voto. O concursado não. Se forma na universidade, faz um concurso e tá com um emprego garantido para o resto da vida", disse.
Na época, segundo o jornal O Globo, o presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), Marco Antônio Araujo Junior, classificou a comparação do ex-presidente como "leviana" e "absurda".
A falsa declaração atribuída a Lula começou a circular quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou funcionários públicos a parasitas. No último dia 7, Guedes participou de palestra promovida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e disse: "O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo. O cara (funcionário público) virou um parasita e o dinheiro não está chegando no povo".
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
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