Adélio Bispo, réu no ataque a Jair Bolsonaro, não tem o sigilo telefônico e bancário protegido pelo Supremo Tribunal Federal ou pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A informação falsa é uma variação de um boato que envolvia somente a OAB. O rumor envolvendo o STF surgiu em 2020 e voltou a ser compartilhado nas redes sociais recentemente.
Conforme a Polícia Federal informou ao Estadão Verifica em 2019, todo o material apreendido com Adélio Bispo já foi analisado e não houve liminar impedindo os trabalhos dos investigadores. Bispo foi considerado inimputável em incidente de insanidade mental no âmbito do processo que investigou o atentado contra Bolsonaro. A perícia médica constatou que ele é uma pessoa perigosa, e Adélio permanece preso.
Em 21 de dezembro de 2018, a Polícia Federal realizou operação de busca e apreensão no escritório do advogado de Adélio, Zanone Manuel de Oliveira Oliveira, sob o pretexto de investigar quem estaria pagando seus honorários e checar supostas ligações com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Foram recolhidos documentos e aparelhos eletrônicos do advogado. No mês seguinte, a OAB de Minas Gerais impetrou mandado de segurança ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) pedindo a suspensão da análise dos materiais. Segundo a Ordem, a ação violaria o sigilo profissional do exercício da advocacia.
Este conteúdo também foi verificado pela Agência Lupa.
Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.
Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas: apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.