É falso que alimentos como salsicha, iogurte e Coca-Cola tenham sido ‘magnetizados com grafeno’


Uso do grafeno, material usado em lápis e painéis voltaicos, não é permitido na indústria alimentícia

Por Luciana Marschall

O que estão compartilhando: vídeo afirma que os seguintes produtos foram “magnetizados com grafeno”: margarina Qualy, iogurte Vigor, salsicha Frimesa, óleo Liza, refrigerante Coca-Cola, cervejas Stella Artois e Heineken, uísques Red Label e Jack Daniel’s, suco Del Valle e todos os tipos de leite. O autor insinua que essa é uma alternativa à vacina contra a covid-19 para inserir grafeno na população.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que o grafeno não é permitido nos alimentos e sequer é autorizado em materiais que tenham contato com eles, como embalagens. Fabricantes de sete dos dez produtos listados confirmaram não utilizar grafeno nas composições. O grafeno não consta na lista de ingredientes dos outros três alimentos citados. Por fim, é falso que as vacinas contra covid-19 autorizadas no Brasil contenham grafeno.

Grafeno não é permitido nos alimentos. Foto: Reprodução/Facebook
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Saiba mais: O vídeo analisado circula no Facebook e no TikTok. Uma das postagens tem a legenda: “Cuidado com o grafeno!!! Com certeza se isto impregnar no nosso cérebro nunca mais sai e ninguém consegue tirar… vai entupir as nossas veias e vai matar os neurônios”.

Como explicado pelo Projeto Comprova, coalizão de checagem que o Estadão Verifica integra, o grafeno é uma das formas do carbono. É extremamente fino, resistente, transparente e leve, além de ser capaz de conduzir correntes elétricas. Formado por carbono puro — também presente no diamante —, o material é obtido por meio da extração do grafite. O material é utilizado para fabricação de vários itens, de lápis a painéis fotovoltaicos.

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A reportagem procurou as empresas responsáveis por todos os produtos citados e sete delas responderam negando a utilização de grafeno na composição dos produtos.

A BRF, que produz a margarina Qualy, afirmou que não usa o material na fabricação do alimento e de nenhum outro produto. Todos os componentes que a companhia utiliza são devidamente regularizados pelos órgãos competentes, segundo a BRF.

A Coca-Cola, que produz o refrigerante e o suco Del Valle, informou que a afirmação do vídeo é falsa em relação às duas bebidas. A empresa acrescentou que o grafeno não é um ingrediente alimentar e não é utilizado pela indústria de alimentos.

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A Vigor disse que não utiliza métodos de “magnetização por grafeno” ou de “magnetização de alimentos”, e que o grafeno não faz parte da composição de nenhum de seus produtos, embalagens ou processos industriais.

A Cargill, fabricante do óleo Liza, informou que nunca usou grafeno no produto.

A Heineken negou a alegação do vídeo e acrescentou que a Anvisa não permite o grafeno em alimentos.

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A Ambev, responsável pela Stella Artois, disse não usar grafeno em nenhuma etapa da produção de nenhuma de suas cervejas.

A Frimesa e os responsáveis pelos uísques Red Label e Jack Daniel’s não responderam, mas não há grafeno na lista de ingredientes da salsicha citada e nem nos processos de produção dos uísques Jack Daniel’s e Red Label, fabricado pela Johnnie Walker.

Em relação ao leite vendido em supermercados, o Estadão Verifica já demonstrou que o produto não tem adição de substâncias tóxicas. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou ao Estadão em 2023 que não é permitida a adição de nenhum conservante ao leite UHT. O grafeno não é listado entre os ingredientes de várias marcas de leite (Batavo, Parmalat, Quatá, Elegê e Italac).

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No Brasil, grafeno não é permitido em alimentos

A Anvisa, procurada pelo Verifica, afirmou que a alegação feita no vídeo checado não tem qualquer base concreta. “O grafeno não é um material permitido nos alimentos. No mesmo sentido, não é substância autorizada em materiais em contato com alimentos”, diz o órgão.

Ainda segundo a agência, a formulação de cada alimento é de responsabilidade das empresas fabricantes, que devem atender a legislação que trata dos ingredientes autorizados para alimentos industrializados. Estas, além de regras de rotulagem, devem observar, para os constituintes como aditivos, por exemplo, os limites de uso e a relação de substâncias permitidas.

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Vacinas contra a covid-19 também não possuem grafeno

O vídeo checado afirma que o objetivo da “magnetização” nos alimentos é uma alternativa para alcançar as pessoas que não foram vacinadas. A fala se refere à vacina contra a covid-19 — diversas peças desinformativas alegam haver grafeno nesses imunizantes, o que não é verdade. A falsa alegação de que os imunizantes possuem a substância e que são “magnetizados” circula frequentemente e já foi disseminada até pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nenhuma das vacinas contra a covid-19 utilizadas no Brasil têm grafeno na composição.  Foto: Tiago Queiroz / Estadão

Como explicado pelo Estadão, nenhuma das vacinas contra a covid-19 utilizadas no Brasil têm grafeno na composição.

Além disso, não existe uma previsão de interromper a aplicação do imunizante, como diz o vídeo. No ano passado, o Ministério da Saúde anunciou que a vacinação contra a doença passa a ser anual para grupos prioritários e a integrar o calendário nacional de imunização para crianças entre seis meses a menores de cinco anos.

As alegações aqui checadas também foram alvo de verificação das agências Lupa, Boatos.Org e Observador.

O que estão compartilhando: vídeo afirma que os seguintes produtos foram “magnetizados com grafeno”: margarina Qualy, iogurte Vigor, salsicha Frimesa, óleo Liza, refrigerante Coca-Cola, cervejas Stella Artois e Heineken, uísques Red Label e Jack Daniel’s, suco Del Valle e todos os tipos de leite. O autor insinua que essa é uma alternativa à vacina contra a covid-19 para inserir grafeno na população.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que o grafeno não é permitido nos alimentos e sequer é autorizado em materiais que tenham contato com eles, como embalagens. Fabricantes de sete dos dez produtos listados confirmaram não utilizar grafeno nas composições. O grafeno não consta na lista de ingredientes dos outros três alimentos citados. Por fim, é falso que as vacinas contra covid-19 autorizadas no Brasil contenham grafeno.

Grafeno não é permitido nos alimentos. Foto: Reprodução/Facebook

Saiba mais: O vídeo analisado circula no Facebook e no TikTok. Uma das postagens tem a legenda: “Cuidado com o grafeno!!! Com certeza se isto impregnar no nosso cérebro nunca mais sai e ninguém consegue tirar… vai entupir as nossas veias e vai matar os neurônios”.

Como explicado pelo Projeto Comprova, coalizão de checagem que o Estadão Verifica integra, o grafeno é uma das formas do carbono. É extremamente fino, resistente, transparente e leve, além de ser capaz de conduzir correntes elétricas. Formado por carbono puro — também presente no diamante —, o material é obtido por meio da extração do grafite. O material é utilizado para fabricação de vários itens, de lápis a painéis fotovoltaicos.

A reportagem procurou as empresas responsáveis por todos os produtos citados e sete delas responderam negando a utilização de grafeno na composição dos produtos.

A BRF, que produz a margarina Qualy, afirmou que não usa o material na fabricação do alimento e de nenhum outro produto. Todos os componentes que a companhia utiliza são devidamente regularizados pelos órgãos competentes, segundo a BRF.

A Coca-Cola, que produz o refrigerante e o suco Del Valle, informou que a afirmação do vídeo é falsa em relação às duas bebidas. A empresa acrescentou que o grafeno não é um ingrediente alimentar e não é utilizado pela indústria de alimentos.

A Vigor disse que não utiliza métodos de “magnetização por grafeno” ou de “magnetização de alimentos”, e que o grafeno não faz parte da composição de nenhum de seus produtos, embalagens ou processos industriais.

A Cargill, fabricante do óleo Liza, informou que nunca usou grafeno no produto.

A Heineken negou a alegação do vídeo e acrescentou que a Anvisa não permite o grafeno em alimentos.

A Ambev, responsável pela Stella Artois, disse não usar grafeno em nenhuma etapa da produção de nenhuma de suas cervejas.

A Frimesa e os responsáveis pelos uísques Red Label e Jack Daniel’s não responderam, mas não há grafeno na lista de ingredientes da salsicha citada e nem nos processos de produção dos uísques Jack Daniel’s e Red Label, fabricado pela Johnnie Walker.

Em relação ao leite vendido em supermercados, o Estadão Verifica já demonstrou que o produto não tem adição de substâncias tóxicas. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou ao Estadão em 2023 que não é permitida a adição de nenhum conservante ao leite UHT. O grafeno não é listado entre os ingredientes de várias marcas de leite (Batavo, Parmalat, Quatá, Elegê e Italac).

No Brasil, grafeno não é permitido em alimentos

A Anvisa, procurada pelo Verifica, afirmou que a alegação feita no vídeo checado não tem qualquer base concreta. “O grafeno não é um material permitido nos alimentos. No mesmo sentido, não é substância autorizada em materiais em contato com alimentos”, diz o órgão.

Ainda segundo a agência, a formulação de cada alimento é de responsabilidade das empresas fabricantes, que devem atender a legislação que trata dos ingredientes autorizados para alimentos industrializados. Estas, além de regras de rotulagem, devem observar, para os constituintes como aditivos, por exemplo, os limites de uso e a relação de substâncias permitidas.

Vacinas contra a covid-19 também não possuem grafeno

O vídeo checado afirma que o objetivo da “magnetização” nos alimentos é uma alternativa para alcançar as pessoas que não foram vacinadas. A fala se refere à vacina contra a covid-19 — diversas peças desinformativas alegam haver grafeno nesses imunizantes, o que não é verdade. A falsa alegação de que os imunizantes possuem a substância e que são “magnetizados” circula frequentemente e já foi disseminada até pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nenhuma das vacinas contra a covid-19 utilizadas no Brasil têm grafeno na composição.  Foto: Tiago Queiroz / Estadão

Como explicado pelo Estadão, nenhuma das vacinas contra a covid-19 utilizadas no Brasil têm grafeno na composição.

Além disso, não existe uma previsão de interromper a aplicação do imunizante, como diz o vídeo. No ano passado, o Ministério da Saúde anunciou que a vacinação contra a doença passa a ser anual para grupos prioritários e a integrar o calendário nacional de imunização para crianças entre seis meses a menores de cinco anos.

As alegações aqui checadas também foram alvo de verificação das agências Lupa, Boatos.Org e Observador.

O que estão compartilhando: vídeo afirma que os seguintes produtos foram “magnetizados com grafeno”: margarina Qualy, iogurte Vigor, salsicha Frimesa, óleo Liza, refrigerante Coca-Cola, cervejas Stella Artois e Heineken, uísques Red Label e Jack Daniel’s, suco Del Valle e todos os tipos de leite. O autor insinua que essa é uma alternativa à vacina contra a covid-19 para inserir grafeno na população.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que o grafeno não é permitido nos alimentos e sequer é autorizado em materiais que tenham contato com eles, como embalagens. Fabricantes de sete dos dez produtos listados confirmaram não utilizar grafeno nas composições. O grafeno não consta na lista de ingredientes dos outros três alimentos citados. Por fim, é falso que as vacinas contra covid-19 autorizadas no Brasil contenham grafeno.

Grafeno não é permitido nos alimentos. Foto: Reprodução/Facebook

Saiba mais: O vídeo analisado circula no Facebook e no TikTok. Uma das postagens tem a legenda: “Cuidado com o grafeno!!! Com certeza se isto impregnar no nosso cérebro nunca mais sai e ninguém consegue tirar… vai entupir as nossas veias e vai matar os neurônios”.

Como explicado pelo Projeto Comprova, coalizão de checagem que o Estadão Verifica integra, o grafeno é uma das formas do carbono. É extremamente fino, resistente, transparente e leve, além de ser capaz de conduzir correntes elétricas. Formado por carbono puro — também presente no diamante —, o material é obtido por meio da extração do grafite. O material é utilizado para fabricação de vários itens, de lápis a painéis fotovoltaicos.

A reportagem procurou as empresas responsáveis por todos os produtos citados e sete delas responderam negando a utilização de grafeno na composição dos produtos.

A BRF, que produz a margarina Qualy, afirmou que não usa o material na fabricação do alimento e de nenhum outro produto. Todos os componentes que a companhia utiliza são devidamente regularizados pelos órgãos competentes, segundo a BRF.

A Coca-Cola, que produz o refrigerante e o suco Del Valle, informou que a afirmação do vídeo é falsa em relação às duas bebidas. A empresa acrescentou que o grafeno não é um ingrediente alimentar e não é utilizado pela indústria de alimentos.

A Vigor disse que não utiliza métodos de “magnetização por grafeno” ou de “magnetização de alimentos”, e que o grafeno não faz parte da composição de nenhum de seus produtos, embalagens ou processos industriais.

A Cargill, fabricante do óleo Liza, informou que nunca usou grafeno no produto.

A Heineken negou a alegação do vídeo e acrescentou que a Anvisa não permite o grafeno em alimentos.

A Ambev, responsável pela Stella Artois, disse não usar grafeno em nenhuma etapa da produção de nenhuma de suas cervejas.

A Frimesa e os responsáveis pelos uísques Red Label e Jack Daniel’s não responderam, mas não há grafeno na lista de ingredientes da salsicha citada e nem nos processos de produção dos uísques Jack Daniel’s e Red Label, fabricado pela Johnnie Walker.

Em relação ao leite vendido em supermercados, o Estadão Verifica já demonstrou que o produto não tem adição de substâncias tóxicas. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou ao Estadão em 2023 que não é permitida a adição de nenhum conservante ao leite UHT. O grafeno não é listado entre os ingredientes de várias marcas de leite (Batavo, Parmalat, Quatá, Elegê e Italac).

No Brasil, grafeno não é permitido em alimentos

A Anvisa, procurada pelo Verifica, afirmou que a alegação feita no vídeo checado não tem qualquer base concreta. “O grafeno não é um material permitido nos alimentos. No mesmo sentido, não é substância autorizada em materiais em contato com alimentos”, diz o órgão.

Ainda segundo a agência, a formulação de cada alimento é de responsabilidade das empresas fabricantes, que devem atender a legislação que trata dos ingredientes autorizados para alimentos industrializados. Estas, além de regras de rotulagem, devem observar, para os constituintes como aditivos, por exemplo, os limites de uso e a relação de substâncias permitidas.

Vacinas contra a covid-19 também não possuem grafeno

O vídeo checado afirma que o objetivo da “magnetização” nos alimentos é uma alternativa para alcançar as pessoas que não foram vacinadas. A fala se refere à vacina contra a covid-19 — diversas peças desinformativas alegam haver grafeno nesses imunizantes, o que não é verdade. A falsa alegação de que os imunizantes possuem a substância e que são “magnetizados” circula frequentemente e já foi disseminada até pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nenhuma das vacinas contra a covid-19 utilizadas no Brasil têm grafeno na composição.  Foto: Tiago Queiroz / Estadão

Como explicado pelo Estadão, nenhuma das vacinas contra a covid-19 utilizadas no Brasil têm grafeno na composição.

Além disso, não existe uma previsão de interromper a aplicação do imunizante, como diz o vídeo. No ano passado, o Ministério da Saúde anunciou que a vacinação contra a doença passa a ser anual para grupos prioritários e a integrar o calendário nacional de imunização para crianças entre seis meses a menores de cinco anos.

As alegações aqui checadas também foram alvo de verificação das agências Lupa, Boatos.Org e Observador.

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