Discurso falsamente atribuído a Netanyahu circula na internet desde 2006


Texto compartilhado no WhatsApp foi publicado em fórum israelense; mensagem contém dados errados sobre a criação do Estado hebraico

Por Luciana Marschall

O que estão compartilhando: que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um “discurso surpreendente”: afirmou que os judeus riem do Hamas e que há 35 anos “varreram” exércitos árabes em apenas seis dias.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Não há registro de que Netanyahu tenha feito o discurso que circula no WhatsApp. O texto atribuído a ele circula nas redes sociais desde 2006 e voltou a viralizar recentemente, após o Hamas atacar Israel, em 7 de outubro. O conteúdo original, em hebraico, foi postado em um fórum do sites de notícias israelenses do Canal 7, em 2006. Naquele ano, o primeiro-ministro era Ehud Olmer. O responsável pela postagem informava ter recebido o texto “há muito tempo” com o título “Por que gosto de ser judeu?”, sem fazer qualquer referência ao cargo de primeiro-ministro.

O conteúdo já circulava em 2006, quando o primeiro-ministro era Ehud Olmer Foto: Reprodução
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Saiba mais: A reportagem pesquisou trechos do texto que circula no WhatsApp em português, inglês e hebraico. Foram encontrados registros em blogs e em contas do Facebook e do Twitter. Não há qualquer notícia publicada por veículos de comunicação profissionais sobre um discurso dessa natureza feito por Netanyahu.

Entre os discursos de Netanyahu encontrados na pesquisa pela reportagem, estão duas falas na Assembleia Geral das Nações Unidas, publicadas pelo Times of Israel, em 2012 e em 2016. Nenhuma delas se assemelha ao texto que circula no WhatsApp. No primeiro discurso, o premiê israelense fez críticas ao programa nuclear do Irã. No segundo, fez duras críticas à Organização das Nações Unidas (ONU) após a aprovação de resoluções contrárias a Israel. Ele dirigiu-se ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e apelou por uma negociação de paz.

A postagem mais antiga do texto que circula no WhatsApp é de abril de 2006. Está em hebraico, em um fórum de um site de notícias do Canal 7, um conglomerado de mídia de Israel. Na ocasião, o primeiro-ministro era Ehud Olmer, e não Netanyahu.

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Com ajuda do Google Tradutor foi possível identificar que o responsável pelo post informa ter recebido o texto “há muito tempo” e que o compartilha com o título “Por que gosto de ser judeu?”, sem fazer qualquer referência a Netanyahu, que já foi primeiro-ministro em três ocasiões, de 1996 a 1999, de 2009 a 2021 e agora, desde dezembro de 2022.

Algumas afirmações feitas no texto que circula no WhatsApp não são verdadeiras. A mensagem cita, por exemplo, que à época da criação do Estado de Israel, em 1948, a população era de apenas 650 judeus, contra o resto do mundo árabe. Na versão mais antiga do conteúdo, em hebraico, são citados 650 mil judeus. Ou seja, a alegação pode ter sofrido mudanças a partir de erros de tradução.

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De qualquer forma, diferentes fontes divergem sobre o número de judeus vivendo em Israel naquele momento histórico. Sabe-se que eles eram milhares, em decorrência da forte imigração. As Nações Unidas, por exemplo, estimam que já no final do século XIX viviam 50 mil judeus na região.

Uma página arquivada do site oficial de turismo de Israel informa ser muito alta a taxa de crescimento do país. Conforme o site, entre os anos de 1948 a 1951, chegaram cerca de 700 mil imigrantes, duplicando a população israelense. Ou seja, o país estima que havia ao menos 350 mil pessoas no território quando o Estado israelense foi instituído. A maior parte da população do país (80%) é judaica.

O texto postado em hebraico também não cita o Hamas, como ocorre na versão em português. No lugar da organização islâmica palestina é citado “Arafat”, referindo-se a Yasser Arafat, que foi presidente da Organização de Libertação da Palestina (OLP) e faleceu há quase 20 anos, em 2004.

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A reportagem enviou e-mail para a assessoria de imprensa do primeiro-ministro israelense, mas não recebeu resposta.

Esse conteúdo foi checado também por Boatos.Org em 2023 e em 2019.

O que estão compartilhando: que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um “discurso surpreendente”: afirmou que os judeus riem do Hamas e que há 35 anos “varreram” exércitos árabes em apenas seis dias.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Não há registro de que Netanyahu tenha feito o discurso que circula no WhatsApp. O texto atribuído a ele circula nas redes sociais desde 2006 e voltou a viralizar recentemente, após o Hamas atacar Israel, em 7 de outubro. O conteúdo original, em hebraico, foi postado em um fórum do sites de notícias israelenses do Canal 7, em 2006. Naquele ano, o primeiro-ministro era Ehud Olmer. O responsável pela postagem informava ter recebido o texto “há muito tempo” com o título “Por que gosto de ser judeu?”, sem fazer qualquer referência ao cargo de primeiro-ministro.

O conteúdo já circulava em 2006, quando o primeiro-ministro era Ehud Olmer Foto: Reprodução

Saiba mais: A reportagem pesquisou trechos do texto que circula no WhatsApp em português, inglês e hebraico. Foram encontrados registros em blogs e em contas do Facebook e do Twitter. Não há qualquer notícia publicada por veículos de comunicação profissionais sobre um discurso dessa natureza feito por Netanyahu.

Entre os discursos de Netanyahu encontrados na pesquisa pela reportagem, estão duas falas na Assembleia Geral das Nações Unidas, publicadas pelo Times of Israel, em 2012 e em 2016. Nenhuma delas se assemelha ao texto que circula no WhatsApp. No primeiro discurso, o premiê israelense fez críticas ao programa nuclear do Irã. No segundo, fez duras críticas à Organização das Nações Unidas (ONU) após a aprovação de resoluções contrárias a Israel. Ele dirigiu-se ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e apelou por uma negociação de paz.

A postagem mais antiga do texto que circula no WhatsApp é de abril de 2006. Está em hebraico, em um fórum de um site de notícias do Canal 7, um conglomerado de mídia de Israel. Na ocasião, o primeiro-ministro era Ehud Olmer, e não Netanyahu.

Com ajuda do Google Tradutor foi possível identificar que o responsável pelo post informa ter recebido o texto “há muito tempo” e que o compartilha com o título “Por que gosto de ser judeu?”, sem fazer qualquer referência a Netanyahu, que já foi primeiro-ministro em três ocasiões, de 1996 a 1999, de 2009 a 2021 e agora, desde dezembro de 2022.

Algumas afirmações feitas no texto que circula no WhatsApp não são verdadeiras. A mensagem cita, por exemplo, que à época da criação do Estado de Israel, em 1948, a população era de apenas 650 judeus, contra o resto do mundo árabe. Na versão mais antiga do conteúdo, em hebraico, são citados 650 mil judeus. Ou seja, a alegação pode ter sofrido mudanças a partir de erros de tradução.

De qualquer forma, diferentes fontes divergem sobre o número de judeus vivendo em Israel naquele momento histórico. Sabe-se que eles eram milhares, em decorrência da forte imigração. As Nações Unidas, por exemplo, estimam que já no final do século XIX viviam 50 mil judeus na região.

Uma página arquivada do site oficial de turismo de Israel informa ser muito alta a taxa de crescimento do país. Conforme o site, entre os anos de 1948 a 1951, chegaram cerca de 700 mil imigrantes, duplicando a população israelense. Ou seja, o país estima que havia ao menos 350 mil pessoas no território quando o Estado israelense foi instituído. A maior parte da população do país (80%) é judaica.

O texto postado em hebraico também não cita o Hamas, como ocorre na versão em português. No lugar da organização islâmica palestina é citado “Arafat”, referindo-se a Yasser Arafat, que foi presidente da Organização de Libertação da Palestina (OLP) e faleceu há quase 20 anos, em 2004.

A reportagem enviou e-mail para a assessoria de imprensa do primeiro-ministro israelense, mas não recebeu resposta.

Esse conteúdo foi checado também por Boatos.Org em 2023 e em 2019.

O que estão compartilhando: que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um “discurso surpreendente”: afirmou que os judeus riem do Hamas e que há 35 anos “varreram” exércitos árabes em apenas seis dias.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Não há registro de que Netanyahu tenha feito o discurso que circula no WhatsApp. O texto atribuído a ele circula nas redes sociais desde 2006 e voltou a viralizar recentemente, após o Hamas atacar Israel, em 7 de outubro. O conteúdo original, em hebraico, foi postado em um fórum do sites de notícias israelenses do Canal 7, em 2006. Naquele ano, o primeiro-ministro era Ehud Olmer. O responsável pela postagem informava ter recebido o texto “há muito tempo” com o título “Por que gosto de ser judeu?”, sem fazer qualquer referência ao cargo de primeiro-ministro.

O conteúdo já circulava em 2006, quando o primeiro-ministro era Ehud Olmer Foto: Reprodução

Saiba mais: A reportagem pesquisou trechos do texto que circula no WhatsApp em português, inglês e hebraico. Foram encontrados registros em blogs e em contas do Facebook e do Twitter. Não há qualquer notícia publicada por veículos de comunicação profissionais sobre um discurso dessa natureza feito por Netanyahu.

Entre os discursos de Netanyahu encontrados na pesquisa pela reportagem, estão duas falas na Assembleia Geral das Nações Unidas, publicadas pelo Times of Israel, em 2012 e em 2016. Nenhuma delas se assemelha ao texto que circula no WhatsApp. No primeiro discurso, o premiê israelense fez críticas ao programa nuclear do Irã. No segundo, fez duras críticas à Organização das Nações Unidas (ONU) após a aprovação de resoluções contrárias a Israel. Ele dirigiu-se ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e apelou por uma negociação de paz.

A postagem mais antiga do texto que circula no WhatsApp é de abril de 2006. Está em hebraico, em um fórum de um site de notícias do Canal 7, um conglomerado de mídia de Israel. Na ocasião, o primeiro-ministro era Ehud Olmer, e não Netanyahu.

Com ajuda do Google Tradutor foi possível identificar que o responsável pelo post informa ter recebido o texto “há muito tempo” e que o compartilha com o título “Por que gosto de ser judeu?”, sem fazer qualquer referência a Netanyahu, que já foi primeiro-ministro em três ocasiões, de 1996 a 1999, de 2009 a 2021 e agora, desde dezembro de 2022.

Algumas afirmações feitas no texto que circula no WhatsApp não são verdadeiras. A mensagem cita, por exemplo, que à época da criação do Estado de Israel, em 1948, a população era de apenas 650 judeus, contra o resto do mundo árabe. Na versão mais antiga do conteúdo, em hebraico, são citados 650 mil judeus. Ou seja, a alegação pode ter sofrido mudanças a partir de erros de tradução.

De qualquer forma, diferentes fontes divergem sobre o número de judeus vivendo em Israel naquele momento histórico. Sabe-se que eles eram milhares, em decorrência da forte imigração. As Nações Unidas, por exemplo, estimam que já no final do século XIX viviam 50 mil judeus na região.

Uma página arquivada do site oficial de turismo de Israel informa ser muito alta a taxa de crescimento do país. Conforme o site, entre os anos de 1948 a 1951, chegaram cerca de 700 mil imigrantes, duplicando a população israelense. Ou seja, o país estima que havia ao menos 350 mil pessoas no território quando o Estado israelense foi instituído. A maior parte da população do país (80%) é judaica.

O texto postado em hebraico também não cita o Hamas, como ocorre na versão em português. No lugar da organização islâmica palestina é citado “Arafat”, referindo-se a Yasser Arafat, que foi presidente da Organização de Libertação da Palestina (OLP) e faleceu há quase 20 anos, em 2004.

A reportagem enviou e-mail para a assessoria de imprensa do primeiro-ministro israelense, mas não recebeu resposta.

Esse conteúdo foi checado também por Boatos.Org em 2023 e em 2019.

O que estão compartilhando: que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um “discurso surpreendente”: afirmou que os judeus riem do Hamas e que há 35 anos “varreram” exércitos árabes em apenas seis dias.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Não há registro de que Netanyahu tenha feito o discurso que circula no WhatsApp. O texto atribuído a ele circula nas redes sociais desde 2006 e voltou a viralizar recentemente, após o Hamas atacar Israel, em 7 de outubro. O conteúdo original, em hebraico, foi postado em um fórum do sites de notícias israelenses do Canal 7, em 2006. Naquele ano, o primeiro-ministro era Ehud Olmer. O responsável pela postagem informava ter recebido o texto “há muito tempo” com o título “Por que gosto de ser judeu?”, sem fazer qualquer referência ao cargo de primeiro-ministro.

O conteúdo já circulava em 2006, quando o primeiro-ministro era Ehud Olmer Foto: Reprodução

Saiba mais: A reportagem pesquisou trechos do texto que circula no WhatsApp em português, inglês e hebraico. Foram encontrados registros em blogs e em contas do Facebook e do Twitter. Não há qualquer notícia publicada por veículos de comunicação profissionais sobre um discurso dessa natureza feito por Netanyahu.

Entre os discursos de Netanyahu encontrados na pesquisa pela reportagem, estão duas falas na Assembleia Geral das Nações Unidas, publicadas pelo Times of Israel, em 2012 e em 2016. Nenhuma delas se assemelha ao texto que circula no WhatsApp. No primeiro discurso, o premiê israelense fez críticas ao programa nuclear do Irã. No segundo, fez duras críticas à Organização das Nações Unidas (ONU) após a aprovação de resoluções contrárias a Israel. Ele dirigiu-se ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e apelou por uma negociação de paz.

A postagem mais antiga do texto que circula no WhatsApp é de abril de 2006. Está em hebraico, em um fórum de um site de notícias do Canal 7, um conglomerado de mídia de Israel. Na ocasião, o primeiro-ministro era Ehud Olmer, e não Netanyahu.

Com ajuda do Google Tradutor foi possível identificar que o responsável pelo post informa ter recebido o texto “há muito tempo” e que o compartilha com o título “Por que gosto de ser judeu?”, sem fazer qualquer referência a Netanyahu, que já foi primeiro-ministro em três ocasiões, de 1996 a 1999, de 2009 a 2021 e agora, desde dezembro de 2022.

Algumas afirmações feitas no texto que circula no WhatsApp não são verdadeiras. A mensagem cita, por exemplo, que à época da criação do Estado de Israel, em 1948, a população era de apenas 650 judeus, contra o resto do mundo árabe. Na versão mais antiga do conteúdo, em hebraico, são citados 650 mil judeus. Ou seja, a alegação pode ter sofrido mudanças a partir de erros de tradução.

De qualquer forma, diferentes fontes divergem sobre o número de judeus vivendo em Israel naquele momento histórico. Sabe-se que eles eram milhares, em decorrência da forte imigração. As Nações Unidas, por exemplo, estimam que já no final do século XIX viviam 50 mil judeus na região.

Uma página arquivada do site oficial de turismo de Israel informa ser muito alta a taxa de crescimento do país. Conforme o site, entre os anos de 1948 a 1951, chegaram cerca de 700 mil imigrantes, duplicando a população israelense. Ou seja, o país estima que havia ao menos 350 mil pessoas no território quando o Estado israelense foi instituído. A maior parte da população do país (80%) é judaica.

O texto postado em hebraico também não cita o Hamas, como ocorre na versão em português. No lugar da organização islâmica palestina é citado “Arafat”, referindo-se a Yasser Arafat, que foi presidente da Organização de Libertação da Palestina (OLP) e faleceu há quase 20 anos, em 2004.

A reportagem enviou e-mail para a assessoria de imprensa do primeiro-ministro israelense, mas não recebeu resposta.

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